Civilização ocidental e sentido histórico - A modernidade.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de História
Textos e documentos
História da história: civilização ocidental e sentido histórico – A modernidade
José Carlos Reis
“Os eventos históricos que caracterizam a modernidade, que impuseram o princípio da
subjetividade, foram a Reforma, as Luzes, a Revolução Francesa. Em Lutero, a fé religiosa tornouse reflexiva. O mundo divino transformou-se em uma realidade instaurada por nós mesmos. O
protestantismo já recusara a autoridade da tradição e afirmara a soberania do sujeito individual.
Depois, com os iluministas, a história seria feita por um sujeito-coletivo, de forma radical,
revolucionária, à luz da Razão. Há um culto da história, que não é percebido como retrospecção,
retorno e conhecimento do passado, mas como prospecção e produção do futuro. A modernidade é
marcada pela busca do novo, do melhor e mais perfeito, que são criações do homem. O futuro é o
lugar da realização, da perfeição, da humanização. Versão secularizada da teologia cristã, a história
universal é vista como trânsito, passagem das trevas às luzes, do passado obscuro ao futuro
esclarecido. Por isso, a pressa e a aceleração do tempo. A história é resultado da ação prático-crítica
do presente. O sujeito que produz a história produz também consciência histórica, pois ele sabe o
que faz. A história racional volta a ter sentido e direção, já conhecidos antecipadamente pela
filosofia. Essa afirma que ‘o real é racional’. Para a filosofia da história, ingenuamente, a história é
representada como transparente, acessível ao conhecimento e à consciência. O processo histórico
real coincide com a marcha do espírito em busca da liberdade”.
Fonte: REIS, José Carlos. História e teoria. Historicismo, modernidade, temporalidade e verdade. Rio de Janeiro: FVG,
2003. p. 33.
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