Revista do

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Revista do
edição 2
-
maio / 2009
-
www.hcor.com.br
A música
que toca
o coração
Estudo revela que
a musicoterapia
é uma forte
aliada da saúde
cardiovascular
Fumo
Saiba o que sua saúde
tem a ganhar com a
proibição do cigarro
em locais públicos
A saúde que
vem dos
alimentos
Conheça os
benefícios dos
alimentos funcionais
e aprenda como
utilizá-los na
prevenção de
doenças
Ruslan Gawriljuk auxilia na recuperação de pacientes com os acordes de seu violino
O ritmo
para um
coração
saudável
D
iz um velho ditado popular
que a vida imita a arte, que
por sua vez, às vezes também imita a vida. Porém essa relação
vai muito mais além quando falamos
da Musicoterapia, que é a utilização
da música e de seus elementos como
ritmo, melodia e harmonia para auxiliar na cura de doenças e no processo
de recuperação de pacientes.
Esse é o assunto da matéria de capa
da segunda edição da Revista do Coração.
Vamos conhecer a história do ex-bailarino russo Ruslan Gawriljuk que há 12
anos passou por um problema cardíaco
e desde então passou a fazer dos acordes
de seu violino seu principal aliado para
vencer a doença.
Você sabe o que são os alimentos
funcionais? Preparamos uma matéria
especial explorando o mundo desses alimentos, destacando os benefícios para a
saúde e preparamos ainda um cardápio
especial para que você também possa se
beneficiar e prevenir doenças.
Nesta edição você acompanha
também uma entrevista com o Dr. José
Eduardo Sousa, diretor médico do
HCor – Hospital do Coração de São
Paulo. O cardiologista ganhou destaque tanto no cenário nacional quanto
internacional devido ao seu pioneirismo na colocação de stents (pequenas
próteses metálicas).
Apresentaremos também dicas de
exercícios físicos para pacientes pós-infarto, revelaremos o malefício do tabagismo com foco em determinadas especialidades como urologia, gastroenterologia,
pneumologia e cardiologia, além de outras matérias relacionadas à saúde com
foco na prevenção de doenças.
ÍNDICE
Entrevista
4
Dr. José Eduardo Sousa
Prevenção começa na infância
Alimentos funcionais
Quais as opções para tornar sua dieta mais saudável
Expediente
6
Cardiologia e
Medicina Fetal
8
Diagnóstico precoce pode evitar problemas
com o feto durante a gestação
A Revista do Coração é uma publicação trimestral
do HCor - Hospital do Coração - Associação do
Sanatório Sírio
Conselho Diretor:
Presidente: Antonio Carlos Kfouri
Conselho Editorial:
Antoninho P. Rossini, Celso Piva, Dr. Ibraim Pinto,
Geraldo DeBrito, Jorge André Bacha dos Santos, Dr.
Luiz Henrique de Almeida Mota, Dr. Pedro Mathiasi
Neto, Silvana Castellani
Jornalista Responsável e Editor:
Ronald Nicolau - MTB 23.068
Coordenação Geral:
Gerência de Marketing e Comunicação do HCor
Prevenção secundária
10
Como a atividade física pode auxiliar na
recuperação de pacientes infartados
Produção Editorial:
Target Consultoria em Comunicação Empresarial
Tel.: (11) 3063-0477
Redação:
Rafael Ernandi e Rodrigo Ferrari
Projeto Gráfico e Direção de Arte:
YM Estudio Grafico (11) 3283-5040 e
DeBrito Propaganda Tel.: (11) 3897-7444
Fotos: Roberto Loffel
Impressão: YM Estudio Gráfico
No ritmo do coração
Pesquisa revela que a música pode ajudar a
combater problemas cardiovasculares
Associação do Sanatório Sírio - Hospital do Coração
Diretora Presidente:
Ivone Sallum Maksoud
Diretoria do HCor – Hospital do Coração
Diretor-Geral:
Prof. Dr. Adib Jatene
Diretor Clínico:
Prof. Dr. Luiz Carlos Bento de Souza
14
Diretor Médico:
Prof. Dr. José Eduardo M. R. Sousa
Diretor Administrativo:
Luciano Joacyr Chuahy
Dicas Médicas
Quais os riscos que os medicamentos para disfunção
erétil podem provocar em pacientes cardíacos
17
Superintendente Corporativo:
Antonio Carlos Kfouri
Superintendente de Desenvolvimento, Relações
Institucionais e Filantropia:
Dr. Luiz Henrique de Almeida Mota
Superintendente de Operações:
Jorge André Bacha dos Santos
Correspondência:
Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147
CEP 04004-030 – Paraíso – São Paulo – SP
A/C: Depto. de Marketing
Tel.: (11) 3053-6611
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e-mail: [email protected]
Prevenção começa na infância
O
cardiologista e pesquisador José
Eduardo Sousa, diretor médico
do HCor – Hospital do Coração
é um nome de destaque no cenário da cardiologia mundial. Sousa, que foi o primeiro médico
do mundo a implantar stent em humanos, já
mereceu lugar de destaque na mais respeitada
revista de cardiologia, a “Circulation”, editada
nos Estados Unidos, além de virar notícia em
importantes jornais como The New York Times,
Wall Street Journal e Chicago Tribune. O feito
que o levou a essa projeção nacional e internacional na comunidade científica foi a criação
do stent farmacológico (pequena prótese metálica recoberta por medicamentos), uma técnica inédita para a contenção da aterosclerose
(processo de obstrução das artérias coronárias,
responsáveis pelo fornecimento de sangue, nutrientes e oxigênio para o músculo cardíaco).
A pesquisa desenvolvida por Sousa trouxe
alento a um grande número de pacientes. Em
2001, sua linha de pesquisa foi considerada
pela American Heart Association como a mais
relevante entre todas desenvolvidas no mundo
em cardiologia. Nesta entrevista, o diretor médico do HCor fala sobre os novos desafios da
cardiologia e os avanços da área.
ticos, de hipertensos e de casos de infartos na
família. Como também observaram o peso
dessas pessoas e o hábito da prática esportiva.
Então todos os pacientes registrados, alguns
R.C. - Foi nessa época que começaram os
avanços mais incisivos na cardiologia?
J.E.S. - Com a definição dos fatores de risco apareceu simultaneamente a coronariografia,
(exame de detecção precoce) o que fez com que
o médico cardiologista passasse a ter duas armas
importantes no combate à doença. O diagnóstico precoce agora era possível com a coronariografia, já que na época não se tinha nenhum método forte para identificar o problema cardíaco.
A não ser quando o paciente tinha um infarto
que o eletrocardiograma revelava e também os
fatores que levavam a doença. Então, a primeira
fase de reconhecimento das disfunções cardíacas
ocorreu no início da década de 60.
R.C. - E os avanços na parte terapêutica?
J.E.S. - A parte terapêutica veio posteriormente. Discutia-se o que fazer com aquela lesão,
com aquela doença. O que fazer para contornar
os problemas da obstrução e os hábitos dietéticos, de postura, de exercícios, que poderiam
fazer com que a doença entrasse num processo
não evolutivo. Então, nós temos que considerar esses aspectos evolutivos: as mudanças dos
hábitos alimentares, a eliminação do fumo, a
prática de exercícios e o combate à obesidade.
Revista do Coração - Quando começaram os
avanços nos tratamentos na área da cardiologia?
Hoje a doença é
manejada pelo médico de
uma forma totalmente
diferente do que 40 anos
atrás. A doença coronária,
quando o indivíduo
não tinha infarto, só era
detectada na autópsia
R.C. - O surgimento da cirurgia modificou este cenário?
