Portfolio de: Apêndice B – conhecimentos prévios Revendo conceitos de fenômenos de transporte e termodinâmica... conceitos básicos – definições: volume de controle (VC): energia (U): “é uma região finita, cuidadosamente escolhida por um analista, com contornos abertos pelos quais se permite que massa, quantidade de movimento e energia cruzem”. (White, Mecânica dos fluidos, p. 23) “capacidade que um corpo, uma substância, um sistema físico tem de realizar trabalho”. ((na língua portuguesa os primeiros registros da palavra energia datam de 1563) – dicionário Houaiss, esta idéia remonta a Aristóteles) energia interna: “é a fração de energia total de um sistema físico que é determinada apenas por seu estado de repouso e correspondente à soma das energias cinéticas e potenciais dos componentes deste sistema, seu valor absoluto não pode ser determinado, porém é possível medir sua variação que para um sistema fechado, corresponde ao calor absorvido pelo sistema”. (dicionário Houaiss) “A variação de energia interna consiste em um componente sensível ou térmico, que leva em consideração os movimentos de translação, rotação ou vibração dos átomos/ moléculas que compõem a matéria; um componente latente que está relacionado às forças intermoleculares que influenciam as mudanças de fase entre os estados sólido, líquido e gasoso; um componente químico que compreende a energia armazenada nas ligações químicas entre os átomos; e um componente nuclear que representa as forças de coesão existente nos núcleos dos átomos.” (Incropera & De Witt, p. 8) “se refere à energia das moléculas que constituem a substância de um corpo. Acredita-se que as moléculas de qualquer substância estão em incessante movimento e possuem energia cinética de translação, de rotação e de vibração. Além da energia cinética, as moléculas de qualquer substância possuem energia potencial em virtude das interações dos respectivos campos de força. Numa escala submolecular, há energia associada aos elétrons e aos núcleos atômicos e energia de ligação resultante das forças que mantém os átomos reunidos em moléculas” (Smith, J.M.; Van Ness, H.C. Introdução à Termodinâmica da Engenharia Química.). temperatura (T): “grau ou quantidade de calor existente num corpo”. (primeiros registros na língua portuguesa – 1813 - dicionário Houaiss da língua portuguesa) "Temperatura é uma medida do nível de energia interna". (White, p. 10) "The degree of heat of A, or of any body in thermal equilibrium with A, can thus be very simply defined by the volume of A, or, as is usual, by the difference between the volume of A and an arbitrarily selected normal volume, namely, the volume of A when in thermal equilibrium with melting ice under atmospheric pressure. This volumetric difference, which, by an appropriate choice of unit, is made to read 100 when A is in contact with steam under atmospheric pressure is called the temperature in degrees Centigrade with regard to A as thermometric substance. Two bodies of equal (Max Planck temperature are, therefore, in thermal equilibrium, and vice versa”. – Treatise on thermodynamics – tradução de 1926 de sua obra de 1922) UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 7 Portfolio de: “é um parâmetro que expressa a energia cinética média das moléculas“(Mahan) “é o conteúdo médio de calor por átomo de certa quantidade de matéria, e somente matéria pode ter temperatura”. (Asimov). energia térmica: entalpia (H): entropia: “qualquer troca de energia acompanhada da mudança de temperatura”. (dicionário Houaiss) “conteúdo de calor de um sistema cuja expressão em outro termodinâmico é definida pela soma de sua energia interna com o produto do volume do sistema pela pressão a que