Revista do edição 2 - maio / 2009 - www.hcor.com.br A música que toca o coração Estudo revela que a musicoterapia é uma forte aliada da saúde cardiovascular Fumo Saiba o que sua saúde tem a ganhar com a proibição do cigarro em locais públicos A saúde que vem dos alimentos Conheça os benefícios dos alimentos funcionais e aprenda como utilizá-los na prevenção de doenças Ruslan Gawriljuk auxilia na recuperação de pacientes com os acordes de seu violino O ritmo para um coração saudável D iz um velho ditado popular que a vida imita a arte, que por sua vez, às vezes também imita a vida. Porém essa relação vai muito mais além quando falamos da Musicoterapia, que é a utilização da música e de seus elementos como ritmo, melodia e harmonia para auxiliar na cura de doenças e no processo de recuperação de pacientes. Esse é o assunto da matéria de capa da segunda edição da Revista do Coração. Vamos conhecer a história do ex-bailarino russo Ruslan Gawriljuk que há 12 anos passou por um problema cardíaco e desde então passou a fazer dos acordes de seu violino seu principal aliado para vencer a doença. Você sabe o que são os alimentos funcionais? Preparamos uma matéria especial explorando o mundo desses alimentos, destacando os benefícios para a saúde e preparamos ainda um cardápio especial para que você também possa se beneficiar e prevenir doenças. Nesta edição você acompanha também uma entrevista com o Dr. José Eduardo Sousa, diretor médico do HCor – Hospital do Coração de São Paulo. O cardiologista ganhou destaque tanto no cenário nacional quanto internacional devido ao seu pioneirismo na colocação de stents (pequenas próteses metálicas). Apresentaremos também dicas de exercícios físicos para pacientes pós-infarto, revelaremos o malefício do tabagismo com foco em determinadas especialidades como urologia, gastroenterologia, pneumologia e cardiologia, além de outras matérias relacionadas à saúde com foco na prevenção de doenças. ÍNDICE Entrevista 4 Dr. José Eduardo Sousa Prevenção começa na infância Alimentos funcionais Quais as opções para tornar sua dieta mais saudável Expediente 6 Cardiologia e Medicina Fetal 8 Diagnóstico precoce pode evitar problemas com o feto durante a gestação A Revista do Coração é uma publicação trimestral do HCor - Hospital do Coração - Associação do Sanatório Sírio Conselho Diretor: Presidente: Antonio Carlos Kfouri Conselho Editorial: Antoninho P. Rossini, Celso Piva, Dr. Ibraim Pinto, Geraldo DeBrito, Jorge André Bacha dos Santos, Dr. Luiz Henrique de Almeida Mota, Dr. Pedro Mathiasi Neto, Silvana Castellani Jornalista Responsável e Editor: Ronald Nicolau - MTB 23.068 Coordenação Geral: Gerência de Marketing e Comunicação do HCor Prevenção secundária 10 Como a atividade física pode auxiliar na recuperação de pacientes infartados Produção Editorial: Target Consultoria em Comunicação Empresarial Tel.: (11) 3063-0477 Redação: Rafael Ernandi e Rodrigo Ferrari Projeto Gráfico e Direção de Arte: YM Estudio Grafico (11) 3283-5040 e DeBrito Propaganda Tel.: (11) 3897-7444 Fotos: Roberto Loffel Impressão: YM Estudio Gráfico No ritmo do coração Pesquisa revela que a música pode ajudar a combater problemas cardiovasculares Associação do Sanatório Sírio - Hospital do Coração Diretora Presidente: Ivone Sallum Maksoud Diretoria do HCor – Hospital do Coração Diretor-Geral: Prof. Dr. Adib Jatene Diretor Clínico: Prof. Dr. Luiz Carlos Bento de Souza 14 Diretor Médico: Prof. Dr. José Eduardo M. R. Sousa Diretor Administrativo: Luciano Joacyr Chuahy Dicas Médicas Quais os riscos que os medicamentos para disfunção erétil podem provocar em pacientes cardíacos 17 Superintendente Corporativo: Antonio Carlos Kfouri Superintendente de Desenvolvimento, Relações Institucionais e Filantropia: Dr. Luiz Henrique de Almeida Mota Superintendente de Operações: Jorge André Bacha dos Santos Correspondência: Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 147 CEP 04004-030 – Paraíso – São Paulo – SP A/C: Depto. de Marketing Tel.: (11) 3053-6611 www.hcor.com.br e-mail: [email protected] Prevenção começa na infância O cardiologista e pesquisador José Eduardo Sousa, diretor médico do HCor – Hospital do Coração é um nome de destaque no cenário da cardiologia mundial. Sousa, que foi o primeiro médico do mundo a implantar stent em humanos, já mereceu lugar de destaque na mais respeitada revista de cardiologia, a “Circulation”, editada nos Estados Unidos, além de virar notícia em importantes jornais como The New York Times, Wall Street Journal e Chicago Tribune. O feito que o levou a essa projeção nacional e internacional na comunidade científica foi a criação do stent farmacológico (pequena prótese metálica recoberta por medicamentos), uma técnica inédita para a contenção da aterosclerose (processo de obstrução das artérias coronárias, responsáveis pelo fornecimento de sangue, nutrientes e oxigênio para o músculo cardíaco). A pesquisa desenvolvida por Sousa trouxe alento a um grande número de pacientes. Em 2001, sua linha de pesquisa foi considerada pela American Heart Association como a mais relevante entre todas desenvolvidas no mundo em cardiologia. Nesta entrevista, o diretor médico do HCor fala sobre os novos desafios da cardiologia e os avanços da área. ticos, de hipertensos e de casos de infartos na família. Como também observaram o peso dessas pessoas e o hábito da prática esportiva. Então todos os pacientes registrados, alguns R.C. - Foi nessa época que começaram os avanços mais incisivos na cardiologia? J.E.S. - Com a definição dos fatores de risco apareceu simultaneamente a coronariografia, (exame de detecção precoce) o que fez com que o médico cardiologista passasse a ter duas armas importantes no combate à doença. O diagnóstico precoce agora era possível com a coronariografia, já que na época não se tinha nenhum método forte para identificar o problema cardíaco. A não ser quando o paciente tinha um infarto que o eletrocardiograma revelava e também os fatores que levavam a doença. Então, a primeira fase de reconhecimento das disfunções cardíacas ocorreu no início da década de 60. R.C. - E os avanços na parte terapêutica? J.E.S. - A parte terapêutica veio posteriormente. Discutia-se o que fazer com aquela lesão, com aquela doença. O que fazer para contornar os problemas da obstrução e os hábitos dietéticos, de postura, de exercícios, que poderiam fazer com que a doença entrasse num processo não evolutivo. Então, nós temos que considerar esses aspectos evolutivos: as mudanças dos hábitos alimentares, a eliminação do fumo, a prática de exercícios e o combate à obesidade. Revista do Coração - Quando começaram os avanços nos tratamentos na área da cardiologia? Hoje a doença é manejada pelo médico de uma forma totalmente diferente do que 40 anos atrás. A doença coronária, quando o indivíduo não tinha infarto, só era detectada na autópsia R.C. - O surgimento da cirurgia modificou este cenário? José Eduardo Sousa - Um dos grandes avanços da cardiologia foi obtida no início da década de 60, quando o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos realizou uma pesquisa no estado de Massachusetts, na cidade de Framingham. O Instituto enviou para esta cidade pesquisadores