O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SECULOS A IGREJA E A

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O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SECULOS
A IGREJA E A SOCIEDADE EM TENSÃO DESDE 1914
INTRODUÇÃO
Em grande parte do mundo a Igreja enfrenta o problema do Estado secular e totalitário e, em
alguns casos, o estado sob uma forma democrática dividida entre a guerra e o bem-estar social. O
liberalismo que havia se tornado uma força de 1875 a 1929, deu lugar à neo-ortodoxia e seus
sucessores mais radicais. A reunião pela cooperação em agências não-denominacionais, a fusão
orgânica de denominações e a confederação de igrejas estão gerando uma coordenação ecumênica
mundial. Os evangélicos que concordam em aspectos teológicos gerais, mas divergem em outros
menos importantes estão rapidamente substituindo as igrejas liberais dos ramos tradicionais. Está
ocorrendo um grande crescimento da Igreja através da fundação de megaigrejas e da evangelização
em nações asiáticas da região do Pacífico, América Latina e África. Muitas denominações estão dando
posições de maior destaque às mulheres, seja na ordenação ao ministério ou em missões.
I A IGREJA NA CULTURA MUNDIAL EM TRANSFORMAÇÃO
O século XX a partir de 1914, foi marcado por desordem nos negócios internacionais e da
insegurança em relação as questões econômicas> Diverso confrontos com o cristianismo oriundos de
várias fontes religiosas foram causas de preocupações para a classe religiosa.O período entre 1914 e
1945 tornaram-se mais drásticos para o mundo do que os enfrentados pela Europa durante os conflitos
religiosos e ideológicos na guerra dos trinta anos. Neste período houve duas guerras mundiais,
causando a falência de grandes impérios e o surgimento de duas grandes potenciais. Dois terços da
população mundial foram subjugadas pelo totalitarismo que substituiu a democracia. Surgiram as
megaigrejas evangélicas, em detrimento da queda do prestígio de teologias liberais, neo-ortodoxas e
radicais, como também surgiram os Estados todo-poderosos, totalitário e secular que não admite a
divisão na lealdade dos seus cidadãos.
II POSIÇÃO DA IGREJA NAS DUAS GRANDES GUERRAS
A partir do século XIX e começo do século XX vários movimentos surgiram alegando promoção
de paz mundial, grupos pacifistas marcaram sua presença entre os movimentos de paz. A sociedade
condenou a guerra, exceto para defesa própria. Várias conferências internacionais de paz, incentivadas
pelas igrejas foram realizadas anualmente, desde a ocorrência da primeira em Paris em 1989 até 1913.
As igrejas norte-ameriacanas buscaram fortalecer a moral comum nacional, porém com a deflagração
da guerra em 1914, apoiaram a declaração de guerra feita pelo governo em 1917, buscando formas de
ajudar o Estado a vencer a guerra. Pastores abençoaram as espadas e as deram capelães para os
exércitos, recrutaram jovens, mostrando a natureza religiosa da guerra.
Os acontecimentos pós guerra, o fracasso das nações em assegurar a paz e as revelações de
venda de armas durante a guerra, foram suficientes para deixar as igrejas desiludidas com a guerra,
fazendo com que muitos pastores se tornassem pacifistas. As igrejas dos países totalitários foram
forçadas a guardar silêncio acerca dos acontecimentos políticos, e os que se opunham ao Estado eram
perseguidos.
Com o surgimento da segunda guerra mundial percebe-se que as igrejas dos países
democráticos estão mais conscientes do papel que tinham diante da primeira guerra. Relutando em
apoiar a guerra, unindo todos os cristãos, independente do lado em que estivessem não se curvando
diante do Estado.
III TENSÕES ENTRE ESTADO E IGREJA
As relações entre estado e igrejas tem sido diferentes nos países democráticos e nos
totalitários. No primeiro, frequentemente as relações tem sido tensas à medida que os estados se
tornam secularizados, criando várias limitações em tempos de guerra, mas que após a guerra mantém
meios regulatórios sobre a vida dos indivíduos, como padrões de intolerância ou de separação. Já nos
países onde o Estado era todo poderoso, as suas ações foram limitadas pela constituição, onde o povo
poderia escolher, pelo voto, quem lhe oferecesse a melhor opção política, onde uma declaração de
direito dava ao indivíduo uma vida religiosa e social livre e privada.