José Eduardo Sousa - Um dos grandes
avanços da cardiologia foi obtida no início da
década de 60, quando o Instituto Nacional
de Saúde dos Estados Unidos realizou uma
pesquisa no estado de Massachusetts, na cidade de Framingham. O Instituto enviou
para esta cidade pesquisadores americanos
qualificados que fizeram um estudo com a
população adulta da cidade. Eles verificaram
e dosaram nesses pacientes as gorduras sanguíneas, obtiveram eletrocardiograma, a história clínica dos pacientes e essencialmente os
dados familiares, como a presença de diabé-
com doenças coronárias e outros não, eram
considerados normais. A partir daí, fizeram
uma evolução por cerca de dez anos e concluíram que os pacientes que desenvolveram doença coronária ou que apresentaram infarto
do miocárdio foram aqueles que tinham um
histórico familiar de doença coronária, que
eram obesos, diabéticos, hipertensos, fumantes e tinham uma vida sedentária associada
ao stress. Então, pela primeira vez na história
da medicina, foram constatados os fatores de
risco que causam a doença.
J.E.S. - A cirurgia apareceu no fim da década de 60 com a realização da ponte de safena, o que foi sem dúvida um grande impacto.
Os remédios utilizados naquela época não são
mais utilizados atualmente, pois tinham um
poder terapêutico muito pequeno. Ninguém
sabia que a aspirina funcionava, não existia
a estatina, não existia quase nada. Quando
detectada a doença, o paciente sabia que teria uma sobrevida curta, pois pouco se sabia
sobre o tratamento. Não se identificava direito a doença e não tinha um bom tratamento
terapêutico. Com a cirurgia, apareceram duas
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Revista do CORAÇÃO
drogas muito importantes: os vasodilatadores
(nitratos) e a utilização dos betabloqueadores
no tratamento da doença. Elas tiveram um
grande impacto e apresentaram um resultado
muito positivo. Posteriormente, apareceram
os antagonistas de cálcio, como um apoio terapêutico muito expressivo, porque o cálcio é
que bloqueia a artéria.
R.C. - E a angioplastia, quando surgiu?
J.E.S. - No fim da década de 70 apareceu
a angioplastia coronária, conhecida como a
técnica do balão, que trouxe um aporte importante no tratamento da doença coronária, mas
com limitações, pois em 50% dos pacientes a
obstrução retornava. E a técnica do balão tinha
limitações técnicas e causou um impacto muito
pequeno na redução das cirurgias. Então, paralelamente, a terapêutica com os medicamentos
teve uma evolução impressionante. Apareceram diversas drogas para tratar o distúrbio
das gorduras, do colesterol e do triglicérides.
As estatinas foram um avanço terapêutico
muito importante, além dos antiplaquetários
representados pelas aspirinas e a utilização dos
stents, na década de 90.
R.C. - Como foi vista pela classe médica a
implantação do stent?
J.E.S. - No fim da década de 90, a implantação do primeiro stent farmacológico
foi uma revolução na cardiologia. Houve um
real impacto na especialidade, pois antes deste tipo de stent o índice de recorrência era de
50% e com o stent farmacológico caiu para
menos de 5%. Com os stents não farmacológicos a redução era de 20%.
R.C. - E qual a importância dos métodos
não invasivos?
J.E.S. - No fim da década de 80, surgiram
os métodos de diagnósticos da doença coronária não invasivos, que foram de enorme im-
E N T R E V I S TA
portância, entre eles os testes ergométricos, a
medicina nuclear e mais recentemente, no fim
da década de 90, a tomografia multislice. Então, hoje a doença coronária é manejada pelo
médico de uma forma totalmente diferente do
que 40 anos atrás. A doença coronária, quando
o indivíduo não tinha infarto, só era detectada
na autópsia. O infarto você diagnosticava porque tinha o eletrocardiograma. Acontece que a
maioria das pessoas tinham doença coronária,
mas o eletro não mostrava. Agora a realidade
é totalmente diferente. O eletro era o exame
máximo naquela época.
R.C. - Houve muita resistência da classe
médica?
J.E.S. - Foi assim com todos os avanços na
cardiologia. Para abrir um tórax para implantar uma ponte de safena, era uma guerra. Muitos cardiologistas conservadores acham isso um
absurdo. O índice de mortalidade sempre foi
aceitável. No início das cirurgias não se pegavam casos complexos como são tratados hoje.
Em muitos casos, o stent substitui facilmente
a cirurgia. Essas coisas são muito normais em
medicina. É muito difícil a tecnologia ser aceita de início. Sempre tem alguém que se opõe,
mas o tempo vai passando e eles reconhecem
que coisas importantes podem ser feitas.
R.C. - Qual o balanço dos pacientes que
receberam o stent?
J.E.S. - No HCor, nós estamos com 2.500
pacientes e 4 mil stents implantados. Esses
doentes estão sendo seguidos por seis anos e
o que é mais importante: dos 2.500 pacientes,
somente 15 precisaram de cirurgia. Apesar da
pessoa ter hábitos saudáveis, como parar de fumar, controle de peso e alimentação saudável,
a doença coronária pode aparecer, pois é uma
doença evolutiva. Só que não é evolutiva como
era antes, pois com essas medidas atuais conseguimos frear essa evolução.
R.C. - E no quadro nacional, como está o
número de stents implantados?
J.E.S. - Aqui no Brasil precisamos considerar dois aspectos: nós temos os pacientes
do SUS, que não recebem esses stents devido
ao custo e os pacientes que têm seguro saúde.
Nós temos mais de 40 milhões de brasileiros
que têm seguro saúde. Os outros mais de 100
milhões são vidas que dependem do SUS, que
não cobre a aplicação dessa técnica. Só para se
ter uma idéia, nos Estados Unidos, 65% dos
pacientes recebem o stent.
R.C. - A doença está crescendo entre os
jovens ?
J.E.S. - Hoje se diagnostica a doença em
jovens também, que são aqueles que têm outros membros na família com a doença coronária. Isso é um fator de extrema importância.
Quem tem fatores genéticos de risco precisa
desde cedo cuidar dos hábitos alimentares, da
prática de exercícios e da realização de exames
cardiológicos constantes para diagnosticar de
maneira correta a doença.
Quando existe um histórico familiar, o indivíduo deve ter um padrão de vida de acordo com
a orientação médica desde criança para adquirir
o hábito sadio. Quando na família não há o histórico, o acompanhamento pode começar a partir dos 30 anos, com testes não invasivos, como
o teste ergométrico, a tomografia e os dados bioquímicos, como o de volume de colesterol.
R.C. - Com os avanços que temos, é possível
dizer que a doença coronariana pode ser evitada?
J.E.S - Hoje ainda é impossível você evitar a
existência de doença coronária. É claro que se a
gente falasse há quarenta anos os procedimentos que são realizados hoje, seria um impacto.
Tudo está evoluindo muito rápido. Hoje já é
possível um controle melhor e conviver com a
doença, mas zerar a possibilidade de desenvolver a doença ainda é impossível.
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Saúde à mesa
Se consumidos todos os dias e na quantidade certa, os alimentos funcionais como aveia, soja, suco
de uva e azeite de oliva podem prevenir doenças
N
ão há dúvidas de que a alimentação
exerce papel fundamental no desenvolvimento de doenças coronarianas e que uma dieta adequada e balanceada
pode atenuar seu desenvolvimento. Por esse
e outros motivos o conceito de alimentação
saudável está mudando. Mais do que adotar
uma dieta balanceada e aumentar o consumo
de produtos saudáveis, a tendência é descobrir
o que os alimentos podem oferecer além dos
nutrientes.
