acupuntura no tratamento de fobia social

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
ALESSANDRO LOMBARDI CRISOSTOMO
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE FOBIA
SOCIAL
Mogi das Cruzes, SP
2010
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
ALESSANDRO LOMBARDI CRISOSTOMO
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE FOBIA SOCIAL
Monografia apresentada ao
programa de pós-graduação
da Universidade de Mogi das
Cruzes (UMC) como parte
dos requisitos para obtenção
do título de Especialista em
Acupuntura.
Orientadora: Profª Bernadete Nunes Stolai
Co-orientador: Prof. Luiz Leonelli
Mogi das Cruzes, SP
2010
ALESSANDRO LOMBARDI CRISÓSTOMO
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE FOBIA
SOCIAL
Monografia apresentada
ao Programa de PósGraduação
da
Universidade de Mogi das
Cruzes como parte dos
requisitos para a obtenção
do título de Especialista
em Acupuntura.
Aprovado em:....................................................
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Profª.Bernadete Nunes Stolai
Universidade de Mogi das Cruzes-UMC
_________________________________________________
Prof. Luiz Bernardo Leonelli
Universidade de Mogi das Cruzes-UMC
_________________________________________________
RESUMO
Inicialmente objetivou-se uma análise bibliográfica de textos e artigos
abordando a questão da “fobia social“, definições científicas, sua
correspondência com síndromes psicológicas similares, assim como os tipos
de tratamento pela psicoterapia e pela farmacologia. A partir desta análise foi
buscado estabelecer um paralelo entre a psicologia e farmacologia em relação
ao tratamento da medicina tradicional chinesa (MTC), contemplando autores da
acupuntura no meio científico que efetuam estudos sobre os efeitos do
tratamento por acupuntura. Foram buscados autores que trabalham com
síndromes psicológicas similares a fobia social, a fim de que fosse considerada
a possibilidade de tratamento da Fobia Social por meio da acupuntura. Foi
considerada como forma de tratamento a acupuntura sistêmica, partindo do
diagnóstico baseado na teoria dos cinco elementos. Concluiu-se que ainda não
existem elementos científicos suficientes para evidenciar o tratamento da Fobia
Social por acupuntura, porém destaca-se a possibilidade de aprofundamento
no estudo desta área, baseada nos trabalhos científicos feitos sobre síndromes
similares tais como: depressão e ansiedade.
Palavras-chave: Fobia social, psicoterapia, farmacologia, acupuntura.
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO/JUSTIFICATIVA..........................................................................5
2 INTRODUÇÃO............................................................................................................7
3PSICOTERAPIA E FARMACOLOGIA........................................................................12
3.1 PSICOTERAPIA..................................................................................................13
3.1.1Modulação ou treinamento de habilidades sociais........................................13
3.1.2 Enfrentamento ou exposição........................................................................13
3.1.3 Reestruturação cognitiva..............................................................................13
3.1.4 Terapia de grupo...........................................................................................14
3.2 FARMACOLOGIA..............................................................................................14
4 PRINCÍPIOS E TRATAMENTO POR ACUPUNTURA..............................................17
4.1 PRINCÍPIOS ESTRUTURAIS DA ACUPUNTURA.............................................17
4.1.1 Teoria yin-yang...........................................................................................18
4.1.2 Teoria dos cinco elementos........................................................................19
4.1.3 Pontos shu antigos......................................................................................24
4.1.4 Pontos shu dorsais......................................................................................24
4.2 ACUPUNTURA SISTÊMICA...............................................................................24
4.2.1 Diagnóstico pelos cinco elementos.............................................................25
4.2.2 Tratamento..................................................................................................26
4.2.3 Descrição dos pontos..................................................................................30
5 CONCLUSÃO.............................................................................................................32
REFERÊNCIAS.............................................................................................................33
1 APRESENTAÇÃO
Pretende-se com o trabalho apresentado um tipo de abordagem ainda pouco
comum atualmente, abordar meios de tratamento comumente chamados de
“alternativos”, mas que entretanto ocupam cada vez mais espaço nas salas dividindo
espaço com técnicas convencionais.
Fala-se aqui sobre a acupuntura e seus importantes efeitos atualmente já
reconhecidos, em especial quando bem empregada por profissionais competentes, e
sua acentuada atuação em grande variedade de distúrbios de ordem física ou
emocional.
Será abordado um transtorno comum nos dias de hoje, principalmente na
população das grandes cidades. A “Fobia Social”, de acordo com pesquisa realizada
no Rio de Janeiro atinge cerca de 13% da população. (NARDI, 2008).
Será analisado o modo como o acompanhamento da acupuntura pode auxiliar na
redução dos meios farmacológicos que auxiliam na aplicação de técnicas
psicoterapêuticas, sobretudo na área cognitiva-comportamental.
Por meio da análise do transtorno, inicialmente pelo enfoque da medicina
convencional e posteriormente através de conceitos da medicina tradicional chinesa,
serão buscadas evidências sobre como a acupuntura pode auxiliar no tratamento de
pacientes com Fobia Social e transtornos similares como a Ansiedade Crônica, e
Síndrome do Pânico, uma vez que entende-se serem estes distúrbios provenientes
de uma raiz comum.
A saber, a acupuntura na essência do seu tratamento busca sempre uma análise
profunda sobre as causas responsáveis pelo processo de adoecimento, tendo como
objetivo um tratamento justamente neste aspecto. Acrescenta-se a isso, a
inexistência dos efeitos colaterais comuns pelo uso de remédios químicos,
especialmente em pessoas com quadro clínico mais complicado, que apresentem
algum tipo de alergia ou rejeição a algum tipo de medicamento.
Isso posto, pode-se julgar conveniente um estudo no sentido de encontrar meios
com menores riscos e prejuízos para o paciente do que medicamentos como
ansiolíticos ou antidepressivos, que na verdade controlam somente conseqüências
do problema. Obviamente o tratamento farmacológico é recomendado geralmente
como um auxiliar, devendo ser acompanhado com terapia. Neste sentido, a área
cognitivo-comportamental vem apresentando bons resultados.
Portanto, têm-se o interesse no decorrer do trabalho, de compreender a forma
como a psicologia define e trata o transtorno “Fobia Social”. Serão abordados alguns
princípios teóricos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), e buscado trabalhos
científicos que correlacionem este transtorno ao tratamento por acupuntura.
2 INTRODUÇÃO
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais – DSMIV (American Psychiatric Association, 2004), o que caracteriza a fobia social é uma
intensa ansiedade em situações sociais (de contato interpessoal) ou de
desempenho, ou mesmo ambas, acarretando sofrimento excessivo ou interferindo
de forma acentuada no dia-a-dia da pessoa.
