Terapia Genética Reduz Cancro do Pulmão em Ratinhos Público

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Confirmado mais um gene supressor de tumores
Terapia Genética Reduz Cancro do Pulmão em Ratinhos
Público, 26 de Janeiro de 2000
Uma equipa de investigadores norte-americanos e italianos conseguiu reduzir
consideravelmente as dimensões de tumores nos pulmões de ratinhos utilizando
uma terapia genética. O sucesso deste procedimento confirma que foi encontrado
um novo gene supressor do cancro, denominado Rb2.
"O gene Rb2, que mantém o equilíbrio da célula, é um gene supressor do cancro
clássico, como o p53", comenta Antonio Giordano, da Faculdade de Medicina da
Universidade Thomas Jefferson, em Filadélfia (EUA), citado num comunicado da sua
universidade. Genes como o Rb2 e o p53 regulam o normal funcionamento das
células, mas contribuem para o surgimento de tumores se começam a funcionar
mal. Na verdade, pensa-se que cerca de metade dos casos de cancro estão
relacionados com problemas no gene p53. E o gene Rb2 é um gene que controla o
desenvolvimento celular, e que se encontra expresso em todos os tecidos. Por isso,
pode contribuir para muitos tipos de cancros.
O objectivo da equipa de Giordano, que publicou ontem os seus resultados na
revista "Cancer Research", é compreender os mecanismos que fazem com que
problemas de funcionamento neste gene levem ao surgimento de tumores.
"Encontrámos já três diferentes mecanismos, o que sugere que o Rb2 é um
guardião-chave do genoma, que está envolvido no controlo dos processos
celulares", diz o investigador.
Mas o gene Rb2 comporta-se de uma forma diferente da de que outros genes
supressores do cancro. "Em alguns cancros, o Rb2 pode não sofrer mutações. No
cancro do pulmão está modificado, o que é consistente com a ideia de que há
múltiplos eventos celulares que levam ao desenvolvimento do cancro", diz o
investigador.
O envolvimento do Rb2 no cancro do pulmão foi demonstrado com a terapia
genética experimental de que os investigadores dão notícia neste artigo. A equipa
inseriu uma cópia normal do gene no património genético de um vírus atenuado e
injectou-as em ratinhos, que antes tinham desenvolvido cancro do pulmão. Os
tumores diminuíram consideravelmente, o que abre a possibilidade de um dia este
método poder vir a ser usado em seres humanos. "O maior desafio é conseguir
transformar este procedimento num verdadeiro tratamento", comentou Antonio
Giordano.
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