americanos qualificados que fizeram um estudo com a população adulta da cidade. Eles verificaram e dosaram nesses pacientes as gorduras sanguíneas, obtiveram eletrocardiograma, a história clínica dos pacientes e essencialmente os dados familiares, como a presença de diabé- com doenças coronárias e outros não, eram considerados normais. A partir daí, fizeram uma evolução por cerca de dez anos e concluíram que os pacientes que desenvolveram doença coronária ou que apresentaram infarto do miocárdio foram aqueles que tinham um histórico familiar de doença coronária, que eram obesos, diabéticos, hipertensos, fumantes e tinham uma vida sedentária associada ao stress. Então, pela primeira vez na história da medicina, foram constatados os fatores de risco que causam a doença. J.E.S. - A cirurgia apareceu no fim da década de 60 com a realização da ponte de safena, o que foi sem dúvida um grande impacto. Os remédios utilizados naquela época não são mais utilizados atualmente, pois tinham um poder terapêutico muito pequeno. Ninguém sabia que a aspirina funcionava, não existia a estatina, não existia quase nada. Quando detectada a doença, o paciente sabia que teria uma sobrevida curta, pois pouco se sabia sobre o tratamento. Não se identificava direito a doença e não tinha um bom tratamento terapêutico. Com a cirurgia, apareceram duas 4 Maio 2009 Revista do CORAÇÃO drogas muito importantes: os vasodilatadores (nitratos) e a utilização dos betabloqueadores no tratamento da doença. Elas tiveram um grande impacto e apresentaram um resultado muito positivo. Posteriormente, apareceram os antagonistas de cálcio, como um apoio terapêutico muito expressivo, porque o cálcio é que bloqueia a artéria. R.C. - E a angioplastia, quando surgiu? J.E.S. - No fim da década de 70 apareceu a angioplastia coronária, conhecida como a técnica do balão, que trouxe um aporte importante no tratamento da doença coronária, mas com limitações, pois em 50% dos pacientes a obstrução retornava. E a técnica do balão tinha limitações técnicas e causou um impacto muito pequeno na redução das cirurgias. Então, paralelamente, a terapêutica com os medicamentos teve uma evolução impressionante. Apareceram diversas drogas para tratar o distúrbio das gorduras, do colesterol e do triglicérides. As estatinas foram um avanço terapêutico muito importante, além dos antiplaquetários representados pelas aspirinas e a utilização dos stents, na década de 90. R.C. - Como foi vista pela classe médica a implantação do stent? J.E.S. - No fim da década de 90, a implantação do primeiro stent farmacológico foi uma revolução na cardiologia. Houve um real impacto na especialidade, pois antes deste tipo de stent o índice de recorrência era de 50% e com o stent farmacológico caiu para menos de 5%. Com os stents não farmacológicos a redução era de 20%. R.C. - E qual a importância dos métodos não invasivos? J.E.S. - No fim da década de 80, surgiram os métodos de diagnósticos da doença coronária não invasivos, que foram de enorme im- E N T R E V I S TA portância, entre eles os testes ergométricos, a medicina nuclear e mais recentemente, no fim da década de 90, a tomografia multislice. Então, hoje a doença coronária é manejada pelo médico de uma forma totalmente diferente do que 40 anos atrás. A doença coronária, quando o indivíduo não tinha infarto, só era detectada na autópsia. O infarto você diagnosticava porque tinha o eletrocardiograma. Acontece que a maioria das pessoas tinham doença coronária, mas o eletro não mostrava. Agora a realidade é totalmente diferente. O eletro era o exame máximo naquela época. R.C. - Houve muita resistência da classe médica? J.E.S. - Foi assim com todos os avanços na cardiologia. Para abrir um tórax para implantar uma ponte de safena, era uma guerra. Muitos cardiologistas conservadores acham isso um absurdo. O índice de mortalidade sempre foi aceitável. No início das cirurgias não se pegavam casos complexos como são tratados hoje. Em muitos casos, o stent substitui facilmente a cirurgia. Essas coisas são muito normais em medicina. É muito difícil a tecnologia ser aceita de início. Sempre tem alguém que se opõe, mas o tempo vai passando e eles reconhecem que coisas importantes podem ser feitas. R.C. - Qual o balanço dos pacientes que receberam o stent? J.E.S. - No HCor, nós estamos com 2.500 pacientes e 4 mil stents implantados. Esses doentes estão sendo seguidos por seis anos e o que é mais importante: dos 2.500 pacientes, somente 15 precisaram de cirurgia. Apesar da pessoa ter hábitos saudáveis, como parar de fumar, controle de peso e alimentação saudável, a doença coronária pode aparecer, pois é uma doença evolutiva. Só que não é evolutiva como era antes, pois com essas medidas atuais conseguimos frear essa evolução. R.C. - E no quadro nacional, como está o número de stents implantados? J.E.S. - Aqui no Brasil precisamos considerar dois aspectos: nós temos os pacientes do SUS, que não recebem esses stents devido ao custo e os pacientes que têm seguro saúde. Nós temos mais de 40 milhões de brasileiros que têm seguro saúde. Os outros mais de 100 milhões são vidas que dependem do SUS, que não cobre a aplicação dessa técnica. Só para se ter uma idéia, nos Estados Unidos, 65% dos pacientes recebem o stent. R.C. - A doença está crescendo entre os jovens ? J.E.S. - Hoje se diagnostica a doença em jovens também, que são aqueles que têm outros membros na família com a doença coronária. Isso é um fator de extrema importância. Quem tem fatores genéticos de risco precisa desde cedo cuidar dos hábitos alimentares, da prática de exercícios e da realização de exames cardiológicos constantes para diagnosticar de maneira correta a doença. Quando existe um histórico familiar, o indivíduo deve ter um padrão de vida de acordo com a orientação médica desde criança para adquirir o hábito sadio. Quando na família não há o histórico, o acompanhamento pode começar a partir dos 30 anos, com testes não invasivos, como o teste ergométrico, a tomografia e os dados bioquímicos, como o de volume de colesterol. R.C. - Com os avanços que temos, é possível dizer que a doença coronariana pode ser evitada? J.E.S - Hoje ainda é impossível você evitar a existência de doença coronária. É claro que se a gente falasse há quarenta anos os procedimentos que são realizados hoje, seria um impacto. Tudo está evoluindo muito rápido. Hoje já é possível um controle melhor e conviver com a doença, mas zerar a possibilidade de desenvolver a doença ainda é impossível. Maio 2009 5 Saúde à mesa Se consumidos todos os dias e na quantidade certa, os alimentos funcionais como aveia, soja, suco de uva e azeite de oliva podem prevenir doenças N ão há dúvidas de que a alimentação exerce papel fundamental no desenvolvimento de doenças coronarianas e que uma dieta adequada e balanceada pode atenuar seu desenvolvimento. Por esse e outros motivos o conceito de alimentação saudável está mudando. Mais do que adotar uma dieta balanceada e aumentar o consumo de produtos saudáveis, a tendência é descobrir o que os alimentos podem oferecer além dos nutrientes. Melhorar a imunidade, regular a pressão arterial e reduzir o colesterol são alguns benefícios alcançados com um