Segundo Terra (2003) a Fobia Social apresenta intensa comorbidade com outras
complicações, o uso de drogas e medicamentos, e o desenvolvimento de ataques de
pânico, este último iniciados geralmente após o início do uso de substâncias
químicas a fim de controlar a ansiedade. Pode-se distinguir assim o ataque de
pânico do quadro simples de fobia social, definindo-o como um possível
agravamento, em decorrência do uso de auto medicação, tratamento inadequado
com psicotrópicos ou psicoterapia, ou mesmo tendo sido agravado pelo uso de
drogas tais como: maconha, cocaína entre outras, com o objetivo de controlar os
sintomas iniciais de ansiedade acarretados pela Fobia Social.
A partir de Terra (2003) observa-se uma correspondência direta entre a Fobia
Social e a Síndrome do Pânico, sendo esta última decorrente do estado crônico da
fobia que não foi tratado no tempo devido.
Entretanto, existem algumas diferenças conceituais importantes. A síndrome do
pânico, ou ataque de pânico, é uma manifestação sintomática aguda, com
ocorrência em situações que estabelecem alto nível de ansiedade, o indivíduo passa
da sudorese acentuada, para rubores extremos, perda da fala, tremores intensos
podendo chegar até mesmo ao desmaio. Este quadro produz a atitude de esquiva
ante situações que possivelmente irão gerar este tipo de reação, o chamado “medo
da própria situação de medo”. (VILETE, 2004)
A partir destas afirmações, pode-se compreender que o transtorno fóbico provoca
um desequilíbrio físico e energético no paciente, o que evidencia-se pela
necessidade de busca por substâncias que venham a restabelecer a homeostase do
organismo. Observa-se assim que os prejuízos são tanto de ordem psicológica como
física.
Pesquisas mostram que o transtorno ocorre inicialmente na população jovem,
geralmente entre 20 e 30 anos, sendo que existe a incidência de duas mulheres para
cada homem. Uma das maiores dificuldades seria o diagnóstico de pacientes com o
transtorno, ou a identificação de pessoas que possivelmente irão desenvolver o
problema, já que, na infância isto é muitas vezes confundido com timidez e
introspecção comuns da juventude. (D’ EL REY e cols, 2006)
Observa-se que o problema começa a ser identificado por suas conseqüências, a
partir do momento em que traz prejuízos pessoais ao indivíduo. Pessoas que
desenvolvem este transtorno, passam gradativamente a abrir mão de oportunidades
e situações desejadas por conta de não poderem controlar a ansiedade em
momentos de tensão e fobia. Neste caso, quando em contato com outras pessoas,
situações onde é observado ou julgado como, por exemplo: falar para um público,
comer em locais públicos ou na companhia de estranhos, falar com pessoas
desconhecidas, paquerar, locais com aglomeração de pessoas, entre outros.
Por decorrência o indivíduo começa a desenvolver um comportamento de
esquiva diante de situações que geram este tipo de ansiedade, o que irá contribuir
para aumentar o nível de stress ante tais situações e fazer com que o problema
torne-se crônico. Logo o indivíduo terá perdido oportunidades sociais importantes
para sua vida, ofertas de emprego, situações de lazer, chances de estudos e
desenvolvimento acadêmico, estreitando assim seu leque de opções e seu horizonte
de possibilidades.
De acordo com Knijnik e cols. (2004) é importante notar que o DSM-IV enfatiza
que, para se fazer o diagnóstico preciso, é importante que o transtorno cause
interferência significativa em alguma área importante da vida do indivíduo (trabalho,
vida social, atividades acadêmicas e lazer). Diferencia-se assim de um quadro que
seria de timidez comum, ou traços naturais de personalidade introspectiva. Da
mesma forma, é interessante observar características que são próprias deste
transtorno em especial, diferenciando-o de outros com características parecidas. O
que podemos notar pelo quadro abaixo:
Fonte: American Psychiatric Association (2004)
De acordo com Nardi (2008) a Fobia Social é um medo crônico em relação a
situações de exposição pública, diferenciando-se da ansiedade social considerada
normal, a patológica provoca reações inadequadas baseando em crenças
irracionais, uma super valorização de eventos comuns para a maioria das pessoas
tais como: comer em público, usar o telefone, assinar na frente de outras pessoas.
Esta crença irracional baseia-se na idéia do indivíduo estar sendo julgado o tempo
todo, da forma mais terrível, o que faz com que busque cada vez mais o isolamento
evitando tais confrontos.
Pode-se dizer que o isolamento faz com que os sintomas se agravem cada vez
mais, diferenciando-se a fobia em si com o ataque de pânico apenas pela sua
manifestação, uma vez que a fobia apresenta um desenvolvimento crônico a partir
de uma série de tentativas frustradas de socialização, enquanto o ataque de pânico
é uma manifestação aguda, com sintomas muito acentuados, não sendo proveniente
necessariamente de um histórico crônico de ataques.
De acordo com Silva (2007) o transtorno de pânico é diagnosticado quando os
ataques de pânico acontecem de forma inesperada, por mais de um mês gerando
alterações comportamentais importantes e a preocupação constante de novos
ataques.
Atualmente destacam-se muito os resultados obtidos pela prática cognitivocomportamental, que considera a Fobia Social como um dos distúrbios mais
decorrentes na atualidade, agravado em parte pelo estilo de vida nas grandes
cidades.
Uma vez que, existe um desequilíbrio físico no indivíduo com fobia, agravado
cada vez mais pelo tempo em estados crônicos, observa-se também o
desenvolvimento de outros problemas relacionados tais como: dores de coluna em
decorrência de má postura, obesidade, gastrite e problemas intestinais devido ao
excesso de alimentação, quadros de anorexia ou bulimia gerados também por
distúrbios alimentares que acarretam por outro lado a deficiência na alimentação,
cefaléias crônicas, fibromialgia, dores articulares e musculares devido a falta de
atividade física em decorrência do isolamento. (HERICKAZOGBI, 2006)
Considera-se importante o uso de terapias auxiliares ao tratamento psicológico,
para reverter o quadro de forma integral. Além do uso de farmacológicos, existe uma
série de outras práticas que podem auxiliar o controle da ansiedade e o desenrolar
das técnicas psicoterapêuticas. Citamos o uso de exercícios de relaxamento,
sessões de RPG e o tratamento por acupuntura.
Apesar de haver diferenças conceituais importantes em algumas literaturas,
grande parte apresenta similaridade, ocorrendo concordância entre os autores em
diversos pontos comuns. De acordo com o quadro 1, apresentado anteriormente,
verifica-se que Isto se dá devido ao fato de existir atualmente um protocolo de
diagnóstico padrão para este distúrbio. Dessa maneira, os tratamentos tanto na
psicologia como pelo uso de farmacológicos terão uma raiz comum de diagnóstico, o
que fará com que busquem através de meios diferenciados os mesmos objetivos.
Diante de todo este panorama, será buscado uma revisão bibliográfica a fim de
primeiramente caracterizar definições para a Fobia Social a partir de conceitos da
psicologia, e em seguida correlacionar as possibilidades de tratamento desta
síndrome através da acupuntura, observando-se estudos científicos que abordam
síndromes com sintomas e manifestações similares.
