Resumos do 56º Congresso Nacional de Botânica. Fenologia da floração e frutificação de Acosmium cardenasii H.S. Irwin & Arroyo (Leguminosae, Papilionoideae) em uma floresta estacional decidual ao sul de Corumbá, região centro oeste do Brasil. ROSILENE RODRIGUES SILVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP ANA MARIA GOULART DE AZEVEDO TOZZI - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS UNICAMP [email protected] A fenologia de plantas em áreas secas dos trópicos é pobremente conhecida e a falta de conhecimento acerca da vegetação estende-se certamente para áreas de floresta seca do centro oeste do Brasil, particularmente do estado do Mato Grosso do Sul. Acosmium cardenasii H.S. Irwin & Arroyo é uma espécie arbórea comum e essencialmente dominante na formação do dossel da floresta decídua da Serra do Jacadigo, situada no Planalto Residual do Urucum (ao sul de Corumbá, MS, fronteira com a Bolívia). Neste estudo foram examinados os padrões fenológicos reprodutivos de A. cardenasii (N = 40 indivíduos), na estação seca e úmida. Também foi observado se os padrões fenológicos reprodutivos são sincrônicos ou assincrônicos entre os indivíduos desta espécie. O procedimento estabelecido foi o de emplacar 10 indivíduos a cada 1 ha. Os indivíduos foram marcados com placas de alumínio numeradas e monitorados mensalmente (de Janeiro a Dezembro de 2004) quanto à presença de flores, frutos verdes e maduros. O método de análise utilizado foi o de percentual de intensidade proposto por Fournier (1974), no qual a intensidade de cada fenofase é estimada através de uma escala intervalar semi-quantitativa, composta de cinco categorias (0 a 4). Todos os indivíduos produziram flores e frutos e apresentaram padrão fenológico sincrônico. A floração massiva e sincrônica ocorreu durante um curto período na transição da estação seca para a estação úmida. A produção de frutos verdes ocorreu no início da estação chuvosa e a produção de frutos maduros ocorreu durante a metade da estação seca (Junho-Agosto). Dez indivíduos não frutificaram no período de Janeiro, o que sugere uma defasagem no início da frutificação no ano anterior. Os padrões fenológicos dos indivíduos de A. cardenasii podem estar relacionados, dentre outros fatores, também com a sazonalidade pluviométrica. CAPES