cardápio balanceado. Quando, além de nutrir, um alimento é capaz de oferecer algum benefício à saúde de quem o consome, ele é chamado funcional. Entre os principais mitos que envolvem a alimentação funcional o principal é achar que somente a alimentação pode curar doenças. O correto é dizer que as propriedades funcionais encontradas em determinados alimentos diminuem o risco de desenvolver problemas de saúde. Outro mito é comparar a ação dessas substâncias ao efeito produzido pelos medicamentos, que tratam a doença imediatamente, ao contrário dos alimentos que têm como função a prevenção. Outro fato que é de extrema importância e não podemos ignorar é o estilo de vida que levamos. Não adianta incluir esses alimentos em nosso cardápio se o consumo de doces, enlatados e fast food é alto. Sem contar ainda outros fatores, como o sedentarismo e o fumo (veja matéria pág. 12), que não fazem parte de uma vida saudável. Numerosas pesquisas foram publicadas sobre os efeitos de dietas suplementadas com os mais conhecidos alimentos funcionais, que são o óleo de peixe, fitosteróis, azeite de oliva, fibras, soja e flavonóides, na prevenção e tratamento das doenças. De acordo com a gerente de nutrição do HCor, Rosana Perim, esses alimentos, quando consumidos regularmente em quantidades adequadas, podem prevenir o aparecimento de algumas doenças crônico-degenerativas, cardiovasculares e até mesmo o câncer. Uma vez que a doença cardiovascular continua sendo a principal causa de mortalidade no mundo, pesquisadores estão à procura de novas alternativas e suplementos à terapia convencional para prevenir e tratar esta doença. “O consumo regular de soja, azeite de oliva, suco de uva, aveia, margarina com fitosteróis e peixes pode oferecer para indivíduos sadios e também para pacientes uma melhora na qualidade de vida e prevenção de várias doenças”, explica a nutricionista. Conheça os alimentos funcionais Óleo de peixe (ômega-3) Os ácidos graxos ômega-3 podem promover a redução do perfil lipídico, principalmente diminuindo o nível de triglicérides e também outros efeitos cardiovasculares, como reduzir a viscosidade do sangue, promover relaxamento das artérias coronárias, redução da pressão arterial e ação antiarrítimica. Os principais peixes ricos em ômega-3 são: cavala, arenque, sardinha, salmão, atum e truta. 6 Maio 2009 Revista do CORAÇÃO N u trição Dentre os principais mitos que envolvem a alimentação funcional o principal é achar que somente a alimentação pode curar doenças Fitosteróis Os fitosteróis, também conhecidos como esteróis vegetais, são compostos naturalmente presentes em óleos vegetais, nozes, feijão, legumes e verduras. Estudos clínicos realizados durante algumas décadas demonstraram que os fitosteróis reduzem significativamente a absorção e consequentemente os níveis de colesterol, quando consumidos regularmente, associados a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Atualmente, podemos encontrar uma linha de alimentos funcionais enriquecida com fitosteróis, como: creme vegetal, iogurte e bebida láctea. Fibras São carboidratos complexos, não absorvidos pelo intestino, com ação reguladora na função gastrointestinal. São classificadas, de acordo com sua solubilidade em água, em solúveis e insolúveis. As fibras solúveis são representadas pela pectina (frutas) e pelas gomas (aveia, cevada e leguminosas: feijão, grão de bico, lentilha e ervilha), reduzem o tempo de trânsito gastrointestinal e ajudam na eliminação do colesterol. As fibras insolúveis não atuam nos níveis de colesterol, mas aumentam a saciedade, auxiliando na redução da ingestão calórica. Soja A soja tem sido alvo de muitos estudos e sua eficácia é comprovada quanto ao seu efeito em reduzir os níveis de colesterol sanguíneo. As principais fontes de soja na alimentação são: feijão de soja, óleo de soja, queijo de soja (tofu), molho de soja (shoyo), farinha de soja, leite de soja e o concentrado protéico Exemplo de cardápio com alimentos funcionais Refeição Alimentos Quantidade Café da manhã Mamão papaya com Cereal matinal a base de aveia Café com leite desnatado Pão integral com margarina Queijo branco ½ unidade 1 colher de sopa 1 xícara 2 fatias 1 fatia Almoço Salada de folhas com tomate e queijo tofu Arroz integral Feijão Filet mignon grelhado Suflê de espinafre Salada de frutas Suco de uva à vontade 4 colheres de sopa 1 concha pequena 1 filé médio (150g) 3 colheres de sopa 1 taça de sobremesa 1 copo(250ml) da soja, que exclui a presença de gorduras, mantém a presença de carboidratos e possui 75% da sua composição em proteínas. Flavonóides Os flavonóides são substâncias antioxidantes encontrados nos alimentos, principalmente em verduras, frutas vermelhas, grãos, sementes, condimentos e também em algumas bebidas como vinho tinto, suco de uva e chá verde. Sua atuação está relacionada ao combate aos radicais livres e também por inibirem a oxidação do LDL-C (colesterol ruim), evitando assim a obstrução das artérias e, consequentemente, o desenvolvimento de doença coronariana . Azeite de oliva Dados epidemiológicos mostram que populações que vivem no Mediterrâneo possuem menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares devido ao tipo de alimentação adotada, onde a principal fonte de gordura é o azeite de oliva associado ao alto consumo de cereais, vegetais e frutas. O azeite de oliva extra virgem, obtido por meio de processos mecânicos a frio, está associado à redução do risco de doenças cardiovasculares. *Temperar a salada com azeite de oliva extra virgem e shoyo Lanche da tarde Iogurte com cenoura e mel 1 copo Jantar Sopa de ervilha Batata corada Sardinha grelhada com molho de ervas Legumes de sauté Gelatina de morango Água de coco 1 prato fundo 4 colheres de sopa 1 filet (150g) 3 colheres de sopa 1 taça de sobremesa 1 copo(250ml) * Acrescentar aos legumes uma colher de margarina com fitosterol Maio 2009 7 Diagnóstico precoce pode “N ão podemos fazer nada pelo seu filho.” Essa foi a frase que Márcia de Oliveira Yoshida ouviu de uma cardiopediatra quando soube, aos sete meses de gestação, que o seu bebê sofria de uma cardiopatia congênita. Mas Márcia não se deixou abater e foi atrás de mais informação. “Foi meu primeiro filho e o primeiro neto dos dois lados da família. Fiquei desolada quando ouvi aquilo.” O garoto, chamado Lucas, hoje tem cinco anos e uma vida totalmente saudável. “A equipe conseguiu salvar a vida do meu filho.” O pequeno Lucas sofria de uma atresia da válvula pulmonar, cuja gravidade só poderia ser diagnosticada depois do parto. “A cesariana estava marcada para o dia 6 de janeiro, mas o Lucas decidiu chegar antes, no dia 24 de dezembro. Foi nosso presente de Natal daquele ano”, brinca Márcia. 