3 PSICOTERAPIA E FARMACOLOGIA
3.1 PSICOTERAPIA
Será observada neste trabalho uma das áreas da psicologia que tem se
destacado muito no tratamento de fobias de um modo geral, a terapia cognitivocomportamental. Utiliza-se alguns dados expostos em pesquisas, quanto a definição
de padrões de comportamento, sintomas típicos e sinais distintos que servem para
conferir diagnósticos, prevalência de idade, sexo, situação social, e comorbidades
possíveis.
A terapia cognitivo-comportamental atua através de técnicas desenvolvidas para
reverter quadros onde o comportamento cognitivo, ou seja, a forma de pensar do
indivíduo,
construído
durante
toda
sua
infância
e
juventude,
afeta
seu
comportamento físico, suas atitudes e o modo como interage com o meio. Quando
este comportamento é patológico, sua cognição atua de forma a impossibilitá-lo de
ações que seriam desejadas naturalmente. (VILETE, 2004)
É importante destacar as conseqüências físicas provenientes da cognição
alterada, entre elas: problemas de coluna conseqüentes de postura inadequada,
obesidade decorrente da ansiedade extravasada pela compulsão por comida,
anorexia, problemas digestivos, inflamações, entre outros. Todos estes são o que se
chama atualmente de doenças psico-somáticas, ou seja, distúrbios físicos que
possuem em comum causas psico-emocional, das mais variadas naturezas. Esta
importante ligação entre mente e corpo já era conhecida pelos sábios da
antiguidade, em especial, os médicos da antiga medicina chinesa. (SILVA, 2007)
As técnicas cognitivo-comportamentais atuam assim tanto no aspecto cognitivo
quanto no comportamental. Com isso, a finalidade é reverter a forma patológica de
pensar do indivíduo, e utilizar técnicas que procuram modificar as reações deste
indivíduo em sociedade. Pode-se dizer que ambas as técnicas, as que atuam na
cognição e as que treinam o comportamento são complementares, isto é, a terapia
cognitiva irá ajudar a reverter o modo de pensar do indivíduo, e a técnica
comportamental irá ajudá-lo a enfrentar melhor as situações práticas portando-se de
forma mais adequada. (D’EL REY e cols, 2006)
A seguir será apresentado um resumo das principais técnicas adotadas pela
terapia cognitivo-comportamental.
3.1.1 Modulação ou treino de habilidades sociais
Com a orientação do terapeuta, o paciente “treina“ suas reações em situações
de elevado nível de ansiedade, dentro de um ambiente mais seguro como por
exemplo a clínica ou algum espaço aberto em que sinta-se mais à vontade. O
terapeuta irá modelando o comportamento do paciente, chamando a atenção para
atitudes e reações inadequadas, seria um tipo de recondicionamento para excluir
reações arraigadas que surgem de forma irracional sem nenhum motivo concreto,
atitudes que passaram a ser depois de um tempo uma reação instintiva de proteção
e que deixaram de ser controlados pelo paciente.
3.1.2 Enfrentamento ou exposição
Esta técnica faz com que o paciente seja colocado, sempre com a orientação do
terapeuta, diante das situações provocadoras de ansiedade. Este processo ocorre
de forma gradativa, dependendo da resposta do paciente que conta com o apoio do
terapeuta para identificar as crenças irracionais contidas em seu comportamento,
assim como os meios de enfrentá-lo de forma mais saudável.
Pode-se dizer que este tipo de técnica é ao mesmo tempo cognitiva e
comportamental, já que o comportamento está sendo treinado conjuntamente com a
análise da forma de percepção do paciente e também sua revisão de posturas no
modo de pensar. (FERNANDES e TERRA, 2006)
3.1.3 Reestruturação cognitiva
Esta técnica, feita através da análise dos padrões de pensamento do paciente,
pode ser feita por sessões que contam inicialmente com a anamnese ampla,
envolvendo todo o histórico do paciente, o início das manifestações e possíveis
causas, até a forma como ele enfrenta a situação atualmente.
Geralmente o
terapeuta cognitivo-comportamental prescreve “lições de casa“ ao paciente, que terá
de praticar fora do ambiente clínico, exercitando e vivenciando algumas das
conclusões ali obtidas.
Uma dessas tarefas de casa seria o uso de anotações para identificar em que
momentos os sintomas de ansiedade aparecem com maior intensidade, seguido de
afirmações que visam a mudança no padrão de pensamento, a identificação
consciente de crenças e reações irracionais, comportamento de esquiva ou fuga.
Tudo isso irá favorecer uma consciência mais ampliada diante das situações de
ansiedade, estas que provocam um comportamento quase instintivo onde perde-se
a compreensão real. A partir disto têm-se um maior controle sobre si diante destas
mesmas situações de desconforto, favorecendo também o aumento da auto-estima.
(D’EL REY, 2006)
3.1.4 Terapia de grupo
Observa-se atualmente que a técnica de reestruturação cognitiva tem mostrado
bons resultados quando em terapia de grupo. Geralmente os pacientes sentem-se
mais à vontade para expor suas dificuldades quando escutam pessoas que passam
pelo mesmo problema, o que facilita inclusive a identificação das crenças irracionais
e a necessidade de treinamento para a mudança dos padrões patológicos,
observando outros na mesma situação que funcionam como espelho.
Este tipo de técnica em grupo, além de contribuir na reestruturação cognitiva,
também envolve as outras técnicas citadas que funcionam em conjunto, a exposição
parcial em ambiente coletivo e o treinamento de habilidades sociais. (KNIJNIK e
cols, 2004)
3.2 FARMACOLOGIA
De acordo com Nardi (2008) estima-se que exista uma incidência da
manifestação para a Fobia Social de 5% a 13% da população, estipulada em
pesquisas feitas na cidade do Rio de Janeiro.
A farmacoterapia tem sido utilizada em paralelo com a terapia cognitivacomportamental, mostrando resultados satisfatórios.
O tratamento químico irá agir na disfunção biológica, agravada pelos efeitos em
situação de ansiedade extrema, inibindo a manifestação de ataques e sintomas
físicos. Entretanto, certamente não irão reverter as causas do problema, agindo
somente para controlar as conseqüências enquanto a terapia de reestruturação
procura agir nos fatores que geram o transtorno.
Sabe-se que algumas pessoas possuem uma suscetibilidade maior para
desenvolver transtornos de ansiedade, isso devido a uma disfunção biológica do
sistema nervoso central, mais especificamente, de alguns neurotransmissores:
dopamina, sorotonina e o ácido gama-aminobutírico – G.A.B.A., responsáveis diretos
pelas manifestações de transtornos sociais. Os fatores causais para esta disfunção
ainda não são totalmente conhecidos, porém acredita-se que tenha causas
genéticas e também ambientais que provocam esta suscetibilidade maior de certa
parcela da população. (HERICKAZOGBI e cols, 2006)
A partir do conhecimento da ação do sistema nervoso, foi desenvolvidos uma
série de medicamentos que agem diretamente nos neurotransmissores, procurando
reequilibrar o seu funcionamento químico. Entre eles estão: Beta–bloqueadores
(atenolol, propranolol), antidepressivos inibidores da monoamino oxidase (IMAO)
(fenelzine, tanilcipromina), inibidores reversíveis da monoamino oxidase tipo–A
(RIMA) (moclobemida, brofaromina), benzodiazepínicos (clonazepam, bromazepam,
alprazolam) e antidepressivos inibidores seletivos de serotonina (ISRS) (paroxetina,
sertralina, fluoxetina e fluvoxamina) e alguns outros (venlafaxina, nefazodone,
gabapentina, clonidina) têm demonstrado eficácia em inúmeros estudos com
diferentes metodologias. Os antidepressivos tricíclicos (imipramina, clomipramina), o
ácido valproico e a buspirona têm apresentado resultados negativos. A paroxetina é
o medicamento mais estudado com metodologia duplo-cega, com melhores
resultados e com boa tolerância.
