CHINA Helio Jaguaribe Instituto de Estudos Políticos e Sociais

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CHINA
Helio Jaguaribe
Instituto de Estudos Políticos e Sociais
Dados Gerais
A China é o país mais populoso do mundo, com mais de 1 bilhão de habitantes,
terceiro maior território nacional do mundo, com 9.573 mil km2, e 3o PIB do
mundo, 13% da população economicamente ativa trabalha para a indústria ou
a mineração, a indústria é pública. A China é o único país, atualmente, em que
a população deriva basicamente de seu paleolítico e neolítico. Conhece-se a
história da China desde o séc. XXVIII aC. Nela se registra a existência de três
soberanos originários Fu Hai, Shen Nug e Hang-Ti que foi o primeiro
imperador.
A área cultivada da China representa apenas 10% do total. O país dispõe de
minério de ferro (2% do mundial) cobre, chumbo, zinco, reserva de petróleo da
ordem de 2.660 milhões de m3, 3% do total mundial.
População
extremamente homogênea, 93% do grupo HAN. Embora a China popular seja
agnóstica, a população tem apreciáveis contingentes de seguidores do
budismo e de taoísmo
Intercambio comercial
Milhões US$
Quadro 1
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A China é o terceiro importador de produtos brasileiros, absorvendo 9% de
nossas exportações. Do lado das importações, a China ocupa o 2º lugar, com
15,2% do total.
As exportações brasileiras para a China são predominantemente (75%) de
produtos básicos, destacando-se soja em grão (da ordem de US$ 2.8 bilhões)
e minério de ferro (da ordem de US$3.7 bilhões). Ante esse quadro, as
exportações chinesas para o Brasil se situam em mais elevado nível
tecnológico, com produtos químicos (da ordem de US$1,3 bilhões) e máquinas
e aparelhos mecânicos (da ordem de US$ 2.3 bilhões).
O Brasil tende a ter um saldo comercial favorável, da ordem anual de US$ 6,3
bilhões.
Governo
A China é regulada pela Constituição de 1982.
O órgão superior é o Congresso Nacional do Povo (CNP), com 2.900 membros,
com mandato de 5 anos.
Elege o Comitê Permanente, o Presidente da
República e o 1º Ministro. Este recomenda membros para o Conselho de
Estado pelo CNP. As políticas públicas são propostas pelo Partido Comunista
chinês. A China dispõe de um grande exercito moderno, nuclearmente
equipado. A educação pública tem ênfase nas ciências.
Questão de TAIWAN
Taiwan é considerada uma província rebelde, mas parte integrante da China.
O governo chinês se propõe incorporar Taiwan por meios pacíficos. Já deixou
claro, entretanto, que promoverá uma intervenção militar se Taiwan se declarar
independente.
China e Mundo
É cada vez mais relevante o significado da China no mundo. Com o 3º PIB do
mundo e um exército moderno de 1 milhão, com armas nucleares, a China é
uma superpotência, com maior peso que a Rússia e forma, no mundo, um
bipolarismo estratégico, de que depende a preservação internacional de um
regime multipolar com os Estados Unidos.
A política internacional da China é pacifica e é por via pacifica que pretende a
reunificação de Taiwan. A China já deixou claro, todavia, que intervirá
militarmente na ilha se esta se declarar independente.
No mundo
contemporâneo, a bipolaridade de China e Estados Unidos é a principal
condição de sustentação de um mundo multipolar.
China – Brasil
O Brasil mantém um Acordo de Cooperação Cientifica e Tecnológica com a
China desde 1982. Esse acordo é particularmente ativo em matéria agrícola
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(cooperação com EMBRAPA) e relevante em matéria de satélites.
É
importante o programa sino-brasileiro de desenvolvimento em biotecnologia:
milho transgênico, feijão resistente a herbicidas, soja transgênica, batata
tolerando o vírus Y, arroz resistente a herbicidas, etc.
Política Chinesa do Brasil
A China representa para o Brasil, ademais de um importante parceiro
comercial, uma relevante condição para a preservação de um multipolarismo
internacional propício à preservação de nossa autonomia internacional. Daí
uma significativa posição pro-China internacionalmente adotada pelo Brasil. A
essa posição política se deve a reconhecimento pelo Brasil (objetivamente
contestável), de que a China seja uma economia de mercado. Essa expressão
tecnicamente se aplica à China apenas na medida em que o centralismo
autoritário chinês se utiliza do mercado para suas transações correntes. É
assim que a China se considera uma economia socialista de mercado. A
expressão “economia de mercado”, sem outras qualificativas, implica numa
liberdade de mercado não existente na China.
Administração da escassez
Embora o desenvolvimento econômico da China seja o da mais elevada taxa
mundial, mantendo-se, no curso dos últimos 30 anos, em torno de 10% ao ano,
o ponto de partida chinês era extremamente baixo, o que ainda mantém a
China num nível de relativa escassez.
Essa escassez é administrada com muita sabedoria. Entre as medidas usadas
pela China para essa administração da escassez haveria que destacar duas,
de particular relevância. A primeira, diz respeito ao emprego de mão-de-obra.
Esta continua basicamente agrícola.
Em todas as comunas chinesas,
entretanto, vigora um sistema orientado para uma sustentável industrialização.
As comunas dispõem de oficinas para produzir a maior parte de seus utensílios
de trabalho e assegurar a manutenção e o reparo de máquinas agrícolas. As
equipes ocupadas com essas tarefas formam o contingente a partir do qual são
selecionados os trabalhadores encaminhados para o setor industrial.
Outra técnica de administração de escassez consiste na construção, nas
comunas rurais, de habitação para três gerações, pais, filhos, avós, assim
assegurando o amparo da velhice por meio da família. Também na mesma
orientação, nas comunas rurais chinesas os banheiros e serviços sanitários são
concentrados em prédios próprios, dispensando as habitações rurais de terem
banheiros individuais, com a correspondente redução de seu custo.
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Democracia
A China, se autodenominando democracia popular, adota um regime de
governo em que são eletivos os cargos municipais e selecionados pelo PCC os
cargos mais elevados.
O regime daí resultante não é, obviamente, democrático e sim uni-partidarista.
Observe-se, entretanto, o fato de que, de um modo geral, o país é bem
administrado. Cabe reconhecer a ocorrência, na China, de um “autoritarismo
esclarecido”, a exemplo do despotismo ilustrado da Europa do século XVIII.
Quadro 2
Quadro 3
Em 2007, a pauta de exportação brasileira para a China manteve-se
concentrada em produtos básicos, com 73,7% do total de vendas realizadas
valor apenas 0,2 p.p. inferior ao registrado em 2006. Em comparação às
exportações totais do Brasil para o mundo, a pauta exportadora para a China é
significativamente distinta. Em 2006 e 2007, produtos de maior valor agregado
representaram a maior parcela do total das vendas brasileiras para o mercado
internacional, com 65,9% e 68,6%, respectivamente.
Quadro 4
Quadro 5
Exportações brasileiras para a China – As brasileiras à China registraram
aumento de 27,9% em 2007, comparado como o ano anterior.
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Importações brasileiras da China
Principais produtos ou famílias de produtos
Janeiro a dezembro/2007
Quadro 6
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Quadro 8
Corrente de Comércio Brasil-China
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Quadro 9
Dir.T.Div.-Chinateste-26-03-08
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