Paradiplomacia na China: “A Força de um Titã e de seus Soldados”

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Paradiplomacia na China: “A Força de um Titã e de seus
Soldados”
Author : Wesley S.T Guerra - Colaborador Voluntário Sênior
Categories : NOTAS ANALÍTICAS, PARADIPLOMACIA
Date : 22 de junho de 2015
A China se transformou nas ultimas décadas em um dos grandes protagonistas do panorama
internacional, assim como objeto de estudos e teorias ao redor de todo o mundo. Apesar de possuir
mais de 4.000 mil anos de cultura, a China continua sendo uma grande desconhecida para a
maioria das pessoas. Existe um consenso global em relação ao país, mas que não necessariamente é
capaz de refletir a sua realidade, o que acaba interferindo no relacionamento que a comunidade
global e alguns países podem ter com ela e mina as possibilidades e oportunidades.
Como é dito, “Conhecimento é poder”, de modo que quanto mais um país sabe sobre a China e a
entende, maiores serão suas chances de aproveitar ao máximo a relação com esse player
internacional que atua na esfera global com a força de um titã.
Desde longe, os países contemplam-na como um país milenar, de grandes proporções,
hiperpovoado, rígido tanto no aspecto social quanto político, cuja economia se diversificou ao
ponto de se transformar no maior polo industrial do planeta, mas que também avança no setor
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financeiro,
sempre pincelado por matizes que fazem de seu modelo algo único, híbrido entre o
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mundo ocidental e oriental, algo que só poderia ser considerado “chinês”.
Mas, a China não é um país homogênio, como acredita grande parte da comunidade internacional.
Ao contrário, a realidade chinesa lembra mais um dos seus belos tecidos de seda, formado por
milhões de padrões e formas sob o rígido controle do Partido Comunista.
A China[1] possui 56 grupos étnicos distribuídos pelo seu território e muitos deles com idioma
próprio, além de contar com importantes comunidades de diversas religiões, entre elas
muçulmanas e cristãs. A divisão política é bastante curiosa. O país esta formado por 22
províncias, 5 regiões autônomas, 4 cidades administrativas e 2 regiões administrativas
especiais.
O grau de autonomia de cada uma dessas divisões pode variar e, embora todas estejam sob a
autoridade do Partido Comunista Chinês, é um erro acreditar que não existam movimentos
descentralizados.
Das 5 regiões autônomas (Guangxi, Mongólia Interior, Ningxia, Sinquião e Tibete) muitas
possuem órgãos que atuam na área da Paradiplomacia e realizam acordos com governo
regionais e estaduais. Exemplo disso é o acordo entre a Mongólia Interior com o Estado de
Califórnia[2] para promover a atividade comercial da região, ou a rede de acordos de Ningxia com
mais de 60 governos regionais.
No caso das 4 cidades administrativas (Xunquim, Pequim, Tianjin e Xangai) elas possuem
planos e projetos especiais, tais como sua participação em fóruns de smartcities,
desenvolvimento sustentável, transporte, economia internacional etc., assinando Convênios e
Acordos de Cooperação Técnica.
Por último, as 2 regiões administrativas (Hong Kong e Macau) são as que possuem maior
flexibilidade diplomática, principalmente devido ao seu passado de ex-colônias, atuando como
ponte entre o mundo ocidental e o oriental. Ambas estão representadas em diversas instituições
internacionais como a Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Organização Mundial de
Comércio (OMC), no caso de Macau[3].
Essa flexibilidade usada pelo Governo chinês conseguiu promover uma maior competitividade do
país, pois o difícil processo de formação do interesse nacional fica diluído entre as diferentes
divisões e se adapta à realidade de cada região, cabendo ao Governo central orientar quanto às
áreas estratégicas mais importantes.
A China aprendeu com Sun Tzu a importância de ter um Exército organizado e bem articulado
para a consecução de seus planos. Dessa forma, o Governo chinês atua nas altas esferas com a
força de um titã e suas regiões mantém a presença no campo das discussões regionais, como
soldados bem treinados, dividindo e conquistando, como diria Maquiavel, as diferentes escalas do
atual cenário global.
Uma dessas últimas incursões da paradiplomacia chinesa foi à realização no final de outubro de
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2013, em
Macau, do Fórum de Economia de Turismo Global[4], que teve como objetivo
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fortalecer os vínculos com os países latinos, havendo posteriormente o interesse da região em
participar de eventos em toda América.
-------------------------------------------------------------------------------------------Imagem “Cidade de Macau – Região administrativa espacial de origem portuguesa que atua em
diferentes esferas da política internacional” (Fonte – Edreams Agency):
https://tourisminnovationlab.files.wordpress.com/2015/05/macau01.jpg
-------------------------------------------------------------------------------------------Fontes Consultas:
[1] Ver:
http://english.gov.cn/
[2] Ver:
http://www.business.ca.gov/Portals/0/InternationalBiz/MOUs/MOU-Inner_Mongolia.pdf
[3] Ver:
https://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/tif_e/org6_e.htm
[4] Ver:
http://www.gte-forum.com/en/default.aspx
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