UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES ALESSANDRO LOMBARDI CRISOSTOMO ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE FOBIA SOCIAL Mogi das Cruzes, SP 2010 UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES ALESSANDRO LOMBARDI CRISOSTOMO ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE FOBIA SOCIAL Monografia apresentada ao programa de pós-graduação da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Acupuntura. Orientadora: Profª Bernadete Nunes Stolai Co-orientador: Prof. Luiz Leonelli Mogi das Cruzes, SP 2010 ALESSANDRO LOMBARDI CRISÓSTOMO ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE FOBIA SOCIAL Monografia apresentada ao Programa de PósGraduação da Universidade de Mogi das Cruzes como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista em Acupuntura. Aprovado em:.................................................... BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ Profª.Bernadete Nunes Stolai Universidade de Mogi das Cruzes-UMC _________________________________________________ Prof. Luiz Bernardo Leonelli Universidade de Mogi das Cruzes-UMC _________________________________________________ RESUMO Inicialmente objetivou-se uma análise bibliográfica de textos e artigos abordando a questão da “fobia social“, definições científicas, sua correspondência com síndromes psicológicas similares, assim como os tipos de tratamento pela psicoterapia e pela farmacologia. A partir desta análise foi buscado estabelecer um paralelo entre a psicologia e farmacologia em relação ao tratamento da medicina tradicional chinesa (MTC), contemplando autores da acupuntura no meio científico que efetuam estudos sobre os efeitos do tratamento por acupuntura. Foram buscados autores que trabalham com síndromes psicológicas similares a fobia social, a fim de que fosse considerada a possibilidade de tratamento da Fobia Social por meio da acupuntura. Foi considerada como forma de tratamento a acupuntura sistêmica, partindo do diagnóstico baseado na teoria dos cinco elementos. Concluiu-se que ainda não existem elementos científicos suficientes para evidenciar o tratamento da Fobia Social por acupuntura, porém destaca-se a possibilidade de aprofundamento no estudo desta área, baseada nos trabalhos científicos feitos sobre síndromes similares tais como: depressão e ansiedade. Palavras-chave: Fobia social, psicoterapia, farmacologia, acupuntura. SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO/JUSTIFICATIVA..........................................................................5 2 INTRODUÇÃO............................................................................................................7 3PSICOTERAPIA E FARMACOLOGIA........................................................................12 3.1 PSICOTERAPIA..................................................................................................13 3.1.1Modulação ou treinamento de habilidades sociais........................................13 3.1.2 Enfrentamento ou exposição........................................................................13 3.1.3 Reestruturação cognitiva..............................................................................13 3.1.4 Terapia de grupo...........................................................................................14 3.2 FARMACOLOGIA..............................................................................................14 4 PRINCÍPIOS E TRATAMENTO POR ACUPUNTURA..............................................17 4.1 PRINCÍPIOS ESTRUTURAIS DA ACUPUNTURA.............................................17 4.1.1 Teoria yin-yang...........................................................................................18 4.1.2 Teoria dos cinco elementos........................................................................19 4.1.3 Pontos shu antigos......................................................................................24 4.1.4 Pontos shu dorsais......................................................................................24 4.2 ACUPUNTURA SISTÊMICA...............................................................................24 4.2.1 Diagnóstico pelos cinco elementos.............................................................25 4.2.2 Tratamento..................................................................................................26 4.2.3 Descrição dos pontos..................................................................................30 5 CONCLUSÃO.............................................................................................................32 REFERÊNCIAS.............................................................................................................33 1 APRESENTAÇÃO Pretende-se com o trabalho apresentado um tipo de abordagem ainda pouco comum atualmente, abordar meios de tratamento comumente chamados de “alternativos”, mas que entretanto ocupam cada vez mais espaço nas salas dividindo espaço com técnicas convencionais. Fala-se aqui sobre a acupuntura e seus importantes efeitos atualmente já reconhecidos, em especial quando bem empregada por profissionais competentes, e sua acentuada atuação em grande variedade de distúrbios de ordem física ou emocional. Será abordado um transtorno comum nos dias de hoje, principalmente na população das grandes cidades. A “Fobia Social”, de acordo com pesquisa realizada no Rio de Janeiro atinge cerca de 13% da população. (NARDI, 2008). Será analisado o modo como o acompanhamento da acupuntura pode auxiliar na redução dos meios farmacológicos que auxiliam na aplicação de técnicas psicoterapêuticas, sobretudo na área cognitiva-comportamental. Por meio da análise do transtorno, inicialmente pelo enfoque da medicina convencional e posteriormente através de conceitos da medicina tradicional chinesa, serão buscadas evidências sobre como a acupuntura pode auxiliar no tratamento de pacientes com Fobia Social e transtornos similares como a Ansiedade Crônica, e Síndrome do Pânico, uma vez que entende-se serem estes distúrbios provenientes de uma raiz comum. A saber, a acupuntura na essência do seu tratamento busca sempre uma análise profunda sobre as causas responsáveis pelo processo de adoecimento, tendo como objetivo um tratamento justamente neste aspecto. Acrescenta-se a isso, a inexistência dos efeitos colaterais comuns pelo uso de remédios químicos, especialmente em pessoas com quadro clínico mais complicado, que apresentem algum tipo de alergia ou rejeição a algum tipo de medicamento. Isso posto, pode-se julgar conveniente um estudo no sentido de encontrar meios com menores riscos e prejuízos para o paciente do que medicamentos como ansiolíticos ou antidepressivos, que na verdade controlam somente conseqüências do problema. Obviamente o tratamento farmacológico é recomendado geralmente como um auxiliar, devendo ser acompanhado com terapia. Neste sentido, a área cognitivo-comportamental vem apresentando bons resultados. Portanto, têm-se o interesse no decorrer do trabalho, de compreender a forma como a psicologia define e trata o transtorno “Fobia Social”. Serão abordados alguns princípios teóricos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), e buscado trabalhos científicos que correlacionem este transtorno ao tratamento por acupuntura. 