8 Maio 2009 salvar vidas Logo após o parto, assistido pela equipe de cardiopediatras que acompanharam Márcia nos últimos meses de gestação, mãe e o bebê foram transferidos para o Hospital do Coração. Com dois dias de vida, Lucas passou por uma perfuração dessa válvula via cateter, que corrigiu o problema e tornou-se um dos casos de maior sucesso na história do hospital. Márcia e seu filho enfrentaram um problema mais comum do que se imagina. Cerca de 2,5% dos fetos possuem alguma cardiopatia dentro do útero da mãe. Essa porcentagem representa 25 em cada mil casos, em números reais. Esse número é o responsável pelo crescente interesse da comunidade científica e médica pelo tema e pelos investimentos recentes em tecnologia capaz de tratar desses pacientes antes mesmo do parto. O avanço da medicina e o acesso à ultrassonografia durante a gestação nas últimas décadas possibilitaram a prevenção e tratamento de muitas enfermidades e malformações, mas as cardiopatias congênitas geralmente não têm diagnóstico específico na fase pré-natal. As anomalias do coração estão presentes em 1% dos nascimentos e são consideradas as mais frequentes e mais graves. “A gravidade dessas cardiopatias congênitas pode trazer sintomas ainda dentro do útero ou imediatamente após o nascimento, com necessidade de tratamento específico nas primeiras horas ou dias de vida”, afirma Simone Pedra, cardiologista fetal e pediátrica da Unidade de Cardiologia e Medicina Fetal do HCor. “O conhecimento pré-natal destas anomalias favorece imensamente a evolução clínica destes bebês, pois permite uma programação do local Revista do CORAÇÃO ideal, da idade gestacional e via de parto apropriada. Com isso, estas crianças são atendidas de forma especializada já na sala de parto, antes do agravamento do quadro clínico”, prossegue. Já estão disponíveis no Brasil muitas opções para que os pacientes tenham o tratamento adequado. O HCor, por exemplo, utilizou-se de sua experiência de mais de 30 anos na área de cardiologia pediátrica para criar a Unidade de Cardiologia e Medicina Fetal HCor. Trata-se de um serviço para diagnosticar e tratar cardiopatias no período perinatal, promovendo maior chance de sobrevida dos fetos e neonatos afetados por cardiopatias congênitas graves e potencialmente letais. Esta unidade oferece um programa de rastreamento pré-natal das más-formações fetais, com diagnóstico de cromossomopatias, ultrassonografia morfológica, incluindo a tridimensional, ecocardiografia fetal entre outros, bem como assistência psicológica e de enfermagem especializada. Mesmo antes dessa unidade ser criada, o hospital já realizava partos em situações especiais. Foi o caso de Ingrid Vieira Neto Sato, que deu à luz ao seu filho Henri em março do ano passado. “Aos quatro meses de gestação soubemos em um exame de ultrassom que meu bebê apresentava índices muito altos de translucência nucal”, conta Ingrid. “A partir daí fizemos mais exames e fizemos o parto dentro do HCor. Na sequência fizemos os exames e foi diagnosticado que ele tinha transposição das grandes artérias. Com um dia de vida, ele passou pela Cirurgia de Jatene e deu tudo certo.” Não houve sequela ne- M E D I C I N A F E TA L A gravidade dessas cardiopatias congênitas pode trazer sintomas ainda dentro do útero ou imediatamente após o nascimento, com necessidade de tratamento específico nas primeiras horas ou dias de vida nhuma e Henri tem hoje o desenvolvimento de uma criança saudável. Há inúmeros benefícios do diagnóstico pré-natal das más-formações cardíacas e da realização do parto de bebês cardiopatas em centros especializados em cardiologia pediátrica, pois a melhor UTI para estes pequenos pacientes é o próprio útero materno. Doenças que anteriormente apresentavam taxas de mortalidade próximas a 100% já podem ser abordadas antes do nascimento e, muitas vezes, mudando de forma significativa o seu prognóstico pós-natal. A possibilidade de o parto ser realizado num ambiente com os requisitos necessários para tratar essas condições cardíacas evita não só os riscos do transporte entre hospitais, bem como a separação entre a mãe e o bebê durante os primeiros dias que sucedem o parto, momento este que gera enorme angústia familiar. O mais importante é saber que as crianças que passaram por esses procedimentos têm muitas chances de levar uma vida perfeitamente normal e ativa. Quem vê a menina Maria Fernanda de Azevedo de sete anos praticando atividades físicas nem imagina que ela já passou por duas intervenções cirúrgicas no coração, uma aos três meses e outra aos quatro anos de idade. “Descobrimos no ultrassom morfológico do quarto mês de gestação que ela tinha alguma má-formação cardíaca, mas não sabíamos o que era,” explica a mãe, Márcia de Azevedo. “Disseram que ela poderia não ter a artéria aorta e que passaria por sete cirurgias. Mas felizmente foram apenas duas, pois minha filha só não tinha o ventrículo pulmonar direito.” A deformidade dificultava a passagem do sangue entre as cavidades do coração de Maria Fernanda. Na primeira intervenção, um tubo foi colocado ligando a cava superior permitindo o fluxo de 30% do sangue. A segunda operação possibilitou o restante, garantindo a circulação total. Hoje a menina esbanja saúde no dia a dia e nas aulas de balé, sapateado e natação. Essas são apenas algumas das histórias de sucesso da cardiopediatria no Brasil e provas de que o acompanhamento prénatal pode salvar muitas vidas. Quanto mais cedo for diagnosticada a má-formação cardíaca, melhor. Maio 2009 9 Como voltar à ativa com segurança P assar por um evento cardíaco é uma experiência marcante e pode ser traumática. Mesmo com a tecnologia hoje disponível, as intervenções cirúrgicas são técnicas invasivas, o que torna o processo de recuperação muito importante e na qual se faz necessária a melhor assistência possível. O maior motivador é saber que passada essa fase o paciente pode voltar a ter uma qualidade de vida tão boa (ou até melhor) quanto antes. A prevenção é palavra-chave quando se fala em saúde do coração. Combater o problema antes que ele aconteça garante uma vivência com maior qualidade, sem falar na prolongação da expectativa de vida. No caso de quem já passou por problemas cardíacos (infarto agudo ou angina, com intervenção cirúrgica ou angioplastia), ou com doenças cardiopulmonares, a chama- 10 Maio 2009 da prevenção “secundária” se faz ainda mais importante. O tratamento em si é o mesmo para todos: cuidar da alimentação, praticar exercícios regularmente, controlar o estresse e o tabagismo. “Só que os níveis de segurança e as metas são ainda mais rígidos, com cifras menores”, explica o Dr. Carlos Alberto Hossri, cardiologista responsável pelo Setor de Reabilitação Cardiopulmonar do HCor - Hospital do Coração. “Se no paciente que nunca passou por um processo cardíaco o nível aceitável de colesterol pode ficar em torno de 200, os cardiopatas terão um limite de tolerância mais baixo, de 170, por exemplo.” A supervisão adequada também se torna muito mais relevante. Cada organismo tem uma carga genética que determina o metabolismo e as tendências naturais de desenvolver doenças e responder aos estímulos, portanto, o mais indicado é procurar por um programa específico a cada necessidade. O tratamento individualizado e humanizado identifica possíveis arritmias e gerencia toda a sessão do exercício supervisionado, possibilitando a reabilitação de pacientes portadores de doenças pulmonares que necessitam de oxigênio durante a execução dos exercícios. Outro fator importante é saber qual exercício é mais adequado para cada pessoa. Não são todos que podem correr, ou mesmo caminhar com alta intensidade logo de início. Qualquer atividade