OTITES DE ORELHA MÉDIA: CARACTERÍSTICAS E TRATAMENTOS Laíse dos Santos Lobo, Joselli Barbosa Santos, Flávio da Conceição Souza Introdução: A otite de orelha média é uma inflamação da mucosa da orelha média que atinge desde a membrana timpânica até as áreas próximas à tuba auditiva. Pode ser classificada em crônica (OMC), aguda (OMA) e de efusão (OME) de acordo com as manifestações clínicas que a evidenciem, tais como: tempo de duração e características da orelha média durante a incidência, podendo a membrana timpânica ficar intacta ou apresentar perfuração. Objetivo: Sistematizar o conhecimento a respeito de otite de orelha média, enfocando suas características e terapêuticas. Método: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura por meio de pesquisa e seleção de artigos científicos e livros específicos com conteúdo sobre otites de orelha média. Para tanto, foram utilizados os descritores: orelha média, otite e efusão para consultar as bases de dados eletrônicas: Lilacs, Scielo, bem como no acervo institucional. Foram incluídos materiais publicados no período de 2009 a 2013. Resultados e discussão: As otites de orelha média podem ser secretoras, ou seja, acompanhadas de efusão, neste caso há presença de líquido nesta região, que pode ser seroso, mucoso ou purulento, importando saber que as secreções não ocorrem de forma isolada, mas revelam a progressão do quadro. Desta forma, uma otite média aguda pode graduar-se para uma otite secretora do tipo serosa ou mucosa e se não tratada de forma adequada se transformar numa otite média crônica. A OMC é caracterizada por persistir por mais de três meses, costumando ocorrer recidivas do quadro quando tratada apenas por antibióticos e corticosteroides, tal fato se dá em virtude da ocorrência de alteração histológica no tecido epitelial da orelha média que favorece as recorrências das inflamações. Havendo presença de secreção (OME) nos episódios de reincidências, é utilizado procedimento cirúrgico - timpanotomia - para restauração da normalidade da orelha média. Em contrapartida, a OMA costuma se resolver espontaneamente em torno de duas semanas sem ocorrências de recidivas durante o ano. Neste tipo de otite, é comum o uso de antibióticos e corticosteroides orais ou tópicos para evitar agravamento da mesma e possível evolução do quadro. Conclusão: Constatou-se que as otites de orelha média possuem características que ajudam a definir suas classificações, com base no grau de desenvolvimento da mesma. A observação destas características fornecem dados cruciais que ajudam os especialistas a definirem o tipo de procedimento terapêutico que será utilizado para tratar a afecção, garantindo assim o retorno do equilíbrio à orelha média. A TIMPANOTOMIA COMO TRATAMENTO DE OTITE DE ORELHA MÉDIA RECORRENTE Flávio da Conceição Souza, Laíse dos Santos Lobo, Joselli Barbosa Santos A timpanotomia é um procedimento cirúrgico de menor porte que consiste na realização de uma incisão na membrana timpânica. Este tipo de procedimento, realizado pelo otorrinolaringologista, faculta a aspiração do líquido da orelha média durante o ato cirúrgico, além de permitir a colocação de tubo de ventilação que possibilitará a entrada de ar na orelha média. Este tipo de procedimento é indicado quando a otite Média de efusão (OME) é reincidente e duradoura, apesar do tratamento clínico. Objetivos: Abordar a timpanotomia como procedimento terapêutico para o tratamento de otite crônica de efusão. Métodos: Realizou-se uma revisão de literatura por meio de uma pesquisa e seleção de artigos científicos e livros específicos com conteúdo sobre Timpanotomia. Para tanto, foram utilizados os descritores: timaponotima, otite e efusão para consultar as bases de dados eletrônicas: Pubmed, Lilacs, Scielo, bem como no acervo institucional. Foram incluídos materiais publicados no período de 2009 a 2013 Resultados e Discussão: As otites de efusão recorrentes geralmente são provenientes de alterações histológicas no epitélio da