2 INTRODUÇÃO De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais – DSMIV (American Psychiatric Association, 2004), o que caracteriza a fobia social é uma intensa ansiedade em situações sociais (de contato interpessoal) ou de desempenho, ou mesmo ambas, acarretando sofrimento excessivo ou interferindo de forma acentuada no dia-a-dia da pessoa. Segundo Terra (2003) a Fobia Social apresenta intensa comorbidade com outras complicações, o uso de drogas e medicamentos, e o desenvolvimento de ataques de pânico, este último iniciados geralmente após o início do uso de substâncias químicas a fim de controlar a ansiedade. Pode-se distinguir assim o ataque de pânico do quadro simples de fobia social, definindo-o como um possível agravamento, em decorrência do uso de auto medicação, tratamento inadequado com psicotrópicos ou psicoterapia, ou mesmo tendo sido agravado pelo uso de drogas tais como: maconha, cocaína entre outras, com o objetivo de controlar os sintomas iniciais de ansiedade acarretados pela Fobia Social. A partir de Terra (2003) observa-se uma correspondência direta entre a Fobia Social e a Síndrome do Pânico, sendo esta última decorrente do estado crônico da fobia que não foi tratado no tempo devido. Entretanto, existem algumas diferenças conceituais importantes. A síndrome do pânico, ou ataque de pânico, é uma manifestação sintomática aguda, com ocorrência em situações que estabelecem alto nível de ansiedade, o indivíduo passa da sudorese acentuada, para rubores extremos, perda da fala, tremores intensos podendo chegar até mesmo ao desmaio. Este quadro produz a atitude de esquiva ante situações que possivelmente irão gerar este tipo de reação, o chamado “medo da própria situação de medo”. (VILETE, 2004) A partir destas afirmações, pode-se compreender que o transtorno fóbico provoca um desequilíbrio físico e energético no paciente, o que evidencia-se pela necessidade de busca por substâncias que venham a restabelecer a homeostase do organismo. Observa-se assim que os prejuízos são tanto de ordem psicológica como física. Pesquisas mostram que o transtorno ocorre inicialmente na população jovem, geralmente entre 20 e 30 anos, sendo que existe a incidência de duas mulheres para cada homem. Uma das maiores dificuldades seria o diagnóstico de pacientes com o transtorno, ou a identificação de pessoas que possivelmente irão desenvolver o problema, já que, na infância isto é muitas vezes confundido com timidez e introspecção comuns da juventude. (D’ EL REY e cols, 2006) Observa-se que o problema começa a ser identificado por suas conseqüências, a partir do momento em que traz prejuízos pessoais ao indivíduo. Pessoas que desenvolvem este transtorno, passam gradativamente a abrir mão de oportunidades e situações desejadas por conta de não poderem controlar a ansiedade em momentos de tensão e fobia. Neste caso, quando em contato com outras pessoas, situações onde é observado ou julgado como, por exemplo: falar para um público, comer em locais públicos ou na companhia de estranhos, falar com pessoas desconhecidas, paquerar, locais com aglomeração de pessoas, entre outros. Por decorrência o indivíduo começa a desenvolver um comportamento de esquiva diante de situações que geram este tipo de ansiedade, o que irá contribuir para aumentar o nível de stress ante tais situações e fazer com que o problema torne-se crônico. Logo o indivíduo terá perdido oportunidades sociais importantes para sua vida, ofertas de emprego, situações de lazer, chances de estudos e desenvolvimento acadêmico, estreitando assim seu leque de opções e seu horizonte de possibilidades. De acordo com Knijnik e cols. (2004) é importante notar que o DSM-IV enfatiza que, para se fazer o diagnóstico preciso, é importante que o transtorno cause interferência significativa em alguma área importante da vida do indivíduo (trabalho, vida social, atividades acadêmicas e lazer). Diferencia-se assim de um quadro que seria de timidez comum, ou traços naturais de personalidade introspectiva. Da mesma forma, é interessante observar características que são próprias deste transtorno em especial, diferenciando-o de outros com características parecidas. O que podemos notar pelo quadro abaixo: Fonte: American Psychiatric Association (2004) De acordo com Nardi (2008) a Fobia Social é um medo crônico em relação a situações de exposição pública, diferenciando-se da ansiedade social considerada normal, a patológica provoca reações inadequadas baseando em crenças irracionais, uma super valorização de eventos comuns para a maioria das pessoas tais como: comer em público, usar o telefone, assinar na frente de outras pessoas. Esta crença irracional baseia-se na idéia do indivíduo estar sendo julgado o tempo todo, da forma mais terrível, o que faz com que busque cada vez mais o isolamento evitando tais confrontos. Pode-se dizer que o isolamento faz com que os sintomas se agravem cada vez mais, diferenciando-se a fobia em si com o ataque de pânico apenas pela sua manifestação, uma vez que a fobia apresenta um desenvolvimento crônico a partir de uma série de tentativas frustradas de socialização, enquanto o ataque de pânico é uma manifestação aguda, com sintomas muito acentuados, não sendo proveniente necessariamente de um histórico crônico de ataques. De acordo com Silva (2007) o transtorno de pânico é diagnosticado quando os ataques de pânico acontecem de forma inesperada, por mais de um mês gerando alterações comportamentais importantes e a preocupação constante de novos ataques. Atualmente destacam-se muito os resultados obtidos pela prática cognitivocomportamental, que considera a Fobia Social como um dos distúrbios mais decorrentes na atualidade, agravado em parte pelo estilo de vida nas grandes cidades. Uma vez que, existe um desequilíbrio físico no indivíduo com fobia, agravado cada vez mais pelo tempo em estados crônicos, observa-se também o desenvolvimento de outros problemas relacionados tais como: dores de coluna em decorrência de má postura, obesidade, gastrite e problemas intestinais devido ao excesso de alimentação, quadros de anorexia ou bulimia gerados também por distúrbios alimentares que acarretam por outro lado a deficiência na alimentação, cefaléias crônicas, fibromialgia, dores articulares e musculares devido a falta de atividade física em decorrência do isolamento. (HERICKAZOGBI, 2006) Considera-se importante o uso de terapias auxiliares ao tratamento psicológico, para reverter o quadro de forma integral. Além do uso de farmacológicos, existe uma série de outras práticas que podem auxiliar o controle da ansiedade e o desenrolar das técnicas psicoterapêuticas. Citamos o uso de exercícios de relaxamento, sessões de RPG e o tratamento por acupuntura. Apesar de haver diferenças conceituais importantes em algumas literaturas, grande parte apresenta similaridade, ocorrendo concordância entre os autores em diversos pontos comuns. De acordo com o quadro 1, apresentado anteriormente, verifica-se que Isto se dá devido ao fato de existir atualmente um protocolo de diagnóstico padrão para este distúrbio. Dessa maneira, os tratamentos tanto na psicologia como pelo uso de farmacológicos terão uma raiz comum de diagnóstico, o que fará com que busquem através de meios diferenciados os mesmos objetivos. Diante de todo este panorama, será buscado uma revisão bibliográfica a fim de primeiramente caracterizar definições para a Fobia Social a partir de conceitos da psicologia, e em seguida correlacionar as possibilidades de tratamento desta síndrome através da acupuntura, observando-se estudos científicos que abordam síndromes com sintomas e manifestações similares. 