Melhorar a imunidade, regular a pressão arterial e reduzir o colesterol são alguns
benefícios alcançados com um cardápio
balanceado. Quando, além de nutrir, um
alimento é capaz de oferecer algum benefício à saúde de quem o consome, ele é chamado funcional.
Entre os principais mitos que envolvem
a alimentação funcional o principal é achar
que somente a alimentação pode curar doenças. O correto é dizer que as propriedades
funcionais encontradas em determinados
alimentos diminuem o risco de desenvolver
problemas de saúde. Outro mito é comparar a ação dessas substâncias ao efeito produzido pelos medicamentos, que tratam a
doença imediatamente, ao contrário dos alimentos que têm como função a prevenção.
Outro fato que é de extrema importância e não podemos ignorar é o estilo de
vida que levamos. Não adianta incluir esses
alimentos em nosso cardápio se o consumo
de doces, enlatados e fast food é alto. Sem
contar ainda outros fatores, como o sedentarismo e o fumo (veja matéria pág. 12), que
não fazem parte de uma vida saudável. Numerosas pesquisas foram publicadas sobre
os efeitos de dietas suplementadas com os
mais conhecidos alimentos funcionais, que
são o óleo de peixe, fitosteróis, azeite de oliva, fibras, soja e flavonóides, na prevenção
e tratamento das doenças. De acordo com
a gerente de nutrição do HCor, Rosana Perim, esses alimentos, quando consumidos
regularmente em quantidades adequadas,
podem prevenir o aparecimento de algumas
doenças crônico-degenerativas, cardiovasculares e até mesmo o câncer. Uma vez que
a doença cardiovascular continua sendo a
principal causa de mortalidade no mundo,
pesquisadores estão à procura de novas alternativas e suplementos à terapia convencional para prevenir e tratar esta doença.
“O consumo regular de soja, azeite de oliva,
suco de uva, aveia, margarina com fitosteróis e peixes pode oferecer para indivíduos
sadios e também para pacientes uma melhora na qualidade de vida e prevenção de
várias doenças”, explica a nutricionista.
Conheça os alimentos
funcionais
Óleo de peixe (ômega-3)
Os ácidos graxos ômega-3 podem
promover a redução do perfil lipídico,
principalmente diminuindo o nível de triglicérides e também outros efeitos cardiovasculares, como reduzir a viscosidade do
sangue, promover relaxamento das artérias
coronárias, redução da pressão arterial e
ação antiarrítimica. Os principais peixes
ricos em ômega-3 são: cavala, arenque, sardinha, salmão, atum e truta.
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Revista do CORAÇÃO
N u trição
Dentre os principais mitos que envolvem a alimentação funcional o
principal é achar que somente a alimentação pode curar doenças
Fitosteróis
Os fitosteróis, também conhecidos como
esteróis vegetais, são compostos naturalmente presentes em óleos vegetais, nozes, feijão,
legumes e verduras. Estudos clínicos realizados durante algumas décadas demonstraram
que os fitosteróis reduzem significativamente
a absorção e consequentemente os níveis de
colesterol, quando consumidos regularmente, associados a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Atualmente,
podemos encontrar uma linha de alimentos
funcionais enriquecida com fitosteróis, como:
creme vegetal, iogurte e bebida láctea.
Fibras
São carboidratos complexos, não absorvidos pelo intestino, com ação reguladora na
função gastrointestinal. São classificadas, de
acordo com sua solubilidade em água, em
solúveis e insolúveis. As fibras solúveis são
representadas pela pectina (frutas) e pelas
gomas (aveia, cevada e leguminosas: feijão,
grão de bico, lentilha e ervilha), reduzem o
tempo de trânsito gastrointestinal e ajudam
na eliminação do colesterol. As fibras insolúveis não atuam nos níveis de colesterol,
mas aumentam a saciedade, auxiliando na
redução da ingestão calórica.
Soja
A soja tem sido alvo de muitos estudos e
sua eficácia é comprovada quanto ao seu efeito em reduzir os níveis de colesterol sanguíneo. As principais fontes de soja na alimentação são: feijão de soja, óleo de soja, queijo
de soja (tofu), molho de soja (shoyo), farinha
de soja, leite de soja e o concentrado protéico
Exemplo de cardápio com alimentos funcionais
Refeição
Alimentos
Quantidade
Café da
manhã
Mamão papaya com
Cereal matinal a base de aveia
Café com leite desnatado
Pão integral com margarina
Queijo branco
½ unidade
1 colher de sopa
1 xícara
2 fatias
1 fatia
Almoço
Salada de folhas com tomate e queijo tofu
Arroz integral
Feijão
Filet mignon grelhado
Suflê de espinafre
Salada de frutas
Suco de uva
à vontade
4 colheres de sopa
1 concha pequena
1 filé médio (150g)
3 colheres de sopa
1 taça de sobremesa
1 copo(250ml)
da soja, que exclui a presença de gorduras,
mantém a presença de carboidratos e possui
75% da sua composição em proteínas.
Flavonóides
Os flavonóides são substâncias antioxidantes encontrados nos alimentos, principalmente em verduras, frutas vermelhas,
grãos, sementes, condimentos e também em
algumas bebidas como vinho tinto, suco de
uva e chá verde. Sua atuação está relacionada ao combate aos radicais livres e também
por inibirem a oxidação do LDL-C (colesterol ruim), evitando assim a obstrução das
artérias e, consequentemente, o desenvolvimento de doença coronariana .
Azeite de oliva
Dados epidemiológicos mostram que
populações que vivem no Mediterrâneo possuem menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares devido ao tipo de alimentação
adotada, onde a principal fonte de gordura é
o azeite de oliva associado ao alto consumo
de cereais, vegetais e frutas. O azeite de oliva
extra virgem, obtido por meio de processos
mecânicos a frio, está associado à redução do
risco de doenças cardiovasculares.
*Temperar a salada com azeite de oliva extra
virgem e shoyo
Lanche da
tarde
Iogurte com cenoura e mel
1 copo
Jantar
Sopa de ervilha
Batata corada
Sardinha grelhada com molho de ervas
Legumes de sauté
Gelatina de morango
Água de coco
1 prato fundo
4 colheres de sopa
1 filet (150g)
3 colheres de sopa
1 taça de sobremesa
1 copo(250ml)
* Acrescentar aos legumes uma colher de margarina com fitosterol
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Diagnóstico precoce pode
“N
ão podemos fazer nada
pelo seu filho.” Essa foi
a frase que Márcia de
Oliveira Yoshida ouviu de uma cardiopediatra quando soube, aos sete meses de
gestação, que o seu bebê sofria de uma
cardiopatia congênita. Mas Márcia não se
deixou abater e foi atrás de mais informação. “Foi meu primeiro filho e o primeiro neto dos dois lados da família. Fiquei
desolada quando ouvi aquilo.” O garoto,
chamado Lucas, hoje tem cinco anos e
uma vida totalmente saudável. “A equipe
conseguiu salvar a vida do meu filho.”
O pequeno Lucas sofria de uma atresia da válvula pulmonar, cuja gravidade só
poderia ser diagnosticada depois do parto.
“A cesariana estava marcada para o dia 6 de
janeiro, mas o Lucas decidiu chegar antes,
no dia 24 de dezembro. Foi nosso presente de Natal daquele ano”, brinca Márcia.