orelha média do paciente. Na avaliação audiológica é comum encontrarmos nos pacientes com otite, perda auditiva do tipo condutiva e curva tipanométrica do tipo B, o que caracteriza que a orelha média está com alterações. Em crianças com faixa etária de 2 à 5 anos a recorrência de otite de orelha média (OM) pode trazer prejuízos no processo de aquisição de linguagem por causa das frequentes perdas ocasionadas pela patologia. O tratamento para as OM pode ser clássico ou cirúrgico. O primeiro consiste no uso de medicações tópicas ou orais podendo ser corticosteroides ou antibióticos para combater a inflamação. O segundo é o uso do recurso cirúrgico de abertura da membrana timpânica para aspiração do líquido que se encontra na OM e a colocação do tubo de ventilação para permitir a areação desta região. Evidencia-se na literatura que as alterações do epitélio da OM não são resolvidas com o tratamento clássico, vez que este não contribui para a melhora do tecido que reveste a OM. A timpanotomia é indicada quando o tratamento clínico não traz resultados satisfatórios e a otite média se mantém em um período de 3 à 4 meses. Consequentemente o fluído que acomete a orelha média causa um grau de perda auditiva. Então, a timpanotomia é indicada nesses casos com finalidade de equalização da pressão da orelha média. Conclusões: A Timpanotomia é o procedimento com melhores resultados em pacientes com otite média crônica com efusão quando comparado a outros procedimentos. Sua indicação associada ao tratamento clínico permite uma melhora rápida e significativa dos limiares auditivos em pacientes com esse tipo de otite. Apesar de concluirmos que a Timpanotomia apresenta grande eficácia, mais estudos devem ser realizados para que sejam conhecidas todas as possíveis melhoras, direta ou indiretamente, associadas a cirurgia no quadro clinico do paciente. DISFUNÇÕES DA ATM E OTALGIA Introdução: A Articulação Temporomandibular (ATM) é uma articulação que liga a cabeça mandíbula com a cavidade Glenoíde do osso temporal. Esta articulação é a responsável pela projeção dos movimentos mandibulares em diferentes planos ortogonais. Dentre eles temos: abertura, fechamento, protrusão, retrusão e láterotrusão. Quando ocorre disfunção nas cartilagens e músculos que englobam esta articulação (DTM), associadas ou não a perda de unidades dentárias é possível o individuo relatar sintomas que acometem a audição. Uma dessas sintomáticas é a Otalgia secundária, que comumente é descrita como dor no ouvido cuja causa não se encontra em nenhuma região da orelha. Objetivos: Abordar a relação entre distúrbios da articulação temporomandibular (DTM) com a otalgia (dor de ouvido). Métodos: Realizou-se uma revisão de literatura por meio de uma pesquisa em artigos científicos que abordam o conteúdo sobre Otalgia e DTM. Para tanto, foram utilizados os descritores: Otalgia, ATM e DTM para consultar as bases de dados eletrônicas: Pubmed, Lilacs, Scielo e RBORL. Foram incluídos materiais publicados no período de 2010 a 2014. Resultados e Discussão: A relação entre DTM e Otalgia ainda é desconhecida, embora exista a teoria de que esta relação se verifique pela origem embriológica e questões anatômicas e Joselli Barbosa Santos, funcionais que vinculam a tempora, a orelha e mandíbula. Além disso, os músculos, cartilagens, nervos e ligamentos Flávio Souza, Laíse Lobo, envolvidos nas questões orofaciais principalmente o masseter, pterigóideo lateral, o nervo corda do tímpano, artéria Paulo Roberto Souza timpânica e o ligamento disco-maleolar evidenciam a possível correlação da disfunção desta articulação e a dor de ouvido. Em indivíduos que apresentam esta disfunção encontram-se geralmente queixas sobre dificuldades em abrir,fechar, e lateralizar a mandíbula, assim como dores de cabeça e da musculatura cervical e estomatognática. Pacientes com esses sintomas costumam a relatar maior intensidade da otalgia. Na literatura, embasada em pesquisas realizadas, verificou-se que indivíduos