3 PSICOTERAPIA E FARMACOLOGIA 3.1 PSICOTERAPIA Será observada neste trabalho uma das áreas da psicologia que tem se destacado muito no tratamento de fobias de um modo geral, a terapia cognitivocomportamental. Utiliza-se alguns dados expostos em pesquisas, quanto a definição de padrões de comportamento, sintomas típicos e sinais distintos que servem para conferir diagnósticos, prevalência de idade, sexo, situação social, e comorbidades possíveis. A terapia cognitivo-comportamental atua através de técnicas desenvolvidas para reverter quadros onde o comportamento cognitivo, ou seja, a forma de pensar do indivíduo, construído durante toda sua infância e juventude, afeta seu comportamento físico, suas atitudes e o modo como interage com o meio. Quando este comportamento é patológico, sua cognição atua de forma a impossibilitá-lo de ações que seriam desejadas naturalmente. (VILETE, 2004) É importante destacar as conseqüências físicas provenientes da cognição alterada, entre elas: problemas de coluna conseqüentes de postura inadequada, obesidade decorrente da ansiedade extravasada pela compulsão por comida, anorexia, problemas digestivos, inflamações, entre outros. Todos estes são o que se chama atualmente de doenças psico-somáticas, ou seja, distúrbios físicos que possuem em comum causas psico-emocional, das mais variadas naturezas. Esta importante ligação entre mente e corpo já era conhecida pelos sábios da antiguidade, em especial, os médicos da antiga medicina chinesa. (SILVA, 2007) As técnicas cognitivo-comportamentais atuam assim tanto no aspecto cognitivo quanto no comportamental. Com isso, a finalidade é reverter a forma patológica de pensar do indivíduo, e utilizar técnicas que procuram modificar as reações deste indivíduo em sociedade. Pode-se dizer que ambas as técnicas, as que atuam na cognição e as que treinam o comportamento são complementares, isto é, a terapia cognitiva irá ajudar a reverter o modo de pensar do indivíduo, e a técnica comportamental irá ajudá-lo a enfrentar melhor as situações práticas portando-se de forma mais adequada. (D’EL REY e cols, 2006) A seguir será apresentado um resumo das principais técnicas adotadas pela terapia cognitivo-comportamental. 3.1.1 Modulação ou treino de habilidades sociais Com a orientação do terapeuta, o paciente “treina“ suas reações em situações de elevado nível de ansiedade, dentro de um ambiente mais seguro como por exemplo a clínica ou algum espaço aberto em que sinta-se mais à vontade. O terapeuta irá modelando o comportamento do paciente, chamando a atenção para atitudes e reações inadequadas, seria um tipo de recondicionamento para excluir reações arraigadas que surgem de forma irracional sem nenhum motivo concreto, atitudes que passaram a ser depois de um tempo uma reação instintiva de proteção e que deixaram de ser controlados pelo paciente. 3.1.2 Enfrentamento ou exposição Esta técnica faz com que o paciente seja colocado, sempre com a orientação do terapeuta, diante das situações provocadoras de ansiedade. Este processo ocorre de forma gradativa, dependendo da resposta do paciente que conta com o apoio do terapeuta para identificar as crenças irracionais contidas em seu comportamento, assim como os meios de enfrentá-lo de forma mais saudável. Pode-se dizer que este tipo de técnica é ao mesmo tempo cognitiva e comportamental, já que o comportamento está sendo treinado conjuntamente com a análise da forma de percepção do paciente e também sua revisão de posturas no modo de pensar. (FERNANDES e TERRA, 2006) 3.1.3 Reestruturação cognitiva Esta técnica, feita através da análise dos padrões de pensamento do paciente, pode ser feita por sessões que contam inicialmente com a anamnese ampla, envolvendo todo o histórico do paciente, o início das manifestações e possíveis causas, até a forma como ele enfrenta a situação atualmente. Geralmente o terapeuta cognitivo-comportamental prescreve “lições de casa“ ao paciente, que terá de praticar fora do ambiente clínico, exercitando e vivenciando algumas das conclusões ali obtidas. Uma dessas tarefas de casa seria o uso de anotações para identificar em que momentos os sintomas de ansiedade aparecem com maior intensidade, seguido de afirmações que visam a mudança no padrão de pensamento, a identificação consciente de crenças e reações irracionais, comportamento de esquiva ou fuga. Tudo isso irá favorecer uma consciência mais ampliada diante das situações de ansiedade, estas que provocam um comportamento quase instintivo onde perde-se a compreensão real. A partir disto têm-se um maior controle sobre si diante destas mesmas situações de desconforto, favorecendo também o aumento da auto-estima. (D’EL REY, 2006) 3.1.4 Terapia de grupo Observa-se atualmente que a técnica de reestruturação cognitiva tem mostrado bons resultados quando em terapia de grupo. Geralmente os pacientes sentem-se mais à vontade para expor suas dificuldades quando escutam pessoas que passam pelo mesmo problema, o que facilita inclusive a identificação das crenças irracionais e a necessidade de treinamento para a mudança dos padrões patológicos, observando outros na mesma situação que funcionam como espelho. Este tipo de técnica em grupo, além de contribuir na reestruturação cognitiva, também envolve as outras técnicas citadas que funcionam em conjunto, a exposição parcial em ambiente coletivo e o treinamento de habilidades sociais. (KNIJNIK e cols, 2004) 3.2 FARMACOLOGIA De acordo com Nardi (2008) estima-se que exista uma incidência da manifestação para a Fobia Social de 5% a 13% da população, estipulada em pesquisas feitas na cidade do Rio de Janeiro. A farmacoterapia tem sido utilizada em paralelo com a terapia cognitivacomportamental, mostrando resultados satisfatórios. O tratamento químico irá agir na disfunção biológica, agravada pelos efeitos em situação de ansiedade extrema, inibindo a manifestação de ataques e sintomas físicos. Entretanto, certamente não irão reverter as causas do problema, agindo somente para controlar as conseqüências enquanto a terapia de reestruturação procura agir nos fatores que geram o transtorno. Sabe-se que algumas pessoas possuem uma suscetibilidade maior para desenvolver transtornos de ansiedade, isso devido a uma disfunção biológica do sistema nervoso central, mais especificamente, de alguns neurotransmissores: dopamina, sorotonina e o ácido gama-aminobutírico – G.A.B.A., responsáveis diretos pelas manifestações de transtornos sociais. Os fatores causais para esta disfunção ainda não são totalmente conhecidos, porém acredita-se que tenha causas genéticas e também ambientais que provocam esta suscetibilidade maior de certa parcela da população. (HERICKAZOGBI e cols, 2006) A partir do conhecimento da ação do sistema nervoso, foi desenvolvidos uma série de medicamentos que agem diretamente nos neurotransmissores, procurando reequilibrar o seu funcionamento químico. Entre eles estão: Beta–bloqueadores (atenolol, propranolol), antidepressivos inibidores da monoamino oxidase (IMAO) (fenelzine, tanilcipromina), inibidores reversíveis da monoamino oxidase tipo–A (RIMA) (moclobemida, brofaromina), benzodiazepínicos (clonazepam, bromazepam, alprazolam) e antidepressivos inibidores seletivos de serotonina (ISRS) (paroxetina, sertralina, fluoxetina e fluvoxamina) e alguns outros (venlafaxina, nefazodone, gabapentina, clonidina) têm demonstrado eficácia em inúmeros estudos com diferentes metodologias. Os antidepressivos tricíclicos (imipramina, clomipramina), o ácido valproico e