está submetido” (primeiro registro na língua portuguesa é de 1924, dicionário Houaiss) , ou seja, é uma quantidade termodinâmica derivada da energia interna definida como sendo: H = U + PV (P ... pressão e V ... volume) “o termo entropia foi introduzido em 1840 pelo físico alemão Rudolf Clausius, para caracterizar o grau de uniformidade com que a energia, sob qualquer forma, está distribuída. Quanto mais uniformemente distribuída estiver, maior a entropia. Quando a energia estiver distribuída de maneira completamente uniforme, a entropia atinge o valor máximo para o sistema em questão. (...) (exemplo: pondo-se um objeto quente em contato com outro frio, o calor flui de tal maneira que o objeto quente se esfria e o objeto frio fica mais quente, até que ambos atinjam a mesma temperatura)” (Asimov) primeira lei da termodinâmica: “é uma exposição geral sobre o comportamento da função de estado energia e diz: a energia do universo é constante. Esta lei, assim como a segunda lei da termodinâmica, não são deduzidas. Surgiram de nossas observações sobre o comportamento da matéria como um todo e resumem as características universais de toda nossa experiência. Sua generalidade foi repetidamente demonstrada e esperamos que conclusões nelas baseadas sejam válidas em quaisquer nova experiência que fizermos” (Mahan). segunda lei da termodinâmica: “é uma exposição geral sobre o comportamento da função de estado entropia”. “Entropia é uma função de estado. Em um processo reversível, a entropia do universo é constante. Em um processo irreversível, a entropia do universo aumenta. Para provar a segunda lei iremos demonstrar que negá-la implica em que os gases possam comprimir-se espontaneamente e que o calor pode fluir espontaneamente de regiões frias a regiões quentes”(Mahan). “Clausius afirmou que havia uma regra geral na natureza, segundo a qual as diferenças de concentração de energia tendem a nivelar-se. Em outras palavras, a entropia aumenta com o decorrer do tempo. A sugestão de Clausius de que a entropia aumenta com o tempo parecia enunciar algo fundamental e por isso é chamada de segunda lei da termodinâmica”. ”Podese mostrar que todo processo que nível a concentração de energia é acompanhado de um aumento da desordem. Por conseguinte, essa tendência no aumento da desordem no universo através dos movimentos ao acaso das partículas que o constituem é apenas outro aspecto da segunda lei. Assim sendo, a entropia pode ser considerada uma medida da desordem presente no universo”. (Asimov) Propriedades específicas: propriedade dividida pela massa ou número de moles ou pelo volume(menos comum) ; e.g. energia interna específica: H= H H ou H! = m n ∂H Capacidade Calorífica: a pressão constante: c p = em (J/kg.K) ou (J/mol.K) ∂T P UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 8 Portfolio de: ∂U a volume constante: cv = em (J/kgK) ou (J/molK) ∂T V 1 ∂V β= coeficiente de expansão térmica(β): ; sendo V o volume molar V ∂T P viscosidade cinemática(υ): υ= µ (em m2/s no SI); sendo µ a viscosidade (dinâmica ou absoluta) e ρ a ρ densidade ou massa molar. calor sensível: “calor que cedido a um sistema físico é capaz de provocar um aumento de sua temperatura” ” (Dicionário Houaiss). de vaporização - λv = HV − H L (HV e HL são respectivamente a entalpia da Calor latente (λ): fase gasosa e líquida) de fusão - λ f = H L − H S (HL e HS são respectivamente a entalpia da fase líquida e sólida) Camada Limite hidrodinâmica:região próxima a um corpo submerso em um fluido em escoamento onde há um gradiente de velocidades. regime permanente/estacionário ou estado estacionário/permanente: é a condição em que nenhuma variável se altera com o tempo. regime/processo/condição/estado