SOCIEDADE PROGRAMADA: A sociologia de Alain Touraine sobre a modernidade Rubia A. Ramos Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Guarulhos-SP. • Objeto: Vive-se hoje em uma fase particular da modernidade. Imperam a constante produção material e cultural, a dependência tecnológica e a sensação de que tudo já está projetado. Esta descrição corresponde aos conceitos Sociedade programada e Sujeito, importantes para a análise de Alain Touraine sobre as transformações recentes do capitalismo. Para o sociólogo francês os agentes sociais da contemporaneidade passam a se preocupar com os fins e com as utilidades do que é produzido, do mesmo modo que as novas e diferentes maneiras de manifestação coletiva indicam a emergência de um novo perfil de indivíduo social. • Objetivo: Este projeto objetiva uma análise crítica do pensamento sociológico de Alain Touraine que busca compreender a vida social da sociedade pós-industrial através dos conceitos de sociedade programada e Sujeito. Com isso, objetiva-se verificar de que forma a modernidade está sendo reconstruída, como afirma o autor, com o nascimento do Sujeito, ator da vida social. Produzir um estudo descritivo/analítico que permita, por meio do diálogo crítico entre estes conceitos, explorar a dimensão conceitual, metodológica e epistemológica dos dois conceitos chaves desta pesquisa. • Método: A realização deste estudo tem como principal método a descrição e análise sistemática de textos, publicações (livros, artigos, jornais e periódicos), na medida em que os conceitos analisados elaborem conexões causais de sentido, e quando necessário, dialogam com outros conceitos subjacentes e de outros autores. • Discussões: Para Touraine a modernidade é um projeto de esforço global, luta comum contra os valores e o modo de vida tradicionais, é a busca de melhores condições de produção e organização social, porém, seu desenvolvimento gerou contrassensos e a modernidade estaria se dirigindo para uma sociedade programada onde o Sujeito torna-se um novo objeto de estudo para a sociologia. Das transformações sofridas ao longo do processo de modernização surge um novo quadro de distintos problemas de interesse público – desigualdade social, insegurança econômica, impactos ambientais, tensões multiculturais -, que desafiam as instituições políticas e pressionam em favor de estratégias de subjetivação, projetando o Sujeito para o centro do palco social. Surge a necessidade de identificar os elementos que estruturam e compõem o ambiente social na contemporaneidade. Alain Touraine busca compreender esta nova sociedade através de conceitos próprios, construídos a partir da análise da historicidade moderna. • Resultados: Na sociedade programada o conhecimento se torna a principal força econômica produtiva e o vínculo social é concebido por redes de comunicação, onde os bens materiais perdem espaço para os bens culturais do conhecimento. As preocupações e empenho dos agentes sociais se direcionam para as finalidades e utilidades das produções culturais - como a educação, os cuidados médicos, ambientais e as informações de massa -, dando espaço para as subjetividades da experiência da vida vivida socialmente. Este novo objeto, o Sujeito, é uma dominante cultural independente das relações de classe e que ultrapassa a dicotomia burguesia versus proletariado, é uma reação aos novos dilemas da modernidade, com o potencial de ser uma importante ferramenta metodológica de Alain Touraine para indicar um possível e novo paradigma resultante do recente contexto social. • Bibliografia Básica: Touraine, Alain. Critica da Modernidade. Petrópolis: Ed. Vozes,1994. Touraine, Alain. Podemos viver juntos? Iguais e diferentes. Petrópolis: Ed.Vozes, 2003. Weber, Max. Economia e Sociedade:fundamentos da sociologia compreensiva.Brasília: Editora Universidade de Brasília,1991.