É importante ressaltar que o tratamento farmacológico, embora traga efeitos
imediatos e de visível percepção, podem também, se mal administrados, trazerem
prejuízos a longo prazo para o paciente. Na medida em que o tratamento estendese, o organismo começa a criar tolerância a medicação, exigindo cada vez mais o
aumento da dosagem, o que irá trazer complicações e efeitos colaterais. Inclui-se
também o risco de desenvolver-se dependência a medicação, fazendo com que o
paciente não consiga mais suportar nenhum tipo de convivência que não seja
através do uso da terapia medicamentosa. Estes medicamentos, por serem de forte
ação, geram uma sobrecarga no organismo que será agravada com o uso
continuado gerando assim efeitos colaterais, tais como: disfunções renais e
hepáticas.
Compreende-se então que a farmacoterapia deveria ser uma ação de
emergência e provisória, enquanto outros meios são obtidos para reverter o quadro,
agindo não nos efeitos e sim nas causas do problema. Infelizmente, uma parte dos
pacientes apresenta resistência quanto ao tratamento psicológico, esquivando-se do
processo terapêutico sem completá-lo e buscando refugiar-se apenas na
farmacoterapia, que apresenta resultados mais imediatos sem a necessidade de
esforço pessoal. Geralmente este comportamento gera complicações, pois o
paciente, sem acompanhamento médico, poderá optar por substituir o medicamento
pelo uso do álcool, alguns desenvolvem o hábito de fumar, a compulsão por comida
ou mesmo a utilização de outras drogas ilícitas como a maconha e cocaína. (NARDI,
2008)
De acordo com Terra (2003) o uso de substâncias psicoativas pode ser
responsável pelo agravamento de quadros de Fobia Social. De acordo com a
pesquisa, os ataques de pânico enquanto manifestação mais aguda do problema,
têm sua ocorrência ampliada em pacientes que passaram a utilizar-se de álcool e
drogas psicoativas como a maconha e a cocaína, isto em comparação com o grupo
de controle que não fez uso das substâncias.
Ressalta-se aqui a importância do emprego consciente da terapia farmacológica,
tomando como base os riscos acentuados quanto a se desenvolver a dependência
por seu uso a longo prazo. Observa-se que o tratamento farmacológico mal
orientado pode servir como substituto ao uso de outras substâncias psicoativas, sem
que o real distúrbio seja tratado.
4 PRINCÍPIOS E TRATAMENTO POR ACUPUNTURA
4.1 PRINCÍPIOS ESTRUTURAIS DA ACUPUNTURA
A acupuntura consiste na aplicação de estímulos com agulhas em pontos
específicos do corpo. Estes são chamados de “acupontos”, localizações na pele com
grande concentração de terminações nervosas. Por isso, a estimulação possibilita
acesso direto ao sistema nervoso central. (SCOGNAMILLO-SZABO, 2010)
É um tipo de terapia que visa o equilíbrio energético do organismo, manisfetado
pela saúde física e mental. Estudos evidenciam que através do estímulo por
eletroacupuntura em alta frequência, é promovido a liberação de serotonina,
epinefrina, e norepinefrina, neurotransmissores importantes do sub-córtex cerebral.
(TAFFAREL, 2009)
Outro estudo, dessa vez com animais, evidenciou um aumento da locomoção
central em ratos, através do estímulo por acupuntura, indicando seu efeito
ansiolítico. (SILVA et al., 1996)
Estudos veterinários provaram a similaridade entre a estimulação de acupontos
específicos (C7, CS6) e a administração de lidocaína, no controle da Taquicardia
Ventricular.
(CÁRDENAS, 2009). Ambos obtiveram resultados parecidos, o que
prova as funções terapêuticas da acupuntura em níveis químicos e fisiológicos.
Em acupuntura, compreende-se que para cada elemento natural ou químicobiológico, exista uma emoção, uma atitude psicológica correspondente, sendo que
isto estará ligado também a órgãos correspondentes e canais energéticos que
passam pelo corpo todo. (MARINS, 1979)
Para que se entenda o mecanismo de ação da patologia no organismo, segundo
a medicina tradicional chinesa, deve-se antes entender as teorias fundamentais: yinyang, e a teoria dos cinco elementos, que embasam filosoficamente esta
compreensão. Através destas teorias, entende-se que todo o organismo está em
constante e perpétua interação, sendo que uma alteração em um dos órgãos irá
afetar consequentemente todos os outros. (MACIOCIA, 1996)
4.1.1 Teoria yin-yang
A teoria do yin-yang é fruto de um longo processo de observação dos primeiros
terapeutas chineses que perceberam a correspondência direta do macro universo
com o micro, ao perceberem correspondência entre o céu a terra e o homem que,
estando na posição intermediária é por isso afetado por ambos, céu e terra.
Têm-se no símbolo seguinte, a maior representação da teoria do yin-yang, que
procura analisar a interação dos contrários na natureza, o claro e o escuro, o dia e
noite, o calor e o frio, o preenchido e o vazio:
Figura 1-Yin Yang
Fonte: Google imagens. Disponível em <http//:www.images.google.com.br>.
Observou-se que esta interdependência de elementos contrários é um fator
constante e irrevogável em toda natureza, tanto externa, como o movimento dos
astros e as estações do ano, como também interna na homeostase do organismo
que necessita de atividade e repouso, equilíbrio entre calor e frio, secura e umidade.
(YAMAMURA, 2001)
Esta compreensão teórica é tão profunda e abrangente que pode-se entendê-la
não somente em termos biológicos como também psicológicos, a alegria e tristeza, a
impulsividade e o recolhimento, a extroversão e a introversão. A saber, todas as
manifestações de atividade e expansão são tidas como yang: calor, céu,
luminosidade, impulsividade, alegria entre outras, e as manifestações de
recolhimento e concentração de energia são yin: frio, terra, escuridão, recolhimento,
melancolia entre outras. Ambas as manifestações são naturais, entretanto existe
patologia quando perde-se o equilíbrio entre as forças e um dos princípios é
excessivamente ressaltado, o que faz com que os outros sejam diminuídos gerando
excessos e deficiências em alguns órgãos. (WANG, 2001)
Toda vez que existe um fator patogênico seja ele externo: mudanças de
temperatura, traumas físicos, excesso de trabalho, inatividade excessiva, ou interno:
preocupação excessiva, medo, raiva, euforia em excesso. Estes fatores irão afetar
órgãos específicos, de acordo com a correspondência exposta anteriormente. Há
também causas que não são exclusivamente externas ou internas, nestas situações
os fatores patogênicos são designados pela MTC (Medicina Tradicional Chinesa)
como fatores mistos.