transitório/transiente/dinâmico: é a condição em que pelo menos uma variável se altera com o tempo regime pseudo-estacionário ou condição pseudo-estacionária ou estado pseudo-estacionário: se refere à condição em que a variação de uma variável com o tempo é muito lenta Leis de conservação – visão macroscópica: forma geral: ∂ "" # ψρ dV = − ∫ ψρ vndA + Ψ G ∫ ∂t VC SC sendo, ψ ... grandeza a ser conservada ψ= ... grandeza específica a ser conservada ... taxa de geração da grandeza a ser conservada ... ... o vetor normal à superfície de controle a velocidade relativa das correntes materiais em relação a um referencial fixo # Ψ G " n " v BM Ψ m – dm = ∑ m# i − ∑ m# i + m# G dt i∈E i∈S ∂ "" ρ dV = − ∫ ρ vndA + ∫ mˆ G dV ; mˆ G kg 3 Geral: ∫ ms ∂t VC SC VC " " " 0 = ∑ β j m# j vm, j − ∑ β j m# j vm, j + ∑ Fi ; VC homogêneo, em e.e.: VC homogêneo: ( BQM – j∈E ) vm – velocidade j∈S média escoamento laminar: Geral: β= ∂ ∂t ∫VC 4 ; escoamento turbulento: β = 1.0 (no interior de tubos) 3 " " " "" v ρ dV = − ∫ v ρ ( vn ) dA + ∑ Fi UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices SC 9 Portfolio de: BEM – transformação entre energias (mecânicas) em e.e.: (energias envolvidas: trabalho de fluido - Wf, energia cinética - Ec, energia potencial -Ec, trabalho perdido por atrito (WA) que resulta no termo de perda de carga, trabalho de máquinas - WM) 1 vm2 ∆P ∆ + ∆z + − H A + HM = 0 γ 2g α escoamento laminar: α = 0.5 ; escoamento turbulento: α = 1.0 (no interior de tubos) Em termos de carga: Relações fundamentais da termodinâmica: Legenda: H U P T V cp cv β ... ... ... ... entalpia específica (J/kg) ou (J/mol) energia interna específica (J/kg) ou (J/mol) pressão temperatura ... ... ... ... volume molar calor específico a pressão constante calor específico a volume constante coeficiente de expansão térmica H = U + PV ⇒ dH = dU + PdV + VdP ∂H dH = ∂T ∂U dU = ∂T ∆ ∂H ∂H dT + dP = c p dT + dP P ∂P T ∂P T ∆ ∂U ∂U ∂U ∂U dT + dV = cv dT + dV ou dU = dT + dP V ∂V T ∂V T ∂T P ∂P T A partir das relações acima é possível deduzir que: ∂P dU = T − P dV + cV dT ∂T P ∂V ∂V dU = −T − P dP + cvdT ∂P T ∂T P ∂V dU = −T dP + c p dT − PdV = −TV β dP + c p dT − PdV ∂ T P ∂V dH = V − T dP + cpdT ∂ T P De modo que na prática da engenharia as seguintes simplificações são usuais: • Líquidos: • Gases ideais: • Sólidos: Observação: U = H ; dH = cpdT (porque líquidos são normalmente fluidos incompressíveis e dU = cv dT dU = c p dT têm valores de β muito pequenos) (porque em sólidos c p ≈ cv ) a determinação experimental de cv é difícil enquanto dados de cp estão disponíveis na literatura UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 10 Portfolio de: Exercícios de revisão de balanço de massa: Exercício 01 (PAFe das turmas 3D, 3E e 3F – FT-I do 1o semestre de 2004): A figura mostra um tanque cilíndrico aberto de 2m de diâmetro interno, o qual é usado para estocar água à temperatura ambiente. O tanque pode ser alimentado por duas correntes com vazões volumétricas F1 (cuja vazão volumétrica é mantida constante em 0.98125 l/s) e F2. O tanque possui uma única corrente de saída, cuja vazão Fs é controlada. Na tubulação 2 a vazão não é constante. Vazão da corrente 1: F1 = 0.98125 0 ≤ t ≤ 20 min Vazão da corrente 2: t < 10 min 0 F2 = 0.0008175t 10 ≤ t ≤ 20 min Vazão da corrente de saída: 0.98125 0 ≤ t < 10 min Fs = 1.20000 10 ≤ t < 20 min Pede-se: a) quando não há escoamento pela corrente 2 e a vazão de saída é de 0.98125 l/s, indicar se o processo se encontra em regime permanente ou transitório. dm = m# 1 − m# 3 = ρ ( F1 − F3 ) = 0 (logo processo estacionário) dt Observação: a densidade é assumida constante. b) o escoamento pela corrente 2 se inicia (no instante 10 min) na forma