Entrevista a António Parreira

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Nesta edição salientamos:
► Entrevista a António Parreira, presidente
da Associação Portuguesa Contra a Leucemia.
► Iniciativa da VaC origina prémios a jornalistas
► Projecto “Vidas a Descobrir” arrancou no Brasil
Entrevista a
António Parreira
► Workshop Comunicar Ciência vai a Coimbra
Por.Sofia Rodrigues
► Caminhos do Conhecimento de Rita Caré
António Parreira é licenciado em Medicina pela Universidade de
Lisboa e completou o seu doutoramento em hematologia na
mesma Universidade. Dirige desde 1992 o Departamento de
Hematologia Clinica e a Unidade de Investigação de HematoOncologia no Instituto Português de Oncologia em Lisboa. É
professor de Hematologia
na Faculdade Ciências Médicas de Lisboa desde 1996 e assumiu
a presidência da Associação Portuguesa contra a Leucemia
desde a sua criação, em 2002.
celebrou dois anos on-line
A APCL também angaria fundos para a Investigação
cientifica. Este tipo de angariacão é fácil promover junto da
nossa sociedade?
A maior parte das pessoas não está sensibilizada para investir
em projectos de investigação cientifica porque o retorno deste
dinheiro não é óbvio. Este retorno pode traduzir-se, por
exemplo, pelo número de artigos científicos que são publicados
por bolsas de investigação atribuídas e isto demora tempo.
Portanto não é fácil angariar fundos para investigação científica,
até porque as campanhas para este fim são muitas vezes
generalizadas e não têm como base uma ideia concreta.
Embora as pessoas sejam beneficiadas pela lei do mecenato
científico e isso lhes dê claras vantagens fiscais, é mais fácil
atrair fundos se a campanha se basear em objectivos concretos
que façam as pessoas sentir-se na obrigação de ajudar. Por
exemplo, dizer que são necessários fundos para a investigação
contra o cancro não é tão eficaz como dizer que são
necessários fundos para a investigação na área da leucemia
que afecta muitos jovens e que irá contribuir para a melhoria
das condições de vida destas pessoas.
Como surgiu a ideia para a criação da Associação
Portuguesa Contra a Leucemia (APCL)?
Há muitos anos que existia a ideia de formar uma associação
que apoiasse os que diariamente lutam contra esta doença. Em
2002 esta ideia tornou-se realidade devido a iniciativa de alguns
doentes, como o Dr. Duarte Lima, que uniu esforços para
angariar grandes apoios financeiros que cobrissem os principais
objectivos da APCL. Estes objectivos são três e são claros:
contribuir para aumentar a eficácia do tratamento das várias
doenças neoplásicas hematológicas, como a leucemia, apoiar os
doentes e suas famílias e promover o progresso da investigação
científica nesta área.
Como consegue a APCL tanto sucesso na angariação de
fundos?
Em primeiro lugar, o cancro é uma doença que tem um impacto
fortíssimo na vida particular das pessoas, envolve muitos jovens
e é uma doença que é uma realidade para muita gente. Por outro
lado, o sucesso na angariação de fundos, conseguido pela
APCL, baseia-se muito na apresentação de projectos concretos.
Por exemplo, o estabelecimento de um banco de dadores de
medula óssea é claramente um projecto que sensibiliza muito a
nossa sociedade civil e tem objectivos claros. Obviamente que o
facto de as pessoas envolvidas nestes projectos terem alguns
contactos importantes influencia grandemente o sucesso das
actividades.
Outro exemplo de um evento de sucesso é o concerto
organizado periodicamente pela APCL, cuja concretização
envolve custos altíssimos mas que são na sua totalidade
cobertos por patrocinadores que doam grandes somas de
dinheiro. Desta forma, a APCL conseguiu com o último concerto
angariar cerca de 400 mil euros que contribuíram para o
cumprimento dos objectivos da associação. A organização
destes concertos tiveram como base uma ideia da Fundação
José Carreras, em Espanha, e mais uma vez, os bons contactos
dos organizadores pesaram muito na angariação de fundos para
a concretização desta actividade.
Qual a sua opiniao sobre a situação actual da Filantropia
em Portugal?
Não existe tradição nas sociedades mediterrânicas, incluindo a
portuguesa, de doar dinheiro para causas específicas, pois
somos muito desconfiados. Normalmente as doações estão
relacionadas com a religião e hábitos religiosos. Por exemplo, é
interessante pensar que os católicos isentam os seus pecados
na confissão, enquanto os protestantes não têm este costume,
o que provavelmente leva a sociedade protestante a procurar
alternativas para vingar os seus pecados. Realmente, ajudar
financeiramente quem precisa pode ser considerado um acto
que engrandece o espírito e talvez por isso as sociedades com
menos tradição católica, como países da Europa do Norte ou
Estados Unidos, tenham encontrado na filantropia uma
alternativa ou solução para aliviar os seus problemas.