a buspirona têm apresentado resultados negativos. A paroxetina é o medicamento mais estudado com metodologia duplo-cega, com melhores resultados e com boa tolerância. É importante ressaltar que o tratamento farmacológico, embora traga efeitos imediatos e de visível percepção, podem também, se mal administrados, trazerem prejuízos a longo prazo para o paciente. Na medida em que o tratamento estendese, o organismo começa a criar tolerância a medicação, exigindo cada vez mais o aumento da dosagem, o que irá trazer complicações e efeitos colaterais. Inclui-se também o risco de desenvolver-se dependência a medicação, fazendo com que o paciente não consiga mais suportar nenhum tipo de convivência que não seja através do uso da terapia medicamentosa. Estes medicamentos, por serem de forte ação, geram uma sobrecarga no organismo que será agravada com o uso continuado gerando assim efeitos colaterais, tais como: disfunções renais e hepáticas. Compreende-se então que a farmacoterapia deveria ser uma ação de emergência e provisória, enquanto outros meios são obtidos para reverter o quadro, agindo não nos efeitos e sim nas causas do problema. Infelizmente, uma parte dos pacientes apresenta resistência quanto ao tratamento psicológico, esquivando-se do processo terapêutico sem completá-lo e buscando refugiar-se apenas na farmacoterapia, que apresenta resultados mais imediatos sem a necessidade de esforço pessoal. Geralmente este comportamento gera complicações, pois o paciente, sem acompanhamento médico, poderá optar por substituir o medicamento pelo uso do álcool, alguns desenvolvem o hábito de fumar, a compulsão por comida ou mesmo a utilização de outras drogas ilícitas como a maconha e cocaína. (NARDI, 2008) De acordo com Terra (2003) o uso de substâncias psicoativas pode ser responsável pelo agravamento de quadros de Fobia Social. De acordo com a pesquisa, os ataques de pânico enquanto manifestação mais aguda do problema, têm sua ocorrência ampliada em pacientes que passaram a utilizar-se de álcool e drogas psicoativas como a maconha e a cocaína, isto em comparação com o grupo de controle que não fez uso das substâncias. Ressalta-se aqui a importância do emprego consciente da terapia farmacológica, tomando como base os riscos acentuados quanto a se desenvolver a dependência por seu uso a longo prazo. Observa-se que o tratamento farmacológico mal orientado pode servir como substituto ao uso de outras substâncias psicoativas, sem que o real distúrbio seja tratado. 4 PRINCÍPIOS E TRATAMENTO POR ACUPUNTURA 4.1 PRINCÍPIOS ESTRUTURAIS DA ACUPUNTURA A acupuntura consiste na aplicação de estímulos com agulhas em pontos específicos do corpo. Estes são chamados de “acupontos”, localizações na pele com grande concentração de terminações nervosas. Por isso, a estimulação possibilita acesso direto ao sistema nervoso central. (SCOGNAMILLO-SZABO, 2010) É um tipo de terapia que visa o equilíbrio energético do organismo, manisfetado pela saúde física e mental. Estudos evidenciam que através do estímulo por eletroacupuntura em alta frequência, é promovido a liberação de serotonina, epinefrina, e norepinefrina, neurotransmissores importantes do sub-córtex cerebral. (TAFFAREL, 2009) Outro estudo, dessa vez com animais, evidenciou um aumento da locomoção central em ratos, através do estímulo por acupuntura, indicando seu efeito ansiolítico. (SILVA et al., 1996) Estudos veterinários provaram a similaridade entre a estimulação de acupontos específicos (C7, CS6) e a administração de lidocaína, no controle da Taquicardia Ventricular. (CÁRDENAS, 2009). Ambos obtiveram resultados parecidos, o que prova as funções terapêuticas da acupuntura em níveis químicos e fisiológicos. Em acupuntura, compreende-se que para cada elemento natural ou químicobiológico, exista uma emoção, uma atitude psicológica correspondente, sendo que isto estará ligado também a órgãos correspondentes e canais energéticos que passam pelo corpo todo. (MARINS, 1979) Para que se entenda o mecanismo de ação da patologia no organismo, segundo a medicina tradicional chinesa, deve-se antes entender as teorias fundamentais: yinyang, e a teoria dos cinco elementos, que embasam filosoficamente esta compreensão. Através destas teorias, entende-se que todo o organismo está em constante e perpétua interação, sendo que uma alteração em um dos órgãos irá afetar consequentemente todos os outros. (MACIOCIA, 1996) 4.1.1 Teoria yin-yang A teoria do yin-yang é fruto de um longo processo de observação dos primeiros terapeutas chineses que perceberam a correspondência direta do macro universo com o micro, ao perceberem correspondência entre o céu a terra e o homem que, estando na posição intermediária é por isso afetado por ambos, céu e terra. Têm-se no símbolo seguinte, a maior representação da teoria do yin-yang, que procura analisar a interação dos contrários na natureza, o claro e o escuro, o dia e noite, o calor e o frio, o preenchido e o vazio: Figura 1-Yin Yang Fonte: Google imagens. Disponível em <http//:www.images.google.com.br>. Observou-se que esta interdependência de elementos contrários é um fator constante e irrevogável em toda natureza, tanto externa, como o movimento dos astros e as estações do ano, como também interna na homeostase do organismo que necessita de atividade e repouso, equilíbrio entre calor e frio, secura e umidade. (YAMAMURA, 2001) Esta compreensão teórica é tão profunda e abrangente que pode-se entendê-la não somente em termos biológicos como também psicológicos, a alegria e tristeza, a impulsividade e o recolhimento, a extroversão e a introversão. A saber, todas as manifestações de atividade e expansão são tidas como yang: calor, céu, luminosidade, impulsividade, alegria entre outras, e as manifestações de recolhimento e concentração de energia são yin: frio, terra, escuridão, recolhimento, melancolia entre outras. Ambas as manifestações são naturais, entretanto existe patologia quando perde-se o equilíbrio entre as forças e um dos princípios é excessivamente ressaltado, o que faz com que os outros sejam diminuídos gerando excessos e deficiências em alguns órgãos. (WANG, 2001) Toda vez que existe um fator patogênico seja ele externo: mudanças de temperatura, traumas físicos, excesso de trabalho, inatividade excessiva, ou interno: preocupação excessiva, medo, raiva, euforia em excesso. Estes fatores irão afetar órgãos específicos, de acordo com a correspondência exposta anteriormente. Há também causas que não são exclusivamente externas ou internas, nestas situações os fatores patogênicos são designados pela MTC (Medicina Tradicional Chinesa) como fatores mistos. 