Ciências Humanas

Propaganda
Nome _____________________________________
3º Ensino Médio
Trabalho de Ciências Humanas
Professor Ricardo (KK)
Data ___/08/09
Atividade de análise textual
Terminamos o último semestre discutindo as diversas formas de preconceito existentes na nossa
sociedade atrelada a uma abordagem sobre as atrocidades realizadas pelo regime nazista de Hitler na
Alemanha. Para concluir essa atividade analisaremos um texto que aborda o atual problema do
xenofobismo na Europa. Após uma leitura atenta do texto responda as seguintes perguntas:
Dez mil radicais unidos pela xenofobia
Grupos neonazistas têm os imigrantes como suas principais vítimas
Jesús Duva
em Madri
Especialistas da polícia e da Guarda Civil espanholas calculam que cerca de 10 mil pessoas pertençam
a grupos de ultra-direita ("ultras") e neonazistas na Espanha. Apesar de divididas em pequenos grupos,
essas organizações têm um postulado comum: o ódio aos imigrantes.
No caso dos neonazistas, defensores encarniçados da supremacia branca, irrompeu com força uma
tenebrosa organização de origem americana chamada Volksfront, que está absorvendo outros
pequenos grupos. Os especialistas da polícia consideram que ainda não há um líder capaz de aglutinar
todo esse conglomerado extremista e que, portanto, não é previsível em curto prazo a implantação de
uma frente única neonazista.
Três mil dos indivíduos que integram os grupos de extrema-direita na Espanha atuam em território
controlado pela Guarda Civil, segundo fontes policiais, e os demais em capitais e grandes cidades que
são competência do Corpo Nacional de Polícia. "Mas há muito mais gente que simpatiza com eles,
como os 'ultras' do futebol ou os que assistem aos shows de RAC (rock anticomunista)", admite um
chefe da instituição armada.
Tanto os que atuam sob o guarda-chuva de um partido político legal como os que o fazem em
organizações ilegais têm um denominador comum: são contrários à imigração. Mas fora o inimigo
comum - os imigrantes - não há nada que sirva de ligação entre esses grupos. As tentativas de fazer
uma frente comum estão resultando em fracasso, pois eles não concordam na indicação de um líder,
segundo peritos policiais.
"Os ultradireitistas puros constituem um problema residual, embora estável, que costuma se manifestar
todo ano por volta de 20 de novembro", afirma um guarda civil. Este acredita que em curto prazo é difícil
que haja um aumento das atividades desse tipo, e, em termos policiais, considera que não houve um
acréscimo dos ataques aos imigrantes.
Tanto os especialistas do Corpo Nacional da Polícia como os da Guarda Civil, porém, explicam que é
necessário dividir a extrema-direita em dois grupos: um é constituído pelos cerca de 20 minipartidos
políticos que atuam na legalidade; outro é o dos bandos neonazistas ilegais. Neste último destacam-se
Hammerskin, Blood and Honour e Volksfront.
Os serviços de informação mostram-se preocupados com a irrupção do Volksfront, que parece ter
conseguido uma forte implantação na Espanha no último ano. Essa organização, surgida em 1994 no
Oregon (EUA), está captando muitos membros do Blood and Honour (Sangue e Honra).
A última aproximação recente entre os neonazistas espanhóis ocorreu em um show musical realizado
em março passado em Pastrana (Guadalajara). As centenas de participantes usavam símbolos do
partido Democracia Nacional, da Aliança Nacional e da associação cultural Centro de Pesquisas
Sociais. "Não se falou nada a sério. Foram simples comentários. Mas não chegaram a nenhum acordo
porque todos querem ser o chefe do grupo resultante. E isso é impossível", opina um policial.
Os agentes especializados em extrema-direita concordam que não é previsível que esses grupos
consigam obter poder político, entre outras coisas por falta de um líder. Ninguém acredita que possa
surgir alguém como Jean Marie Le Pen na França, capaz de articular o sentimento xenófobo. "Houve
um tempo em que Ricardo Sãenz de Ynestrillas, filho de um militar assassinado pela ETA em 1986,
poderia ter encabeçado esses grupos, mas ele caiu em desgraça ao envolver-se em delitos
criminosos", comenta um comandante policial.
Ynestrillas opera hoje através de um blog na Internet.
Em 2005 a Guarda Civil deteve 62 ultras ou neonazistas e a polícia, 80; enquanto em 2006 a instituição
armada já prendeu 15 e a polícia, 27.
Geralmente são indivíduos acusados de agressões com armas brancas e contundentes, socos e
pontapés, ou por pintar grafites ameaçadores. "Mas é raro encontrar em seu poder armas de fogo,
apesar de entre seus integrantes haver soldados e vigilantes de segurança privada", disse um oficial da
Guarda Civil.
A instituição realizou nos últimos dois anos três grandes operações contra essas organizações: a
Operação Punhal em Madri, Barcelona, Valência e Guadalajara, em que foram detidas 14 pessoas e
apreendidas oito armas de fogo, em março de 2004; a Operação Espada, desenvolvida em abril de
2005 em Madri, Sevilha, Jaén, Burgos e Zaragoza, com a detenção de 21 pessoas supostamente
integrantes do Blood and Honour, e a Operação Panzer, em Valência, onde em setembro de 2005
foram capturados 20 integrantes da Frente Anti-Sistema (FAS).