física tem de respeitar os limites do praticante e o ideal é progredir à medida que o organismo vai se adaptando. “Esse programa deve ser prescrito e acompanhado por um médico capacitado, com conhecimento do histórico do paciente. Não existe uma ‘receita de bolo’ que sirva para todos”, afirma Hossri. Revista do CORAÇÃO A prevenção é palavrachave quando se fala em saúde do coração. Combater o problema antes que ele aconteça garante uma vivência com maior qualidade, sem falar na prolongação da expectativa de vida Uma das vantagens da recuperação assistida é que o médico tem o registro do progresso e do empenho do paciente. “As pessoas de uma maneira geral acreditam que fazer um check up previne as doenças, mas o fato é que se depois daquilo o indivíduo não tomar nenhuma medida preventiva, nada vai mudar.” Segundo o dr. Hossri, o programa de reabilitação diminui em 30% a chance de novos eventos, como o infarto do miocárdio e a necessidade de reinternação hospitalar. R E A B I L I TA Ç Ã O Para o fisiatra do HCor, Gilson Shinzato, um dos fatores que mais complicam a recuperação é que a maioria dos pacientes não praticava exercícios anteriormente. “São muitos pacientes idosos, sem noção de postura e ainda por cima fragilizados pelo evento cardíaco”, alerta Shinzato. “O cuidado deve ser redobrado, pois a possibilidade de ocorrer uma lesão é maior e isso pode afastá-los por meses do tratamento. Isso sem falar que muitos deles fazem tratamento com medicamentos para redução de colesterol, cujos efeitos colaterais são problemas musculares, como dores e cãibras”, conclui. Outro aspecto importante é realizar essa prevenção em todos os âmbitos. Aspectos cardiopulmonares, nutricionais, físicos e psicológicos devem ser levados em consideração, sempre. Todo esse conjunto vai ser decisivo para proporcionar, em primeiro lugar, a redução de novos eventos cardíacos e uma série de benefícios, como recuperação da capacidade física, retorno precoce ao trabalho, alívio dos sintomas e sensação de bem estar geral e retardamento do processo aterosclerótico (obstrução das artérias ), entre outros. Impactos da reabilitação cardiopulmonar assistida: •Prevenção de eventos cardiovasculares •Redução dos efeitos nocivos do estresse •Auxílio no controle de peso •Redução da pressão arterial •Melhora da autoestima •Melhora do condicionamento físico •Aumento da faixa de segurança dos exercícios •Elevação da qualidade de vida Maio 2009 11 Especialistas advertem: o cigarro pode queimar bons momentos da vida Médicos de várias especialidades apontam os estragos que o tabagismo causa na saúde e revelam como o vício reduz a vitalidade N os últimos dez anos, a expectativa de vida do brasileiro cresceu em três anos, passando de 69,3 anos para 72,7 anos. As mulheres ainda vivem mais tempo, em média 76,5 anos ante 69 anos vividos pelos homens, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Mas há um vilão que insiste em reduzir essa estatística, tragando de maço em maço, a longevidade e o bem-estar da população: o cigarro. Os malefícios não se restringem apenas ao universo dos fumantes, pois está comprovado que as pessoas que convivem com o vício, mesmo que indiretamente, também são afetadas. Nesta cruzada contra o tabagismo, o Brasil tem conquistado grandes avanços. Com leis antitabagistas mais rigorosas e a proibição de propagandas de marcas de cigarros e também de patrocínios de eventos, o número de fumantes vem diminuindo. Passou de 20% da população brasileira em 2003 para 16% no último ano, de acordo com pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), órgão do Ministério da Saúde. Em Brasília a exclusão dos fumantes não acontece somente em rodas de nãofumantes. Nos bares da capital não é permitido fumar, assim como em repartições públicas, shoppings, restaurantes e edifícios comerciais. Em São Paulo, um projeto de lei assinado em agosto do ano passado proibiu o fumo em ambientes como bares, restaurantes, boates, hotéis e áreas comuns de condomínios. 12 Maio 2009 Nesse quesito, o Brasil pode ser considerado referência internacional. Em Atenas, por exemplo, onde a propaganda de cigarro é liberada os turistas não fumantes convivem com uma das maiores incidências de tabagismo da Europa. O cigarro tem lugar garantido na boca de mães que carregam filhos no colo, funcionários do metrô que costumam dar suas baforadas entre a venda de um bilhete e outro, sem contar o “fumacê” nas tabernas, capaz de comprometer até a degustação de pratos típicos da gastronomia grega, como o mussaká. Condenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) por ser a principal causa de morte evitável no mundo, o tabagismo atinge cerca de quatro milhões de pessoas por ano ao redor do mundo que morrem por doenças associadas ao fumo, ou seja, uma morte a cada oito segundos. A fumaça do cigarro é uma mistura de aproximadamente 4.720 substâncias tóxicas diferentes, que se constitui de duas fases fundamentais: a fase particulada e a fase gasosa. Na fase gasosa é composta, entre outros por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína. A fase particulada contém nicotina e alcatrão. Essas substâncias tóxicas atuam sobre os mais diversos sistemas e órgãos e são um grande fator para a causa de cerca de 50 doenças diferentes, principalmente as doenças cardiovasculares, tais como a hipertensão, o infarto, a angina e o derrame. A Revista do Coração ouviu especialistas das áreas de Urologia, Gastroenterologia, Pneumologia e Cardiologia para explorar como esse vício, que para muitos ainda é tratado como inofensivo, pode prejudicar sua saúde. Problemas respiratórios O hábito de fumar está associado a uma série de doenças do sistema respiratório, desde tumores malignos como o câncer de pulmão, de laringe, esôfago, entre outros. O fumo pode acelerar também os processos inflamatórios que levam à destruição dos pulmões, como a bronquite, o enfisema, a pneumonia intersticial descamativa e a bronquiolite respiratória. Normalmente as doenças relacionadas ao tabagismo são dependentes da carga tabágica, ou seja, da quantidade de cigarros fumados ao longo da vida, assim como o tempo de exposição à fumaça. “É mais comum surgir a doença em pessoas que fumam mais de 15 ou 20 cigarros por dia por mais de 15 ou 20 anos. Alguns indivíduos têm uma sensibilidade individual (geneticamente mediada) o que pode fazer com que as doenças aconteçam numa fase mais precoce da vida,” destaca o pneumologista Dr. Carlos Carvalho. Ainda segundo o Pneumologista, “a única medida que realmente interfere na evolução da maioria das doenças associadas ao tabagismo é o ato de parar de fumar. Todas as outras intervenções são paliativas e só servem para minimizar um pouco o problema.” Apesar de ser menos frequente, está mais do que bem definida a associação de quase todas as doenças encontradas nos fumantes também àqueles que têm uma Revista do CORAÇÃO exposição ocasional como no ambiente de trabalho ou em casa. Por isso, cada vez mais se recomenda que os fumantes procurem lugares próprios e arejados (ambiente externo) para fumar. “Existem alguns estudos que mostram que parar de fumar antes dos 30 ou 35 anos traz uma boa proteção contra essas doenças