4.1.2 Teoria dos cinco elementos Para entender este desequilíbrio, é fundamental no diagnóstico de acupuntura o entendimento sobre os cinco elementos. Existe uma interação entre os órgãos que serve para garantir o equilíbrio do organismo. Esta interação acontece pelo ciclo de energia que é transmitido de um outro, obedecendo uma ordem natural. De acordo com Yamamura (2001) temos dois ciclos no organismo, o ciclo de geração e o ciclo de dominação. Ciclo de geração: Figura 2 - Cinco elementos (geração) Fonte: Google imagens. Disponível em <http//:www.images.google.com.br>. O Fígado (MADEIRA) é a mãe do Coração (FOGO) – o Fígado (Gan) estoca o Sangue (Xue) e o Sangue (Xue) abriga a mente. Se o Sangue (Xue) do Fígado (Gan) estiver debilitado, o Coração (Xin) sofrerá. O Coração (FOGO) é a mãe do Baço (TERRA) – o Qi do Coração (Xin) empurra o Sangue (Xue) e conseqüentemente ajuda a função de transporte do Baço (Pi). O Baço (TERRA) é a mãe do Pulmão (METAL) – o Qi do Baço (Pi) proporciona o Qi dos alimentos para o Pulmão (Fei), onde interage com o ar para formar o Qi torácico. O Pulmão (METAL) é a mãe do Rim (ÁGUA) – o Qi do Pulmão (Fei) descende para encontrar o Qi do Rim (Shen). O Pulmão (Fei) também envia os fluídos em descendência para o Rim (Shen). O Rim (ÁGUA) é a mãe do Fígado (MADEIRA) – o Yin do Rim (Shen) nutre o sangue (Xue) do Fígado (Gan). (MACIOCIA, 1996) No ciclo de geração, a energia de um órgão fortalece a do órgão posterior ao qual está diretamente ligado, sendo que foi fortalecido ou “gerado“ por outro que também está ligado a ele. Ciclo de dominação: Figura 3 – Cinco elementos (dominação) Fonte: Google imagens. Disponível em <http//:www.images.google.com.br>. O Fígado (MADEIRA) controla o Baço (TERRA) – O Fígado (Gan) realmente auxilia o Estômago (Wei) a decompor e digerir os alimentos e o Baço (Pi) a transformar e transportá-los. Somente quando a função de controlar se torna desorientada (neste caso é chamado de “excesso de trabalho”) é que o Fígado (Gan) de fato interfere e obstrui as funções do Estômago (Wei) e do Baço (Pi). O Coração (FOGO) controla o Pulmão (METAL) - Coração (Xin) e Pulmão (Fei) estão intimamente relacionados uma vez que ambos estão localizados no Aquecedor Superior (Jiao Superior). O Coração (Xin) governe o Sangue (Xue) e o Pulmão (Fei) governa o Qi: o Qi e o Sangue (Xue) auxiliam-se e nutrem-se mutuamente. O Baço (TERRA) controla o Rim (ÁGUA) - Baço (Pi) e Rim (Shen) transformam os Fluidos Corpóreos (Jin Ye). As atividades do Baço (Pi) de transformar e transportar os fluidos são essenciais para a transformação do Rim (Shen) e excreção dos fluidos. O Pulmão (METAL) controla o Fígado (MADEIRA) – neste caso, ao contrário dos outros, há um elemento determinado de “controle” do Fígado (Gan) pelo Pulmão (Fei). O Pulmão (Fei) envia o Qi em descendência, uma vez que o Fígado (Gan) dissemina o Qi em ascendência. Se o Qi do Pulmão (Fei) estiver debilitado e não puder descender, o Qi do Fígado (Gan) tende a ascender muito. Isto ocorre freqüentemente na prática, quando uma deficiência do Pulmão (Fei) resulta na ascendência do Yang do Fígado (Gan) ou na estagnação do Qi do Fígado (Gan). O Rim (ÁGUA) controla o Coração (FOGO) – O Rim (Shen) e o Coração (Xin) de fato auxiliam-se e suportam-se mutuamente. Uma comunicação própria e uma interação entre o Rim (Shen) e o Coração (Xin) são essências para a saúde. (MACIOCIA, 1996) No ciclo de dominação cada órgão restringe a manifestação de um órgão ao qual está ligado, enquanto é também restringido por um outro, a fim de que a manifestação de cada um não exceda o normal. Com isso, compreende-se no organismo dois sistemas de equilíbrio, um para evitar a deficiência na distribuição de energia, o ciclo de geração, e outro para evitar que esta mesma energia exceda em um dos órgãos, o sistema de dominação. Diagnostica-se o início da doença quando estes ciclos são quebrados por algum fator, fazendo com que a energia não chegue totalmente a algum dos órgãos gerando deficiência, ou então que exceda sua capacidade de algum deles o que causa excesso e estagnação. Ciclo de Superdominação: A superdominação é referente a um estado patológico onde a ordem natural do ciclo de dominação é afetada por algum desequilíbrio emocional ou físico, gerando a “quebra” na harmonia do organismo, sinalizada por excesso no órgão que domina e deficiência no órgão dominado. No ciclo de superdominação, o órgão que domina está com excesso de energia. Dessa forma, a sua função que seria de restringir o órgão procedente controlando sua manifestação, sofre uma alteração e ao invés de somente controlar o excesso de energia do órgão ao qual domina, essa dominação é excessiva, provocando com isso a deficiência deste e por decorrência alguma patologia. Seguindo o mesmo esquema descrito anteriormente no ciclo de dominação, podemos acompanhar o mesmo movimento energético, ou seja, o mesmo caminho percorrido pela energia, porém ocorrendo não mais de forma natural mas aqui de forma patológica. Ciclo de Contradominação: Acompanhando o ciclo de dominação, observa-se ainda uma outra manifestação que dará origem a um estado patológico, uma vez que indica também um desequilíbrio energético, a condição de contradominação. Na contradominação, ocorre uma espécie mudança no fluxo do ciclo de dominação, gerada pelo excesso de determinado órgão em relação ao órgão que o domina. Com isso, ao invés do órgão em questão ser restringido naturalmente pelo órgão que teria a função de dominá-lo, a condição é invertida e este órgão em questão passa a dominar o órgão precedente no ciclo de dominação, causando com isso o que é denominado de contra-dominação. (MACIOCIA, 1996) É parte fundamental do trabalho do terapeuta de acupuntura, identificar o desequilíbrio, e o foco de onde parte, sendo que nem sempre é fácil esta identificação. A capacidade de análise clínica do terapeuta, além é claro de sua habilidade na aplicação das técnicas de puntura serão decisivas na resposta ao tratamento. Partindo-se das teorias fundamentais, existem alguns conceitos sobre o modo de atuação do transtorno de ansiedade, em especial a fobia social e ataques de pânico. A partir da literatura básica, podemos visualizar os órgãos que são afetados por este transtorno, aquele que é diretamente afetado e seus correspondentes, as manifestações emocionais, o tipo de clima onde a manifestação é amenizada ou agravada, podendo-se com isso também propor meios de tratamento através da puntura. A partir da tabela abaixo pode-se visualizar uma série de correspondências entre os cinco elementos e tipos de manifestações do ser humano e da natureza, correspondências estas que servem de parâmetros para o diagnóstico do paciente segundo a visão tradicionalista chinesa. Tabela 1: Tabela dos cinco elementos Fonte: Google imagens. Disponível em <http//:www.images.google.com.br 4.1.3 Pontos shu antigos De acordo com Yamamura (2001), os pontos shu antigos utilizados para uma série de finalidades diferentes, podendo ser para circulação e harmonização de energias, para tonificação e sedação dos canais, para tratamento de afecções energéticas, funcionais ou orgânicas. São pontos localizados nas extremidades dos membros, superiores e inferiores, com grande poder de atuação nas síndromes, por se encontrarem geralmente no início do percurso dos canais de energia. 4.1.4 Pontos shu dorsais São pontos situados ao logo do canal energético da bexiga. Embora estejam localizados neste canal, referem-se aos outros órgãos atuando diretamente nestes, ou seja, os pontos shu dorsais são pontos do canal da bexiga, localizados nas costas que é por onde passa este canal, mas que atuam nas desarmonias específicas de outros órgãos. Sendo assim, temos o ponto Ganshu, referente ao fígado, Xinshu, referente ao coração, Pishu, referente ao Baço-pâncreas, e assim por diante. Cada órgão e víscera possuem um ponto referente ao longo do dorso no canal da bexiga, que são denominados de pontos shu dorsais. Segundo Yamamura (2001), o canal da bexiga é responsável pela distribuição da água orgânica pelo organismo, é o canal mais superficial do corpo tendo também papel imunológico importante. Todas estas características são trabalhadas quando utiliza-se os pontos shu dorsais para o tratamento de afecções de outros órgãos que não sejam a bexiga, trabalhando estas características nos próprios órgãos correspondentes. 