CORREIO RIOGRANDENSE - Caxias do Sul, 24 de julho de 2013 Rui Carlos Ottoni, da CNA, sobre a Helicoverpa armigera F Grãos 12 - Agricultura Pragas exóticas impactam a safra A safra agrícola 2013/2014, estimada pelo IBGE em 185,7 milhões de toneladas, poderá ser fortemente impactada devido à grande incidência de três pragas exóticas de difícil controle. A lagarta Helicoverpa armigera, a mosca branca e a ferrugem asiática são invasoras que ainda estão fora do controle dos produtores e afetam a produtividade de culturas como as da soja, algodão, feijão e milho. A que mais tira o sono do agricultor é a lagarta Helicoverpa armigera. Em todo o mundo, chegam a US$ 5 bilhões os custos anuais com controle e perdas de produção em função dessa lagarta. É o que aponta o estudo publicado recentemente pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Fundação Mato Grosso. Na Índia e China, nada menos que 50% dos inseticidas utilizados visam o controle desta praga. Na Espanha, a Helicoverpa armigera é uma das pragas mais nocivas ao cultivo de tomate para a indústria. A espécie apresenta ampla distribuição geográfica, sendo registrada na Europa, Ásia, África e Oceania. A primeira ocorrência de H. armigera no Brasil foi em janeiro de 2013, quando foram coletados insetos em Goiás, atacando cultivos de soja; no Mato Grosso, atacando algodão; e Bahia, em soja. “É possível que esta praga esteja disseminada por todo o Brasil”, observa o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas, da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Rui Carlos Ottoni Prado. Divulgação/CR Helicoverpa armigera, mosca branca e ferrugem asiática são invasoras fora do controle Feijão está entre as culturas atacadas pelas pragas, principalmente a H. armigera larvas da espécie H. armigera foram encontradas “em mais de 60 espécies de plantas cultivadas e silvestres e em cerca de 67 famílias hospedeiras” no mundo. “É uma espécie extremamente polífaga [...] podendo causar danos a diferentes culturas de importância econômica, como o algodão, leguminosas em geral, sorgo, milho, tomate, plantas ornamentais e frutíferas”, diz a publicação. Isso dificulta muito o controle, pois a H. armigera pode facilmente migrar para “hospedeiros alternativos nas proximidades agrícolas”. Essas plantas “assumem papel decisivo na dinâmica sazonal dos insetos, Hospedeiras - O estudo pu- pois podem dar suporte à permablicado pela UFG relata que as nência de populações das pragas.” As lagartas de H. armigera se alimentam de folhas e caules, contudo, têm preferência por brotos, inflorescências, frutos e vagens, causando danos tanto na fase vegetativa quanto reprodutiva” afirma a pesquisa. “O período larval é constituído por 5 a 6 instares e pode durar de 2 a 3 semanas, dependendo das condições climáticas, e, no último instar, a lagarta possui de 30 mm a 40 mm de comprimento e coloração variando do verde ao amarelo claro, marrom avermelhado ou preto”. Mobilidade - De acordo com o levantamento, a praga “pode se dispersar com grande facilidade, pois os adultos são migrantes na- turais e apresentam movimento de longo alcance, podendo chegar a 1.000 km de distância”. Além, disso, tem alta capacidade de sobrevivência, mesmo em condições adversas, podendo completar várias gerações ao ano e finalizando o seu ciclo de ovo a adulto no período de quatro a seis semanas. “Essa praga possui alto potencial reprodutivo, sendo que cada fêmea tem a capacidade de ovipositar de 1.000 a 1.500 ovos, sempre de forma isolada, sobre talos, flores, frutos e folhas, preferencialmente no período noturno. Para a postura, prefere a face adaxial das folhas (parte superior) e superfícies pubescentes (coberta por pelos)”, explica o estudo. Produtores usam vespa no combate Produtores rurais do Brasil estão recorrendo a vespas do gênero Trichogramma spp