respiratórias. Parar de fumar após os 40 anos, apesar de não ter os mesmos benefícios, também é fundamental, pois reduz o ritmo de lesão pulmonar e de piora da perda progressiva de capacidade pulmonar que acontece em quem permanece fumando,” conclui. Impotência Vários estudos já demonstraram que o tabagismo está relacionado ao surgimento de neoplasias urológicas, principalmente os tumores de bexiga, urotélio e renal. Além disso, já se comprovou a associação entre tabagismo e disfunção erétil devido ao comprometimento arterial que nutre o pênis. “Difícil definir depois de quanto tempo o indivíduo está suscetível, mas em relação ao câncer de bexiga, por exemplo, o risco é duas a quatro vezes maior nos fumantes e esta probabilidade aumenta com o número de cigarros, duração do hábito de fumar e grau de inalação do fumo. Ou seja, quanto maior o tempo de exposição ao tabaco, proporcionalmente o risco de desenvolver neoplasias vai aumentando,” destaca o urologista Dr. Antonio Corrêa Lopes Neto. “A suspensão do hábito de fumar é um bom começo. Cessar este vício reduz o risco entre 30% e 50% durante os primeiros quatro anos,” completa. Para o especialista é possível vencer o vício e voltar a ter uma vida saudável. Basta mudar os hábitos para diminuir o risco de desenvolver doenças. “Ter uma alimentação PREVENÇÃO saudável, praticar exercícios físicos, hidratar-se adequadamente. Evitar o excesso de gordura animal. Realizar exames periódicos sob orientação médica, pois mesmo sem o vício ele está sujeito ao desenvolvimento da doença.” Problemas no aparelho digestivo O aparelho digestivo não fica fora dos malefícios causados pelo cigarro. O gastroenterologista Dr. Mounib Tacla explica algumas implicações que são causadas pelo tabagismo. Na úlcera péptica e gastro/duodenites, que acometem o estômago e duodeno, o tabagismo representa um fator de risco, podendo interagir com a infecção pela bactéria Helicobacter pylori e a utilização de alguns medicamentos, particularmente os anti-inflamatórios e a aspirina, possibilitando, desta forma, o desencadeamento destes processos. “Nas Doenças Inflamatórias Intestinais, o tabagismo também representa um fator de risco. O tabagismo está diretamente relacionado ao aumento da probabilidade da recorrência da Doença de Crohn (Doença inflamatória do intestino), tanto nos fumantes como em ex-fumantes. Por outro lado, inúmeros estudos demonstram a menor incidência da Retocolite Ulcerativa nos usuários do fumo comparados com os “não fumantes.” Porém, está demonstrada também uma maior incidência da Retocolite nos ex-fumantes, comparando-os com o grupo de “não f umantes”, destaca o Gastroenterologista. Com relação ao fígado, indivíduos alcoólatras que também são tabagistas, com uso de 1 maço de cigarro ao dia, apresentam 3 vezes mais o risco de desenvolver um processo de cirrose do que os “não fumantes.” Segundo o especialista, a razão da ação desta combinação não está ainda devidamente conhecida. No caso do câncer do esôfago, doença de grande letalidade, inúmeros estudos têm demonstrado que o hábito do tabagismo associado ao consumo de álcool representam os mais importantes fatores predisponentes para esta afecção. “O mecanismo de atuação destas substâncias ainda não está devidamente reconhecido, porém, considera-se que o álcool poderia atuar no processo da formação do câncer enquanto que os produtos químicos contidos no fumo, como as nitrosaminas representariam os fatores mais importantes no desencadeamento do câncer do esôfago”, informa Dr. Tacla. Coração em risco O sistema cardiovascular também é bastante afetado pelo tabagismo. Dentre as doenças que podem ser desenvolvidas, destacam-se o infarto do miocárdio, o aneurisma da aorta, o acidente vascular cerebral e a obstrução das artérias em todo o organismo, podendo comprometer a irrigação dos membros inferiores. Estas alterações associadas à ocorrência de outras doenças como a obesidade, diabetes e hipertensão arterial, acabam sendo de evolução muito mais traumática. “Vale ressaltar que para as mulheres fumantes estas consequências todas além de serem presentes igual ao que ocorrem no sexo masculino têm como relevante o fato de que para sua ocorrência necessitam de uma exposição menor ao cigarro e podem ter expressão orgânica mais grave, ou seja, a mulher é muito mais suscetível e muito mais sensível às consequências do hábito de fumar. Mulheres que fazem uso de anticoncepcionais tém ainda maior o risco de contrair as doenças relacionadas ao hábito de fumar que acometem o sistema cardiocirculatório”, destaca o cardiologista Dr. Abrão Cury. Maio 2009 13 A música que toca o coração N ão importa o ritmo, a melodia ou a harmonia. Pode ser um samba de Cartola ou um blues de B.B. King. Ouvir as músicas preferidas faz bem ao sistema cardiovascular, é o que revela um estudo da faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Pesquisadores que já tinham mostrado em 2005 uma relação entre o riso e a performance cardíaca encontraram agora benefícios para o coração no ato de ouvir música agradável. “Já tínhamos demonstrado que emoções positivas, como o riso, são boas para a saúde vascular, mas a pergunta 14 Maio 2009 lógica era se outras emoções, provocadas, por exemplo, pela música, tinham o mesmo efeito”, afirma Michael Miller, diretor de Prevenção em Cardiologia do centro médico da Universidade de Maryland. Miller fez com que uma dezena de estudantes escolhesse a música que “mais os deixava felizes” e o expôs durante 30 minutos a quatro tipos de som para comparar seu efeito sobre o sistema vascular. Eram elas: música apreciada pelo paciente, música estressante, áudio para relaxamento e canções engraçadas. O diâmetro dos vasos sanguíneos foi ampliado em 26% com a música escolhida pelo paciente, enquanto a música estressante fez os vasos encolherem 6%. Com as músicas engraçadas, os vasos sanguíneos se dilataram 19%, enquanto a música de relaxamento produziu uma dilatação vascular de 11%. “É impressionante a forte diferença entre antes e após se escutar uma música agradável, assim como entre uma música apreciada e uma estressante”, ressalta Miller. A Musicoterapia se fortaleceu na época da Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos ao verificarem que seus soldados feridos na guerra apresentavam uma recuperação mais rápida com a utilização da música em sua reabilitação. Revista do CORAÇÃO mat é ria de capa É impressionante a forte diferença entre antes e após se escutar uma música agradável, assim como entre uma música apreciada e uma estressante ruptura da ansiedade e controle da dor, contribuindo para a redução da frequência respiratória, cardíaca, pressão arterial sistêmica e das arritmias. “A musicoterapia procura motivar o controle de fatores de risco para doenças cardíacas, por meio da modificação de hábitos de vida, e favorece também a auto expressão por meio da criatividade do próprio paciente e de técnicas musicoterapêuticas, como por exemplo o canto, a expressão sonoro musical e a audição musical de estímulos sonoros pré-selecionados, de acordo com as necessidades apresentadas”, explica Amorosino. Um toque de saúde Nascido na Rússia, mas brasileiro de coração, o bailarino Ruslan Gawriljuk, de 