de uma perturbação do tipo “rampa”, a qual pode ser modelada como: F2 = 0.0008175t , sendo t o tempo medido em segundos e F2 dado em (l/s). No instante 10 min a altura do tanque é de 2.0 m e o engenheiro de processos ajusta a vazão de saída para 1.2 l/s. Calcule a altura de água no tanque transcorridos mais 10 minutos, ou seja, a altura de água no instante 20min. dm = m# 1 + m# 2 − m# 3 dt Assumindo densidade constante (água à temperatura constante): π 2 dh d = F1 + F2 − F3 ; d=2m 4 dt dh 10−3 = (0.98125 + 0.0008175t − 1.2 ) π dt dh = 10−3 ( −0.069666 + 0.0002604t ) dt ∫ h 2 dh = ∫ 20×60 10×60 10−3 ( −0.069666 + 0.0002604t ) dt 0.0002604 h − 2 = 10−3 −0.069666 × ( 20 × 60 − 10 × 60 ) + 12002 − 6002 ) ( 2 h = 2.136 (m) UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 11 Portfolio de: Exercício 02: Qual a vazão volumétrica e velocidade média de escoamento de metano a 150oF e 3 atm escoando com uma vazão mássica de 1.15ton/dia por uma tubulação de diâmetro interno de 2.5cm? Dados da equação de Antoine para o metano: A=-597.84, B=15.2243, C=-7.16, P em mmHg e T em K. A Equação de Antoine: ln P sat = sat +B T +C Determinação do estado físico do metano: ln (3*760 ) = −597.84 + 15.2243 ⇒ T = 86.95K , logo o metano está no estado gasoso! T − 7.16 Cálculo da densidade do metano (como a pressão é de 3atm, o metano pode ser considerado como gás ideal): MMP 16 × 3 × 1.01325 × 105 ρ= = = 1727 (g/m3) RT 8.314 × ( 65.55 + 273.15 ) Cálculo da vazão volumétrica: F= 1.15 × 1000 = 0.007707 (m3/s) 1.727 × (24 × 3600) UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 12 Portfolio de: Exercício 04 (P1 da turma 3E – FT-I do 1o semestre de 2004): A figura a seguir mostra um vasilhame em que água é evaporada. O vapor na camisa de aquecimento não penetra no vasilhame e fornece a energia suficiente para evaporar a água. O seguinte modelo foi proposto para calcular a variação do nível de água no vasilhame. π d 2 dh ρl T = − m# vap 4 dt sendo, ρl ... densidade da água líquida avaliada na temperatura do interior do vasilhame dT ... diâmetro do vasilhame m# vap ... vazão mássica de saída de vapor Pede-se: a-) classificar o processo quanto a ser estacionário, pseudo-estacionário ou transiente. Transitório – a massa varia com o tempo e a equação é uma equação diferencial com o tempo, mostrando que há acúmulo de massa! b-) explicar as hipóteses adotadas no modelo apresentado. Efetuando um VC no interior do vaso temos: d ( mL + mV ) = −m# vap dt Hipótese 1: Como a densidade de gases é muito menor que a de líquidos temos: d ( mL ) = −m# vap dt Hipótese 2: Na mudança de fase, a temperatura é constante, de modo que a densidade da fase líquida é constante e pode ser colocada para fora do termo diferencial Hipótese 3: O tanque será assumido cilíndrico De modo que: ρl π dT2 dh = − m# vap 4 dt UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 13 Portfolio de: Exercícios de revisão de termodinâmica Exercício 01: Calcule a entalpia de uma corrente de glicerina a 40oC escoando pelo espaço anular entre duas tubulações de diâmetros externo de 2.5 cm e interno de 5cm com uma velocidade de 2.5m/s. Dados de Incropera & De Witt T (K) 273 280 290 ρ (kg/m3) 1276 1271.9 1265.8 cp (J/kgK) 2261 2298 2367 ρ (kg/m3) 1259.9 1253.9 1247.2 T (K) 300 310 320 cp (J/kgK) 2427 2490 2564 Representação Gráfica dos Dados Tabelados Observação: A inspeção visual indica uma dependência linear da densidade e capacidade calorífica com a temperatura, como também pode ser observada pelos dados da regressão linear apresentados a seguir. Regressão Linear dos valores tabelados de densidade e capacidade calorífica ρ = 1442.4 − 0.60893T ; (T em K; ρ em kg/m3) cp = 501.419 + 6.4289T ; (T em K; cp em J/kgK) T