8
Maio 2009
salvar vidas
Logo após o parto, assistido pela equipe de
cardiopediatras que acompanharam Márcia nos últimos meses de gestação, mãe e
o bebê foram transferidos para o Hospital
do Coração. Com dois dias de vida, Lucas passou por uma perfuração dessa válvula via cateter, que corrigiu o problema e
tornou-se um dos casos de maior sucesso
na história do hospital.
Márcia e seu filho enfrentaram
um problema mais comum do que
se imagina. Cerca de 2,5% dos fetos
possuem alguma cardiopatia dentro
do útero da mãe. Essa porcentagem
representa 25 em cada mil casos, em
números reais. Esse número é o responsável pelo crescente interesse da
comunidade científica e médica pelo
tema e pelos investimentos recentes
em tecnologia capaz de tratar desses
pacientes antes mesmo do parto.
O avanço da medicina e o acesso à
ultrassonografia durante a gestação nas
últimas décadas possibilitaram a prevenção e tratamento de muitas enfermidades
e malformações, mas as cardiopatias congênitas geralmente não têm diagnóstico
específico na fase pré-natal. As anomalias
do coração estão presentes em 1% dos
nascimentos e são consideradas as mais
frequentes e mais graves. “A gravidade
dessas cardiopatias congênitas pode trazer sintomas ainda dentro do útero ou
imediatamente após o nascimento, com
necessidade de tratamento específico nas
primeiras horas ou dias de vida”, afirma
Simone Pedra, cardiologista fetal e pediátrica da Unidade de Cardiologia e Medicina Fetal do HCor. “O conhecimento
pré-natal destas anomalias favorece imensamente a evolução clínica destes bebês,
pois permite uma programação do local
Revista do CORAÇÃO
ideal, da idade gestacional e via de parto
apropriada. Com isso, estas crianças são
atendidas de forma especializada já na
sala de parto, antes do agravamento do
quadro clínico”, prossegue.
Já estão disponíveis no Brasil muitas opções para que os pacientes tenham
o tratamento adequado. O HCor, por
exemplo, utilizou-se de sua experiência
de mais de 30 anos na área de cardiologia pediátrica para criar a Unidade de
Cardiologia e Medicina Fetal HCor. Trata-se de um serviço para diagnosticar e
tratar cardiopatias no período perinatal,
promovendo maior chance de sobrevida
dos fetos e neonatos afetados por cardiopatias congênitas graves e potencialmente letais. Esta unidade oferece um
programa de rastreamento pré-natal das
más-formações fetais, com diagnóstico
de cromossomopatias, ultrassonografia
morfológica, incluindo a tridimensional,
ecocardiografia fetal entre outros, bem
como assistência psicológica e de enfermagem especializada.
Mesmo antes dessa unidade ser criada, o hospital já realizava partos em situações especiais. Foi o caso de Ingrid Vieira
Neto Sato, que deu à luz ao seu filho Henri em março do ano passado. “Aos quatro
meses de gestação soubemos em um exame de ultrassom que meu bebê apresentava índices muito altos de translucência
nucal”, conta Ingrid. “A partir daí fizemos
mais exames e fizemos o parto dentro do
HCor. Na sequência fizemos os exames e
foi diagnosticado que ele tinha transposição das grandes artérias. Com um dia de
vida, ele passou pela Cirurgia de Jatene e
deu tudo certo.” Não houve sequela ne-
M E D I C I N A F E TA L
A gravidade
dessas cardiopatias
congênitas pode
trazer sintomas
ainda dentro
do útero ou
imediatamente
após o nascimento,
com necessidade
de tratamento
específico nas
primeiras horas ou
dias de vida
nhuma e Henri tem hoje o desenvolvimento de uma criança saudável.
Há inúmeros benefícios do diagnóstico pré-natal das más-formações cardíacas e da realização do parto de bebês
cardiopatas em centros especializados
em cardiologia pediátrica, pois a melhor
UTI para estes pequenos pacientes é o
próprio útero materno. Doenças que anteriormente apresentavam taxas de mortalidade próximas a 100% já podem ser
abordadas antes do nascimento e, muitas
vezes, mudando de forma significativa o
seu prognóstico pós-natal.
A possibilidade de o parto ser realizado num ambiente com os requisitos necessários para tratar essas condições cardíacas evita não só os riscos do
transporte entre hospitais, bem como a
separação entre a mãe e o bebê durante
os primeiros dias que sucedem o parto,
momento este que gera enorme angústia familiar.
O mais importante é saber que as
crianças que passaram por esses procedimentos têm muitas chances de levar
uma vida perfeitamente normal e ativa.
Quem vê a menina Maria Fernanda de
Azevedo de sete anos praticando atividades físicas nem imagina que ela já
passou por duas intervenções cirúrgicas no coração, uma aos três meses e
outra aos quatro anos de idade. “Descobrimos no ultrassom morfológico do
quarto mês de gestação que ela tinha
alguma má-formação cardíaca, mas não
sabíamos o que era,” explica a mãe,
Márcia de Azevedo. “Disseram que
ela poderia não ter a artéria aorta e
que passaria por sete cirurgias. Mas
felizmente foram apenas duas, pois
minha filha só não tinha o ventrículo
pulmonar direito.”
A deformidade dificultava a passagem do sangue entre as cavidades do
coração de Maria Fernanda. Na primeira
intervenção, um tubo foi colocado ligando a cava superior permitindo o fluxo
de 30% do sangue. A segunda operação possibilitou o restante, garantindo a
circulação total. Hoje a menina esbanja
saúde no dia a dia e nas aulas de balé,
sapateado e natação.
Essas são apenas algumas das histórias
de sucesso da cardiopediatria no Brasil e
provas de que o acompanhamento prénatal pode salvar muitas vidas. Quanto
mais cedo for diagnosticada a má-formação cardíaca, melhor.
Maio 2009
9
Como voltar à ativa com segurança
P
assar por um evento cardíaco é uma
experiência marcante e pode ser
traumática. Mesmo com a tecnologia hoje disponível, as intervenções cirúrgicas são técnicas invasivas, o que torna o
processo de recuperação muito importante
e na qual se faz necessária a melhor assistência possível. O maior motivador é saber
que passada essa fase o paciente pode voltar
a ter uma qualidade de vida tão boa (ou até
melhor) quanto antes.
A prevenção é palavra-chave quando se
fala em saúde do coração. Combater o problema antes que ele aconteça garante uma
vivência com maior qualidade, sem falar na
prolongação da expectativa de vida.
No caso de quem já passou por problemas cardíacos (infarto agudo ou angina, com
intervenção cirúrgica ou angioplastia), ou
com doenças cardiopulmonares, a chama-
10
Maio 2009
da prevenção “secundária” se faz ainda mais
importante. O tratamento em si é o mesmo
para todos: cuidar da alimentação, praticar
exercícios regularmente, controlar o estresse
e o tabagismo. “Só que os níveis de segurança
e as metas são ainda mais rígidos, com cifras menores”, explica o Dr. Carlos Alberto
Hossri, cardiologista responsável pelo Setor
de Reabilitação Cardiopulmonar do HCor
- Hospital do Coração. “Se no paciente que
nunca passou por um processo cardíaco o nível aceitável de colesterol pode ficar em torno
de 200, os cardiopatas terão um limite de tolerância mais baixo, de 170, por exemplo.”
A supervisão adequada também se torna
muito mais relevante. Cada organismo tem
uma carga genética que determina o metabolismo e as tendências naturais de desenvolver doenças e responder aos estímulos,
portanto, o mais indicado é procurar por
um programa específico a cada necessidade.