70 anos, teve há 12 anos um problema detectado na válvula do coração e precisou passar por um procedimento cirúrgico, que foi realizado no HCor – Hospital do Coração de São Paulo. No Brasil a Musicoterapia surgiu com um curso de especialização em 1970 oferecido pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP) e atualmente conta com seis cursos de graduação e quatro de especialização, que formam bacharéis e especialistas em Musicoterapia. “Esta é uma tendência que a cada dia se difunde mais, o que particularmente acho ótimo, pois o ser humano não é fragmentado e sim um todo, além de ser uma oportunidade muito enriquecedora para toda a equipe que participa”, destaca Cristiane Amorosino, presidente da APEMESP (Associação de Profissionais e Estudantes de Musicoterapia do Estado de São Paulo). Em serviços hospitalares, a Musicoterapia trabalha com uma abordagem biopsicossocial, utilizando a música como componente terapêutico. Pode auxiliar na identificação de sentimentos e sensações dos pacientes e trabalha também como instrumento complementar na Maio 2009 15 Revista do CORAÇÃO mat é ria de capa A musicoterapia é interligada com a medicina e visa a resgatar dentro do indivíduo algum canal de comunicação a partir do momento que ele tem algum problema. E a música em si ajuda a resgatar bons momentos que o paciente já teve, isso resulta em uma melhora no ponto de vista emocional que interfere na melhora física No procedimento pós-operatório, o paciente passou pelo acompanhamento psicológico com Silvia Cury Ismael, responsável pelo Serviço de Psicologia do HCor, que descobriu que além da dança, Ruslan tinha como hobby a música que era embalada pelos doces acordes de seu violino, que aprendera a tocar quando criança. Um convite foi feito e o paciente começou a tocar seu violino e levar sua música para os demais pacientes. “A musicoterapia é interligada com a medicina e visa a resgatar dentro do indivíduo algum canal de comunicação a partir do momento que ele tem algum problema. E a música em si ajuda a resgatar bons momentos que o paciente já teve, isso resulta em uma melhora no ponto de vista emocional que interfere na melhora física”, explica Silvia. Doze anos depois, o músico e bailarino, hoje totalmente curado, continua sua rotina de levar aos demais pacientes o conforto por meio da música. “A música 16 Maio 2009 ajudou muito na minha recuperação. Sou apaixonado por música, sempre toco com a alma e isso eleva meu espírito, minha auto-estima”, relata Gawriljuk. Suas apresentações, que têm um repertório bem eclético, têm auxiliado na músicas conseguem tocar a todos, como é o caso de “My Way”, de Frank Sinatra, que eleva a vibração da pessoa”, destaca. “Tinha um paciente que descia e assistia toda vez que eu tocava no hospital. Ele sentava, ouvia atentamente, agradecia e recuperação de pacientes internados no HCor. “Como toco no Hospital e cada um têm um gosto musical, tento apresentar um repertório diferenciado, mas certas dizia que já tinha sido curado pela música”. Mais uma prova de que a boa melodia, além de encantar os ouvidos, pode tocar o coração. Revista do CORAÇÃO dicas m é dicas O ritmo arriscado do prazer Uso de medicamentos para disfunção erétil sem orientação preocupa cardiologistas O mercado de produtos para disfunção erétil vem crescendo em larga escala no país. Só no ano passado foram comercializados quase 7 milhões de comprimidos, um crescimento de 5,37% em relação a 2007. Se por um lado o tratamento trouxe um alento para os pacientes nos consultórios de urologia, na área cardíaca o consumo indevido gera preocupação entre a classe médica. Hoje esses medicamentos podem ser encontrados facilmente em qualquer farmácia e a preços acessíveis. Alguns estabelecimentos nem são muito rigorosas em pedir a prescrição médica – o que traz riscos, pois, por mais seguros que sejam, nenhum deles deve ser utilizado sem acompanhamento médico. Os pacientes cardíacos, por exemplo, têm que ter atenção redobrada. Segundo os próprios fabricantes, esses comprimidos não podem ser utilizados por pessoas que utilizem remédios que tenham como princípio ativo o nitrato. Para o urologista do Hospital do Coração Antonio Correa Lopes Neto, essa situa- ção é totalmente proibitiva: “A soma de um vaso dilatador – que é o mecanismo de ação dos medicamentos via oral para a disfunção erétil – com o nitrato no organismo leva a graves consequências, por isso não pode ser feita nunca”, sentencia Neto. O HCor já recebeu na unidade de pronto-socorro homens que fizeram essa combinação. “Por desorientação do paciente e, principalmente, pela facilidade de conseguir os comprimidos, alguns homens acabam fazendo uso desses medicamentos ao mesmo tempo”, alerta o Dr. César Jardim, cardiologista do HCor. Entre as complicações que podem acontecer estão desmaios, tonturas e oscilações de pressão (geralmente baixa) que levam a repercussões clínicas. “Já atendemos pacientes com níveis de pressão extremamente abaixo do normal por conta disso”, conta. Há outras soluções para quem pretende controlar o problema. Em muitos dos casos a terapia revela-se eficaz, pois a perda da ereção pode ter causas que não são fisiológicas e sim psicológicas. Quando existe uma real necessidade de tratamento físico, há um leque de opções que podem ser praticadas por esses pacientes. Além dos medicamentos via oral, pode-se injetar uma medicação antes da atividade sexual. O urologista ensina ao paciente a maneira correta de aplicá-la. Outra opção, que foi utilizada no passado, é o uso de uma cápsula intrauretral com o mesmo princípio. “Ambos funcionam da mesma forma que o medicamento oral, aumentando o fluxo sanguíneo no membro, permitindo sua ereção. Mas nesses casos, a atuação é restrita à área do órgão sexual, por isso não há problemas”, explica Neto. Um último recurso que só é indicado quando não há eficácia de outros tratamentos é a prótese peniana. Mas mesmo quem for utilizar estes outros recursos deve consultar o médico. “Afinal de contas, o ato sexual é uma atividade física e o paciente, principalmente mais idoso e cardiopata, tem de saber se está em condições de praticá-lo com segurança”, ressalta Neto. Maio 2009 17 HCor lança um dos mais avançados centros de ensino, treinamento e simulação do país Com a presença do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, foi lançado também o Curso Técnico em Enfermagem, em parceria com o Colégio da Cidadania Zumbi dos Palmares Ministro da Saúde José Gomes Temporão, Dr. Adib Jatene, reitor José Vicente e o Secretário da Saúde de SP Luiz Roberto Barradas Barata conhecem as instalações do CETES-HCor C om foco voltado para oferecer cada vez mais a excelência no atendimento, o HCor lançou no último dia 13 de abril o Centro de Ensino Treinamento e Simulação (CETES - HCor). Trata-se de um dos mais completos e modernos centros de educação na área da saúde, que utiliza a simulação por meio de manequins e robôs que imitam situações emergenciais do ambiente hospitalar, como principal ferramenta de treinamento. O ensino baseado em simulação é uma nova vertente na qualificação de profissionais de saúde e está entre as mais eficazes maneiras de melhoria no atendimento assistencial. A