com DTM apresentam uma desarmonia de funcionamento entre a face, a boca e a faringe, atividades nestas áreas provocariam atividade no músculo tensor do tímpano como constatado em estudos eletromiográficos. Conclusões: Constatou-se que é possível a existência da relação entre DTM e otalgia. Seja pela proximidade das estruturas anatômicas ou pela inervação comum de algumas estruturas da orelha e dos músculos mastigatórios, que é feita pelo V par de nervos cranianos, o trigêmeo. Tal relação carece ainda de maiores estudos e pesquisas por parte dos profissionais que lidam e tratam da DTM e suas repercussões, objetivando se chegar a um resultado mais preciso sobre o assunto. CORRELAÇÕES ENTRE A AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA E A TRIAGEM COGNITIVA EM IDOSOS Objetivo: O declínio na entrada sensorial auditiva e o declínio cognitivo podem interferir na funcionalidade, qualidade de vida e comunicação efetiva dos indivíduos acima de 60 anos. Este estudo teve como objetivo verificar a existência de correlações entre o desempenho auditivo para tom puro e fala e o desempenho cognitivo em indivíduos idosos. Métodologia: Trata-se de um estudo observacional, transversal e exploratório, cuja realização foi autorizada pelo COEP-UFMG sob o parecer CAAE 05608012.4.0000.5149, sendo executado em um centro de referência ao atendimento da população idosa na cidade de Belo Horizonte onde 103 idosos com idade superior a 60 anos, tiveram sua acuidade auditiva determinada por meio da audiometria tonal, sendo utilizada a média das frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz para a classificação das perdas auditivas. O reconhecimento de fala foi também avaliado utilizando o Índice Percentual de Reconhecimento da Fala – IPRF e a capacidade cognitiva foi triada por meio da aplicação do Mini Exame do Estado Mental – MEEM. Os dados foram Marina Garcia de Souza analisados como variáveis categóricas e contínuas, sendo realizada análise descritiva e quantitativa, utilizando o Teste Exato Borges, Ludimila Labanca, de Fisher, odds ratio, Correlação de Pearson, Teste t e Mann Whitney. Foi adotado nível de significância de 5% ao longo de Erica de Araújo Brandão todo estudo. Resultados: A amostra apresentou prevalência de 68% de perda auditiva neurossensorial de graus variados, Couto, Letícia Pimenta 62% de alteração de reconhecimento de fala e 15% de alterações cognitivas. Não foi encontrada relevância estatística na Costa Guarisco análise da relação entre a Audiometria Tonal e MEEM, porém, a análise dos resultados encontrados entre IPRF e MEEM demonstrou existência de relação estatisticamente significante, sendo que, dentre os pacientes com alteração de reconhecimento de fala, 20% também apresentam alterações cognitivas. Observou-se ainda, que a correlação encontrada entre os resultados do IPRF em relação aos obtidos no MEEM, é positiva, ou seja, quanto menor o valor do IPRF, menor também será o valor encontrado no MEEM. Além disso, indivíduos com o IPRF alterado terão 4,72 vezes mais chances de ter também o MEEM alterado em comparação àqueles com IPRF normal. Tais resultados corroboram com estudos prévios da literatura, que tiveram resultados semelhantes. Observa-se a necessidade da realização de estudos longitudinais para estudar as correlações encontradas entre audição e cognição, bem como para avaliar as relações entre o processamento auditivo e a capacidade cognitiva de idosos. Conclusão: Houve associação entre o reconhecimento da fala e o desempenho cognitivo, podendo indicar que a existência de alteração no teste de discriminação da fala aumenta as chances de pior desempenho nos testes cognitivos. Não houve relação entre a perda auditiva, aferida por tom puro, e o declínio cognitivo na população idosa avaliada. DESCRIÇÃO DAS HABILIDADES AUDITIVAS E DE LINGUAGEM EM SUJEITOS COM IMPLANTE COCLEAR: LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO Objetivo: realizar levantamento bibliográfico sistemático das produções