para combater a Helicoverpa armigera. O inseto é minúsculo (tem 0,25 mm de comprimento), e impede que as lagartas nasçam parasitando as larvas recém postas. “A mariposa coloca o ovo na plantação. A vespa encontra esse ovo e deposita o seu dentro dele. Assim, nascerá uma vespa em vez de outra lagarta”, explica Diogo Rodrigues Carvalho, engenheiro agrônomo em Piracicaba (SP). As vespas são multiplicadas em laboratório, e transportadas em forma de pupa acondicionadas em cápsulas dentro de cartelas. “Os insetos são enviados para o cliente dois dias antes do nascimento”, diz. Segundo o agrônomo, as vespas do gênero Trichogramma combatem lagartas na soja, milho, algodão e cana-de-açúcar em todo o Brasil. Carvalho garante que não há chance de infestação destes insetos, pois eles atacam somente ovos de borboletas e mariposas. Quando essas são eliminadas, a população de vespas acaba diminuindo por falta de hospedeiros. “Quando a colheita é realizada, as vespas acabam sendo retiradas com a plantação”, conclui. F Milho Uma larva que ataca a raiz do milho preocupa os produtores sulinos: a diabrótica, uma das principais pragas da cultura, também conhecida como vaquinha, patriota ou brasileirinho. Suas larvas são subterrâneas e se alimentam das raízes, danificando-as e reduzindo a capacidade de absorção de água e nutrientes e aumentando o tombamento das plantas. Na cultura, a fase larval da diabrótica é a mais prejudicial, pois é após a eclosão das larvas no solo que elas buscam por alimento (nesse caso, a raiz do milho). Como esse ataque ocorre abaixo do nível do solo, nas raízes, na maioria das vezes sua presença não é percebida. As larvas têm cor esbranquiçada, corpo cilíndrico e as extremidades pretas. “No Embrapa/Divulgação/CR Larva da diabrótica afeta até 50% da produtividade Larva da diabrótica é subterrânea e se alimenta das raízes Brasil, existem poucos estudos sobre como combater o problema”, ressalta PauloViana, da Embrapa Milho e Sorgo. Quanto mais as larvas se desenvolvem, mais graves e visíveis são os danos. Com a presença de chuvas e ventos fortes, as raízes danificadas não conseguem sustentar a planta e ocorre o tombamento, sintoma conhecido pelos agricultores como ‘pescoço de ganso’. “Quando isso acontece não há mais medidas para controlá-la”, diz. O impacto que a larva causa na produtividade varia de acordo com os danos na raiz. As perdas diretas podem ser de 5% a 50%. Região Sul é a mais afetada A região Sul é mais afetada pela diabrótica, pois tem o solo rico em matéria orgânica e retém mais umidade, o que favorece a biologia das larvas. Além disso, características de clima e rotação de culturas favorecem o aparecimento da praga. “Em solos secos e bem drenados, como é o caso do cerrado, a diabrótica tem dificuldade para sobreviver”, explica Paulo Viana, da Embrapa Milho. O pesquisador recomenda o controle preventivo. “Independente de medidas de controle ter ou não sido tomadas, o monitoramento da incidência de adultos nas primeiras semanas após a emergência das plantas, e da sobrevivência larval é estratégico”, conclui. Da Terra Recursos hídricos O XX Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos acontece em Bento Gonçalves, de 17 a 22 de novembro. O tema central é Água, Desenvolvimento Econômico e Socioambiental. A promoção é da Associação Brasileira de Recursos Hídricos. Simpósio/nutrição Bento Gonçalves também está sediando, até 27 de julho, no Fundaparque, o II Simpósio de Nutrição Animal. Veterinários e outros acompanham as novidades do setor. “O tratamento requer uso contínuo de remédios contra a inflamação e alteração de hábitos; então, o sucesso depende também do paciente.” Eduardo Brambilla, médico colo proctologista 9 - Saúde F Intestino F Pneumonia Diarreia nem sempre é virose Principal causa de internação Mudança do hábito intestinal e