O tratamento individualizado e humanizado identifica possíveis arritmias e
gerencia toda a sessão do exercício supervisionado, possibilitando a reabilitação de pacientes portadores de doenças pulmonares
que necessitam de oxigênio durante a execução dos exercícios.
Outro fator importante é saber qual
exercício é mais adequado para cada pessoa.
Não são todos que podem correr, ou mesmo
caminhar com alta intensidade logo de início.
Qualquer atividade física tem de respeitar os
limites do praticante e o ideal é progredir à
medida que o organismo vai se adaptando.
“Esse programa deve ser prescrito e
acompanhado por um médico capacitado,
com conhecimento do histórico do paciente. Não existe uma ‘receita de bolo’ que sirva
para todos”, afirma Hossri.
Revista do CORAÇÃO
A prevenção é palavrachave quando se fala
em saúde do coração.
Combater o problema
antes que ele aconteça
garante uma vivência com
maior qualidade, sem
falar na prolongação da
expectativa de vida
Uma das vantagens da recuperação assistida é que o médico tem o registro do
progresso e do empenho do paciente. “As
pessoas de uma maneira geral acreditam
que fazer um check up previne as doenças,
mas o fato é que se depois daquilo o indivíduo não tomar nenhuma medida preventiva, nada vai mudar.” Segundo o dr. Hossri,
o programa de reabilitação diminui em
30% a chance de novos eventos, como o
infarto do miocárdio e a necessidade de
reinternação hospitalar.
R E A B I L I TA Ç Ã O
Para o fisiatra do HCor, Gilson Shinzato, um dos fatores que mais complicam a recuperação é que a maioria dos
pacientes não praticava exercícios anteriormente. “São muitos pacientes idosos,
sem noção de postura e ainda por cima
fragilizados pelo evento cardíaco”, alerta
Shinzato. “O cuidado deve ser redobrado,
pois a possibilidade de ocorrer uma lesão
é maior e isso pode afastá-los por meses
do tratamento. Isso sem falar que muitos
deles fazem tratamento com medicamentos para redução de colesterol, cujos efeitos colaterais são problemas musculares,
como dores e cãibras”, conclui.
Outro aspecto importante é realizar
essa prevenção em todos os âmbitos. Aspectos cardiopulmonares, nutricionais, físicos e psicológicos devem ser levados em
consideração, sempre. Todo esse conjunto
vai ser decisivo para proporcionar, em primeiro lugar, a redução de novos eventos
cardíacos e uma série de benefícios, como
recuperação da capacidade física, retorno
precoce ao trabalho, alívio dos sintomas e
sensação de bem estar geral e retardamento
do processo aterosclerótico (obstrução das
artérias ), entre outros.
Impactos da reabilitação
cardiopulmonar assistida:
•Prevenção de eventos cardiovasculares
•Redução dos efeitos nocivos do
estresse
•Auxílio no controle de peso
•Redução da pressão arterial
•Melhora da autoestima
•Melhora do condicionamento
físico
•Aumento da faixa de segurança
dos exercícios
•Elevação da qualidade de vida
Maio 2009
11
Especialistas advertem:
o cigarro pode queimar bons
momentos da vida
Médicos de várias especialidades apontam os estragos que o tabagismo causa na
saúde e revelam como o vício reduz a vitalidade
N
os últimos dez anos, a expectativa
de vida do brasileiro cresceu em
três anos, passando de 69,3 anos
para 72,7 anos. As mulheres ainda vivem
mais tempo, em média 76,5 anos ante 69
anos vividos pelos homens, segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Mas há um vilão que insiste em reduzir
essa estatística, tragando de maço em maço,
a longevidade e o bem-estar da população: o
cigarro. Os malefícios não se restringem apenas ao universo dos fumantes, pois está comprovado que as pessoas que convivem com
o vício, mesmo que indiretamente, também
são afetadas.
Nesta cruzada contra o tabagismo, o
Brasil tem conquistado grandes avanços.
Com leis antitabagistas mais rigorosas e a
proibição de propagandas de marcas de cigarros e também de patrocínios de eventos,
o número de fumantes vem diminuindo.
Passou de 20% da população brasileira em
2003 para 16% no último ano, de acordo
com pesquisa realizada pela Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),
órgão do Ministério da Saúde.
Em Brasília a exclusão dos fumantes
não acontece somente em rodas de nãofumantes. Nos bares da capital não é permitido fumar, assim como em repartições
públicas, shoppings, restaurantes e edifícios comerciais. Em São Paulo, um projeto de lei assinado em agosto do ano passado proibiu o fumo em ambientes como
bares, restaurantes, boates, hotéis e áreas
comuns de condomínios.
12
Maio 2009
Nesse quesito, o Brasil pode ser considerado referência internacional. Em Atenas,
por exemplo, onde a propaganda de cigarro
é liberada os turistas não fumantes convivem com uma das maiores incidências de
tabagismo da Europa. O cigarro tem lugar
garantido na boca de mães que carregam
filhos no colo, funcionários do metrô que
costumam dar suas baforadas entre a venda
de um bilhete e outro, sem contar o “fumacê” nas tabernas, capaz de comprometer até
a degustação de pratos típicos da gastronomia grega, como o mussaká.
Condenado pela Organização Mundial
de Saúde (OMS) por ser a principal causa
de morte evitável no mundo, o tabagismo
atinge cerca de quatro milhões de pessoas
por ano ao redor do mundo que morrem
por doenças associadas ao fumo, ou seja,
uma morte a cada oito segundos.
A fumaça do cigarro é uma mistura de
aproximadamente 4.720 substâncias tóxicas
diferentes, que se constitui de duas fases
fundamentais: a fase particulada e a fase gasosa. Na fase gasosa é composta, entre outros por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína.
A fase particulada contém nicotina e alcatrão. Essas substâncias tóxicas atuam sobre
os mais diversos sistemas e órgãos e são um
grande fator para a causa de cerca de 50 doenças diferentes, principalmente as doenças
cardiovasculares, tais como a hipertensão, o
infarto, a angina e o derrame.
A Revista do Coração ouviu especialistas
das áreas de Urologia, Gastroenterologia,
Pneumologia e Cardiologia para explorar
como esse vício, que para muitos ainda é
tratado como inofensivo, pode prejudicar
sua saúde.
Problemas respiratórios
O hábito de fumar está associado a uma
série de doenças do sistema respiratório,
desde tumores malignos como o câncer de
pulmão, de laringe, esôfago, entre outros.
O fumo pode acelerar também os processos
inflamatórios que levam à destruição dos
pulmões, como a bronquite, o enfisema,
a pneumonia intersticial descamativa e a
bronquiolite respiratória.
Normalmente as doenças relacionadas
ao tabagismo são dependentes da carga tabágica, ou seja, da quantidade de cigarros
fumados ao longo da vida, assim como o
tempo de exposição à fumaça. “É mais comum surgir a doença em pessoas que fumam mais de 15 ou 20 cigarros por dia por
mais de 15 ou 20 anos. Alguns indivíduos
têm uma sensibilidade individual (geneticamente mediada) o que pode fazer com que
as doenças aconteçam numa fase mais precoce da vida,” destaca o pneumologista Dr.
Carlos Carvalho.
Ainda segundo o Pneumologista, “a única medida que realmente interfere na evolução da maioria das doenças associadas ao
tabagismo é o ato de parar de fumar. Todas as
outras intervenções são paliativas e só servem
para minimizar um pouco o problema.”
Apesar de ser menos frequente, está
mais do que bem definida a associação de
quase todas as doenças encontradas nos
fumantes também àqueles que têm uma
Revista do CORAÇÃO
exposição ocasional como no ambiente de
trabalho ou em casa. Por isso, cada vez mais
se recomenda que os fumantes procurem lugares próprios e arejados (ambiente externo)
para fumar.