científicas brasileiras sobre outcomes/desfecho clínico da intervenção em indivíduos com deficiência auditiva (DA) usuários de implante coclear (IC).Metodologia: Na primeira etapa optou-se por realizar a análise dos artigos sobre DA e usuários de IC, formulando a pergunta de pesquisa (“Quais são as evidências de desempenho das habilidades auditivas em pacientes com IC e como são descritas pelos pesquisadores brasileiros para indicar o desfecho clínico?”) fez-se o levantamento e seleção dos estudos em bases científicas de dados (Bireme, CAPES, SciELO, e PubMed), relacionando os descritores “implante coclear”, “percepção de fala”, ”fala”, ”linguagem”, ”escola”, ”família”, ”desenvolvimento de linguagem”, e “avaliação”. A busca foi efetuada utilizando “(AND)” e/ou “(E) para interligar e correlacionar os descritores acima referidos. Como critério de inclusão elegeu-se utilizar artigos originais e completos, publicados nos últimos 10 anos e na língua portuguesa brasileira, que utilizaram instrumentos diretamente aplicáveis a sujeitos usuários de IC (e/ou aplicados aos responsáveis e acompanhantes) e/ou artigos que levantaram a Letícia Dias Dornelas revisão sistemática sobre evolução e indicadores de desfechos clínicos em sujeitos usuários de IC em diferentes idades. Paula; Natália de Amorim; Selecionou-se todos os títulos identificados, e a partir da leitura dos resumos, identificou-se os artigos que reuniam os Frizzera; Ingrid Cristina critérios de elegibilidade predeterminados. Resultados: Os artigos brasileiros têm elencado indicadores do desempenho Silva, Andréa Alves Maia; comunicativo de sujeitos com DA usuários de IC por meio de análise qualitativa. Atenderam ao critério de inclusão da Mabel Gonçalves Almeida, pesquisa 37 artigos, publicados nas revistas: Brasileira de Otorrinolaringologia, Distúrbios da Comunicação, Pró-Fono e Aline Neves PessoaCEFAC. Organizou-se os resultados dos artigos que apresentaram indicadores e evidencias qualitativas, foram feitas Almeida analises qualitativas de conteúdo dos resultados apontados nos estudos. A maioria dos estudos foi desenvolvido por pesquisadores da região sudeste do Brasil: fonoaudiólogos(38), médicos(6) e psicólogos(11). O total de sujeitos estudados foi de 652, com 6 meses a 59 anos de idade. Há um maior número de publicações que abordam a percepção auditiva, seguida da descrição do desenvolvimento cognitivo, de linguagem oral, fala, voz , família e escola. Os instrumentos utilizados foram: Meaningful Use of Speech Scale, Reynell Developmental Language Scales, Lista de Avaliação Vocabulário Expressivo, Teste de Avaliação da Capacidade Auditiva Mínima e Inventário Comunicativo McArthur. Os fatores relevantes para um bom prognóstico foram: idade do diagnóstico, aspectos sócio-cognitivos, tempo de uso do IC, tipo e programação do dispositivo e recursos tecnológicos acoplados e envolvimento familiar.Conclusão: os dados levantados permitem concluir que a intervenção fonoaudiológica precoce e o envolvimento familiar é um aspecto essencial para o bom prognostico do desempenho de indivíduos usuários de IC. EFEITO DO SIGNIFICADO SOBRE ACURÁCIA E TEMPO DE RESPOSTA NA COMPARAÇÃO DE SEGMENTOS Cibelle de Mesquita Duarte; Rui Rothe-Neves Introdução: A percepção da fala é concebida como uma fase que antecede o acesso lexical, mas há divergências entre teorias a respeito dessa relação. Algumas consideram essa sequência como processos isolados um do outro, enquanto outras defendem que são processos interativos, que acontecem simultânea ou iterativamente. No entanto, não existem evidências suficientes para escolher o modelo ideal. Objetivo: Testar se conhecer o significado de uma palavra pode influenciar a capacidade de discriminar sons nela presentes. Métodos: Estudo experimental (COEP/UFMG nº 101.456) com amostra formada ao todo por 49 indivíduos adultos, divididos em duas coletas, porém foram excluídos 27, devido aos critérios de exclusão. O estudo investigou a capacidade de comparar