dor abdominal devem ser investigadas Nem sempre dor de barriga e diarreia são sinônimo de virose. Diarreia por mais de duas semanas, às vezes com sangue nas fezes, e dor abdominal, associadas a cansaço e perda de peso podem ser sinais de uma doença inflamatória intestinal: retocolite ulcerativa ou também doença de Crohn. O problema é que a maioria das pessoas desconhece essas enfermidades e não dá a devida importância a esses sintomas. Pesquisa realizada recentemente em seis capitais brasileiras revela que 46% das pessoas que sentem dor abdominal preferem se automedicar; na presença de diarreia frequente, 61% se automedicam ou recorrem a remédios caseiros; e mesmo quando há sangue nas fezes, 39% preferem “esperar passar”. “A maioria das pessoas que apresenta diarreia e dor abdominal julga tratar-se de uma virose, mas o quadro viral é autolimitado, ou seja, os sintomas desaparecem em cerca de sete dias”, observa o médico caxiense Eduardo Brambilla, colo proctologista. “Diarreia por mais de duas semanas não é virose, principalmente se for acompanhada de cansaço e perda de peso”, afirma. “É preciso prestar atenção à mudança no hábito intestinal, que sinaliza que algo não está bem”, completa. É justamente este o mote da campanha desenvolvida pelo Grupo Doenças inflamatórias intestinais Sinais - Diarreia persistente - Sangue nas fezes - Dor abdominal - Cansaço - Perda de peso F Doença de Crohn: pode afetar uma ou mais partes do aparelho digestivo, da boca ao ânus F Retocolite ulcerativa: afeta o intestino grosso F Mais informações: www.gediib.org.br de Estudos de Doenças Inflamatórias Intestinais (GEDIIB) e Federação Brasileira de Gastrenterologia: “Seu intestino mudou?”. A campanha prevê distribuição de material informativo à população e seminários para atualização médica. As doenças inflamatórias intestinais costumam se manifestar entre os 15 e os 30 anos de idade e atingem homens e mulheres indistintamente. O diagnóstico é feito com base no histórico clíni- co dos pacientes, exames de sangue e de imagem. “Sem tratamento, tanto a doença de Crohn quanto a retocolite ulcerativa vão evoluindo e podem causar complicações, como anemia, estreitamento do intestino, necessidade de intervenção cirúrgica e até câncer”, alerta Brambilla. Também podem acarretar, secundariamente, problemas nas articulações, nos olhos, na pele e no fígado. São doenças graves, que não têm cura, mas podem ser controladas com tratamento. “O tratamento requer uso de remédios contra a inflamação pelo resto da vida e inclui alteração de hábitos, como parar de fumar e adotar uma dieta saudável; portanto, o sucesso depende também do comprometimento de cada paciente”, explica o médico. “Tanto a doença de Crohn quanto a retocolite trazem importantes consequências físicas e emocionais, comprometendo significativamente a qualidade de vida dos doentes”, observa Sender Miszputen, presidente de GEDIIB. “Nos casos mais graves, podem levar à incapacitação física e à necessidade de cirurgia no intestino e reto”, esclarece o médico. “Porém, ambas podem ser controladas se diagnosticadas precocemente e tratadas de forma adequada, evitando-se as cirurgias”, afirma. A doença de Crohn pode afetar uma ou mais partes do aparelho digestivo, da boca ao ânus, e a retocolite ulcerativa restringe-se ao intestino grosso. Apesar da origem desses males ser desconhecida, sabe-se que pode haver predisposição genética e que o meio ambiente exerce papel importante. Pesquisa europeia revela que as doenças inflamatórias intestinais cresceram 15 vezes nas últimas décadas nos grandes centros urbanos. F nutrição Romã protege contra Alzheimer Especialistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, descobriram que a romã protege o cérebro e que esse potencial está na casca. Ela concentra compostos bioativos capazes de inibir a