4.2 ACUPUNTURA SISTÊMICA Partindo-se da premissa de que as fobias são variações da emoção básica do medo, pode-se traçar a partir disto uma linha de tratamento possível. Obviamente, em acupuntura não haverá um tipo de tratamento padrão, já que existem muitas variáveis que podem levar o terapeuta a caminhos diferentes. Por isso, serão trazidos alguns exemplos de padrões sindrômicos que podem ser gerados a partir do quadro de fobia. Foi dito que a emoção do medo tem, na acupuntura, referência direta com o rim. (MACIOCIA, 1996) Este órgão, que possui características “yin“, ou seja, de concentração e manutenção de energias, quando em desequilíbrio irá sobressaltar estas características tornando o indivíduo excessivamente contido e desenvolvendo alguns tipos de medo patológico, como é o caso da fobia social. Energeticamente, o estado de medo causa a “descendência do Qi”, ou seja, a energia dos rins que deveria ascender para o restante dos órgãos, nutrindo-os e promovendo a atividade física e psicológica, é debilitada e descende, deixando assim o indivíduo sem o abastecimento necessário para reagir normalmente. Por esse motivo é comum dizer-se que certo indivíduo ficou “paralisado pelo medo”, ou reações fisiológicas como a incontinência urinária. Desta forma, o enfoque inicial do tratamento seria no órgão que representa exatamente a manifestação do medo, o rim. Pela acupuntura sistêmica, que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos dos canais energéticos, teríamos alguns pontos específicos a serem trabalhados no sentido de reestabelecer a energia do rim que está sendo consumida pelo estado emocional de medo prolongado, o que sugere uma deficiência energética deste órgão. A saber, um paciente que desenvolve este tipo de quadro apresenta alguns sintomas claros de serem percebidos pelo terapeuta tais como: rosto escurecido, “olheiras“ acentuadas, dores lombares, palidez, sensação de frio, incontinência urinária, entre outros. Seu pulso estará fraco e profundo. (ROSS, 2004) 4.2.1 Diagnóstico pelos cinco elementos O diagnóstico pelos cinco elementos é estabelecido através do estudo dos sinais e sintomas em relação aos ciclos: de geração e de dominância, observando ainda a possibilidade de quadros patológicos, designados como contra-dominância e dominação excessiva. Pelo ciclo de geração sabe-se que um órgão e responsável por nutrir outro e assim por diante, num ciclo dinâmico e ininterrupto. Quando há algum desequilíbrio em algum dos órgãos, deficiência ou excesso, esta harmonia é rompida provocando uma reação em cadeia que irá afetar todos os órgãos, já que todos estão interligados. (AUTEROCHE, 1996) Dependerá do terapeuta observar cuidadosamente os sintomas, para perceber qual órgão foi ponto de partida para que todos o organismo entrasse em desequilíbrio. Para este diagnóstico é importante o entendimento sobre a relação dos órgãos com seus correspondentes. Para cada órgão existe uma emoção correspondente, uma cor, um elemento natural, um cheiro, um sabor que o correspondem. (WANG, 2001) Há também o ciclo de dominação, pelo qual a energia de um órgão domina ou controla a energia do órgão correspondente. Destes ciclos energéticos naturais no organismo, derivam outros dois que correspondem a estados patológicos: quando existe algum desequilíbrio esta relação pode ser tanto de excesso de dominância, como de contra-dominância, formando quatro formas ou ciclos energéticos a serem considerados durante o processo formar o diagnóstico. Pelo ciclo de dominação, observa-se que o rim domina o coração, e é dominado por baço-pâncreas. Assim sendo, uma deficiência de yang dos rins pode causar tanto uma dominância excessiva do baço-pâncreas sobre o rim, como uma contradominância do coração também em relação ao rim, ou ambas dependendo do caso. (MACIOCIA, 1996) A contra-dominância de coração sobre o rim, estaria explícita no caso de ansiedade combinado com tensão e sintomas agudos como sudorese profusa, taquicardia, rubor excessivo, comuns nos quadros de ataque de pânico, uma das comorbidades da fobia social. Através deste raciocínio chegaríamos ao padrão de calor de coração, relacionado a deficiência de rim, por contra-dominância. Outro sinal indicador pode ser obtido através do exame da língua. Sabe-se que cada parte da língua apresenta sinais correspondentes a órgãos específicos, no caso do quadro de calor no coração, esta condição seria identificada pela ponta da língua vermelha. A ponta da língua, segundo as premissas deste tipo de diagnóstico, representa o coração, ela estando avermelhada indicaria assim calor neste órgão. (MARTINS e LEONELLI, 2002) 4.2.2 Tratamento Partindo dos princípios básicos da acupuntura, obedecendo a teoria do yinyang,o procedimento básico após ser feito o diagnóstico seria tonificar onde está em dificiência e sedar onde existe o excesso. Uma vez observado quais órgãos estão em desarmonia, o terapeuta escolhe pontos de acupuntura referentes a esses órgãos, que possuem a função específica para aquilo que é necessário ser feito. Existem pontos dentro dos canais de energia que são para sedação, outros para tonificação, outros para harmonização ou para fazer com que o qi circule livremente pelo canal estimulando sua circulação natural. (YAMAMURA, 2001) Compreende-se que a fobia acentuada está ligada outro tipo de emoção que é a ansiedade antecipatória. (CASTILHO e cols, 2000) Este tipo de ansiedade ou preocupação, dentro da visão chinesa afeta as funções do baço-pâncreas e estômago que é seu acoplado. Por isso pode-se propor em tratamentos, além dos pontos do rim e da bexiga, também pontos referentes ao baço-pâncreas e estômago, lembrando que o baço-pâncreas no ciclo de dominação restringe o rim, devendo ser então tratado conjuntamente. É possível acrescentar-se pontos do fígado e vesícula biliar no tratamento, uma vez que estes são responsáveis pela postura mental de criação, atividade, impulsividade, iniciativa. Observa-se que no ciclo de geração a energia do fígado é nutrida pelo rim, desta forma quando o rim está em deficiência ou desequilíbrio o fígado terá também sua condição afetada. Além disso, dentro do ciclo de dominação, o fígado domina baço-pâncreas, sendo assim a sua tonificação ajudará a manter a dominação do baço-pâncreas, evitando que este exerça dominação excessiva sobre os rins, o que causaria sua deficiência e o possível quadro de fobia. Dentro da escolha de pontos possíveis para o tratamento da fobia social, acrescenta-se também o ponto do canal vaso governador, VG-4, um ponto central para o aquecimento do organismo e restabelecimento da essência do rim. Além disso, pode-se citar outro ponto que atua principalmente em nível mental, aliviando os sintomas causados pelo excesso de pensamentos e preocupações, trata-se do ponto extra YinTang, a fim de acalmar o desequilíbrio da atividade mental gerado pelo estado de isolamento prolongado. (YAMAMURA, 2001) A escolha de pontos deve obedecer ao raciocínio seguido no decorrer do estudo a respeito da síndrome em questão. Partimos do princípio de que a Fobia Social está associada a sintomas típicos de deficiência do órgão energético: Rim. Segundo esta premissa, deve-se então primeiramente tonificar este órgão, a fim de vencer a deficiência, buscando com isso o início do processo de restabelecimento de equilíbrio entre yin e yang. Segundo estudo bibliográfico (SOUZA, 2007), existem cinco tipos de depressão, relativos aos cinco elementos