4.1.2 Teoria dos cinco elementos
Para entender este desequilíbrio, é fundamental no diagnóstico de acupuntura o
entendimento sobre os cinco elementos. Existe uma interação entre os órgãos que
serve para garantir o equilíbrio do organismo. Esta interação acontece pelo ciclo de
energia que é transmitido de um outro, obedecendo uma ordem natural. De acordo
com Yamamura (2001) temos dois ciclos no organismo, o ciclo de geração e o ciclo
de dominação.
Ciclo de geração:
Figura 2 - Cinco elementos (geração)
Fonte: Google imagens. Disponível em <http//:www.images.google.com.br>.
O Fígado (MADEIRA) é a mãe do Coração (FOGO) – o Fígado (Gan) estoca o
Sangue (Xue) e o Sangue (Xue) abriga a mente. Se o Sangue (Xue) do Fígado
(Gan) estiver debilitado, o Coração (Xin) sofrerá.
O Coração (FOGO) é a mãe do Baço (TERRA) – o Qi do Coração (Xin) empurra
o Sangue (Xue) e conseqüentemente ajuda a função de transporte do Baço (Pi).
O Baço (TERRA) é a mãe do Pulmão (METAL) – o Qi do Baço (Pi) proporciona o
Qi dos alimentos para o Pulmão (Fei), onde interage com o ar para formar o Qi
torácico.
O Pulmão (METAL) é a mãe do Rim (ÁGUA) – o Qi do Pulmão (Fei) descende
para encontrar o Qi do Rim (Shen). O Pulmão (Fei) também envia os fluídos em
descendência para o Rim (Shen).
O Rim (ÁGUA) é a mãe do Fígado (MADEIRA) – o Yin do Rim (Shen) nutre o
sangue (Xue) do Fígado (Gan). (MACIOCIA, 1996)
No ciclo de geração, a energia de um órgão fortalece a do órgão posterior ao qual
está diretamente ligado, sendo que foi fortalecido ou “gerado“ por outro que também
está ligado a ele.
Ciclo de dominação:
Figura 3 – Cinco elementos (dominação)
Fonte: Google imagens. Disponível em <http//:www.images.google.com.br>.
O Fígado (MADEIRA) controla o Baço (TERRA) – O Fígado (Gan) realmente auxilia
o Estômago (Wei) a decompor e digerir os alimentos e o Baço (Pi) a transformar e
transportá-los. Somente quando a função de controlar se torna desorientada (neste
caso é chamado de “excesso de trabalho”) é que o Fígado (Gan) de fato interfere e
obstrui as funções do Estômago (Wei) e do Baço (Pi).
O Coração (FOGO) controla o Pulmão (METAL) - Coração (Xin) e Pulmão (Fei)
estão intimamente relacionados uma vez que ambos estão localizados no
Aquecedor Superior (Jiao Superior). O Coração (Xin) governe o Sangue (Xue) e o
Pulmão (Fei) governa o Qi: o Qi e o Sangue (Xue) auxiliam-se e nutrem-se
mutuamente.
O Baço (TERRA) controla o Rim (ÁGUA) - Baço (Pi) e Rim (Shen) transformam
os Fluidos Corpóreos (Jin Ye). As atividades do Baço (Pi) de transformar e
transportar os fluidos são essenciais para a transformação do Rim (Shen) e
excreção dos fluidos.
O Pulmão (METAL) controla o Fígado (MADEIRA) – neste caso, ao contrário dos
outros, há um elemento determinado de “controle” do Fígado (Gan) pelo Pulmão
(Fei). O Pulmão (Fei) envia o Qi em descendência, uma vez que o Fígado (Gan)
dissemina o Qi em ascendência. Se o Qi do Pulmão (Fei) estiver debilitado e não
puder descender, o Qi do Fígado (Gan) tende a ascender muito. Isto ocorre
freqüentemente na prática, quando uma deficiência do Pulmão (Fei) resulta na
ascendência do Yang do Fígado (Gan) ou na estagnação do Qi do Fígado (Gan).
O Rim (ÁGUA) controla o Coração (FOGO) – O Rim (Shen) e o Coração (Xin) de
fato auxiliam-se e suportam-se mutuamente. Uma comunicação própria e uma
interação entre o Rim (Shen) e o Coração (Xin) são essências para a saúde.
(MACIOCIA, 1996)
No ciclo de dominação cada órgão restringe a manifestação de um órgão ao qual
está ligado, enquanto é também restringido por um outro, a fim de que a
manifestação de cada um não exceda o normal.
Com isso, compreende-se no organismo dois sistemas de equilíbrio, um para
evitar a deficiência na distribuição de energia, o ciclo de geração, e outro para evitar
que esta mesma energia exceda em um dos órgãos, o sistema de dominação.
Diagnostica-se o início da doença quando estes ciclos são quebrados por algum
fator, fazendo com que a energia não chegue totalmente a algum dos órgãos
gerando deficiência, ou então que exceda sua capacidade de algum deles o que
causa excesso e estagnação.
Ciclo de Superdominação:
A superdominação é referente a um estado patológico onde a ordem natural do
ciclo de dominação é afetada por algum desequilíbrio emocional ou físico, gerando a
“quebra” na harmonia do organismo, sinalizada por excesso no órgão que domina e
deficiência no órgão dominado.
No ciclo de superdominação, o órgão que domina está com excesso de energia.
Dessa forma, a sua função que seria de restringir o órgão procedente controlando
sua manifestação, sofre uma alteração e ao invés de somente controlar o excesso
de energia do órgão ao qual domina, essa dominação é excessiva, provocando com
isso a deficiência deste e por decorrência alguma patologia.
Seguindo o mesmo esquema descrito anteriormente no ciclo de dominação,
podemos acompanhar o mesmo movimento energético, ou seja, o mesmo caminho
percorrido pela energia, porém ocorrendo não mais de forma natural mas aqui de
forma patológica.
Ciclo de Contradominação:
Acompanhando o ciclo de dominação, observa-se ainda uma outra manifestação
que dará origem a um estado patológico, uma vez que indica também um
desequilíbrio energético, a condição de contradominação.
Na contradominação, ocorre uma espécie mudança no fluxo do ciclo de
dominação, gerada pelo excesso de determinado órgão em relação ao órgão que o
domina. Com isso, ao invés do órgão em questão ser restringido naturalmente pelo
órgão que teria a função de dominá-lo, a condição é invertida e este órgão em
questão passa a dominar o órgão precedente no ciclo de dominação, causando com
isso o que é denominado de contra-dominação. (MACIOCIA, 1996)
É parte fundamental do trabalho do terapeuta de acupuntura, identificar o
desequilíbrio, e o foco de onde parte, sendo que nem sempre é fácil esta
identificação. A capacidade de análise clínica do terapeuta, além é claro de sua
habilidade na aplicação das técnicas de puntura serão decisivas na resposta ao
tratamento.