A ditadura nazista na Alemanha enfraqueceu a igreja católica, não só naquele país, como
também em todo mundo, onde ela tem sofrido pesadas perdas. Na América Latina tem perdido o
monopólio religioso, levando muitos sacerdotes a apoiar mudanças sociais e econômicas
revolucionárias, violentas e esquerdistas visando parar as perdas sofridas. Procurando reforçar sua
posição em alguns países democráticos e nos EUA, onde o seu poder é tanto que raramente alguma
publicidade desfavorável à ela aparece na imprensa. Insistindo sempre em falar por meio do papa, a
quem atribui autoridade final em questões de fé e moral. Já em regimes totalitários a igreja católica tem
sofrido perseguição pela insistência na obediência dada primeiro à igreja.
Assim como Hitler perseguiu os judeus, muitos países totalitários, também perseguiram os
protestantes e católicos. O Comunismo totalitário tem perseguido os cristãos, tanto hoje quanto na
época de Décio e Diocleciano, em função do ateísmo materialista que subjaz à sua filosofia. A igreja na
China enfrentou e enfrenta até hoje a perseguição das autoridades comunistas e embora a igreja
católica oponha-se ao comunismo, ela não tem nenhuma condenação ao mesmo nos países em que
seus dirigentes a deixam livre para trabalhar com seu povo. Diante do exposto, a igreja, principalmente
a cristã, deve se opor ao comunismo, apoiando iniciativas para por fim aos males que contribuam para
o seu favorecimento, não deixando se transformar em instrumento de qualquer grupo particular,
devendo pregar e viver o evangelho de Jesus.
IV NACIONALISMO ESTATAL ÉTNICO-RELIGIOSO
Mesmo tendo apoiado a libertação dos escravos negros nos EUA em 1863, as igrejas
permaneceram indiferentes com a segregação racial no século seguinte. Os movimentos pós-abolição
tiveram pouco apoio das igrejas, salvo as de tendência liberal, as demais foram muito lentas em
abrirem a suas portas para receber os negros em igrejas de brancos. Vemos que os problemas de
relacionamento entre igrejas e estados acerca de questões como guerra, poder estatal, racionalismo
étnico ou religioso, muito provavelmente continuarão.
V - O DECLÍNIO DAS TEOLOGIAS LIBERAL, NEO-ORTODOXA E RADICAL
No início de 1920 as teologias liberal, neo-ortodoxa e radical, dominavam as faculdades,
seminários e púlpitos, isto estava acabando com o consenso teológico vigente desde a reforma. As
idéias da natureza universa e permanente do cristianismo foram desafiadas pelos crescentes ataques
que sofreram a partir da segunda metade do século XIX, estas idéias foram muitas vezes negadas. O
liberalismo clássico, embora só tenha atingido seu ponto forte na época da 1ª guerra mundial, logo veio
abaixo por causa dos horrores da guerra e do surgimento da neo-ortodoxia, que teve seu auge no
cenário teológico entre 1930 até 1950, começando a cair a partir de 1960.
Entre 1960 e 1980 a neo-ortodoxia foi substituída pelas teologias radicais humanistas, relativas
e seculares. Todos esses fatores fizeram diminuir as igrejas históricas em números de membros e
missionários, dando lugar as igrejas evangélicas.
VI- SURGIMENTO E DISSOLUÇÃO DO LIBERALISMO
A partir de 1900 os ministros liberais espalharam suas idéias dos seminários para o laicato,
saindo da Europa para os EUA por meio dos estudantes de teologia das universidades Alemãs e
Escocesas. Para estes teólogos da filosofia kantiana a Bíblia deveria ser estudada como um livro
humano e não como revelação de Deus, pois continha, segundo eles, apenas registro subjetivo da
consciência humana de Deus. Com a perda da influência ao redor do mundo, a partir de 1930 o
liberalismo declina em número de membros e de missionários. Após a ocorrência do seminário do
seminário de harford em 1975, o retorno às doutrinas do evangélico anteriormente confessado foi então
clamado por seus participantes, declarando a inerrância bíblica, como forma de negar todas as
doutrinas surgidas.
VII - INÍCIO DA NEO-ORTODOXIA
A Neo-ortodoxia ou teologia da crise, também conhecida como teologia existencial, aos poucos
foi substituindo o liberalismo entre 1930 e 1950, quando foi então, substituída pelas teologias radicais.
Graças aos acontecimentos oriundos das duas grandes guerras mundiais, o liberalismo aos poucos foi
cedendo lugar para a neo-ortodoxia, que teve seu início com Karl Barth. Embora inicialmente, tenha
sido liberal, mas que devido às necessidades observadas em seus paroquianos e também pela
inadequação dessa teologia, levaram-no a buscar respostas em outras fontes, entre elas as Escrituras
e os escritos de João Calvino, o que o tornou opositor do partido nazista, tendo que retornar para sua
terra, onde se dedicou inteiramente ao estudo de sua obra teológica.