da teoria dos cinco elementos, descrita anteriormente. O tipo de depressão referente ao elemento “Água”, ou seja, rim e bexiga, interfere em especial na iniciativa do indivíduo, no poder de decisão e na auto-confiança, sintomas típicos também da Fobia Social. O estudo acima mencionado ressalta como pontos de especial interesse nestes casos: R3, VG4, e R7. Pesquisas de campo realizadas em Porto Alegre (RS), trouxeram evidências sobre a eficiência a dos pontos: BP6, IG4 e E36, no controle do stress psíquico, ansiedade e depressão. (PAVÃO, 2008) Em pesquisa realizada na Universidade de Medicina Tradicional Chinesa, em Shenyang, China, buscou-se observar o efeito terapêutico da acupuntura sobre a neurose de ansiedade pós-AVC (PsAn). O trabalho abordou 34 pacientes no grupo de tratamento com pontos como o Baihui (VG20), Shenting (VG 24), Yintang (EX-NH 3), Shuigou (VG 26), Shenmen (C7) e Neiguan (CS 6). O grupo de controle contou com 33 pacientes, que tomaram Alprazolam. Foi utilizada a escala Hamilton de Ansiedade (HAMA) para avaliar a gravidade e relevo de ansiedade. Obtiveram como resultado que os sintomas da ansiedade dos pacientes no grupo do tratamento foram aliviados com uma alíquota efetiva total de 82,35%, e nenhuma diferença significativa foi encontrada quando comparado ao grupo de controle, levando a conclusão de que a acupuntura é um método seguro, eficaz e importante para o tratamento de PsAn. (PING E SONGHAI, 2008) Outro estudo (WANG e cols, 2009) pretendeu avaliar e analisar o efeito clínico e terapêutico da acupuntura, combinadas com remédios para depressão de diferentes tipos de síndrome. Em sua abordagem, analisou oitenta casos de depressão, divididos entre: estagnação do qi do fígado e baço, grupo com deficiência (grupo A, 35 casos), deficiência de coração e baço (grupo B, 21 casos) e deficiência de yang do baço e rim (grupo C, em 24 casos) de acordo com a diferenciação da síndrome. Todos foram tratados com acupuntura em Baihui (VG 20), Yintang (EX-NH 3), Sishen-cong (EX-HN 1), Neiguan (CS 6) etc e administração oral de 5-HT inibidores seletivos da recaptação da serotonina ( SSRI) comprimidos. Foi utilizada a escala de depressão Hamilton (HAMD), resultando que depois do tratamento por quatro semanas, a taxa de melhora efetiva foi de 91,4% no grupo A e de 90,5% no grupo B, ambos foram superiores ao de 87,5% no grupo C (P <0,01, P <0. 05). A partir dos resultados obtidos, os pesquisadores concluíram que através da combinação entre acupuntura e medicação específica para depressão (SSRI), ocorre um melhor efeito terapêutico na depressão causada por desequilíbrio do fígado, baço-pâncreas, coração e rim. Observou-se ainda em outro estudo (SUN e cols, 2010), a análise sobre o efeito da acupuntura no mecanismo imunológico em casos de depressão. Concentrandose especificamente nos pontos Baihui (VG 20) e Zusanli (E 36) para o tratamento da depressão. Procedeu-se a pesquisa com oitenta e quatro casos de pacientes com depressão que foram divididos aleatoriamente em um grupo de observação eletroacupuntura (grupo A), um grupo de controle eletro (grupo B) e um grupo controle de medicação (grupo C), 28 casos em cada grupo. Os pontos Baihui (VG 20) e Zusanli (E 36) foram utilizados no grupo A; Taichong (F 3), Sanyinjiao (BP 6), Neiguan (CS 6) e Shenmen (C 7) foram utilizados no grupo B, e os grupo C foi tratado com a administração oral de fluoxetina. A pontuação foi testada pela Hamilton Depression Scale (HAMD). Os resultados mostraram que os escores de HAMD diminuíram após o tratamento em três grupos (todos P <0,01). No grupo A, dois casos foram curados, 19 casos apresentaram resultados satisfatórios, e dois casos foram ineficazes. No grupo B, em 16 casos o tratamento foi bastante eficaz, em 12 casos obteve resultados satisfatórios. Enquanto no grupo C, um caso foi curado, 17 casos apresentaram resultado significativo, 7 casos foram satisfatórios e três casos foram ineficazes. Concluiu-se que o efeito do grupo de observação com eletroacupuntura foi superior aos do grupo de controle com medicação, muito embora todos os métodos sejam eficientes para limpar as citocinas inflamatórias, como IL-1 beta e IL-6, melhorando os sintomas da depressão. Ainda em outro estudo (DUAN e cols, 2009), obteve-se resultados a respeito da combinação entre acupuntura e a farmacologia. Este estudo procurou investigar os efeitos clínicos do tratamento de depressão leve ou moderada, utilizando-se eletroacupuntura combinada com a fluoxetina. Foram abordados 95 casos de depressão leve ou moderada com sintomas somáticos, divididos aleatoriamente entre um grupo tratado apenas com fluoxetina, e outro combinando eletroacupuntura com fluoxetina. Foi utilizado a Hamilton Depression Scale (HAMD) para avaliação dos efeitos clínicos e terapêuticos e a Emergent Symptom Scale (TESS) para avaliação das reações adversas. Obteve-se como resultados semelhantes em termos de tratamento, a taxa efetiva total no grupo tratado apenas com fluoxentina foi de 77,27% enquanto houve resultado de 78,26% no grupo de eletroacupuntura mais fluoxetina. Entretanto, após duas semanas observou-se menor reação adversa no grupo onde houve a combinação entre eletroacupuntura e fluoxetina, em relação ao grupo que utilizou apenas a fluoxetina como forma de tratamento. 4.2.3 Descrição dos pontos A partir do estudo bibliográfico realizado no presente trabalho, e considerando as premissas de diagnóstico levantadas anteriormente na seção 4.2.2 sobre tratamentos, destacam-se alguns pontos de acupuntura que são comumente utilizados. A seguir, serão descritos estes pontos e suas funções específicas. R3 (Taixi) - Ponto fonte de rim, tonifica a energia do órgão, aquece o frio, nutre a essência do rim, restaura o colapso de energia yin. R7 (Fuliu) - Ponto de tonificação do rim, tonifica a energia de defesa do organismo, restaura a energia yin, aquece o frio, reestabelece a vontade. B23 (Shenshu) - Ponto shu dorsal do rim. Aquece a energia yang do rim, tonifica a essência, harmoniza a via das águas. BP6 (Sanynjiao) - Ponto que estabelece o cruzamento entre os três canais de energia: rim, fígado e baço-pâncreas. Tonifica o rim e a essência, harmoniza o fígado, drena a umidade e umidade-frio. E36 (Zusanli) - Ponto de máxima concentração da energia do estômago, que é o órgão acoplado do baço-pâncreas. Usado para sintomas de frio no interior do corpo, restabelece também o equilíbrio entre frio e calor, alto e baixo, yang e yin. Tonifica a energia de nutrição. Aumenta a energia essencial, drena a umidade e umidade-frio. E25 (Tianshu) - Ponto do estômago que regulariza a circulação de energia. Dispersa a estagnação de energia do estômago e de alimentos, aquece o frio, harmoniza a energia de nutrição, do baço-pâncreas e dos intestinos, atuando diretamente na questão da obesidade. F3 (Taichong) - Ponto fonte de fígado. Harmoniza e tonifica o fígado. Relaxa os tendões e músculos, faz a união yang /yin, redireciona a energia em contracorrente. VB40 (Qiuxu) - Ponto do canal da vesícula, acoplado ao fígado. Harmoniza o fígado e a vesícula biliar, faz circular a energia destes órgãos. Ponto específico para estimular a atividade e iniciativa. VG4 (Mingmen) - Ponto que tonifica e nutre a energia essencial, dispersa a umidade e a umidade-frio, facilita a circulação da energia nos canais, fortalece o rim. M-CP-3 (YinTang) - Ponto extra fora dos canais principais. Elimina energias perversas, acalma e clareia a mente, indicado para agitação