Partindo-se das teorias fundamentais, existem alguns conceitos sobre o modo de
atuação do transtorno de ansiedade, em especial a fobia social e ataques de pânico.
A partir da literatura básica, podemos visualizar os órgãos que são afetados por este
transtorno, aquele que é diretamente afetado e seus correspondentes, as
manifestações emocionais, o tipo de clima onde a manifestação é amenizada ou
agravada, podendo-se com isso também propor meios de tratamento através da
puntura.
A partir da tabela abaixo pode-se visualizar uma série de correspondências entre
os cinco elementos e tipos de manifestações do ser humano e da natureza,
correspondências estas que servem de parâmetros para o diagnóstico do paciente
segundo a visão tradicionalista chinesa.
Tabela 1: Tabela dos cinco elementos
Fonte: Google imagens. Disponível em <http//:www.images.google.com.br
4.1.3 Pontos shu antigos
De acordo com Yamamura (2001), os pontos shu antigos utilizados para uma
série de finalidades diferentes, podendo ser para circulação e harmonização de
energias, para tonificação e sedação dos canais, para tratamento de afecções
energéticas, funcionais ou orgânicas. São pontos localizados nas extremidades dos
membros, superiores e inferiores, com grande poder de atuação nas síndromes, por
se encontrarem geralmente no início do percurso dos canais de energia.
4.1.4 Pontos shu dorsais
São pontos situados ao logo do canal energético da bexiga. Embora estejam
localizados neste canal, referem-se aos outros órgãos atuando diretamente nestes,
ou seja, os pontos shu dorsais são pontos do canal da bexiga, localizados nas
costas que é por onde passa este canal, mas que atuam nas desarmonias
específicas de outros órgãos. Sendo assim, temos o ponto Ganshu, referente ao
fígado, Xinshu, referente ao coração, Pishu, referente ao Baço-pâncreas, e assim
por diante. Cada órgão e víscera possuem um ponto referente ao longo do dorso no
canal da bexiga, que são denominados de pontos shu dorsais.
Segundo Yamamura (2001), o canal da bexiga é responsável pela distribuição da
água orgânica pelo organismo, é o canal mais superficial do corpo tendo também
papel imunológico importante. Todas estas características são trabalhadas quando
utiliza-se os pontos shu dorsais para o tratamento de afecções de outros órgãos que
não sejam a bexiga, trabalhando estas características nos próprios órgãos
correspondentes.
4.2 ACUPUNTURA SISTÊMICA
Partindo-se da premissa de que as fobias são variações da emoção básica do
medo, pode-se traçar a partir disto uma linha de tratamento possível. Obviamente,
em acupuntura não haverá um tipo de tratamento padrão, já que existem muitas
variáveis que podem levar o terapeuta a caminhos diferentes. Por isso, serão
trazidos alguns exemplos de padrões sindrômicos que podem ser gerados a partir do
quadro de fobia.
Foi dito que a emoção do medo tem, na acupuntura, referência direta com o rim.
(MACIOCIA, 1996) Este órgão, que possui características “yin“, ou seja, de
concentração e manutenção de energias, quando em desequilíbrio irá sobressaltar
estas características tornando o indivíduo excessivamente contido e desenvolvendo
alguns tipos de medo patológico, como é o caso da fobia social.
Energeticamente, o estado de medo causa a “descendência do Qi”, ou seja, a
energia dos rins que deveria ascender para o restante dos órgãos, nutrindo-os e
promovendo a atividade física e psicológica, é debilitada e descende, deixando
assim o indivíduo sem o abastecimento necessário para reagir normalmente. Por
esse motivo é comum dizer-se que certo indivíduo ficou “paralisado pelo medo”, ou
reações fisiológicas como a incontinência urinária. Desta forma, o enfoque inicial do
tratamento seria no órgão que representa exatamente a manifestação do medo, o
rim.
Pela acupuntura sistêmica, que consiste na aplicação de agulhas em pontos
específicos dos canais energéticos, teríamos alguns pontos específicos a serem
trabalhados no sentido de reestabelecer a energia do rim que está sendo consumida
pelo estado emocional de medo prolongado, o que sugere uma deficiência
energética deste órgão. A saber, um paciente que desenvolve este tipo de quadro
apresenta alguns sintomas claros de serem percebidos pelo terapeuta tais como:
rosto escurecido, “olheiras“ acentuadas, dores lombares, palidez, sensação de frio,
incontinência urinária, entre outros. Seu pulso estará fraco e profundo. (ROSS, 2004)
4.2.1 Diagnóstico pelos cinco elementos
O diagnóstico pelos cinco elementos é estabelecido através do estudo dos sinais
e sintomas em relação aos ciclos: de geração e de dominância, observando ainda a
possibilidade de quadros patológicos, designados como contra-dominância e
dominação excessiva.
Pelo ciclo de geração sabe-se que um órgão e responsável por nutrir outro e
assim por diante, num ciclo dinâmico e ininterrupto. Quando há algum desequilíbrio
em algum dos órgãos, deficiência ou excesso, esta harmonia é rompida provocando
uma reação em cadeia que irá afetar todos os órgãos, já que todos estão
interligados.
(AUTEROCHE,
1996)
Dependerá
do
terapeuta
observar
cuidadosamente os sintomas, para perceber qual órgão foi ponto de partida para
que todos o organismo entrasse em desequilíbrio.
Para este diagnóstico é importante o entendimento sobre a relação dos órgãos
com seus correspondentes. Para cada órgão existe uma emoção correspondente,
uma cor, um elemento natural, um cheiro, um sabor que o correspondem. (WANG,
2001)
Há também o ciclo de dominação, pelo qual a energia de um órgão domina ou
controla a energia do órgão correspondente. Destes ciclos energéticos naturais no
organismo, derivam outros dois que correspondem a estados patológicos: quando
existe algum desequilíbrio esta relação pode ser tanto de excesso de dominância,
como de contra-dominância, formando quatro formas ou ciclos energéticos a serem
considerados durante o processo formar o diagnóstico.
Pelo ciclo de dominação, observa-se que o rim domina o coração, e é dominado
por baço-pâncreas. Assim sendo, uma deficiência de yang dos rins pode causar
tanto uma dominância excessiva do baço-pâncreas sobre o rim, como uma contradominância do coração também em relação ao rim, ou ambas dependendo do caso.
(MACIOCIA, 1996)
A contra-dominância de coração sobre o rim, estaria explícita no caso de
ansiedade combinado com tensão e sintomas agudos como sudorese profusa,
taquicardia, rubor excessivo, comuns nos quadros de ataque de pânico, uma das
comorbidades da fobia social. Através deste raciocínio chegaríamos ao padrão de
calor de coração, relacionado a deficiência de rim, por contra-dominância.