ρ (kg/m3) ρ(ajustado) (kg/m3) cp (J/kgK) cp(ajustado) (J/kgK) (K) 273 280 290 300 310 320 1276 1271.9 1265.8 1259.9 1253.9 1247.2 1276,15 1271,89 1265,80 1259,71 1253,62 1247,53 2261 2298 2367 2427 2490 2564 2256,52 2301,52 2365,81 2430,10 2494,39 2558,68 UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 14 Portfolio de: Cálculo da vazão mássica: Como o fluido está a 40oC, deve-se obter a densidade a 40oC. opção 1: interpolação dos dados tabelados: 320 − 310 1247.2 − 1253.8 = ⇒ ρ = 1251.8 (SI) ρ − 1253.8 313 − 310 opção 2: da regressão linear: ρ = 1442.4 − 0.60893 × 313 = 1251.8 (SI) Observação: Note a concordância dos dados, o que é característico do comportamento linear dos dados tabelados! vazão mássica: m# = 1251.8 × π × ( 0.052 − 0.0252 ) × 2.5 = 4.606 (SI) 4 Cálculo da entalpia específica: Escolha da referência: como a capacidade calorífica apresenta-se tabelada a partir de 273K, escolhemos como referência o valor de 0oC, uma vez que este é um valor aceito pela comunidade científica (o correto seria ainda verificar qual o valor da temperatura de fusão da glicerina. Por quê?). Opção 1: dado o comportamento linear da capacidade calorífica, escolhemos um valor médio para a capacidade calorífica, obtido como a média dos valores tabelados, a saber: cp = 2401.2 (J/kgK). H = 0+ ∫ 313 273 2401.2dT = 96048 (J/kg) Opção 2: dado o comportamento linear da capacidade calorífica, o cálculo da integral será feito por trechos, assumindo valores médios em cada trecho. Reduzimos o número de intervalos considerados, também devido ao comportamento linear. 290 310 313 2490 + 2512 H = 0 + ∫ 2314dT + ∫ 2428.5dT + ∫ dT = 95411 (J/kg) 273 290 310 2 Observação: Os valores de 2314 e 2428.5 são os valores médios nos intervalos considerados. O valor de 2512 é o valor da capacidade calorífica a 313K, obtida por interpolação dos dados tabelados. Opção 3: cálculo a partir dos valores da regressão linear. H = 0+ ∫ 313 273 (501.419 + 6.4289T ) dT = 95403.5 (J/kg) # ): Apresentação dos valores da entalpia da corrente ( H# = mH opção entalpia (kW) erro (obtido em relação ao valor calculado pelos dados da regressão linear) 1 442.4 0.6% 2 439.5 0.02% 3 439.4 -//- UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 15 Portfolio de: Exercício 02: Calcule a energia interna de 0.2m3 de aço inoxidável AISI 302 a 100oC. Observações: para sólidos: U ≈ H Referência para cálculo da entalpia: 0oC Dados de Incropera & De Witt: ρ = 8059 (SI) T=300 (K) : cp=480 (J/kgK) T=400 (K) : cp=512 (J/kgK) (também estão disponíveis dados de cp a temperaturas mais altas) Análise dos valores tabelados: Observação: analisando a figura, vemos que o comportamento da capacidade calorífica com a temperatura não é linear. Por interpolação: T=100oC : cp=503.4 (SI) Valor médio da capacidade calorífica para o cálculo da entalpia: cp=490 (SI) o (Como não está disponível o dado de cp a 0 C, uma estimativa possível é obtida como o valor médio entre 300K e 373K, o que resulta no valor aproximado de 490 (SI). Um procedimento mais rigoroso seria, extrapolar o valor de capacidade calorífica para 273K, usando os valores disponíveis e efetuando uma regressão dos dados tabelados. A dificuldade é que não mais uma regressão linear é possível, a figura indica que uma dependência quadrática com a temperatura é possível, e o ajuste é obtido por mínimos quadrados). Ajuste quadrático por mínimos quadrados (cálculos foram feitos usando o programa Matlab): cp = 372.115 + 0.421348T − 0.000188779T 2 (cp no SI e T em K) UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 16 Portfolio de: Resultado do ajuste: T (K) 300 400 600 800 1000 cp (J/kgK) cp(ajustado) (J/kgK) 480 512 559 585 606 481,53 510,45 556,96 588,37 