psíquica e pertubação mental. CS6 (Neiguan) - Ponto Luo. Ponto de abertura do canal de energia curioso Yin Wei. Harmoniza e tonifica o Xin Qi (Coração), o Xue (Sangue). Harmoniza o Qi do Wei (Estômago) e do tórax. Harmoniza a energia essencial. Acalma a mente. Dispersa a mucosidade. Redireciona o Qi contra-corrente. (YAMAMURA, 2001) C7 (ShenMen) - Ponto fonte do coração. Harmoniza o Xin Qi (Coração). Refresca o calor de Xue (sangue). Faz a limpeza do calor do Xin (Coração). Acalma o Shen (Mente), fortalece a mente. VG20 (Baihui) - Ponto de reunião de todos os canais yang. Remove e dispersa o excesso de Yang. Estabiliza a subida do Yang Qi. Acalma o Shen (Mente) e as emoções, clareia a mente. Circula o Gan Qi (Fígado). B15 (Xinshu) - Ponto shu dorsal do coração. Harmoniza o Qi e o Xue (Sangue). Harmoniza e tonifica o Xin Qi (Coração). Ativa a circulação de Xue (Sangue) nos vasos sanguíneos. Acalma o Shen, fortalece e clareia a mente. Ponto específico de harmonização da Energia Yang do Xin (Coração). (YAMAMURA, 2001) 5 CONCLUSÃO Definiu-se Fobia Social como sendo um transtorno de ansiedade, caracterizado por um medo acentuado perante situações de interação social, causando prejuízos na vida profissional e afetiva do indivíduo. Conclui-se que atualmente existe uma carência de trabalhos científicos, correlacionando a síndrome “Fobia Social” com os princípios de tratamento por acupuntura. Desta forma, não foi atingido o objetivo de estabelecer uma ligação direta entre os estudos científicos que abordam a Fobia Social na área de psicologia, e os estudos científicos e autores da área da acupuntura. Entretanto, observou-se que existem pesquisas científicas demonstrando os efeitos da acupuntura em síndromes similares a fobia social, tais como: depressão, stress, ansiedade. Estes resultados indicam a possibilidade de estudos futuros que poderão associar o tratamento de acupuntura também com a especificidade Fobia Social. REFERÊNCIAS AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais – DSM.IV, 2004. Disponível em: <http//:www.dsm5.or/Proposed/Revisions/Pages/proposedrevision.dspx?rid=163>. Acesso em 09 ag. 2010. AUTEROCHE, B & NAVAILH, P. O Diagnóstico na Medicina Chinesa. 1. ed. São Paulo: Andrei, 1996. BENEVIDES, P. Manual de Plantas Medicinais Brasileiras em Medicina Tradicional Chinesa. 1. ed. São Paulo: Independente, 1998. CÁRDENAS, J.J; LUNALL, S.P.L; NETO, F.T; BEISER, S.L. Comparação entre a lidocaína e a acupuntura no tratamento da taquicardia ventricular induzida com dopamina em equinos anestesiados com halotano. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. V.61, n.4. Belo Horizonte, 2009. CASTILHO, A.R; RECONDO, F; ASBAHR.F.R, MANFRO, G. Transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de Psiquiatria. V.22, n.2, p.20-3. São Paulo, 2000. D’EL REY, G.J.F; BEIDEL, D.C; PACINI, C.A. Tratamento da Fobia Social Generalizada: Comparação entre Técnicas. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. V.8, n.1, 1-12. São Paulo, 2006. D'EL REY, G. J. F; PACINI, C. A; CHAVIRA, D. J. F. Fobia social em uma amostra de adolescentes. Estud. psicol. V.11, n.1, Jan./Apr. Natal, 2006. DUAN D; TU Y, CHEN L; WU Z. Efficacy Evaluation for Depression with Somatic Symptoms Treated by Electroacupuncture Combined with Fluoxetine. Journal of Traditional Chinese Medicine. V.29, n.3, Sep. Beijing, China, 2009. FERNANDES, G.C; TERRA, M.B. Fobia Social – Estudo de Prevalência em duas escolas em Porto Alegre. Jornal Brasileiro de Psiquiatria. V.57, n.2, p.122-126. Rio Grande do Sul, 2006. HERICKAZOGBI, G.J.C.G; BEIDEL, D.C; RODRIGUEZ, J.O. Fobia Social na Infância e Adolescência: Aspectos clínicos e de avaliação psicométrica. PSICO. V.37, n.3, p.263-269, set./dez. São Paulo,2006. KAUER SANT’ANNA, M; LAVINSKYA, M; AGUIARA, R. W; KAPCZINSKYA, F. O papel do sistema dopaminérgico na fobia social. Rev. Bras. Psiquiatr. V.24 n.1. São Paulo, 2002. KNIJNIK, D.Z e cols. Psicoterapia psicodinâmica em grupo para Fobia Social generalizada. Revista Brasileira de Psiquiatria. V.26, n.2, p.77-81. São Paulo, 2004. MACIOCIA, G. A prática da Medicina Chinesa. 2. ed. São Paulo: Roca, 1996. MACIOCIA, G. Os Fundamentos da Medicina Chinesa. 2. ed. São Paulo: Roca, 1996. MARINS, A. Elementos de Acupuntura. 1. ed. São Paulo: Global, 1979. MARTINS, E.I.S. e LEONELLI, L. A Prática do Shiatsu. Na Visão Tradicionalista Chinesa. 1. ed. São Paulo: Roca, 2002. NARDI, A.E. O tratamento farmacológico da fobia social. Laboratório de Pânico e Respiração do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2008. NARDI, A.E. O tratamento farmacológico Psiquiatr. V.21, n.4, dez. São Paulo, 1999. da fobia social. Rev. Bras. PALMEIRA. G. A Acupuntura no Ocidente. Cadernos de Saúde Pública. V.6, n.2, p.117-128, abr./jun. Rio de Janeiro, 1990. PAVÃO, T.S. Efeitos de uma intervenção de acupuntura sobre sintomas psicológicos e imunidade celular de adultos jovens e idosos saudáveis. 2008. 39f Dissertação de Mestrado. Pontíficea Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Porto alegre, 2008. PING, W e SONGHAI, L. Clinical Observation on Post-stroke Anxiety Neurosis Treated by Acupuncture. Journal of Traditional Chinese Medicine. V.28, n.3, p.186-188. Shenyang, China, 2008. ROSS, J. Zang-Fu – Sistema de Órgãos e Vísceras da Medicina Tradicional Chinesa. 1. ed. São Paulo: Roca, 1993. SCOGNAMILLO-SZABÓL, M. V. R; BECHARA, G. H. Acupuntura: histórico, bases teóricas e sua aplicação em Medicina Veterinária. Cienc. Rural. V.40, n.2, Jan/Fev. Santa Maria, 2010 . SILVA, Y.M; TABOSA, A; YAMAMURA, Y; et al.. Efeitos da eletroacupuntura no comportamento de camundongos observados no campo aberto e no labirinto em cruz elevado. In: Reunião Anual da Federação De Sociedades de Biologia Experimental, 1996, Caxambu. Anais... Caxambu, 1996. SILVA, D.F. Psicologia e Acupuntura: Aspectos Históricos, Políticos e Teóricos. Psicologia Ciência e Profissão. V.27, n.3, p.418-429. São Paulo, 2007. SOUZA, R.R. Acupuntura no tratamento da depressão. Centro Integrado de Terapias Energéticas. Recife, 2007. SUN H; ZHAO H; ZHANG J; BAO F; WEI J; WANG D.H; ZHANG Y.X. Effect of acupuncture at Baihui (GV 20) and Zusanli (ST 36) on the level of serum inflammatory cytokines in patients with depression. Zhongguo Zhen Jiu. Peking Union Medical College Hospital, Chinese Academy of Medical Sciences. V.30, n.3, p.195-9, Mar. Beijing, China, 2010. TAFFARELL, M.O; FREITAS, P.M.C. Acupuntura e analgesia: aplicações clínicas e principais acupontos. Cienc. Rural. V.39 n.9. Santa Maria, 2009. TERRA, M.B; FIGUEIRA, I; ATHAYDE,L.D. Fobia social e transtorno de pânico – relação temporal com dependência de substâncias psicoativas. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul. V.25, n.3, p.436-443. Rio Grande do Sul, 2003. VILETE, L.M; COUTINHO, E.S.F; FIGUEIRA, I.L.V. Confiabilidade da Versão em Português do Inventário de Fobia Social (SPIN) entre Adolescentes estudantes do Município do Rio de Janeiro. Caderno de Saúde Pública. V.20, n.1, p.89-99, jan./fev. Rio de Janeiro, 2004. WANG, B. Princípios de medicina interna do Imperador Amarelo. 1. ed. São Paulo: Ícone, 2001. WANG X.J; WANG L.L; QIAO H.F; LI J.B. Observation on effective characteristics of acupuncture combined with medicine on depression of different syndrome types. Zhongguo Zhen Jiu. Laboratory of Integrated Acupuncture and Medicine. V. 29, n.9, p.699-702, Sep. Nanjing, China, 2009. YAMAMURA, Y. Acupuntura Tradicional – A arte de inserir. 2. ed. São Paulo: Roca, 2001.