O Mês de Elul - Shemaysrael.com

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O Mês de Elul
Escrito por Mário Moreno
Qui, 01 de Setembro de 2011 09:14
O Mês de Elul
Tempo de arrependimento
O mês de Elul é o décimo segundo mês do calendário judaico na contagem desde a Criação do
mundo (a partir de Tishrei), e o sexto na contagem que se inicia na saída do Egito (a partir de
Nissan).
O mês de Elul é mencionado apenas uma vez na Bíblia (Neemias 6:15), e uma vez nos
Apócrifos (I Macabeus 14:27).
Elul é conhecido como "o mês do arrependimento" e também como "o mês da compaixão e do
perdão", e nele preparamo-nos para os dias do julgamento - HaIamim HaNoraim, os Dias
Temíveis (desde a véspera de Rosh HaShaná até o final do Iom Kipur), nos quais "até os
peixes do mar tremem de pavor do dia do julgamento que se aproxima".
A partir do início de Elul, toca-se o shofar diariamente após a oração matutina (Shacharit),
exceto aos sábados e véspera de Rosh Hashaná, conclamando as pessoas ao
arrependimento, conforme está escrito: "Tocar-se-á a trombeta [o shofar] na cidade sem que o
povo se estremeça?" Inicialmente, o costume era tocar o shofar apenas no Rosh Chodesh Elul,
e posteriormente passou-se a tocar durante todo o mês. Os Ashkenazim costumam dizer
"selichot" - oração que contém uma sucessão de pedidos de perdão por faltas e pecados
cometidos - bem cedinho de manhã desde o motzaei shabat da última semana do ano; já os
Sefaradim começam mais cedo, a partir do dia 1° ou 15 de Elul.
No passado remoto, emissários partiam de Jerusalém às comunidades distantes, a fim de
informar o dia exato do início do mês de Elul (Rosh Chodesh Elul), de acordo com a lua nova,
para facilitar daí o cálculo das datas importantes, a partir de Rosh Hashaná (Tratado Rosh
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Hashaná I 3).
O signo do mês
O signo quee Elul representa é Virgem, conforme está escrito: "Regressa [ou: Arrepende-te], ó
virgem de Israel" (Jeremias 31:20), pois Elul é o mês do arrependimento. Durante o mês de
Elul, os habitantes de Jerusalém costumam ir orar no túmulo da matriarca Raquel, situado
perto de Belém, e os judeus de Tzfat costumam rezar e estudar Torá à beira da sepultura do
Rabi Shimon Bar Yochai, em Meron, perto de Tzfat. Durante o mês de Elul costuma-se
terminar as cartas com votos de "um bom ano". Com o correr dos anos, adotou-se o hábito de
enviar cartões de Rosh Hashaná.
Acontecimentos do mês de Elul
* 1 de Elul - No início do mês de Elul o Todo Poderoso ordenou que Moisés subisse ao monte a
fim de receber as Tábuas da Lei, tocou-se então o shofar em todo o acampamento para que
não cometessem novamente o pecado da idolatria. Por esse motivo, nossos sábios decidiram
que "tocar-se-á anualmente o shofar no mês de Elul" (Pirkei de Rabi Eliezer XLVI);
Inauguração do 1° Congresso Sionista na Basiléia (5657 - 1897); Início da 1ª Guerra Mundial
(5699 - 1939)
* 3 de Elul de 5695 (1935) - Falecimento do Rabino Avraham Itzchak HaCohen Kook, Primeiro
Rabino-Chefe e líder do Rabinato de Eretz Israel.
* 8 de Elul de 5661 (1921) - Fundação do primeiro moshav de Israel.
* 9 de Elul (1267) - Nachmanides (Rabi Moshé ben Nachman) faz aliá a Eretz Israel e
reestrutura a coletividade judaica de Jerusalém.
* 11 de Elul de 5660 (1920) - Criação do "Gdud Avodá" (Batalhão do Trabalho) com o nome de
Yossef Trumpeldor.
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* 17 de Elul - Morte dos espiões que caluniaram a Terra de Israel. Entram em vigor na
Alemanha as "Leis de Nuremberg", discriminando os judeus (5693 - 1933). Na época do
Segundo Templo este dia foi considerado dia festivo (iom tov), por terem os habitantes zelotes
de Jerusalém conseguido expulsar o exército romano de Jerusalém (Tratado Taanit).
* 18 de Elul - Shimon, o hasmoneu, foi nomeado Sumo Sacerdote, comandante do exército e
presidente (nassi) dos judeus (I Macabeus 14); Falecimento do Rabino Judá Loew ben
Betzalel, conhecido como o "Maharal de Praga", um dos maiores rabinos europeus do século
XVI (5369 - 1609).
* 24 de Elul - Falecimento do Rabino Meir HaCohen de Radin, do movimento rabínico Mussar,
um dos maiores codificadores das gerações recentes, e autor do livro "Hachafetz Chaim" (cujo
tema é a proibição de lashon hará - calúnia) e de "Mishná Brurá", que trata das quatro divisões
do Shulchan Aruch (5693 - 1933); Falecimento do Rabino Ben Tzion Meir Chai Uziel,
Rabino-Chefe e "Rishon LeTzion" (5714 - 1954).