604,68 Observação: A 273K o valor de cp pode ser estimado como: 473.1, de modo que 473.1 + 503.4 uma melhor estimativa para o cp médio seria = 488.2 , 2 ou seja o valor de 490 é razoável (erro em torno de apenas 0.4%!). Observação: Na falta de outros dados de densidade, o valor da densidade será assumido constante. Cálculo da entalpia específica: Opção 1: H = 0+ ∫ Opção 2: H = 0+ ∫ 100 0 373 273 490dT = 49000 (J/kg) (372.115 + 0.421348T − 0.000188779T ) dT = 48836 2 (J/kg) Cálculo da massa: m = ρV = 1612 (kg) Valores de energia interna opção U (kJ) 1 2 78988 78724 UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices erro (em relação à opção 2) 0.3% - // - 17 Portfolio de: Exercício 03: Calcule a variação de entalpia entre a entrada e saída de um duto de seção quadrada de 2 cm de lado interno por onde escoa água. A temperatura da água na entrada do duto é de 15oC e na saída é de 45oC. Valores tabelados de Incropera & De Witt: Vˆ (l/kg) T (K) 275 280 285 290 295 300 305 310 315 320 325 330 335 340 cp (kJ/kgK) 1 1 1 1.001 1.002 1.003 1.005 1.007 1.009 1.011 1.013 1.016 1.018 1.021 4.211 4.198 4.189 4.184 4.181 4.179 4.178 4.178 4.179 4.180 4.182 4.184 4.186 4.188 Observação: note a relativa constância das propriedades tabeladas! Referência para cálculo da entalpia: 0oC Interpolando o valor de volume específico a 15oC: 290 − 285 1.001 − 1 = = 1.0006 290 − 288 1.001 − ρ Donde a densidade a 15oC é: 999.4 (kg/m3) Em uma tubulação em operação normal não pode haver acúmulo de massa de modo que a vazão mássica é constante e pode ser obtida em relação à velocidade média à entrada do tubo como (note que a velocidade média de escoamento não será constante!): m# = ρ vm AST = 999.4vm,e 0.022 = 0.3998vm ,e Cálculo das entalpias específicas na entrada e saída: H e = 0 + ∫ cpdT Te Tref H s = 0 + ∫ cpdT Ts Tref UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 18 Portfolio de: Donde: H e − H s = ∫ cpdT = 4.181(15 − 45) = −125.4 (kJ/kg) (foi adotado para a Te TS capacidade calorífica um valor médio dos valores tabelados entre 285K e 320K) Cálculo da diferença das entalpias das correntes de entrada e saída: H# e − H# s = m# e H e − m# s H s = m# ( H e − H s ) = −50.13vm (kW) UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 19 Portfolio de: Exercício 04: Calcule a variação de entalpia entre a entrada e saída de um tubo de 5 cm de diâmetro interno por onde escoa ar a 2 atm com uma vazão volumétrica de 19 (l/s). A temperatura do ar na entrada da tubulação é de 15oC e na saída é de 45oC. Ar é gás, assim a sua densidade pode ser obtida por uma equação de estado. Como a pressão da corrente gasosa é de 2 atm, podemos utilizar a equação de estado dos gases ideais, a saber: ρ= MMP 28.8 × 2 × 1.01325 ×105 = = 2437 (g/m3) RT 8.314 × 288 Vazão mássica de ar: m# = ρ F = 2.437 × 19 × 10−3 = 0.04631 (kg/s) Dados de Incropera & De Witt cp (kJ/kgK) T (K) 150 200 250 300 350 Observação: 1.012 1.007 1.006 1.007 1.009 cp (kJ/kgK) T (K) 400 450 500 550 600 1.014 1.021 1.030 1.040 1.051 o comportamento da capacidade calorífica assume um coportamento linear com a temperatura acima de 400K, sendo o comportamento da figura com a temperatura quadrático. Nota-se contudo, uma região em torno de 250K em que a capacidade calorífica é aproximadamente UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 20 Portfolio de: constante, assim um valor razoável para cálculos é assumir um valor constante de 1.007 kJ/kgK. cp(ajustado) (kJ/kgK) T (K) 150 200 250 300 350 Ajuste dos dados: 1,0111 1,0078 1,0064 1,0070 1,0096 cp(ajustado) (kJ/kgK) T (K) 400 450 500 550 600 1,0141 1,0206 1,0291 1,0395 1,0519 cp = 1.03293 − 0.000204667T + 3.9394 × 10−7 T 2 (T em K, cp em kJ/kgK) Cálculo da