estrutura da regeneração natural sob diferentes estágios de

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64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
ESTRUTURA DA REGENERAÇÃO NATURAL SOB DIFERENTES
ESTÁGIOS DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL EM UM TRECHO DE
FLORESTA OMBRÓFILA DENSA
1
2
3
Pablo H. A. Figueiredo *, Gabriela M. Teixeira , Ricardo Valcarcel .
1
2
Discente de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Pós-graduando do PPGCAF da
3
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Dr.; Prof. da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
*[email protected]
Introdução
A regeneração natural é definida como o processo pelo
qual a floresta perturbada atinge características da
floresta madura [1], existindo por tanto uma alteração na
estrutura da comunidade conforme o desenvolvimento da
sucessão [2]. A análise da estrutura da regeneração
fornece a relação e quantidade de espécies que
constituem o estoque da floresta [3], indicando sobre sua
capacidade de resiliência.
Neste sentido, avaliou-se a estrutura da regeneração
natural em trecho de Floresta Ombrófila Densa após 60
anos de retirada parcial da vegetação.
que a estrutura dos ambientes alterados no passado pode
ser similar ao sítio controle.
Este comportamento é comumente observado em
florestas tropicais e por isso a estrutura pode ser
facilmente prevista [2]
Apesar de não apresentarem a mesma composição,
espécies diferentes que resguardam características
ecológicas similares podem desempenhar o mesmo papel
para o funcionamento do ecossistema [6].
Metodologia
A área de estudo localiza-se em uma microbacia no
Parque Natural Municipal do Curió de Paracambi, RJ. O
clima da região caracteriza-se como Aw, de acordo com a
classificação climática de Köppen-Geiger [4], com
temperatura e precipitação média anual de 21,7°C e 1400
mm, respectivamente, sendo os meses de junho, julho e
agosto os mais secos [5].
A partir do histórico de perturbações da área, foi
identificada uma diminuição gradativa da intensidade de
perturbação no sentido à montante da microbacia,
permitindo a divisão da área em sítios. No sítio perturbado
houve intenso corte da vegetação nativa, construção de
estradas para o transporte de madeiras e de tubulações
de captação de água. O sítio com nível intermediário de
perturbação localiza-se em uma região interna do parque,
onde os indícios de corte seletivo são escassos e áreas
abertas para antigas tubulações são restritas a trilhas
ainda ativas. O sítio controle localiza-se em uma região
onde não existem indícios de intervenção, evidenciado
pela homogeneidade de distribuição dos fustes de
grandes diâmetro e altura das árvores presentes.
Foram alocadas quarenta parcelas de 1m² (40m²) em
cada sítio amostral. Como critério de inclusão considerouse apenas indivíduos de hábito arbóreo e arbustivo com
DAP menor que 5 cm e altura maior que 30 cm.
A densidade média de indivíduos em cada sítio foi
comparada através do teste não paramétrico de variância
Kruskal-Wallis, já que a transformação dos dados não
alcançou
os
pressupostos
de
normalidade
e
homocedasticidade necessários à estatística paramétrica.
Resultados e Discussão
O sítio controle apresentou 92 indivíduos, seguido do
moderadamente perturbado com 75 indivíduos e o sítio
perturbado com 66. Apesar dos valores absolutos
apresentarem discrepância, a densidade média variou
entre 1,6 e 2,3 indivíduos por m² entre os ambientes, e
não apresentou diferença significativa (p=0,14). Isto indica
Figura 1- Densidade média da regeneração natural nos sítios
perturbado (P), moderadamente perturbado (MP) e controle
(C) em trecho de Floresta Ombrófila Densa.
Conclusões
A capacidade de resiliência da floresta frente a
perturbações antrópicas caracterizadas pela retirada
parcial da floresta pode ser considerada alta, visto que em
cerca de 60 anos a densidade média da regeneração
natural
dos
sítios
alterados
não
diferiram
significativamente do sítio controle.
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ) pela bolsa de iniciação científica aos
dois primeiros autores.
Referências Bibliográficas
[1] Klein, R. M. 1980. Ecologia da flora e vegetação do Vale do
Itajaí. Sellowia 32: 165-389.
[2] Guariguata, M.R. & Ostertag, R. 2001. Neotropical secondary
succession: changes in structural and functional characteristics.
Foresty Ecology Management 148: 185-206.
[3] Carvalho, J. O. P. de. Análise estrutural da regeneração
natural em floresta tropical densa na região do Tapajós no
Estado do Pará. 1982. 128p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Paraná,
Curitiba.
[4] Peel, M. C.; Finlayson, B. L.; Mcmahon, T. A. 2007. Updated
world map of the Köppen-Geiger climate classification.
Hydrology Earth System Sciences 11: 1633–1644.
[5] Barbiére, E.B.; Kronemberger, D.M.P. 1994. Climatologia do
litoral Sul-Sudeste do Estado do Rio de Janeiro (um subsídio à
análise ambiental). Cadernos de Geociência 12: 57-73.
[6] Chapin, III, F. S. 1997. Biotic Control over the Functioning of
Ecosystems. Science 277: 500-504.
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