* 25 de Elul - Dia da Criação do mundo. Segundo o Rabi Eliezer, cujos cálculos de
descendências e épocas nós aceitamos, o dia no qual foram criados o céu e a terra foi seis
dias antes da criação do homem. O homem foi criado em Rosh Hashaná, logo, o primeiro dia
da Criação foi 25 de Elul; Terminou a reconstrução da muralha de Jerusalém por Neemias, filho
de Hacalias (Neemias 5)
* 29 de Elul de 5704 (1944) - O governo do Mandato Britânico permitiu a criação da Unidade
Combatente Judaica, que representou um marco importante na organização da força defensiva
combatente em Eretz Israel.
A personalidade do mês
Rabino Judá Loew ben Betzalel (conhecido como o Maharal - iniciais de "nosso mestre o
Rabino Loew") de Praga, que faleceu no dia 18 de Elul de 5369 (1609)
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Foi um dos maiores rabinos europeus do século XVI. Estima-se que tenha nascido em Posen,
provavelmente em 1520. Estudou nas maiores yeshivot da Polônia. Foi codificador, estudioso
da Cabala e filósofo, e tornou-se famoso não só por seus conhecimentos, mas também por seu
ascetismo e piedade. Escreveu livros básicos sobre filosofia e mística judaicas. Além disso, era
matemático e amigo do astrônomo Ticho Braha.
Era também pedagogo e acentuava a necessidade de seguir um programa escolar adaptado à
idade dos alunos, condenando o costume de ensinar a crianças pequenas assuntos além de
sua capacidade de compreensão. Dessa forma, antecedeu o Gaon de Vilna, que considerava
ser necessário ensinar Torá às crianças de forma gradual e metódica, opondo-se à forma de
ensino aceita naquele tempo: início do estudo da Guemará imediatamente após o estudo do
Chumash (Pentateuco) interpretado por Rashi, sem estudar antes os Profetas, os Escritos
Hagiógrafos e a Mishná. Boa parte de suas obras constava de interpretação da Hagadá, tendo
escrito uma vasta interpretação dos diversos textos da Hagadá encontrados no Talmud.
Abordava o tema do relacionamento entre D'us e o Povo de Israel, no qual a Torá funciona
como intermediária, e a ligação entre o exílio e a redenção. Como considerava importante a
conservação da ordem natural do mundo, encarava o fato de que o povo de Israel viva fora de
sua pátria como uma conseqüência anti-natural. Nas obras que escreveu sob a influência da
Cabala, o Maharal de Praga se destaca como o defensor do Talmud e da tradição contra os
que deles duvidam, além de ser um estudioso da Cabala com inclinação racionalista-filosófica
(seguindo o exemplo de Nachmânides - Rabi Moshé ben Nachman). O pensamento do
Maharal teve grande influência sobre o movimento chassídico, sobre o Gaon de Vilna e o
rabino Avraham Itzchak HaCohen Kook. Foi rabino em diversas localidades, dentre as quais
destacam-se a Morávia, Posen e Praga (onde viveu durante seus últimos onze anos de vida).
É personagem de lendas, tanto judaicas quanto tchecas, que o descrevem como possuidor de
poderes extraordinários e capacidade de fazer milagres; uma delas é que tenha criado um
"Golem", uma imagem de homem feita de argila que tornava-se vivo quando se colocava sobre
sua testa um pedaço de papel no qual estava escrito o Nome de D'us. Quando este Nome era
retirado do "Golem", este deitava-se sobre o solo como um amontoado de argila. O "Golem"
servia o Maharal e sua função era impedir as ações e intenções dos inimigos do Povo de Israel
que pudessem prejudicar os judeus. Uma vez, o Maharal esqueceu-se de retirar de sua testa o
papel com o Nome de D'us, e então o "Golem" revoltou-se e pôs em perigo toda a cidade. É
importante destacar que os não-judeus também admiravam o Maharal de Praga, e depois de
sua morte ergueram um monumento em sua memória diante da Prefeitura de Praga.
A história do mês
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Rabino Avraham Itzchak HaCoehn Kook z"l, que faleceu no dia 3 de Elul de 5695 (1935) Um
turista judeu americano foi à residência do Rabino-Chefe de Israel, Rabino Avraham Itzchak
HaCohen Kook, a fim de receber dele uma bênção antes de sua partida de volta à América.
Quando o rabino perguntou-lhe se havia feito algo pelo bem de Eretz Israel, o turista
respondeu: - Infelizmente, não fiz nada, nem quero fazer. Passei por alguns novos moshavim e
kibutzim e não encontrei nem sequer um pioneiro sionista que coloque tefilin. O rabino deu um
profundo suspiro e respondeu-lhe: - Realmente, é muito doloroso ver judeus que não colocam
tefilin, mas por que o senhor reclama deles, quando o senhor mesmo não coloca. O judeu
americano enrubesceu e empalideceu ao mesmo tempo, e quase chorando perguntou ao
rabino:
- Mas como? Por acaso o honrado rabino pensa que eu também não coloco tefilin? - D'us me
livre de pensar tal coisa, respondeu o rabino. Realmente, os pioneiros não colocam tefilin, mas
o senhor não coloca as mãos nem num azulejo nem num tijolo para construir e povoar a Terra
de Israel; e é sabido que esta mitzvá tem o mesmo valor que toda a Torá...
Artigo extraído da WEB Judaica
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