título do resumo - Anais Unicentro

Propaganda
AQUECIMENTO GLOBAL: UMA ANÁLISE GEOGRÁFICA ACERCA DE
SUA REPERCUSSÃO
Gilmar Porochnniak (ICV-UNICENTRO), Aparecido Ribeiro de Andrade
(Orientador), e-mail: [email protected]
Universidade Estadual do Centro-Oeste/Departamento de Geografia/Irati,
PR.
Área: Ciências Humanas
Subárea: Geografia
Palavras-chave:
geográfica.
aquecimento
global,
mudanças
climáticas,
análise
Resumo:
O objetivo do presente trabalho foi fazer uma análise teórica e
empírica do conceito de aquecimento global e mudanças climáticas e em
quais fundamentos a ciência se baseia para abordar tal fato. Para tanto, foi
utilizado como instrumento de pesquisa, levantamento teórico de artigos
sobre o tema, análise de livros, revistas, jornais e sites especializados.
Como última etapa da pesquisa, foram aplicados questionários, tendo como
público-alvo, a população local e regional da região de Irati/PR, com duas
perguntas sobre aquecimento global e mudanças climáticas. Embora todos
os entrevistados alegaram conhecer o assunto, as opiniões sobre seus
impactos locais e regionais divergem, apesar da grande maioria concordar
que eles existam. Com relação às opiniões da mídia e da comunidade
científica, também não existe um consenso sobre seu impacto, mesmo que
todos concordem que esteja ocorrendo um aquecimento global com
conseqüentes mudanças climáticas. A opinião acerca dos processos que
envolvem o aquecimento global e sua repercussão não são unânimes e,
suas causas e efeitos são, em alguns casos, menosprezadas e, em outros,
ampliadas.
Introdução
Bento (2010) afirma que o termo “mudanças climáticas” foi usado pela
primeira vez em 1979, em estudo publicado pela NASA (National
Aeronautics and Space Administration). Este estudo, se referindo ao
aumento da temperatura da superfície da terra, usou o termo “aquecimento
global” e quando como sinônimo de “mudanças climáticas”. Entretanto, o
termo aquecimento global é mais antigo, pois foi utilizado pela primeira vez
pelo geoquímico Wallace Broecker em um artigo do periódico Science em
1975. Anteriormente, o termo utilizado pela literatura cientifica era
“mudanças inadvertidas do clima”. Esse termo foi abandonado após o
estudo da NASA em 1979. Portanto, o termo "aquecimento global" refere-se
à principal causa das alterações climáticas globais, com o aumento da
temperatura da terra associado ao efeito estufa.
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
As alterações climáticas regionais são conseqüências diretas ou
indiretas da elevação da temperatura média global. Aranha (2007) afirma
que a mídia confunde termos distintos como aquecimento global, mudanças
climáticas, efeito estufa e camada de ozônio. Falta aos jornalistas
conhecimento sobre como ocorre o "fazer científico". E que a impressa deve
verificar as fontes quando for dado espaço para esse ou aquele cientista. A
ciência não é perfeita e nem pode ser apontada como tal. As previsões
veiculadas na mídia são tratadas como verdades absolutas, mas se essas
previsões não ocorrerem, o público pode deixar de acreditar na ciência.
Belmont (1997) afirma que após a conferência da ONU em 1972 foi
que o meio ambiente passou a fazer parte da impressa internacional. Com a
descoberta do buraco na camada de Ozônio na década de 80, passou-se a
fazer a relação entre as atividades humanas e o aquecimento global.
A Revista Veja (2006), afirma que o ano de 2006 foi o ano que a
população tomou consciência do aquecimento global e que foi neste mesmo
ano que as reportagens sobre o aquecimento global e mudanças climáticas
começaram a fazer parte dos noticiários da mídia falada e impressa, foi a
partir daí que revistas e jornais de circulação nacional passaram a manter
colunas exclusivas para a abordagem da questão ambiental.
A Revista Época (2007) afirma que o maior encontro de cientistas
sobre mudanças climáticas chegou à conclusão de que o nosso planeta
ficará irreconhecível e que a comunidade científica afirma que o nosso
planeta esta esquentando. O relatório do IPCC (Painel Intergovernamental
sobre Mudança Climática) de 2007 faz um alerta à população mundial,
visando a tomada de medidas que possam reduzir e combater o efeito
estufa.
Essa abordagem foi fortemente contestada por Molion (2007), que
afirma que o homem não possui tanto poder para causar o aquecimento
global e o que ocorrerá será um resfriamento global. Afirma ainda, que é um
jogo de interesses dos países ricos e acrescenta que um aquecimento global
é melhor que um resfriamento. No caso do Brasil, as regiões sul e sudeste
sofreriam com a falta de chuva, ao passo que a região amazônica entraria
em um processo de seca, e os Estados produtores de soja (Tocantins, sul do
Maranhão, sudeste e leste do Pará) teriam sérios problemas com a
agricultura.
Para Aranha (2007) as manchetes sensacionalistas chamam a
atenção da população para o tema, porém causam arrepios até mesmo na
comunidade cientifica. A forma como alguns veículos de comunicação atrai a
atenção para o aquecimento global, recorrendo a imagens do urso polar
perdido em um pequeno bloco de gelo é inaceitável. O Brasil, por exemplo,
têm outras representações para os problemas tropicais, como as hipóteses
da savanização da Amazônia ou da desertificação do semi-árido nordestino.