1
Mais informações no site da Associação Portuguesa contra a
Leucemia: http://www.apcl.pt ◄
nmi ► Trabalho desenvolvido pela VaC esteve na
origem de dois prémios
► Laboratório de imagens continua viagem
pelo país
Projecto de itinerância continua a descentralizar
fotografias sobre ciência. As peças vencedoras
viajam brevemente até Braga e Açores.
O despertar do interesse por novas áreas da
ciência traduz-se no número de visitas registadas
nas várias localidades por onde o Laboratório de
Imagens passou. Só no CCB, o evento recebeu
3500 visitas. Nos Açores foi visto por cerca de mil
pessoas e em Olhão a número de participações
quase chegou às 400. Calcula-se, pela amostra
de números contabilizados, que a exposição já
tenha sido vista por um número de pessoas
próximo das cinco mil, o que atesta o desejo de
diversificação de público, um dos objectivos
principais do projecto Laboratório de Imagens. Ler
O programa de rádio da TSF de José Milheiro
“Selecção de Esperanças”, elaborado em estreita
colaboração com a Associação Viver a Ciência,
arrecadou o Prémio “Jornalismo Científico 2006”,
que distingue os trabalhos que mais se destacam
na divulgação jornalística do trabalho científico.
Uma das duas menções honrosas foi para o
programa
televisivo
“Geração
Cientista”,
conduzido por Cármen Inácio e emitido na RTP2.
Ambos os trabalhos tiveram inspiração numa
criação da VaC - o caderno “Profissão Cientista –
Retratos de uma Geração em Trânsito”, que
divulga o percurso de 14 jovens cientistas
portugueses.◄
mais em www.viveraciencia.org ◄
Mais informações em www.viveraciencia.org.
► Atribuição dos Prémios Citomed e
Crioestaminal já no último trimestre de 2007
Laboratório
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do IMM
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(Lisboa)
©
Marta Menezes
► Viver a Ciência muda de casa
A equipa da Associação Viver a Ciência vai trocar,
ainda durante o mês de Setembro, as instalações
do IMM por um espaço cedido pela Sociedade
das Ciências Médicas, situado na Avenida da
República, em Lisboa.
Com o prazo de inscrições expirado desde Julho,
aguardam-se os nomes dos cientistas vencedores
dos Prémios Citomed (melhor artigo científico
publicado em revista com arbitragem científica de
investigação científica básica e clínica na área da
Imunologia)
e
Crioestaminal
(melhor
investigação científica básica na área de
Biomédica). O anúncio dos vencedores e a
cerimónia de entrega de prémios têm lugar no
último trimestre deste ano. ◄
A nova morada da VaC passa a ser:
Av. Da República, nº 34, 1º andar
1050 Lisboa
◄
Fique atento em www.viveraciencia.org.
2
► Workshop Comunicar Ciência 2007
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33202670001 03
03
Coimbra recebe o quarto Workshop Comunicar
Ciência, a realizar de 19 a 22 de Setembro de
2007, no Centro de Neurociência e Biologia Celular
e no Museu da Ciência da mesma cidade. Dirigido
a cientistas portugueses de todas as áreas de
investigação, tem como objectivo principal melhorar
a comunicação entre os investigadores científicos
portugueses, os meios de comunicação e o público.
► Projecto “Vidas a descobrir” arrancou no
Brasil
As inscrições estão abertas até 6 de Setembro e
podem ser feitas através do envio de um CV e
curta carta de motivação para [email protected] .
As brasileiras Niéde Guidon (arqueologia) e Thaisa
Storchi-Bergman (astrologia) foram as duas
primeiras mulheres cientistas entrevistadas para o
projecto “Vidas a descobrir”, uma publicação sobre
doze cientistas lusófonas dirigida pela VaC.
Entre 20 e 28 de Agosto, a equipa da VaC trilhou
os caminhos dos Estados do Piauí e de Porto
Alegre para trazer à luz exemplos de mulheres que
triunfaram como cientistas.
As próximas jornadas de entrevistas têm
passagens garantidas por Angola, Cabo Verde,
Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste. Todas as entrevistas
visam a publicação num jornal de referência
português. ◄
Informações e inscrições em www.comunicarciencia.org ◄
► Resumo e Avaliação do segunda edição do
Encontro Comunicar Ciência disponíveis online.