enzima causadora da degradação da acetilcolina, neurotransmissor decisivo nas funções cognitivas, como a retenção da memória. Níveis baixos desse mensageiro químico estão associados, por sua vez, à doença de Alzheimer. A casca também atua na proteção ao cérebro de maneira geral, evitando reações de oxidação comuns no processo de envelhecimento. No que se refere ao combate aos radicais livres, a casca ganha disparado da polpa, com capacidade antioxidante 85 vezes maior. A dica é aproveitar a casca em infusão ou triturada, para salRomã tem poder de combater os radicais livres picar em salada e iogurte. BODAS DE OURO Leonildo e Júlia Gasparin celebraram no dia 25 de maio os 50 anos de matrimônio. Brindaram na capela de São Valentim, Veranópolis. A festa reuniu os filhos Lucilda, Renato, Rosane, Nélvio Paulo, Juliano, frei Marcelo, genros, noras, netos, bisneta, parentes e amigos. “Dê-me a tua mão e não me importarei com a distância a ser percorrida, seguiremos juntos até onde existir vida”. Divulgação/CR “É possível que esta praga esteja disseminada por todo o Brasil.” CORREIO RIOGRANDENSE - Caxias do Sul, 24 de julho de 2013 Espirros e tosse. Esses são alguns sintomas clássicos que aumentam perceptivelmente com a chegada do frio. As temperaturas mais baixas fazem com que 73% dos atendimentos realizados nos prontos-socorros sejam por conta de exacerbações de doenças respiratórias crônicas, como rinite e asma; ou agudas, como sinusite, gripe e pneumonia. A pneumonia é uma infecção nos pulmões causada por bactérias, vírus, fungos e outros micro-organismos infecciosos. Acontece quando os alvéolos, onde ocorre a troca gasosa, se enchem de muco e demais líquidos impedindo que o processo ocorra naturalmente. De acordo com o Banco de Dados do Sistema Único de Saúde, a doença atinge cerca de 2 milhões de brasileiros e entre 15% e 40% dos casos precisam de internação. Esse índice classifica a pneumonia como a primeira causa de internação nos hospitais e a quarta causa de morte no Brasil. Alex Macedo, mestre em Pneumologia pela Universidade Federal de São Paulo explica que a doença pode ser identificada quando o paciente apresenta sintomas como dor no tórax, tosse com secreção, febre alta, falta de ar, calafrios, falta de apetite, entre outros. “Muitas vezes, a pneumonia é desencadeada a partir de uma gripe ou resfriado, comuns nessa época do ano devido às alterações de clima e a concentração de pessoas em locais fechados”, diz. “É preciso ficar atento aos sintomas e procurar um médico para um diagnóstico correto”, recomenda. Uma vez identificada a pneumonia, é importante iniciar o tratamento o quanto antes, o que aumenta as chances de não precisar de internação. Ingerir bastante líquido e se alimentar de maneira adequada ajuda a prevenir. Dessa forma, o sistema de defesa do organismo funciona melhor, dificultando a contração das doenças de inverno. Evitar locais fechados e com muitas pessoas nessa época é outra dica, pois a falta de ventilação aumenta as chances de transmissão das doenças típicas da estação fria. Bodas de Ouro Frederico e Cleni Fabian Frederico Fabian nasceu na Comunidade do Gramado, no dia 27 de novembro de 1937. Cleni Fabian �lha de Helena e Arlindo Giaretta, nasceu na Comunidade São João Giaretta no dia 05 de julho de 1944. Se casaram no dia 18 de maio de 1963 na Paróquia Nossa Senhora da Salete. Do casamento tiveram 5 �lhos: Alcir, Sidinei(in memoriam), Flávio, Lindomar e Laércio. Os �lhos formaram quatro famílias, com as noras: Silvia, Ingrid, Cleide, Eliane e os netos(as): Jéssica, Matheus, Gisele, Eloísa, Larissa, Eduardo e uma futura neta. Parabéns e que Deus continue nos abençoando! A missa de ação de graças foi realizada dia 18 de Maio de 2013 na Cap. São Francisco de Assis, Linha Gramado, Paulo Bento, RS e presidida pelo Bispo Dom Frei José Gislon.