“Existem alguns estudos que mostram
que parar de fumar antes dos 30 ou 35 anos
traz uma boa proteção contra essas doenças
respiratórias. Parar de fumar após os 40 anos,
apesar de não ter os mesmos benefícios, também é fundamental, pois reduz o ritmo de
lesão pulmonar e de piora da perda progressiva de capacidade pulmonar que acontece em
quem permanece fumando,” conclui.
Impotência
Vários estudos já demonstraram que o
tabagismo está relacionado ao surgimento de
neoplasias urológicas, principalmente os tumores de bexiga, urotélio e renal. Além disso,
já se comprovou a associação entre tabagismo e disfunção erétil devido ao comprometimento arterial que nutre o pênis. “Difícil
definir depois de quanto tempo o indivíduo
está suscetível, mas em relação ao câncer de
bexiga, por exemplo, o risco é duas a quatro
vezes maior nos fumantes e esta probabilidade aumenta com o número de cigarros, duração do hábito de fumar e grau de inalação do
fumo. Ou seja, quanto maior o tempo de exposição ao tabaco, proporcionalmente o risco
de desenvolver neoplasias vai aumentando,”
destaca o urologista Dr. Antonio Corrêa Lopes Neto. “A suspensão do hábito de fumar é
um bom começo. Cessar este vício reduz o
risco entre 30% e 50% durante os primeiros
quatro anos,” completa.
Para o especialista é possível vencer o
vício e voltar a ter uma vida saudável. Basta
mudar os hábitos para diminuir o risco de
desenvolver doenças. “Ter uma alimentação
PREVENÇÃO
saudável, praticar exercícios físicos, hidratar-se
adequadamente. Evitar o excesso de gordura
animal. Realizar exames periódicos sob orientação médica, pois mesmo sem o vício ele está
sujeito ao desenvolvimento da doença.”
Problemas no aparelho digestivo
O aparelho digestivo não fica fora dos
malefícios causados pelo cigarro. O gastroenterologista Dr. Mounib Tacla explica algumas
implicações que são causadas pelo tabagismo.
Na úlcera péptica e gastro/duodenites,
que acometem o estômago e duodeno, o
tabagismo representa um fator de risco, podendo interagir com a infecção pela bactéria
Helicobacter pylori e a utilização de alguns
medicamentos, particularmente os anti-inflamatórios e a aspirina, possibilitando, desta
forma, o desencadeamento destes processos.
“Nas Doenças Inflamatórias Intestinais, o tabagismo também representa um
fator de risco. O tabagismo está diretamente relacionado ao aumento da probabilidade da recorrência da Doença de Crohn
(Doença inflamatória do intestino), tanto
nos fumantes como em ex-fumantes. Por
outro lado, inúmeros estudos demonstram
a menor incidência da Retocolite Ulcerativa
nos usuários do fumo comparados com os
“não fumantes.” Porém, está demonstrada
também uma maior incidência da Retocolite nos ex-fumantes, comparando-os com
o grupo de “não f umantes”, destaca o Gastroenterologista.
Com relação ao fígado, indivíduos alcoólatras que também são tabagistas, com uso de
1 maço de cigarro ao dia, apresentam 3 vezes
mais o risco de desenvolver um processo de
cirrose do que os “não fumantes.” Segundo o
especialista, a razão da ação desta combinação
não está ainda devidamente conhecida.
No caso do câncer do esôfago, doença
de grande letalidade, inúmeros estudos têm
demonstrado que o hábito do tabagismo associado ao consumo de álcool representam
os mais importantes fatores predisponentes
para esta afecção.
“O mecanismo de atuação destas substâncias ainda não está devidamente reconhecido,
porém, considera-se que o álcool poderia atuar
no processo da formação do câncer enquanto
que os produtos químicos contidos no fumo,
como as nitrosaminas representariam os fatores mais importantes no desencadeamento do
câncer do esôfago”, informa Dr. Tacla.
Coração em risco
O sistema cardiovascular também é bastante afetado pelo tabagismo. Dentre as doenças que podem ser desenvolvidas, destacam-se
o infarto do miocárdio, o aneurisma da aorta,
o acidente vascular cerebral e a obstrução das
artérias em todo o organismo, podendo comprometer a irrigação dos membros inferiores.
Estas alterações associadas à ocorrência
de outras doenças como a obesidade, diabetes e hipertensão arterial, acabam sendo de
evolução muito mais traumática.
“Vale ressaltar que para as mulheres fumantes estas consequências todas além de serem presentes igual ao que ocorrem no sexo
masculino têm como relevante o fato de que
para sua ocorrência necessitam de uma exposição menor ao cigarro e podem ter expressão orgânica mais grave, ou seja, a mulher é
muito mais suscetível e muito mais sensível
às consequências do hábito de fumar. Mulheres que fazem uso de anticoncepcionais tém
ainda maior o risco de contrair as doenças
relacionadas ao hábito de fumar que acometem o sistema cardiocirculatório”, destaca o
cardiologista Dr. Abrão Cury.
Maio 2009
13
A música que toca o
coração
N
ão importa o ritmo, a melodia ou a harmonia. Pode ser
um samba de Cartola ou um
blues de B.B. King. Ouvir as músicas
preferidas faz bem ao sistema cardiovascular, é o que revela um estudo da
faculdade de Medicina da Universidade
de Maryland, nos Estados Unidos.
Pesquisadores que já tinham mostrado em 2005 uma relação entre o riso e a
performance cardíaca encontraram agora
benefícios para o coração no ato de ouvir
música agradável. “Já tínhamos demonstrado que emoções positivas, como o riso, são
boas para a saúde vascular, mas a pergunta
14
Maio 2009
lógica era se outras emoções, provocadas,
por exemplo, pela música, tinham o mesmo efeito”, afirma Michael Miller, diretor
de Prevenção em Cardiologia do centro
médico da Universidade de Maryland.
Miller fez com que uma dezena
de estudantes escolhesse a música que
“mais os deixava felizes” e o expôs durante 30 minutos a quatro tipos de som
para comparar seu efeito sobre o sistema
vascular. Eram elas: música apreciada
pelo paciente, música estressante, áudio
para relaxamento e canções engraçadas.
O diâmetro dos vasos sanguíneos foi
ampliado em 26% com a música escolhida
pelo paciente, enquanto a música estressante
fez os vasos encolherem 6%. Com as músicas
engraçadas, os vasos sanguíneos se dilataram
19%, enquanto a música de relaxamento
produziu uma dilatação vascular de 11%. “É
impressionante a forte diferença entre antes e
após se escutar uma música agradável, assim
como entre uma música apreciada e uma estressante”, ressalta Miller.
A Musicoterapia se fortaleceu na época
da Segunda Guerra Mundial nos Estados
Unidos ao verificarem que seus soldados
feridos na guerra apresentavam uma recuperação mais rápida com a utilização da
música em sua reabilitação.
Revista do CORAÇÃO
mat é ria de capa
É impressionante a forte diferença entre antes e
após se escutar uma música
agradável, assim como entre
uma música apreciada e
uma estressante
ruptura da ansiedade e controle da dor,
contribuindo para a redução da frequência respiratória, cardíaca, pressão arterial
sistêmica e das arritmias. “A musicoterapia procura motivar o controle de fatores de risco para doenças cardíacas, por
meio da modificação de hábitos de vida,
e favorece também a auto expressão por
meio da criatividade do próprio paciente
e de técnicas musicoterapêuticas, como
por exemplo o canto, a expressão sonoro
musical e a audição musical de estímulos
sonoros pré-selecionados, de acordo com
as necessidades apresentadas”, explica
Amorosino.