Outro sinal indicador pode ser obtido através do exame da língua. Sabe-se que
cada parte da língua apresenta sinais correspondentes a órgãos específicos, no
caso do quadro de calor no coração, esta condição seria identificada pela ponta da
língua vermelha. A ponta da língua, segundo as premissas deste tipo de diagnóstico,
representa o coração, ela estando avermelhada indicaria assim calor neste órgão.
(MARTINS e LEONELLI, 2002)
4.2.2 Tratamento
Partindo dos princípios básicos da acupuntura, obedecendo a teoria do yinyang,o procedimento básico após ser feito o diagnóstico seria tonificar onde está em
dificiência e sedar onde existe o excesso. Uma vez observado quais órgãos estão
em desarmonia, o terapeuta escolhe pontos de acupuntura referentes a esses
órgãos, que possuem a função específica para aquilo que é necessário ser feito.
Existem pontos dentro dos canais de energia que são para sedação, outros para
tonificação, outros para harmonização ou para fazer com que o qi circule livremente
pelo canal estimulando sua circulação natural. (YAMAMURA, 2001)
Compreende-se que a fobia acentuada está ligada outro tipo de emoção que é a
ansiedade antecipatória. (CASTILHO e cols, 2000) Este tipo de ansiedade ou
preocupação, dentro da visão chinesa afeta as funções do baço-pâncreas e
estômago que é seu acoplado. Por isso pode-se propor em tratamentos, além dos
pontos do rim e da bexiga, também pontos referentes ao baço-pâncreas e
estômago, lembrando que o baço-pâncreas no ciclo de dominação restringe o rim,
devendo ser então tratado conjuntamente.
É possível acrescentar-se pontos do fígado e vesícula biliar no tratamento, uma
vez que estes são responsáveis pela postura mental de criação, atividade,
impulsividade, iniciativa. Observa-se que no ciclo de geração a energia do fígado é
nutrida pelo rim, desta forma quando o rim está em deficiência ou desequilíbrio o
fígado terá também sua condição afetada. Além disso, dentro do ciclo de
dominação, o fígado domina baço-pâncreas, sendo assim a sua tonificação ajudará
a manter a dominação do baço-pâncreas, evitando que este exerça dominação
excessiva sobre os rins, o que causaria sua deficiência e o possível quadro de fobia.
Dentro da escolha de pontos possíveis para o tratamento da fobia social,
acrescenta-se também o ponto do canal vaso governador, VG-4, um ponto central
para o aquecimento do organismo e restabelecimento da essência do rim. Além
disso, pode-se citar outro ponto que atua principalmente em nível mental, aliviando
os sintomas causados pelo excesso de pensamentos e preocupações, trata-se do
ponto extra YinTang, a fim de acalmar o desequilíbrio da atividade mental gerado
pelo estado de isolamento prolongado. (YAMAMURA, 2001)
A escolha de pontos deve obedecer ao raciocínio seguido no decorrer do estudo
a respeito da síndrome em questão.
Partimos do princípio de que a Fobia Social está associada a sintomas típicos de
deficiência do órgão energético: Rim. Segundo esta premissa, deve-se então
primeiramente tonificar este órgão, a fim de vencer a deficiência, buscando com isso
o início do processo de restabelecimento de equilíbrio entre yin e yang.
Segundo estudo bibliográfico (SOUZA, 2007), existem cinco tipos de depressão,
relativos aos cinco elementos da teoria dos cinco elementos, descrita anteriormente.
O tipo de depressão referente ao elemento “Água”, ou seja, rim e bexiga, interfere
em especial na iniciativa do indivíduo, no poder de decisão e na auto-confiança,
sintomas típicos também da Fobia Social. O estudo acima mencionado ressalta
como pontos de especial interesse nestes casos: R3, VG4, e R7.
Pesquisas de campo realizadas em Porto Alegre (RS), trouxeram evidências
sobre a eficiência a dos pontos: BP6, IG4 e E36, no controle do stress psíquico,
ansiedade e depressão. (PAVÃO, 2008)
Em pesquisa realizada na Universidade de Medicina Tradicional Chinesa, em
Shenyang, China, buscou-se observar o efeito terapêutico da acupuntura sobre a
neurose de ansiedade pós-AVC (PsAn). O trabalho abordou 34 pacientes no grupo
de
tratamento
com
pontos
como
o
Baihui
(VG20),
Shenting (VG 24), Yintang (EX-NH 3), Shuigou (VG 26), Shenmen (C7)
e Neiguan (CS 6). O grupo de controle contou com 33 pacientes, que tomaram
Alprazolam. Foi utilizada a escala Hamilton de Ansiedade (HAMA) para avaliar a
gravidade e relevo de ansiedade. Obtiveram como resultado que os sintomas da
ansiedade dos pacientes no grupo do tratamento foram aliviados com uma
alíquota efetiva total de 82,35%, e nenhuma diferença significativa foi encontrada
quando comparado ao grupo de controle, levando a conclusão de que a acupuntura
é um método seguro, eficaz e importante para o tratamento de PsAn. (PING E
SONGHAI, 2008)
Outro estudo (WANG e cols, 2009) pretendeu avaliar e analisar o efeito clínico e
terapêutico da acupuntura, combinadas com remédios para depressão de diferentes
tipos de síndrome. Em sua abordagem, analisou oitenta casos de depressão,
divididos entre: estagnação do qi do fígado e baço, grupo com deficiência (grupo A,
35 casos), deficiência de coração e baço (grupo B, 21 casos) e deficiência de yang
do baço e rim (grupo C, em 24 casos) de acordo com a diferenciação da síndrome.
Todos foram tratados com acupuntura em Baihui (VG 20), Yintang (EX-NH 3),
Sishen-cong (EX-HN 1), Neiguan (CS 6) etc e administração oral de 5-HT inibidores
seletivos da recaptação da serotonina ( SSRI) comprimidos. Foi utilizada a escala de
depressão Hamilton (HAMD), resultando que depois do tratamento por quatro
semanas, a taxa de melhora efetiva foi de 91,4% no grupo A e de 90,5% no grupo B,
ambos foram superiores ao de 87,5% no grupo C (P <0,01, P <0. 05). A partir dos
resultados obtidos, os pesquisadores concluíram que através da combinação entre
acupuntura e medicação específica para depressão (SSRI), ocorre um melhor efeito
terapêutico na depressão causada por desequilíbrio do fígado, baço-pâncreas,
coração e rim.