consoantes em posição de ataque na sílaba antes (pré-teste) e depois (pós-teste) de uma fase de treino, utilizando como medidas a proporção de acerto e o tempo de resposta. Para a coleta de dados, os participantes responderam uma anamnese; realizaram a tarefa de comparação de segmentos em pseudopalavras monossilábicas; aprenderam uma lista de significados atribuídos a metade das pseudopalavras; realizaram uma tarefa de verificação de aprendizado e refizeram a tarefa. Entre pré-teste e pós-teste verificou-se a aprendizagem dos significados por meio de uma tarefa específica e apenas os sujeitos que obtiveram 80% ou mais de acerto foram incluídos na análise comparativa entre pré-teste e pós-teste. Resultados: Tanto a primeira quanto a segunda coletas apresentaram resultados semelhantes mesmo com a utilização de pessoas, seleção de palavras e situações diferentes uma da outra. Em ambas obteve-se efeito de treino na comparação de segmentos, com redução do tempo de resposta e aumento da acurácia (porcentagem de acertos), mas não houve diferença entre pseudopalavras a que se atribuíram ou não significados. Conclusão: A prática na realização da tarefa de comparação de segmentos induz a melhora progressiva da acurácia e redução do tempo de resposta, conhecer o significado de uma palavra não influencia a capacidade de discriminar sons nela presentes. Cristiane Bueno Sales; Ingrid Muriel Menezes Rodrigues Costa; Letícia Carolina Silva PERFIL DOS PACIENTES ENCAMINHADOS PELA JUNTA REGULADORA AOS SERVIÇOS DE SAÚDE AUDITIVA DE BELO HORIZONTE Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes encaminhados pela Junta Reguladora de Saúde Auditiva (JRSA) aos Serviços de Atenção à Saúde Auditiva (SASA) em Alta Complexidade do município de Belo Horizonte. Métodos: A pesquisa foi realizada a partir da análise de questionários aplicados pelos profissionais da Junta Reguladora de Saúde Auditiva para a seleção de pacientes encaminhados aos SASA de BH. Foram analisados 14 dados do questionário. A amostra foi constituída pelos dados referentes aos pacientes atendidos no período de janeiro a dezembro de 2012. Não foi necessário submeter o projeto de pesquisa ao CEP (Comitê de Ética e Pesquisa), devido ao caráter documental, em que se preservou a identidade assim como quaisquer dados que pudessem identificar os sujeitos da pesquisa. Não foi necessário a aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), por se tratar de uma pesquisa realizada por meio da análise do banco de dados existente nos arquivos da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH). Os questionários foram aplicados pelos profissionais da JRSA para fins diagnósticos e foram mantidos em sigilo, em conformidade com o que prevê os Termos da Resolução 196/196 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados: O gênero de prevalência foi o feminino, a maioria dos pacientes vieram encaminhados pelo otorrinolaringologista, não fizeram uso prévio de AASI, não são candidatos ao implante coclear, a causa de perda auditiva foi por presbiacusia, a caracterização da perda auditiva prevalente foi do tipo neurossensorial de grau moderado bilateral, a maioria dos candidatos eram oralizados, o grau de escolaridade prevalente foi o fundamental e a situação funcional aposentados/pensionistas, o tempo de espera na fila para atendimento no SASA foi de mais de um ano, o critério de prioridade foi aplicado em todos os pacientes em período crítico do desenvolvimento de fala e linguagem, e às crianças e adolescentes em idade escolar. A maioria dos pacientes foi referenciada ao SASA. Conclusão: Com esta pesquisa, acreditase na possibilidade de facilitar o planejamento, organização e a avaliação dos serviços de atenção à saúde auditiva, no que se refere à promoção da saúde, prevenção da doença, diagnóstico, tratamento e reabilitação, visto que já se conhece o perfil dos pacientes que procuram os SASA’s de Belo Horizonte. RELATO DE EXPERIÊNCIA: TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL UNIVERSAL Introdução: O projeto de extensão TANU (Triagem Auditiva Neonatal Universal) do curso de Fonoaudiologia realiza ações de atendimento a bebês que foram encaminhados pelo SUS ao Serviço de Audiologia de um hospital universitário. Durante estes atendimentos, são realizados os exames de Emissões Otoacústicas e Avaliação Auditiva Comportamental. Estes exames são feitos por um fonoaudiólogo e são os primeiros realizados durante a triagem, permitindo identificar se a criança possui algum comprometimento auditivo que possa influenciar negativamente o seu desenvolvimento auditivo. Durante o atendimento, o fonoaudiólogo e o estagiário orientam os pais quanto à realização do exame que não é invasivo, é indolor, feito de forma rápida e o resultado é obtido ao final do exame. Além disso, são dadas explicações sobre a importância deste exame, uma vez que se houver qualquer alteração na acuidade ou desenvolvimento auditivo da criança, esta será encaminhada ao diagnóstico que inclui os exames audiológicos (potenciais evocados auditivos, imitanciometria) além do Maiza Cássia Bonfim; atendimento otorrinolaringológico. Objetivo: Descrever o projeto de extensão “Triagem Auditiva Neonatal Universal - TANU” e Luiza Helena de Oliveira relatar a experiência de um grupo de acadêmicas do curso de Fonoaudiologia como estagiárias do projeto. Metodologia: Diamantino; Sirley Alves Trata-se de um relato de experiência das Acadêmicas participantes do Projeto de Extensão “Triagem Auditiva Neonatal da Silva Carvalho; Luciana Universal - TANU”. Resultados: O projeto de extensão visa integrar os acadêmicos do curso de Fonoaudiologia à prática Macedo de Resende clínica dos atendimentos da triagem auditiva. Os estagiários iniciam a prática primeiramente com a observação do fonoaudiólogo, na qual aprendem sobre a realização do exame e questões administrativas referentes ao serviço de triagem auditiva. Posteriormente, as atividades dos estagiários incluem a realização da anamnese, e a execução dos exames audiológicos. Os estagiários participam de reuniões periódicas em que discutem casos clínicos com a equipe profissional da TANU e desenvolvem trabalhos que são apresentados na Semana de Extensão Universitária. Conclusão: O projeto de extensão proporcionou as alunas a oportunidade de enriquecimento do conteúdo teórico-prático, além de possibilitar a vivência clínica na área audiológica, contribuindo para os atendimentos nas demais áreas da Fonoaudiologia. Como toda atividade de extensão, este projeto também proporciona um atendimento que alcança parcela significativa da população. OFICINA DE TONTURA COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DE SAÚDE DO IDOSO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Ana Fernanda Rodrigues Cardoso, Danielle Nunes Moura Silva, Érica de Araújo Brandão Couto Objetivos: Descrever o perfil dos idosos participantes de uma oficina de tontura no Mutirão de Saúde do Idoso e a estratégia de promoção de saúde utilizada. A oficina de tontura é parte integrante do Mutirão de Saúde do Idoso, que é uma iniciativa do Instituto Jenny de Andrade Faria/Centro Mais Vida de Belo Horizonte/MG em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, com a finalidade de educação e promoção da saúde desta população. Métodos: Foram coletadas informações quanto à idade, sexo, presença ou ausência de tontura atual, presença ou ausência de tontura no passado, tratamentos realizados e efetividade de tais tratamentos. Durante a realização da oficina foram abordadas questões relacionadas à tontura, mediado por uma fonoaudióloga, enfatizando a promoção de saúde. Resultados: Participaram da oficina de tontura 93 idosos, reunidos em grupos de 3 a 6 indivíduos. A média de idade dos participantes foi de 67,74 anos, sendo a idade mínima de 58 anos e a máxima de 84 anos. Idosos de ambos os gêneros estiveram presentes, havendo predominância do sexo feminino (63,44%). Quanto à presença de tontura, 53 (56,98%) participantes