Em termos de escala regional, o foco analítico desse trabalho foi
centrado na região de Irati, no Estado do Paraná. Os jornais utilizados foram
todos de circulação local e regional do ano de 2008. A repercussão do
aquecimento global e das possíveis mudanças climáticas fizeram com que a
mídia regional e local passasse a manter em suas colunas diárias ou
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
semanais reportagens abordando o tema e principalmente devido aos danos
econômicos que os problemas causados pelas alternâncias do clima vêm
causando. Um exemplo é o jornal Hoje Centro Sul (2008) da cidade de Irati/
PR, que traz uma reportagem intitulada “Produção de pêssego será
antecipada este ano”, atribuindo o adiantamento da florada dos pêssegos ao
calor atípico para aquela época do ano.
Pesquisa norte-americana realizada pelo Centro de Pesquisa Pew,
em 2009, revelou que a população local demonstrava ceticismo quando
questionada sobre o que pensam do aquecimento global.
No Brasil o “DataSenado” pesquisou em 2009, 81 municípios
brasileiros, sobre as questões relacionadas ao aquecimento global. Em
resposta a essa pesquisa, a população se mostrou consciente do
aquecimento global e das mudanças climáticas, tendo a maior percepção
relacionada às altas temperaturas registradas no país em algumas regiões.
Buscando apontar a visão básica da população da cidade de Irati/Pr e
região, uma pesquisa informal realizada em 2010 sobre aquecimento global
obteve como resultado as seguintes respostas: os que se propuseram a
responder o questionário, afirmaram saber o que é aquecimento global.
Porém, os habitantes das áreas rurais acreditam que as mudanças do clima
estão aparecendo em verões de temperaturas altas e invernos muito
rigorosos, e ainda citaram as fortes chuvas em alguns períodos do ano. Já a
população urbana, diz não perceber mudanças, porém em alguns dos
questionários, foram citadas fortes chuvas e enchentes que andam
enfrentando, e que não estavam acostumados, mas não relacionaram o fato
às mudanças climáticas e ao aquecimento global. No geral todos
apresentaram preocupação com o aquecimento global, e apóiam políticas
públicas voltada para o tema.
Material e método:
Primeiramente, foi elaborado um levantamento bibliográfico
pesquisado em livros, internet, artigos científicos, revistas, jornais, entre
outros meios, para dar suporte ao entendimento do tema proposto. Foi
necessário identificar a diferença entre o termo “aquecimento global” e
“mudanças climáticas”. O desenvolvimento do trabalho buscou origens das
bases usadas pela ciência para explicar o aquecimento global. Como última
etapa do trabalho, foi realizada uma pesquisa em escala local e regional, na
cidade de Irati/PR e região, que consistiu em um questionário com duas
perguntas sobre aquecimento global. Por fim, todo o material coletado, tanto
bibliográfico, como os demais meios utilizados, foram organizados e
arquivados, posteriores análises.
Conclusões
Após a análise dos textos (artigos científicos e reportagens) com o
tema aquecimento global e mudanças climáticas, notou-se que as questões
ambientais estão longe de serem resolvidas e que os cientistas e jornalistas
não são unânimes ao afirmarem que o aquecimento global está ocorrendo,
mas a grande maioria afirma que as atividades humanas têm
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
responsabilidade no que está ocorrendo.O desmatamento é apontado por
todos como um dos motivos para a aceleração do processo do aquecimento
global. Também concordam que são necessárias políticas públicas voltadas
para o controle de emissão de gases. A mídia se apresenta como um papel
importantíssimo na divulgação e principalmente, conscientização da
sociedade para a preservação do planeta. As respostas coletadas através
dos questionários, apontam que o senso comum entende que o problema é
de todos, e que existe a necessidade de ser encontrado um ponto de
equilíbrio entre a humanidade e o meio ambiente com um único objetivo a
proteção do nosso planeta, tanto na escala local, como regional, mas a
repercussão do aquecimento global e as conseqüentes mudanças
climáticas, não são sentidas por todos e nem sequer são relacionadas a
mudanças de comportamento nas questões socioeconômicas existente na
região de Irati.
Referências :
ARANHA, J. Manchetes sensacionalistas sobre aquecimento global
causam arrepios. 30/10/2007 – disponível em - acesso em 13/06/2010.
BELMONTE, R. V. Jornalismo ambiental – evolução e perspectivas.
Laboratório Ambiental de Jornalismo “Impressa e Pantanal”. Universidade
Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). Campo Grande. 1997. Disponível
em http://www.rvb.jor.br/pantanal.htm acesso em 13/06/2010.
BENTO, L. “Mudanças climáticas” ou “Aquecimento global”?.
Disponível
em
http://scienceblogs.com.br/discutindoecologia/2009/01/mudancas-climaticasou-aquecimento-global.php . Acesso em 12/06/2010.
DATASENADO, Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado
Federal – O brasileiro e as mudanças climáticas. 2009. Disponível em
www.senado.gov.br/.../Mudanças_Climaticas%20-%20nov09.pdf
Acesso
em 09/06/2010.
MOLION, Luiz Carlos. Aquecimento Global é Terrorismo Climático.
Entrevista para o jornalista Rodrigo Rangel da revista ISTO É (07/07/2007).
http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1967/artigo55150-1.html , acesso em
13/06/2010
REVISTA ÉPOCA. O mundo vai acabar? Nº. 455, 05/02/2007, (p.92 a 101).
JORNAL HOJE CENTRO SUL de “Devido ao calor a florada do pêssego
aconteceu antes do previsto” Ano VII – nº 433 . 03/09/2008.
SOUZA, O. CAMARGO, L. VEJA – 30/12/2006 – edição 1989, ano 39, nº 52,
2006.
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
Download