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VI Encontro Nacional da Anppas
18 a 21 de setembro de 2012
Belém – PA – Brasil
Análise espacial da dinâmica do uso da terra e cobertura
vegetal do Município de Mãe do Rio, Estado do Pará.
Márcia Nazaré Rodrigues Barros(MPEG)
Engenheira Florestal, Pesquisador Bolsista do Museu Paraense Emílio Goeldi
[email protected]
Arlete Silva de Almeida(MPEG)
Gerógrafa,Tecnóloga do Museu Paraense Emílio Goeldi
[email protected]
Ima Célia Guimarães Vieira(MPEG)
Doutora em Ecologia, pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi
[email protected]
Tema: Uso da terra e cobertura vegetal
Introdução
A mesorregião do Nordeste Paraense é uma das mais antigas áreas de colonização da Amazônia, sendo
a paisagem atual caracterizada pelo alto grau de antropização, fruto dos processos de ocupação e das
atividades produtivas que se afirmaram ao longo do tempo de forma desordenada. O processo de
colonização do território que compõe o município de Mãe do Rio começou no final da década de 1950,
estando indiretamente ligado à construção da Rodovia Belém-Brasília, sendo a paisagem dominada por
pequenos e médios latifúndios baseados em atividades pecuárias. Os estudos ambientais revestem-se
de grande importância, na medida em que podem auxiliar no entendimento dos processos de uso da
terra da paisagem a ser estudada.
Objetivos e/ou Hipóteses
Analisar espacialmente a dinâmica das alterações antrópicas no uso da terra e cobertura vegetal no
município de Mãe do Rio, estado do Pará, a partir das ferramentas de sensoriamento remoto e
geoprocessamento.
Metodologia e informações utilizadas
O município de Mãe do Rio pertence à Mesorregião Nordeste Paraense e à Microrregião Guamá. Seus
limites encontram-se ao Norte do município de Irituia, a Leste do município de Irituia, ao Sul do
município de Capitão Poço e a Oeste do município de São Domingos do Capim e Aurora do Pará. A sede
municipal tem as seguintes coordenadas geográficas: 2.05º de latitude Sul e 47.55º de longitude a Oeste
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de Greenwich. Mãe do Rio possui atualmente 27.904 habitantes, área de 469,489 km² e sua densidade
demográfica é de 59,43 (hab/Km²). Para o registro das imgens foi necessária aquisição de imagens
orbitais brutas do satélite Landsat 5 TM dos anos de 1995, 2004 e 2008), bem como imagens Geocover
que serviram de base para o registro das imagens. O sistema de projeção cartográfica utilizado foi o
Geographic Coordinate System (GSC) e datum World Geographic System 1984 (WGS 84). O
processamento das imagens foi elaborado no programa Environment for Visualizing Image- ENVI 4.5.
Para o mapeamento e quantificação das áreas classificadas foi utilizado o programa ArcGis 9,3. Foi
gerado um mapa temático de uso da terra e cobertura vegetal do município com as seguintes classes:
Floresta ombrófila densa, Floresta degradada, Floresta sucessional inicial, floresta sucessional avançada,
Agropecuária, solo exposto, interferência e água.
Resultados
Os resultados mostram que as classes de cobertura vegetal e uso da terra ocupam cerca de 49,39% e
49,97% respectivamente, enquanto que as áreas de interferência são de 0,63% para o ano de 1995. Para
o ano de 2004 a cobertura vegetal mostrou um percentual de 35,57%, o uso da terra com 56,65% e as
áreas de interferência com 7,79%. Os valores de cobertura vegetal e uso da terra para o ano de 2008
apresentaram percentual de 38,12% e 61,50% respectivamente, as áreas de interferência com 0,38%.
Esses resultados mostram que a cada ano as florestas estão se tornando menos freqüentes dando
espaço para tipos de uso como agricultura e pecuária. Observou-se que no ano de 1995 a classe de
floresta ombrófila densa abrangia 19,79 % da área total do município, e a floresta degradada
apresentava 10,05 % da área, enquanto que a classe agropecuária 49,97%, no entanto em 2004 o valor
da floresta ombrófila densa diminuiu para 5,56%, a floresta degradada aumentou para 23,07% e a classe
de agropecuária para 56,65%, ou seja, em 9 anos houve um aumento das áreas de pastagem e a
diminuição das áreas de floresta ombrófila densa, o aumento verificado em áreas de florestas
sucessionais avançada e inicial pode está relacionado ao fato da participação ativa que as mesmas
exercem enquanto áreas de pousio para as atividades agrícolas, ou atuam como uma área de reserva
durante o processo de renovação das áreas de pastagens. No ano de 2008 observou-se que as áreas de
floresta ombrófila densa diminuíram para 3,72%, as florestas degradadas também diminuíram para
15,63% e as áreas de agropecuária aumentaram para 61,50%.
Conclusões
O município apresenta forte tendência de expansão das áreas de desflorestamento o que pode significar
a perda de biodiversidade devido à diminuição em área dos remanescentes florestais que estão sendo
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incorporados no processo produtivo agropecuário e industrial que compõe a base econômica do
município. Com o uso das técnicas de sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas nas
análises de cobertura vegetal e uso da terra têm contribuído significativamente na elaboração de planos
de gestão do território, além de dar subsídios à tomada de decisões pelos órgãos de monitoramento,
fiscalização e ordenamento racional do espaço.
Referências Bibliográficas
BECKER, B. K. Revisão das políticas de ocupação da Amazônia: é possível identificar modelos para
projetar cenários? In: Modelos e Cenários para a Amazônia: o papel da ciência. Parcerias Estratégicas. nº
12, 2001.
IBGE. Manual técnico da vegetação Brasileira. N.1. Rio de Janeiro, 1991. 91p.
METZGER, J.P. Landscape dynamics and equilibrium in areas of slash-and-burn agriculture with short and
long fallow period (Bragantina region, NE Brazilian Amazon). Landscape Ecology. n. 17, p. 419-431, 2002.
WATRIN, O.S.; GERHARD, P.; MACIEL, M.N.M. Dinâmica do uso da terra e configuração da paisagem em
antigas áreas de colonização de base econômica familiar, no nordeste do estado do Pará. Geografia,
v.52, p.455-472, 2009.
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