Observou-se ainda em outro estudo (SUN e cols, 2010), a análise sobre o efeito
da acupuntura no mecanismo imunológico em casos de depressão. Concentrandose especificamente nos pontos Baihui (VG 20) e Zusanli (E 36) para o tratamento da
depressão. Procedeu-se a pesquisa com oitenta e quatro casos de pacientes com
depressão que foram divididos aleatoriamente em um grupo de observação
eletroacupuntura (grupo A), um grupo de controle eletro (grupo B) e um grupo
controle de medicação (grupo C), 28 casos em cada grupo. Os pontos Baihui (VG
20) e Zusanli (E 36) foram utilizados no grupo A; Taichong (F 3), Sanyinjiao (BP 6),
Neiguan (CS 6) e Shenmen (C 7) foram utilizados no grupo B, e os grupo C foi
tratado com a administração oral de fluoxetina. A pontuação foi testada pela
Hamilton Depression Scale (HAMD). Os resultados mostraram que os escores de
HAMD diminuíram após o tratamento em três grupos (todos P <0,01). No grupo A,
dois casos foram curados, 19 casos apresentaram resultados satisfatórios, e dois
casos foram ineficazes. No grupo B, em 16 casos o tratamento foi bastante eficaz,
em 12 casos obteve resultados satisfatórios. Enquanto no grupo C, um caso foi
curado, 17 casos apresentaram resultado significativo, 7 casos foram satisfatórios e
três casos foram ineficazes. Concluiu-se que o efeito do grupo de observação com
eletroacupuntura foi superior aos do grupo de controle com medicação, muito
embora todos os métodos sejam eficientes para limpar as citocinas inflamatórias,
como IL-1 beta e IL-6, melhorando os sintomas da depressão.
Ainda em outro estudo (DUAN e cols, 2009), obteve-se resultados a respeito da
combinação entre acupuntura e a farmacologia. Este estudo procurou investigar os
efeitos clínicos do tratamento de depressão leve ou moderada, utilizando-se
eletroacupuntura
combinada
com
a
fluoxetina.
Foram
abordados
95 casos de depressão leve ou moderada com sintomas somáticos, divididos
aleatoriamente entre um grupo tratado apenas com fluoxetina, e outro combinando
eletroacupuntura com fluoxetina. Foi utilizado a Hamilton Depression Scale (HAMD)
para avaliação dos efeitos clínicos e terapêuticos e a Emergent Symptom Scale
(TESS) para avaliação das reações adversas. Obteve-se como resultados
semelhantes em termos de tratamento, a taxa efetiva total no grupo tratado apenas
com
fluoxentina
foi
de
77,27%
enquanto
houve
resultado
de
78,26% no grupo de eletroacupuntura mais fluoxetina. Entretanto, após duas
semanas observou-se menor reação adversa no grupo onde houve a combinação
entre eletroacupuntura e fluoxetina, em relação ao grupo que utilizou apenas a
fluoxetina como forma de tratamento.
4.2.3 Descrição dos pontos
A partir do estudo bibliográfico realizado no presente trabalho, e considerando as
premissas de diagnóstico levantadas anteriormente na seção 4.2.2 sobre
tratamentos, destacam-se alguns pontos de acupuntura que são comumente
utilizados. A seguir, serão descritos estes pontos e suas funções específicas.
R3 (Taixi) - Ponto fonte de rim, tonifica a energia do órgão, aquece o frio, nutre a
essência do rim, restaura o colapso de energia yin.
R7 (Fuliu) - Ponto de tonificação do rim, tonifica a energia de defesa do
organismo, restaura a energia yin, aquece o frio, reestabelece a vontade.
B23 (Shenshu) - Ponto shu dorsal do rim. Aquece a energia yang do rim, tonifica
a essência, harmoniza a via das águas.
BP6 (Sanynjiao) - Ponto que estabelece o cruzamento entre os três canais de
energia: rim, fígado e baço-pâncreas. Tonifica o rim e a essência, harmoniza o
fígado, drena a umidade e umidade-frio.
E36 (Zusanli) - Ponto de máxima concentração da energia do estômago, que é o
órgão acoplado do baço-pâncreas. Usado para sintomas de frio no interior do corpo,
restabelece também o equilíbrio entre frio e calor, alto e baixo, yang e yin. Tonifica a
energia de nutrição. Aumenta a energia essencial, drena a umidade e umidade-frio.
E25 (Tianshu) - Ponto do estômago que regulariza a circulação de energia.
Dispersa a estagnação de energia do estômago e de alimentos, aquece o frio,
harmoniza a energia de nutrição, do baço-pâncreas e dos intestinos, atuando
diretamente na questão da obesidade.
F3 (Taichong) - Ponto fonte de fígado. Harmoniza e tonifica o fígado. Relaxa os
tendões e músculos, faz a união yang /yin, redireciona a energia em contracorrente.
VB40 (Qiuxu) - Ponto do canal da vesícula, acoplado ao fígado. Harmoniza o
fígado e a vesícula biliar, faz circular a energia destes órgãos. Ponto específico para
estimular a atividade e iniciativa.
VG4 (Mingmen) - Ponto que tonifica e nutre a energia essencial, dispersa a
umidade e a umidade-frio, facilita a circulação da energia nos canais, fortalece o rim.
M-CP-3 (YinTang) - Ponto extra fora dos canais principais. Elimina energias
perversas, acalma e clareia a mente, indicado para agitação psíquica e pertubação
mental.
CS6 (Neiguan) - Ponto Luo. Ponto de abertura do canal de energia curioso Yin
Wei. Harmoniza e tonifica o Xin Qi (Coração), o Xue (Sangue). Harmoniza o Qi do
Wei (Estômago) e do tórax. Harmoniza a energia essencial. Acalma a mente.
Dispersa a mucosidade. Redireciona o Qi contra-corrente. (YAMAMURA, 2001)
C7 (ShenMen) - Ponto fonte do coração. Harmoniza o Xin Qi (Coração). Refresca
o calor de Xue (sangue). Faz a limpeza do calor do Xin (Coração). Acalma o Shen
(Mente), fortalece a mente.
VG20 (Baihui) - Ponto de reunião de todos os canais yang. Remove e dispersa o
excesso de Yang. Estabiliza a subida do Yang Qi. Acalma o Shen (Mente) e as
emoções, clareia a mente. Circula o Gan Qi (Fígado).
B15 (Xinshu) - Ponto shu dorsal do coração. Harmoniza o Qi e o Xue (Sangue).
Harmoniza e tonifica o Xin Qi (Coração). Ativa a circulação de Xue (Sangue) nos
vasos sanguíneos. Acalma o Shen, fortalece e clareia a mente. Ponto específico de
harmonização da Energia Yang do Xin (Coração). (YAMAMURA, 2001)
5 CONCLUSÃO
Definiu-se Fobia Social como sendo um transtorno de ansiedade, caracterizado
por um medo acentuado perante situações de interação social, causando prejuízos
na vida profissional e afetiva do indivíduo.
Conclui-se que atualmente existe uma carência de trabalhos científicos,
correlacionando a síndrome “Fobia Social” com os princípios de tratamento por
acupuntura. Desta forma, não foi atingido o objetivo de estabelecer uma ligação
direta entre os estudos científicos que abordam a Fobia Social na área de psicologia,
e os estudos científicos e autores da área da acupuntura.
Entretanto, observou-se que existem pesquisas científicas demonstrando os
efeitos da acupuntura em síndromes similares a fobia social, tais como: depressão,
stress, ansiedade. Estes resultados indicam a possibilidade de estudos futuros que
poderão associar o tratamento de acupuntura também com a especificidade Fobia
Social.
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