variação da entalpia específica: H E − H s = ∫ cpdT TE TS Cálculo através da correlação quadrática: 30.213 (kJ/kg) Cálculo aproximado: 30.210 (kJ/kg) - (erro de 0.009%) Variação de entalpia entre E/S: 1.4 (kW) UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 21 Portfolio de: Exercício 06: Calcule a entalpia específica das fases líquida e vapor de uma corrente bifásica saturada de etileno glicol a 470K e 1 atm. Dados de Incropera & De Witt Ponto normal de ebulição: Calor latente de vaporização a 470K: 470K 812 kJ/kg T (K) 273 280 290 300 310 320 330 340 350 360 370 373 cp (J/kgK) cp(ajustado – regressão linear) (J/kgK) 2294 2323 2368 2415 2460 2505 2549 2592 2637 2682 2728 2742 2293,11 2324,47 2369,27 2414,07 2458,87 2503,67 2548,47 2593,27 2638,08 2682,88 2727,68 2741,12 Ajuste da capacidade calorífica: cp = 1070.04 + 4.4801T (cp no SI e T em K) Referência para o cálculo da entalpia: 273K Cálculo da entalpia específica da fase líquida: UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 22 Portfolio de: HL = 0 + ∫ 470 273 (1070.04 + 4.4801T ) dT = 538.7 (kJ/kg) Cálculo da entalpia específica da fase vapor: HV = H L + λvap = 538.7 + 846 = 1385(kJ/kg) Observação: O uso de um valor médio para a capacidade calorífica para os dados tabelados fornece um erro significativo, uma vez que os valores tabelados são fornecidos até a temperatura de 373K, significativamente menor que o valor de 470K. Contudo dado o comportamento linear um outro cálculo aproximado pode ser feito. Pode-se obter a capacidade calorífica em 470K por interpolação (extrapolação) dos valores e este valor pode ser mediado com o valor à temperatura de 273K, como mostram os cálculos a seguir: Calor especifíco médio dos valores tabelados: 2524.6 (J/kg) Cálculo da entalpia da fase líquida: H L = 2524.6 ( 470 − 273) = 499.6 valor não muito razoável (erro de 7%). Calor específico em 470K: (kJ/kg), 373 − 370 2742 − 2728 = ⇒ cp470 K = 3194.7 470 − 373 cp − 2742 Cálculo da entalpia da fase líquida: 2294 + 3194.7 HL = ( 470 − 273) = 2744.3 ×197 = 540.6 (kJ/kg) – note a boa 2 aproximação – erro de 0.4% em relação aos valores obtidos da integração da correlação ajustada, sendo este cálculo bastante mais simples. Percebe-se assim a importância da análise preliminar dos dados – para se saber se os dados apresentam um comportamento linear, quando o procedimento de interpolação e cálculo de médias é bastante preciso. UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 23 Portfolio de: Exercício 10: Pede-se: a-) b-) c-) Calcular a energia cinética de uma corrente de água líquida a 15oC escoando por um tubo de 2.5 cm de diâmetro interno com uma velocidade média de 2 m/s. Calcular a variação de energia potencial entre a entrada e saída de uma corrente de água líquida a 15oC escoando por um tubo de 2.5 cm de diâmetro interno com uma velocidade média de 2 m/s, sendo que a saída situa-se a 80m acima da entrada. Comparar os valores das energias obtidos nos itens a-) e b-) com aqueles obtidos no exercício 3. Cálculo da vazão mássica: Do exercício 3: densidade a 15(oC) : 999.4 (kg/m3) Vazão mássica: m# = ρ vm AST = 999.4 × 1 # m2 = 2m# = 1.961 (W) mv 2α nas condições do escoamento, este é turbulento, donde não é necessário se corrigir o valor da energia cinética (i.e., α ≈ 1 ). Energia cinética: Observação: π × 0.0252 × 2 = 0.9807 (kg/s) 4 Ec = Variação de energia potencial: # ∆z = m# × 9.8 × 80 = 784m# = 768.9 (W) ∆Ep = mg Variação das entalpias (exercício 3): ∆H# = −125.4m# = −200.5 (kW) = -200500 (W) Observação: Percebe-se nitidamente que os valores das energias mecânicas são menores que os da variação da energia térmica! UPM/EE/DEM/FT-II-5C/ 2004-2S UPM/EE/DEM&DEE/FT-II-4E/F/ 2004-2S Apêndices 24