relataram sentir tontura atualmente e 06 (6,45%) informaram que já sentiram tontura em algum momento da vida. Apenas 12 (20,33%) realizam ou realizaram tratamento para tontura, sendo o tratamento medicamentoso o mais prevalente. Em apenas 01 caso, o idoso relatou ter realizado reabilitação vestibular associado ao tratamento medicamento. Quanto à efetividade do tratamento, 05 participantes (41,66%) apresentaram resposta positiva. Durante a realização da oficina foram abordadas questões relacionadas a causas e consequências da tontura, aos mitos relacionados a este problema, a importância de se buscar auxílio com a equipe de saúde na presença do problema, além das possibilidades de tratamento, incluindo a reabilitação vestibular que pode ser realizada por um fonoaudiólogo. Os idosos foram convidados a falar de suas experiências, positivas e negativas, com a tontura, destacando atitudes pessoais utilizadas frente a este problema. Conclusões: A tontura se mostrou um sintoma frequente na população participante da oficina. Tal achado pode estar relacionado, dentre outros fatores, às comorbidades apresentadas por esta população, às medicações em uso, além do processo de envelhecimento do sistema sensorial. Ações da equipe de saúde, no âmbito da prevenção, promoção e reabilitação se tornam essenciais para a diminuição dos sintomas e consequentemente a redução de quedas nesta população. Yonara Ribeiro Caldeira, Tahiana Ferreira Freitas, Aline Crisóstomo Fernandes, Josiane Santos Brant Rocha CONTRIBUIÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NA PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA PRESBIACUSIA Objetivo: O envelhecimento é um processo que se refere a uma série de mudanças associadas à passagem do tempo, e que pode trazer consequências ao indivíduo como: alterações biológicas, fisiológicas e psicológicas. Dentre as alterações fisiológicas, podese destacar a presbiacusia, definida como diminuição auditiva por alterações degenerativas, fazendo parte do processo geral de envelhecimento do organismo. Compromete de forma significativa a qualidade de vida de uma grande quantidade de idosos. Diante deste fato o objetivo deste estudo foi revisar a literatura sobre a perda auditiva associada ao envelhecimento e suas implicações numa perspectiva atual, destacando a importância da atuação do fonoaudiólogo na prevenção, diagnóstico e tratamento da presbiacusia. Metodologia: Para atingir os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, exploratória, de natureza qualitativa. O estudo baseou-se na busca de artigos originais e de revisão nas bases de dados LILACS, IBECS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO e PubMed. Foram utilizados os descritores "fonoaudiólogo", "prevenção", "diagnóstico", "tratamento", e "presbiacusia". Encontrou-se 16 artigos publicados entre os anos de 2004 e 2012 que tratavam do assunto discutido, que se enquadravam nos critérios da busca e descreviam a contribuição do fonoaudiólogo, de modo a realizar um levantamento teórico do assunto. Resultados: É comum relatos de idosos sobre a perda auditiva após certa época da vida, este fato é conhecido como presbiacusia, que tem como principais consequências a diminuição da habilidade de compreensão, redução da inteligibilidade de fala, comprometimento do processo de comunicação verbal, redução gradativa do contato social do idoso, causando alterações emocionais e comportamentais nestes indivíduos. O diagnóstico e a intervenção precoce da perda auditiva associada à idade são fundamentais para uma boa qualidade de vida. Na avaliação da audição em pessoas idosas, o fonoaudiólogo deve manter em foco a necessidade de utilizar instrumentos que avaliam o funcionamento periférico e central do sistema auditivo, realizando exames subjetivos e objetivos, de acordo com a necessidade de cada paciente. Um dos métodos utilizados no tratamento da presbiacusia é o aparelho de amplificação sonoro individual, que se utilizado logo após o diagnóstico de