Um toque de saúde
Nascido na Rússia, mas brasileiro de
coração, o bailarino Ruslan Gawriljuk,
de 70 anos, teve há 12 anos um problema detectado na válvula do coração
e precisou passar por um procedimento
cirúrgico, que foi realizado no HCor –
Hospital do Coração de São Paulo.
No Brasil a Musicoterapia surgiu
com um curso de especialização em 1970
oferecido pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP) e atualmente conta com seis
cursos de graduação e quatro de especialização, que formam bacharéis e especialistas em Musicoterapia. “Esta é uma
tendência que a cada dia se difunde mais,
o que particularmente acho ótimo, pois
o ser humano não é fragmentado e sim
um todo, além de ser uma oportunidade
muito enriquecedora para toda a equipe
que participa”, destaca Cristiane Amorosino, presidente da APEMESP (Associação de Profissionais e Estudantes de
Musicoterapia do Estado de São Paulo).
Em serviços hospitalares, a Musicoterapia trabalha com uma abordagem
biopsicossocial, utilizando a música
como componente terapêutico. Pode auxiliar na identificação de sentimentos e
sensações dos pacientes e trabalha também como instrumento complementar na
Maio 2009
15
Revista do CORAÇÃO
mat é ria de capa
A musicoterapia é
interligada com a medicina
e visa a resgatar dentro do
indivíduo algum canal de
comunicação a partir do
momento que ele tem algum
problema. E a música em
si ajuda a resgatar bons
momentos que o paciente
já teve, isso resulta em uma
melhora no ponto de vista
emocional que interfere na
melhora física
No procedimento pós-operatório, o
paciente passou pelo acompanhamento
psicológico com Silvia Cury Ismael, responsável pelo Serviço de Psicologia do
HCor, que descobriu que além da dança, Ruslan tinha como hobby a música
que era embalada pelos doces acordes de
seu violino, que aprendera a tocar quando criança.
Um convite foi feito e o paciente começou a tocar seu violino e levar sua música para os demais pacientes. “A musicoterapia é interligada com a medicina e visa a
resgatar dentro do indivíduo algum canal
de comunicação a partir do momento que
ele tem algum problema. E a música em si
ajuda a resgatar bons momentos que o paciente já teve, isso resulta em uma melhora
no ponto de vista emocional que interfere
na melhora física”, explica Silvia.
Doze anos depois, o músico e bailarino, hoje totalmente curado, continua
sua rotina de levar aos demais pacientes o
conforto por meio da música. “A música
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Maio 2009
ajudou muito na minha recuperação. Sou
apaixonado por música, sempre toco com
a alma e isso eleva meu espírito, minha
auto-estima”, relata Gawriljuk.
Suas apresentações, que têm um repertório bem eclético, têm auxiliado na
músicas conseguem tocar a todos, como
é o caso de “My Way”, de Frank Sinatra,
que eleva a vibração da pessoa”, destaca.
“Tinha um paciente que descia e assistia
toda vez que eu tocava no hospital. Ele
sentava, ouvia atentamente, agradecia e
recuperação de pacientes internados no
HCor. “Como toco no Hospital e cada
um têm um gosto musical, tento apresentar um repertório diferenciado, mas certas
dizia que já tinha sido curado pela música”. Mais uma prova de que a boa melodia, além de encantar os ouvidos, pode
tocar o coração.
Revista do CORAÇÃO
dicas m é dicas
O ritmo arriscado do prazer
Uso de medicamentos para disfunção erétil sem orientação preocupa cardiologistas
O
mercado de produtos para disfunção erétil vem crescendo em
larga escala no país. Só no ano
passado foram comercializados quase 7 milhões de comprimidos, um crescimento de
5,37% em relação a 2007. Se por um lado
o tratamento trouxe um alento para os pacientes nos consultórios de urologia, na área
cardíaca o consumo indevido gera preocupação entre a classe médica.
Hoje esses medicamentos podem ser encontrados facilmente em qualquer farmácia e
a preços acessíveis. Alguns estabelecimentos
nem são muito rigorosas em pedir a prescrição médica – o que traz riscos, pois, por mais
seguros que sejam, nenhum deles deve ser
utilizado sem acompanhamento médico.
Os pacientes cardíacos, por exemplo,
têm que ter atenção redobrada. Segundo os
próprios fabricantes, esses comprimidos não
podem ser utilizados por pessoas que utilizem remédios que tenham como princípio
ativo o nitrato.
Para o urologista do Hospital do Coração Antonio Correa Lopes Neto, essa situa-
ção é totalmente proibitiva: “A soma de um
vaso dilatador – que é o mecanismo de ação
dos medicamentos via oral para a disfunção
erétil – com o nitrato no organismo leva a
graves consequências, por isso não pode ser
feita nunca”, sentencia Neto.
O HCor já recebeu na unidade de
pronto-socorro homens que fizeram essa
combinação. “Por desorientação do paciente e, principalmente, pela facilidade de
conseguir os comprimidos, alguns homens
acabam fazendo uso desses medicamentos ao mesmo tempo”, alerta o Dr. César
Jardim, cardiologista do HCor. Entre as
complicações que podem acontecer estão
desmaios, tonturas e oscilações de pressão
(geralmente baixa) que levam a repercussões clínicas. “Já atendemos pacientes com
níveis de pressão extremamente abaixo do
normal por conta disso”, conta.
Há outras soluções para quem pretende controlar o problema. Em muitos dos
casos a terapia revela-se eficaz, pois a perda
da ereção pode ter causas que não são fisiológicas e sim psicológicas.
Quando existe uma real necessidade
de tratamento físico, há um leque de opções que podem ser praticadas por esses
pacientes. Além dos medicamentos via
oral, pode-se injetar uma medicação antes
da atividade sexual. O urologista ensina
ao paciente a maneira correta de aplicá-la.
Outra opção, que foi utilizada no passado,
é o uso de uma cápsula intrauretral com o
mesmo princípio.
“Ambos funcionam da mesma forma
que o medicamento oral, aumentando o
fluxo sanguíneo no membro, permitindo
sua ereção. Mas nesses casos, a atuação é
restrita à área do órgão sexual, por isso não
há problemas”, explica Neto. Um último
recurso que só é indicado quando não há
eficácia de outros tratamentos é a prótese
peniana. Mas mesmo quem for utilizar estes outros recursos deve consultar o médico. “Afinal de contas, o ato sexual é uma
atividade física e o paciente, principalmente mais idoso e cardiopata, tem de saber se
está em condições de praticá-lo com segurança”, ressalta Neto.
Maio 2009
17
HCor lança um dos mais avançados centros de
ensino, treinamento e simulação do país
Com a presença do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, foi lançado também o Curso Técnico
em Enfermagem, em parceria com o Colégio da Cidadania Zumbi dos Palmares
Ministro da Saúde José Gomes Temporão, Dr. Adib Jatene, reitor José Vicente e o Secretário da Saúde de SP
Luiz Roberto Barradas Barata conhecem as instalações do CETES-HCor
C
om foco voltado para oferecer cada
vez mais a excelência no atendimento, o HCor lançou no último dia 13
de abril o Centro de Ensino Treinamento e Simulação (CETES - HCor). Trata-se de um dos
mais completos e modernos centros de educação na área da saúde, que utiliza a simulação
por meio de manequins e robôs que imitam
situações emergenciais do ambiente hospitalar,
como principal ferramenta de treinamento. O
ensino baseado em simulação é uma nova vertente na qualificação de profissionais de saúde
e está entre as mais eficazes maneiras de melhoria no atendimento assistencial. A formatação
de todos os cursos conta com o respaldo do
Instituto de Ensino e Pesquisa do HCor.