As principais áreas de atuação dos neonazistas são Madri, Catalunha, Castellón, Valência, Zaragoza e
alguns pontos de Castela e de Leão. Na Catalunha é onde costumam ocorrer mais agressões a
imigrantes.
Entre os bandos neonazistas quase não há diferenças ideológicas, já que têm postulados comuns: a
supremacia da raça branca, o ódio aos imigrantes e a intolerância contra as drogas, segundo a Guarda
Civil. Mas em seus concertos clandestinos correm rios de álcool.
As mesmas fontes afirmam que os membros dos grupos neonazistas costumam ser pessoas da classe
operária, desempregados ou trabalhadores com pouca qualificação profissional. "Os jovens ricos não se
integram a esse tipo de organização", acrescenta.
Só na Catalunha há um partido de ultradireita (Plataforma per Catalunya) que tem representação nas
prefeituras de El Vendrell, Cervera e Manlleu. Essa organização, que defende "a segurança civil e o
controle da imigração", é encabeçada por Josep Anglada, ex-dirigente do Fuerza Nueva.
Mas os partidos legais de ultradireita quase não têm implantação. São uma constelação atomizada na
qual se destacam Democracia Nacional, España 2000, Alternativa Española (AES), as diferentes
Falanges e a Aliança Nacional (herdeira da Aliança pela União Nacional, que foi dirigida por Sãenz de
Ynestrillas).
O programa do España 2000, por exemplo, é revelador: "É inquestionável que o aumento espetacular
de delitos graves se deve a grupos estrangeiros". A Democracia Nacional convocou para o próximo dia
15 uma manifestação em Tenerife contra a "invasão" de imigrantes.
Volksfront irrompe com força
O grupo nazista Volksfront (Frente Popular) parece ter conseguido uma forte implantação na Espanha
em apenas um ano. Essa organização, que surgiu em 1994 no Oregon (EUA) e que proclama lutar
contra o Estado e as leis, está captando muitos membros da Sangue e Honra, segundo fontes policiais.
Também afirma a supremacia da raça branca.
No site da web do grupo político espanhol Aliança Nacional consta uma ideologia semelhante: "Para
nós, a nacionalidade é dada pelo sangue e não pelos órgãos oficiais; e não reconhecemos como
cidadãos espanhóis aqueles que não tenham nosso sangue nem sejam de nossa raça".
A Volksfront pretende controlar seus integrantes para evitar o que eles chamam de "atos de violência
gratuita" e ao mesmo tempo afastar-se dos torcedores violentos que atuam nos campos de futebol.
Sangue e Honra pretende entrar na política
A seção espanhola da Blood and Honour promove desde o final de 1999 shows, reuniões e
concentrações nas quais se incita à xenofobia, ao racismo e ao anti-semitismo. Até a batida policial da
Operação Espada em 2005, a organização promovia de três a quatro concertos de música por ano,
coincidindo com os solstícios de inverno e verão ou com o nascimento e a morte de Adolf Hitler.
As tentativas de aproximação da política por parte de pessoas ligadas a movimentos neonazistas são
escassas. E quando o fazem é através de partidos minúsculos que não conseguem representação. É o
caso de vários supostos dirigentes do Sangue e Honra que disputaram as eleições gerais de 2004 na
chapa do Movimento Social Republicano (MSR). Essa formação só conseguiu 6 mil votos na Espanha.
Hammerskin e a supremacia branca
Os Hammerskin, que têm como símbolo dois martelos cruzados, nasceram por volta de 1980 na cidade
americana de Dallas (Texas). Proclamam a supremacia da raça branca.
Em março de 2004 a Guarda Civil espanhola desferiu um golpe em uma das facções do grupo nacionalsocialista Hammerskin-Espanha, que por sua vez está integrado ao Hammerskin-Nation e que reúne
entre outras as seções francesa, americana, alemã e italiana. Essas seções têm autonomia própria,
mas mantêm laços estreitos.
A operação policial ocorreu depois dos ataques racistas realizados na Universidade Complutense e
outros locais de Madri. Os 14 detidos tinham oito armas de fogo, punhais e socos-ingleses. Essa
organização, considerada muito violenta, incitava à discriminação, ao ódio e à violência contra grupos
de ideologia ou etnia diferentes.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Perguntas:
1. Segundo o texto quem são os responsáveis pelo xenofobismo na Europa? Relacione a atuação
desse grupo aos acontecimentos da 2ª Guerra Mundial.
2. Qual é o fator em comum entre todos os grupos neonazistas?
3. Quais são as principais ideologias existentes entre os grupos neonazistas.
4. Qual é a origem dos membros dos grupos neonazistas mencionados? Relacione sua resposta com a
questão da imigração.
5. Por que os grupos neonazistas se colocam contra a imigração? Você acha isso correto? Justifique
sua resposta.
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