Artigo Técnico Dermatologia – Julho / 2007 O tratamento com o ciprofibrato reduz triglicérides e aumenta o HDLcolesterol em paciente com dislipidemia com fenótipo Frederickson tipo IV. A combinação de hipertrigliceridemia e baixo HDL-colesterol é uma das anormalidades lipídicas mais comuns. O objetivo desse estudo foi o de determinar os efeitos do ciprofibrato no perfil lipídico de pacientes com dislipidemia com fenótipo Frederickson tipo IV. Fármaco em estudo: Autoria: ciprofibrato. Bermúdez-Pirela, V.; Souki. A. et al. Ciprofibrate Treatment Decreases Non-Hig Density Lipoprotein Cholesterol and Triglycerides and Increases High Density Lipoprotein Cholesterol in Patients With Frederickson Type IV Dyslipidemia Phenotype. American Journal of Therapeutics 14, 213–220. 2007. Resumo Introdução A combinação de hipertrigliceridemia com HDL-colesterol baixo é um dos mais aterogênicos perfis lipídicos existentes, que é extremamente comum nos pacientes com síndrome metabólica. Dados do estudo PROCAM (Prospective Cardiovascular Munster) indicam que os níveis de triglicérides e de HDL são determinantes importantes do risco cardiovascular, independentemente dos níveis de LDL-colesterol. No presente estudo, a eficácia do ciprofibrato no tratamento da hipertrigliceridemia do HDLcolesterol baixo foi avaliada bem como o efeito da concentração do colesterol não-HDL em pacientes com dislipidemia com fenótipo de Frederickson tipo IV. Métodos Um total de 75 pacientes de meia idade (41 mulheres e 34 homens) que freqüentaram o Centro de Pesquisa para Doenças Endocrinológicas e Metabólicas com dislipidemia tipo IV e baixo HDL colesterol foram selecionados para participar nesse estudo. Os indivíduos foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos de intervenção terapêutica: Grupo A (n= 44) dieta (step II American Heart Association) + atividade física; e grupo B (n=31), que recebeu 100 mg de ciprofibrato/dia + dieta + atividade física. O estudo durou 8 semanas. Resultados Parâmetro Dieta–Pré Dieta–Pós CiprofibratoPré 208 ± 5 (↓ 4,8%)* Colesterol total (mg/dL) 223 ± 6 220 ± 7 170 ± 6 (↓ 21,6%)* Triglicérides (mg/dL) 226 ± 10 335 ± 20 41 ± 1 ( 9,6%)* HDL-colesterol (mg/dL) 38 ± 1 34 ± 1 34 ± 2 (↓ 21,6%)* VLDL-col (mg/dL) 45 ± 2 66 ± 4 Razão LDLcol/HDL col 3,8±0,2 3,5 ± 0,2 3.7 ± 0,3 Tab. 1- Efeitos do tratamento no perfil lipídico antes e depois do tratamento. Ciprofibrato -Pós 185 ± 7 (↓ 14,2%)* 198 ± 18(↓38%)* 40 ± 1 ( 25%)* 39 ± 3 (↓38%)* 2,8 ± 0,3 (↓ 15,2%)* Houve um benefício claramente superior no grupo que fez uso de ciprofibrato em relação aos valores percentuais de variações no perfil lipídico. Além disso, apenas os pacientes do grupo ciprofibrato apresentaram uma redução significativa da razão LDL-col/HDL -col. Discussão A utilidade clínica dos fibratos no manejo das situações onde há hipertrigliceridemia, baixo HDL e partículas de LDL pequenas e densas é bem estabelecida. No entanto, os resultados extraordinários dos ensaios com a estatina e o foco nos consensos mais recentes da necessidade de controle do LDL-colesterol parece suportar uma abordagem simplificada na redução de lípides, baseando-se exclusivamente na redução de LDL-colesterol. Uma abordagem baseada no uso de 1 estatinas é improvável de corrigir problemas relacionados a hipertrigliceridemia e baixos níveis de HDL, enquanto que o uso de fibratos terá efeitos mais fortes nas partículas de LDL pequenas e densas, bem como nos remanescentes. O presente estudo focou nos efeitos de um fibrato de segunda geração, o ciprofibrato, nos parâmetros lipídicos de pacientes com dislipidemia do tipo IV de Frederickson, com HDL-baixo e suave elevação de colesterol não-HDL. Esse fármaco é amplamente usado no tratamento de dislipidemias aterogênicas, exercendo um marcado efeito (redução de até 35%) nos triglicérides plasmáticos e lipoproteínas ricas em triglicérides, mas tem um menor efeito (redução de até 15%) nos níveis de colesterol plasmático. No presente estudo, houve uma marcante redução nos níveis de triglicérides (38%) sem aumento concomitante nos níveis de LDL quando o tratamento dietético foi associado ao uso de ciprofibrato. Uma outra situação onde o ciprofibrato seria muito útil é em pacientes com síndrome do HDLcolesterol baixo, uma anormalidade muito comum na qual os níveis de HDL colesterol são menores que 35 mg/dL, com níveis de LDL menores que 160 mg/dL e triglicérides próximo do normal, ou em pacientes com HDL-col baixo e a presença de um outro fator de risco cardiovascular. O estudo VA-HIT concluiu convincentemente que um aumento nos níveis de HDL-col em pacientes com doença arterial coronariana (DAC) reduziu os eventos coronarianos maiores em 24%, suportando uma intervenção agressiva quando o HDL é baixo e um outro fator de risco cardiovascular está presente. Nesse estudo, foi demonstrado que o tratamento com o ciprofibrato aumentou os níveis de HDL colesterol em 25% em relação a um aumento de 9,6% no grupo dieta. Conclusão Em resumo, o tratamento com o ciprofibrato (com dieta American Heart Association – AHA - fase II e suave atividade física) foi muito efetivo na redução de fatores de risco cardiovasculares em pacientes com dislipidemia do tipo IV de Frederickson, através da redução significativa dos níveis de colesterol total, colesterol não-HDL, VLDL-colesterol e aumento dos valores de HDL-colesterol. Exemplificação de Fórmula 01. Ciprofibrato cápsula Ciprofibrato.............................................100 mg Excipiente qsp......................................1 cápsula Mande.....cápsulas. Posologia: 1 cápsula ao dia por 8 semanas ou a critério médico. A formulação contida neste artigo é apresentada como exemplificação, podendo ser modificada a critério médico. FARMACOLOGIA RESUMIDA: METOPROLOL Fármaco Classe Terapêutica Ebastina Hipolipemiante Indicações Principais Tratamento da hiperlipidemia primária resistente a medidas dietéticas apropriadas, incluindo hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e hiperlipidemia combinada (tipos IIa, IIb, III e IV da classificação de Frederickson). Interações Medicamento sas Principais Por sua alta ligação às proteínas plasmáticas, o ciprofibrato pode deslocar outras substâncias de suas ligações protéicas. O ciprofibrato pode potencializar o efeito da varfarina e, portanto, um eventual tratamento concomitante com anticoagulantes orais deve ser feito em posologia reduzida, sob controle do tempo da protrombina. 2 Existe um potencial de interação com hipoglicemiantes orais, mas os dados disponíveis não apontam para a ocorrência de problemas clínicos significativos. Assim como para outros fibratos, o risco de rabdomiólise e de mioglobinúria pode ser aumentado quando o ciprofibrato é associado a inibidores da HMG-CoA redutase ou a outros fibratos. Como ocorre com outros fibratos, a ação do ciprofibrato pode ser inibida por anticoncepcionais orais, se bem que até a presente data não existam dados a respeito. Reações Adversas Principais Precauções de Uso • • • • • • • • • • • • • • • Gota aguda, hiperuricemia; Anemia hemolítica grave (mais grave nos deficientes de G-6-PD); Metemoglobinemia; Leucopenia; Agranulocitose; Anorexia; Náuseas; Vômitos; Tontura; Dor abdominal; Taquicardia; Cefaléia; Insônia; Nervosismo; Confusão mental, desorientação, alucinações; Síndrome sulfônica • A dapsona quase sempre provê um alívio em 1 a 2 dias no tratamento das dermatites. Ela pode causar muitos efeitos colaterais, particularmente sobre as células do sangue, e, geralmente, causa anemia. Os dermatologistas controlam os níveis de células do sangue nos indivíduos que fazem uso da dapsona. Na maioria dos pacientes, a doença dura muito tempo e, por essa razão, eles devem utilizar a dapsona durante muitos anos; • O paciente deve ser instruído para que avise se aparecerem sinais clínicos como dor de garganta, febre, palidez e icterícia; • Foram associadas mortes com dapsona, devidas a agranulocitose, anemia, e outras discrasias sanguíneas; • Não utilizar em mulheres grávidas, a menos que o benefício para a mãe supere o risco potencial para o feto; • A lactação deve ser suspensa antes que a mãe receba dapsona; • Devem ser realizados alguns exames laboratoriais antes do início do tratamento com dapsona; são eles: determinação das transaminases hepáticas (TGO, TGP, LDH), hemograma (determinação de problemas hematológicos) e creatinina sérica (função renal). • Controle da anemia pela deve ser feito rotineiramente quando hemoglobina sérica menor que 10mg% e leucopenia menor que 4000; • Avaliação de sintomatologia neurológica (marcha na ponta dos pés) deve ser feita semanalmente, pelo paciente, e exame neurológico (motor) nos retornos. • Eficácia ocorre em 10-14 dias; Uma vez instalada a hemólise, os reticulócitos contêm dosagem normal de G6PD, mesmo nos pacientes deficientes dessa enzima. Dessa forma, o diagnóstico só pode ser feito após uma longa suspensão do fármaco. Pacientes com deficiência de glutationa redutase tendem a desenvolver anemia com mais intensidade que pacientes normais. No momento não está disponível comercialmente um teste que avalie essa deficiência. Há estudos que tentam induzir essa enzima com suplementação de riboflavina (Vitamina B2). 3 Referências: 1. Martindale; The Complete Drug Reference; 33a edição; Pharmaceutical; Massachusetts, 2002. 2. Mosby´s. Drug Consult ™. An Imprint of Elsevier Science. St. Louis, EUA; 2002. 3. United States Pharmacopeial Convention; Drug Information for the Health Care Profissional (USP DI); 20a edição. 4. Korolkovas, A. e França, F.F.C.A. Dicionário Terapêutico Guanabara. Edição 2001/2002. Editora Guanabara Koogan. Rio de Janeiro-RJ. 5. P.R. Vade Mécum; Brasil, 10a edição; Câmara Brasileira do Livro. São Paulo-SP, 2005. 6. Rang, H. P.; Dale, M. M.; Ritter, J. M.; Farmacologia; 5a edição (3ª revisão); Editora Guanabara Koogan; Rio de Janeiro, 2005. 7. Goodman & Gilman. The pharmacological basis of therapeutics, 11th ed. Bruton, Lazo and Parker editors; Mc Graw Hill Ed. USA, 2006. Artigo Técnico Dermatologia é parte integrante do SAP®, produto exclusivo da Racine Consultores Ltda. 4