O objetivo do Centro é a realização de
cursos para diversos profissionais que atuam diretamente no cuidado de pacientes em
emergências cardiológicas, primeiros-socorros,
18
Maio 2009
medicina intensiva e simulação de situações
críticas em saúde, como parada cardiorrespiratória, tanto em ambiente hospitalar, préhospitalar e à população em geral. Também
serão formatados cursos para escolas, empresas, além do público leigo.
O profissional treinado adquire maior
conhecimento e, consequentemente, alia uma
melhora significativa no desempenho e segurança no atendimento aos pacientes, afastando assim a probabilidade de erros médicos.
De acordo com o estudo americano “To Err
is Human: Building a Safer Health System” (Errar é Humano: Construindo um Sistema mais
Seguro de Saúde), os Estados Unidos investem anualmente cerca de 50 bilhões de dólares
para contornar essas adversidades.
“A simulação aplicada ao ensino médico é
uma técnica destinada a substituir experiências
de pacientes reais, por casos clínicos reproduzi-
dos artificialmente em cenários ou manequins,
evocando aspectos do mundo real de maneira
interativa. Essa ferramenta permite criar novos
métodos de aprendizado, sem colocar pacientes em risco”, explica o Dr. Hélio Penna Guimarães, coordenador do CETES-HCor, que é
o primeiro no Brasil afiliado a SSH (Society for
Simulation in Healthcare).
O CETES-HCor oferece o que há de
mais moderno no ensino médico e capacitação de profissionais da área, com duas salas de
simulação e uma de controle – onde serão controlados os movimentos e reações dos robôs,
laboratório, duas amplas salas de aula, biblioteca, entre outras instalações. “Todos os procedimentos realizados podem ser transmitidos
ao vivo para os auditórios, o que proporciona
um aprendizado em massa de acordo com a
necessidade” finaliza Dr. Guimarães.
Curso de Técnico em
Enfermagem HCor/
Colégio Zumbi dos
Palmares
De acordo com a parceria firmada entre
o HCor e a Secretaria de Estado da Saúde, o
Hospital do Coração com o Instituto Afrobrasileiro de Ensino Superior - mantenedor da
faculdade Zumbi dos Palmares, que trabalha
pela inclusão do afrodescendente no ensino
superior e no mercado de trabalho, lançam o
Curso Técnico em Enfermagem.
O curso possibilita a qualificação e habilitação de pessoal de nível médio ao de
nível técnico, para o exercício de enfermagem nos serviços públicos (SUS) e privados
de saúde, visando à melhoria da qualidade
dos serviços prestados à comunidade, bem
Revista do CORAÇÃO
como inclusão social e qualificação educacional dos participantes.
As aulas serão ministradas por enfermeiros do HCor, com licenciatura, em salas de
até 30 alunos por turma, que serão selecionados pela ONG Afrobrás e encaminhados
para o curso HCor - Colégio Zumbi dos
Palmares e terão a duração de 18 meses, contando com o prazo de formação em auxiliar e
técnico de enfermagem.
O curso conta também com um amplo
programa de estágio que será oferecido a todos os participantes. Cerca de 70% do conteúdo ministrado no curso está dentro das
especialidades existentes no quadro clínico
do Hospital. Os outros 30% serão completados por hospitais parceiros da rede pública
municipal e estadual, para atuação em áreas
que o HCor não oferece. Algumas disciplinas
serão ministradas pelos professores da faculdade Zumbi dos Palmares.
“O curso terá uma disciplina chamada
“enfermagem na saúde da população negra”
e será o primeiro em todo o país a abordar
N O TA S
especificamente
esse
tema dentro da matriz
curricular. Há uma dificuldade do profissional
da saúde em atender a
esse contingente que tem
aspectos de adoecimento diferentes dos demais
segmentos da população.
Nós somos predispostos a algumas patologias
que o profissional da
saúde normalmente não
tem o devido aprofundamento da questão em Reitor José Vicente, da Universidade Zumbi dos Palmares, e Ivone Maksoud,
Presidente da Associação do Sanatório Sírio, inauguram Curso Técnico em
sua formação. Por isso, a
Enfermagem ao lado do Ministro da Saúde e do Secretário da Saúde de SP
importância deste curso
em parceria com os profissionais do HCor”, experiência nas rotinas de enfermagem.
diz José Vicente, diretor-superintendente do Além disso, contribuirá para a inclusão de
Instituto Afro-brasileiro de Ensino Superior indivíduos no segmento de saúde que têm
e Reitor da Zumbi dos Palmares”.
dificuldade de acesso a esse tipo de apren“O HCor irá oferecer aos participan- dizado”, explica Fernanda Jacques Calçado
tes um curso de excelência, ministrado de Oliveira, Coordenadora Técnica da Espor profissionais gabaritados e com larga cola de Enfermagem.
Alberto Duarte assume
cadeira de Patologia
Clínica da FMUSP
Amanda Sousa é eleita
membro do Conselho
Universitário da USP
O prof. dr. Alberto Duarte, hematologista responsável pelo laboratório de análises clinicas do HCor
– Hospital do Coração, foi selecionado para assumir a cadeira de Patologia Clínica do Hospital das Clínicas da faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (FMUSP).
A vaga, que foi conquistada após um concurso realizado nos dias
27 e 28 de abril, teve como objetivo selecionar o primeiro professor
titular para a disciplina de Patologia Clínica na universidade.
Dentre as funções que serão exercidas, está a de dirigir o laboratório central do Hospital, espaço que opera com 374 funcionários, atende aproximadamente 2.500 pacientes por dia e realiza
7,5 milhões de exames anualmente.
No último dia 15 de abril, a
Profª Dra. Amanda Sousa, responsável pela área clínica de cardiologia
intervencionista do HCor – Hospital do Coração, foi eleita por unanimidade como representante das Entidades Associadas junto ao
Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP).
O Conselho Universitário é o órgão máximo da USP, com funções normativas e de planejamento, cabendo-lhe estabelecer a política
geral da Universidade para a consecução de seus objetivos.
A oportunidade surgiu devido a parceria entre a USP e o
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, entidade que a Dra.
Amanda Sousa atua como diretora geral e presidente da comissão
de Pós Graduação.
Maio 2009
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DeBRITO
Responsável técnico: Dr. J.Eduardo M. R. Sousa – CRM 8474
Filantropia é uma prática que faz parte da história do HCor. São muitos os casos de sucesso que temos para contar
com o orgulho justificado da nossa equipe multidisciplinar altamente especializada. Os milhares de pacientes
atendidos pela área de cardiopediatria comprovam isso. Agora, com a nova regulamentação da filantropia,
o HCor, como um hospital de excelência, utilizará recursos de ponta e o know-how de seus profissionais,
que serão aplicados estrategicamente a fim de contribuir para o desenvolvimento do SUS – Sistema Único
de Saúde. Isso permitirá a transferência de novas tecnologias, a capacitação de recursos humanos
e a produção de pesquisas de grande relevância para a população. Prova de que participar e se envolver com
a saúde pública faz qualquer coração bater mais forte.
O HCor faz bem para o coração. Faça você também.
Padrão de qualidade em atendimento
médico e hospitalar.
Tel.: (11) 3053 6611 - www.hcor.com.br
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