formatação de todos os cursos conta com o respaldo do Instituto de Ensino e Pesquisa do HCor. O objetivo do Centro é a realização de cursos para diversos profissionais que atuam diretamente no cuidado de pacientes em emergências cardiológicas, primeiros-socorros, 18 Maio 2009 medicina intensiva e simulação de situações críticas em saúde, como parada cardiorrespiratória, tanto em ambiente hospitalar, préhospitalar e à população em geral. Também serão formatados cursos para escolas, empresas, além do público leigo. O profissional treinado adquire maior conhecimento e, consequentemente, alia uma melhora significativa no desempenho e segurança no atendimento aos pacientes, afastando assim a probabilidade de erros médicos. De acordo com o estudo americano “To Err is Human: Building a Safer Health System” (Errar é Humano: Construindo um Sistema mais Seguro de Saúde), os Estados Unidos investem anualmente cerca de 50 bilhões de dólares para contornar essas adversidades. “A simulação aplicada ao ensino médico é uma técnica destinada a substituir experiências de pacientes reais, por casos clínicos reproduzi- dos artificialmente em cenários ou manequins, evocando aspectos do mundo real de maneira interativa. Essa ferramenta permite criar novos métodos de aprendizado, sem colocar pacientes em risco”, explica o Dr. Hélio Penna Guimarães, coordenador do CETES-HCor, que é o primeiro no Brasil afiliado a SSH (Society for Simulation in Healthcare). O CETES-HCor oferece o que há de mais moderno no ensino médico e capacitação de profissionais da área, com duas salas de simulação e uma de controle – onde serão controlados os movimentos e reações dos robôs, laboratório, duas amplas salas de aula, biblioteca, entre outras instalações. “Todos os procedimentos realizados podem ser transmitidos ao vivo para os auditórios, o que proporciona um aprendizado em massa de acordo com a necessidade” finaliza Dr. Guimarães. Curso de Técnico em Enfermagem HCor/ Colégio Zumbi dos Palmares De acordo com a parceria firmada entre o HCor e a Secretaria de Estado da Saúde, o Hospital do Coração com o Instituto Afrobrasileiro de Ensino Superior - mantenedor da faculdade Zumbi dos Palmares, que trabalha pela inclusão do afrodescendente no ensino superior e no mercado de trabalho, lançam o Curso Técnico em Enfermagem. O curso possibilita a qualificação e habilitação de pessoal de nível médio ao de nível técnico, para o exercício de enfermagem nos serviços públicos (SUS) e privados de saúde, visando à melhoria da qualidade dos serviços prestados à comunidade, bem Revista do CORAÇÃO como inclusão social e qualificação educacional dos participantes. As aulas serão ministradas por enfermeiros do HCor, com licenciatura, em salas de até 30 alunos por turma, que serão selecionados pela ONG Afrobrás e encaminhados para o curso HCor - Colégio Zumbi dos Palmares e terão a duração de 18 meses, contando com o prazo de formação em auxiliar e técnico de enfermagem. O curso conta também com um amplo programa de estágio que será oferecido a todos os participantes. Cerca de 70% do conteúdo ministrado no curso está dentro das especialidades existentes no quadro clínico do Hospital. Os outros 30% serão completados por hospitais parceiros da rede pública municipal e estadual, para atuação em áreas que o HCor não oferece. Algumas disciplinas serão ministradas pelos professores da faculdade Zumbi dos Palmares. “O curso terá uma disciplina chamada “enfermagem na saúde da população negra” e será o primeiro em todo o país a abordar N O TA S especificamente esse tema dentro da matriz curricular. Há uma dificuldade do profissional da saúde em atender a esse contingente que tem aspectos de adoecimento diferentes dos demais segmentos da população. Nós somos predispostos a algumas patologias que o profissional da saúde normalmente não tem o devido aprofundamento da questão em Reitor José Vicente, da Universidade Zumbi dos Palmares, e Ivone Maksoud, Presidente da Associação do Sanatório Sírio, inauguram Curso Técnico em sua formação. Por isso, a Enfermagem ao lado do Ministro da Saúde e do Secretário da Saúde de SP importância deste curso em parceria com os profissionais do HCor”, experiência nas rotinas de enfermagem. diz José Vicente, diretor-superintendente do Além disso, contribuirá para a inclusão de Instituto Afro-brasileiro de Ensino Superior indivíduos no segmento de saúde que têm e Reitor da Zumbi dos Palmares”. dificuldade de acesso a esse tipo de apren“O HCor irá oferecer aos participan- dizado”, explica Fernanda Jacques Calçado tes um curso de excelência, ministrado de Oliveira, Coordenadora Técnica da Espor profissionais gabaritados e com larga cola de Enfermagem. Alberto Duarte assume cadeira de Patologia Clínica da FMUSP Amanda Sousa é eleita membro do Conselho Universitário da USP O prof. dr. Alberto Duarte, hematologista responsável pelo laboratório de análises clinicas do HCor – Hospital do Coração, foi selecionado para assumir a cadeira de Patologia Clínica do Hospital das Clínicas da faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A vaga, que foi conquistada após um concurso realizado nos dias 27 e 28 de abril, teve como objetivo selecionar o primeiro professor titular para a disciplina de Patologia Clínica na universidade. Dentre as funções que serão exercidas, está a de dirigir o laboratório central do Hospital, espaço que opera com 374 funcionários, atende aproximadamente 2.500 pacientes por dia e realiza 7,5 milhões de exames anualmente. No último dia 15 de abril, a Profª Dra. Amanda Sousa, responsável pela área clínica de cardiologia intervencionista do HCor – Hospital do Coração, foi eleita por unanimidade como representante das Entidades Associadas junto ao Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP). O Conselho Universitário é o órgão máximo da USP, com funções normativas e de planejamento, cabendo-lhe estabelecer a política geral da Universidade para a consecução de seus objetivos. A oportunidade surgiu devido a parceria entre a USP e o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, entidade que a Dra. Amanda Sousa atua como diretora geral e presidente da comissão de Pós Graduação. Maio 2009 19 DeBRITO Responsável técnico: Dr. J.Eduardo M. R. Sousa – CRM 8474 Filantropia é uma prática que faz parte da história do HCor. São muitos os casos de sucesso que temos para contar com o orgulho justificado da nossa equipe multidisciplinar altamente especializada. Os milhares de pacientes atendidos pela área de cardiopediatria comprovam isso. Agora, com a nova regulamentação da filantropia, o HCor, como um hospital de excelência, utilizará recursos de ponta e o know-how de seus profissionais, que serão aplicados estrategicamente a fim de contribuir para o desenvolvimento do SUS – Sistema Único de Saúde. Isso permitirá a transferência de novas tecnologias, a capacitação de recursos humanos e a produção de pesquisas de grande relevância para a população. Prova de que participar e se envolver com a saúde pública faz qualquer coração bater mais forte. O HCor faz bem para o coração. Faça você também. Padrão de qualidade em atendimento médico e hospitalar. Tel.: (11) 3053 6611 - www.hcor.com.br