uma perda auditiva de grau leve e/ou moderado poderá contribuir para a prevenção do aumento do grau da perda auditiva e de outras alterações relacionadas às questões psicossociais. A atuação do fonoaudiólogo é muito importante para melhorias significativas na vida do idoso, já que os pacientes submetidos à reabilitação auditiva têm melhor aproveitamento e qualidade comunicativa do que os que não participaram de algum programa de reabilitação, facilitando sua comunicação. Conclusão: Sabe-se que é comum a perda auditiva com o passar dos anos, comprometendo o bem estar do indivíduo. Mesmo entre os profissionais de saúde, ainda é grande o desconhecimento em relação às vantagens e ganhos que a reeducação auditiva específica para idosos com perda auditiva pode oferecer. Dessa forma se faz de extrema importância a atuação do fonoaudiólogo para melhorias na vida do idoso, atuando na prevenção, diagnóstico e tratamento. MUDANÇAS FUNCIONAIS EM ESCOLARES COM ALTERAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO SUBMETIDOS À INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA: ESTUDO PRELIMINAR Aline Rejane Rosa de Castro, Luciana Macedo de Resende, Patrícia Cotta Mancini OBJETIVO: observar e descrever as mudanças funcionais auditivas em escolares submetidos à terapia para Transtorno do Processamento Auditivo. METODOLOGIA: estudo observacional transversal aprovado sob parecer 203/10 do COEP/UFMG. Participaram do estudo escolares de 7 a 14 anos, de ambos os sexos, com queixas de aprendizagem, audição normal e ausência de alterações neurológicas e/ou sindrômicas. Realizou-se levantamento dos prontuários de pacientes encaminhados à avaliação e terapia do Processamento Auditivo Ambulatório de Fonoaudiologia do HC/UFMG. Os dados foram analisados descritiva, com auxílio do software Excel, e qualitativamente. RESULTADOS: após triagem dos prontuários, a amostra foi composta por 14 escolares, com média de idade de 11,3 anos, sendo 7 (50%) participantes de cada sexo. As queixas de dificuldade escolar (42,9%), dificuldade em ouvir no ruído (21,4%), dificuldade de compreensão (21,4%) e desatenção (14,3%); as habilidades de figura fundo (92,8%), ordenação temporal (85,7%) e fechamento auditivo (21,4%) foram as mais frequentes. Na amostra, 11 indivíduos (78,6%) apresentaram pelo menos uma queixa auditiva e uma queixa não auditiva. Dentre as comorbidades confirmadas (35,7%), foram relatados DLE (Distúrbio Leitura e Escrita), TDAH, Dislexia e Baixa Visão. O tempo de terapia teve um mínimo de 9 e máximo de 53 sessões, com média de 20 sessões para adequação das habilidades alteradas. Entre os participantes com queixas auditivas, o tempo de terapia teve em média 23 sessões. Já entre os que não apresentaram queixa auditiva, foram necessárias em média 13 sessões até a alta fonoaudiológica. Quem apresentou até duas queixas precisou de em média 17 sessões; e quem apresentou mais de duas queixas precisou de 23 sessões em média. Foram necessárias em média 16 sessões quando apenas uma habilidade auditiva estava alterada, 21 sessões para duas habilidades alteradas e 23 sessões para 3 ou mais habilidades alteradas. A habilidade de figura fundo foi trabalhada desde as sessões iniciais e a última a responder ao tratamento. Toda a amostra apresentou melhora das habilidades auditivas alteradas e 1 (um) indivíduo permaneceu em acompanhamento fonoaudiológico para terapia de leitura e escrita. CONCLUSÃO: a terapia fonoaudiológica promoveu a melhora das habilidades auditivas na amostra. Dificuldades escolares e para ouvir em ambiente ruidoso foram frequentes na amostra, corroborando os achados de alteração e prolongamento na adequação da habilidade de figura fundo auditiva, além de demonstrar a necessidade da atenção à saúde auditiva no ambiente escolar. Apresentar queixas auditivas, maior número de queixas e maior quantidade de habilidades auditivas alteradas parece ter impacto negativo, com aumento da média de sessões necessárias até a alta fonoaudiológica.