06/03/2016 I. Histórico do sistema de saúde brasileiro: Linha do tempo SAÚDE COLETIVA – HISTÓRICO DA SAÚDE NO BRASIL Prof.ª Dr.ª Rosana Carneiro Tavares • 1964 - Golpe Militar retrocesso (Centralização) • 1966 - Unificação dos IAPs e criação do INPS – Estado passa a comprar serviços do setor privado. • 1975 - Lei 6.229 que cria o Sistema Nacional de Saúde (SIMNPAS = INAMPS + INPS + IAPAS) • 1978 – Movimento de trabalhadores de Saúde Mental • 1983 – AIS (Ações Integradas de Saúde) início da interiorização das ações e serviços) • 1986 – VIII Conferência Nacional de Saúde • 1987 – SUDS descentralização via convênios / I Conf. Nacional de Saúde Mental – MNLA (“uma sociedade sem manicômios”) • 1988 – Constituição Federal SUS • 2001 – Lei 10.2016 – Reforma Psiquiátrica. • 2002 – Portaria 336 – Regulamenta os CAPS 1974 a 1979: pressões populares e reivindicações. 1986: 8ª Conferência Nacional de Saúde, que aprovou um relatório, cujas bases constituíram o projeto de Reforma Sanitária Brasileira. Brasil: um século de historia... • 1900 - Sanitarismo Campanhista • 1923 - Lei Eloy Chaves: criação das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs) • 1933 - Criação dos IAPs (Institutos de Aposentadorias e Pensões - autarquias) • 1942 - I Conferência Nacional de Saúde e Criação do Serviço Especial de Saúde Pública. • 1953 - Criação do Ministério da Saúde • 1963 - III Conferência Nacional de Saúde campanha pela Municipalização (Gov. João Goulart) Contexto da Saúde no Brasil entre 1930 e 1940: dividida em dois campos de ação (saúde pública X medicina previdenciária). 1966: Criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), a partir da unificação dos IAPS. Fim da Década de 1980: O Inamps a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde, direciona-se para uma cobertura mais universal dos serviços de saúde (ex.: fim da exigência de carteira do Inamps para se ter atendimento nos hospitais conveniados à rede pública). 1 06/03/2016 Artigo 196. 1987: Criado o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), ainda gerido pelo Inamps. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 1988: Criação definitiva do SUS O SUS veio romper com o modelo de seguro social e estabelecer um modelo de seguridade social. ANTES DE 1988 Até metade dos anos 60 - modelo hegemônico de saúde o sanitarismo campanhista (1º modelo): de inspiração militar (combate às doenças por meio de estruturas verticalizadas e estilo repressivo de intervenção. Na década de 70 - modelo hegemônico: médico assistencial-privatista (2º modelo). Mas é também neste período que surgem os alicerces político-ideológicos para o surgimento do movimento pela Reforma Sanitária. SUS Princípios Ético-doutrinários Constituição da República Federativa do Brasil, 05/10/1988 Como resultado central da VIII Conf. Nacional de Saúde - Projeto da Reforma Sanitária, caracterizado por: Conceito abrangente de saúde. Saúde como direito de cidadania e dever do Estado. Instituição de um Sistema Único de Saúde. Foi a 1ª conferência aberta à sociedade em geral (mais de 4.000 participantes!) abertura política pós-regime militar. Encaminhamento do Relatório da VIII Conferência Nacional de Saúde para a Assembléia Nacional Constituinte apoio à criação do SUS! UNIVERSALIDADE Acesso à saúde como direito público subjetivo, integrante dos direitos da cidadania. 2 06/03/2016 INTEGRALIDADE Direito de as pessoas serem atendidas na íntegra em suas necessidades. EQUIDADE Tratar os desiguais de forma desigual, sem preconceitos ou privilégios. É o conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos de acordo com a necessidade e complexidade. Princípios Organizativos/ Operacionais PARTICIPAÇÃO SOCIAL Institucionalização da democracia participativa e do consequente controle social na área de Saúde com a obrigatoriedade de constituição e de funcionamento de conselhos de saúde nos três níveis de governo. REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO Distribuição espacial dos serviços de modo a atender às necessidades da população por regiões e em diferentes níveis de complexidade. Universalidade Equidade Integralidade (Princípios Doutrinários ) DESCENTRALIZAÇÃO Direção única em cada esfera de governo Redistribuição de R$ e responsabilidades entre os entes federados com base no entendimento de que o nível central, a União, só deve executar aquilo que o nível local, os Municípios e Estados, não podem ou não conseguem. A gestão do Sistema (SUS) passa a ser de responsabilidade da União, dos Estados e dos Municípios, agora entendidos como os Gestores do SUS. Participação popular Regionalização e hierarquização Descentralização e comando único (Diretrizes Organizativas) 3 06/03/2016 Lei Orgânica da Saúde Lei 8.080 (1990) CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. O CONCEITO DE NÍVEIS DE ATENÇÃO Os níveis de atenção estruturam-se por arranjos produtivos da saúde, conformados segundo densidades tecnológicas específicas. OS SISTEMAS DE SAÚDE ORGANIZAM-SE NOS SEGUINTES NÍVEIS DE ATENÇÃO: ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (“BAIXA COMPLEXIDADE”). ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE (“MÉDIA COMPLEXIDADE”). ATENÇÃO TERCIÁRIA À SAÚDE (“ALTA COMPLEXIDADE”). Em consonância com o que preconiza a OMS. REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA Decorre da indignação contra as precárias condições de saúde, do descaso acumulado, da mercantilização do setor, da incompetência e do atraso. Por outro lado, representa a possibilidade da existência de uma viabilidade técnica e política de enfrentar o problema”(Arouca, 1988). FONTE: MENDES (2001) REFORMA PSIQUIÁTRICA Movimento Social Política de Estado. Um modelo de atenção coerente com as diretrizes da CF pressupõe a implementação de políticas de impacto articuladas e integradas nas diversas áreas, buscando melhoria na qualidade de vida das pessoas. •Modelo privatizante da assistência psiquiátrica. •Movimento Nacional da Luta Antimanicomial - 1987 (II Congresso Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental. •Marcos legais: Lei 10.216 /Abril 2001; Portaria 336/2002. •Modelo hospitalocêntrico e técnico-biológico A saúde passa a ser entendida de forma ampla, determinada socialmente e, portanto, como sendo fruto de políticas de governo que promovam condições adequadas de vida ao conjunto da população. •Modelo psicossocial de atendimento PROFISSÕES O MODELO PSICOSSOCIAL CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Modelo acadêmico diferenciado. Modelo biomédico hegemônico. Saúde X Mercado. Tecnologias duras e medicalização. 4 06/03/2016 POLÍTICA: REDE DE SAÚDE MENTAL Hospitais Gerais. CAPS. Residências Terapêuticas. Equipes de saúde da família (Equipes matriciais / NASF). Unidades básicas de saúde. Casas de Acolhimento Transitório. Comunidades Terapêuticas. Rede Psicossocial para dependência química (Portaria 3.088/2011) 5