► Cientistas da Viver a Ciência publicam artigo
sobre filantropia em revista internacional
O projecto Comunicar Ciência apresenta no seu
website uma reportagem que foca as principais
questões abordadas nas treze comunicações
individuais exploradas no II Encontro Comunicar
Ciência.
A avaliação efectuada pelos participantes no
evento, realizado no passado dia 16 de Junho, no
Porto, também já foi disponibilizada on-line.
Um artigo de opinião intitulado “Philanthropy in
Portugal”, assinado por Sofia Rodrigues, Maria
Mota, Leonor Saúde, Sheila Vidal e Margarida
Trindade, foi publicado em Julho passado na
revista Embo Reports.
O documento analisa a subdesenvolvida filantropia
que se regista em Portugal, não deixando, no
entanto, de a comparar com casos bem sucedidos,
nomeadamente o da Irlanda.
Apesar do cenário ainda pobre, as investigadoras
não abdicam de fazer referência a exemplos bem
sucedidos no nosso país que demonstram que é
possível inverter a actual tendência.
Fica aqui o registo de algumas das ideias
exploradas no artigo.
Mais informações: www.comunicar-ciencia.org◄
«In Portugal, the Catholic Church has always driven
charitable fundraising. However, despiste the
religious influence (...) philanthropy for science has
never truly developed»
Grupo
Grupo de
de Trabalho
Trabalhodo
doIIII Encontro
Encontro Comunicar
ComunicarCiência
Ciência
3
ESPAÇO RESERVADO AOS
ASSOCIADOS
«Portuguese society has few examples of charitable
institutions dedicated to fundraising for science»
CONTACTE-NOS PARA A PUBLICAÇÃO DE INFORMAÇÕES
(info@viveraciência.org/Tel.217999513)
► Caminhos do conhecimento é um projecto
on-line da autoria de Rita Caré que se dedica aos
temas da educação ambiental e da investigação
científica. O projecto, que celebrou o segundo
aniversário a 29 de Julho, atingiu já as 90 mil
visitas. A autora, com formação em Biologia,
especializada na comunicação e divulgação de
ciência e detentora de um curso profissional de
jornalismo de Ciência & Tecnologia, pretende
“chamar a atenção com coisas que têm a ver com
a comunicação de ciência”. O site apresenta
entrevistas, ligações para outros textos com
interesse e textos de opinião.
Visitar site: http://caminhosconhecimento.no.sapo.pt/ ◄
«Despiste a climate of economic crisis – and
perhaps even as a consequence of it – people realize
that they can directly influence the future through
charitable donations»
► Novos benefícios para os associados:
::. Oferta de entrada a acompanhante, pagando o
preço de uma pessoa, em Lisboa.
::. Oferta de um bilhete, na compra de outro, nos
cinemas Quarteto, em Lisboa.
::. Descontos para alojamento na estalagem de S.
Gens (Serpa).
::. Descontos para associados, familiares e
grupos, no clube de Vela West Coast Sailing.
::. Desconto de 10% em livrarias e campanhas
exclusivas da Livraria Escolar Editora.
. Mais benefícios em www.viveraciencia.org
«Importantly, the Portuguese people are starting to
acknowledge the need for accountability and
transparency – they want to make sure that their
money is used efficiently, fairly and ethically»
Ler o artigo na íntegra em:
http://www.viveraciencia.org/public/files/scienceandsociety.pdf ◄
Para beneficiar destes descontos basta dirigir-se ao respectivo
local e indicar o nome e número de sócio. A Viver a Ciência
disponibiliza, a pedido, declarações de sócio. ◄
Ser
Ser Associado
Associado da
da Viver
Viver aa Ciência
Ciência::
Instituições:
Instituições:Públicas
Públicasou
ouprivadas
privadas não
nãoempresariais
empresariais €€500
500
Empresas:
Empresas: Pequenas
Pequenas (vol.
(vol. neg.
neg. até
até €7.000.000)
€7.000.000) --€€500
500||Médias
Médias (vol.
(vol. neg.
neg. até
até €40.000.000)
€40.000.000)--€€5.000
5.000||Grandes
Grandes (vol.
(vol. neg.
neg.
sup.
sup. €40.000.000)
€40.000.000)--€€10.000
10.000
Individuais:
Individuais:Estudantes
Estudantes €€30
30||Outros
Outros €€60
60
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em www.viveraciencia.org
www.viveraciencia.org
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