A doutrina Neo-ortodoxo, embora reafirmasse a pecaminosidade humana e a transcendência
de Deus negava a Bíblia como revelação divina, afirmando tratar-se de um livro humano, um registro e
um testemunho da revelação e não uma revelação objetiva, histórica e inspirada em si mesma,
tornando-se revelação para o indivíduo apenas nos momentos de crise, daí o termo teologia da crise.
Alguns pensadores neo-ortodoxos também retiveram a antiga crítica bíblica liberal, entre eles
citamos: Emil Brunner (1889-1966) aceitava que havia alguma revelação natural de Deus> Reinhold
Niebuhr (1893-1971) afirma que o liberalismo é inadequado para suprir as necessidades dos
trabalhadores. Cria que o amor de Deus na Cruz dava uma resposta transcendente à história. Paul
Tillich (1886-1965) cria que Deus era o “fundamento do ser”. Dissolveu tanto a Bíblia como os credos
em expressões subjetivas do pensamento humano, sujeitas a críticas, onde a religião era a
“preocupação suprema”. Também Rodolf Bultmann (1884-1976) dizia que os apóstolos apresentava a
verdade e concluiu que as pessoas conheciam muito pouco acerca da pessoa e dos ensinos de Cristo,
e até mesmo de sua vida.
VIII- TEOLOGIAS RADICAIS
Várias correntes teológicas radicais surgiram e desapareceram a partir de 1960, todas se
tornaram inadequadas para suprir as necessidades humanas. Trocaram o Deus transcendente por um
Deus imanente na história e um Cristo totalmente Deus por um Cristo humano. E entre estas algumas
tiveram mais destaques, como a teologia “Deus está morto”. Para eles Deus estava morto
psicologicamente porque tinha deixado de existir na prática, ou morto historicamente porque era
irrelevante em um mundo de guerra, do holocausto judeu, ou ainda morto ontologicamente, porque
morreu na morte de Cristo.
Teologia da esperança- onde a ação futura de Deus é mais enfatizada na história do que a
revelação passada, seu defensor Jürgen L.Moltmann, e Wolfhart Pannenberg, para quem a história
revela Deus em ação, onde a revelação é mais ato ou evento do que proposição.
Teologia do processo- tenta explicar a existência do mal no mundo, onde Deus já não é
soberano ou transcendente, e a natureza da realidade é o tornar-se e não ser.
Teologia de libertação- prega um compromisso pela libertação dos oprimidos, assim como
Cristo fez. Está fundada nos conceitos marxistas.
Todos esses sistemas são tentativas de resolver os problemas do homem na história através
dos esforços do próprio homem e de uma divindade imanente em Jesus Cristo, o homem, sem contudo
fazerem justiça a Deus, Cristo ou a Bíblia.
IX- SURGIMENTO DA ORGANIZAÇÃO ECUMÊNICA
O termo ecumênico
foi usado pela primeira vez por volta de 1936 numa conferência da
Comissão sobre Fé e Ordem, passando por três estágios desde então , e tem se multiplicado nos
últimos anos por meios de Confederações, buscando uma unidade espiritual e facilitando o trabalho de
missões. Tendo recebido colaboração também do Reavivamento. Foi promovido primeiramente pelos
evangélicos da fundação Evangelical Alliance, em Londres, em 1848 e nos EUA em 1867. Eles se
juntaram em torno de uma base confessional que mais tarde foram ignorados pelos ecumênicos
liberais. Formado por dois organismos, o Plano de Uunião que era composto pelos congregacionais e
presbiterianismo visavam suprir a demanda de pastores para o oeste americano, e a Cooperação nãodenominacional atingindo maior amplitude, foi organizada basicamente dor organização americanas,
em 1816 por cristãos de diferentes denominações que sustentaram seu ministério, tendo se espalhado
para as Américas do Sul e Latina.
X- REUNIFICAÇÃO ORGÂNICA
Após o fim da primeira guerra mundial as igrejas com o mesmo pensamento teológico
começaram a se fundir, buscando uma reunificação dando início as grandes denominações luteranas e
metodistas. Também as Igrejas com padrões teológicos diferentes, com formas de governo eclesiástico
diversos, procuraram unir-se para formar outras denominações.
XI- CONFEDERAÇÕES ECLESIÁSTICAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
São as diferentes denominações protestantes que buscaram atingir os objetivos comuns dos
grupos participantes. Essas confederações protestantes, muitas vezes têm sido formadas para
desenvolver agência de cooperação interdenominacional, estimulando a demanda por um concílio
ecumênico que envolve as Igrejas Protestantes Ortodoxas do mundo. Todas essas confederações
organizam conselhos onde se discute a união e a busca de um consenso em uma unidade espiritual,
deixando, muitas vezes, a teologia em segundo plano na busca da unidade organizacional.
XII- UNIDADE EVANGÊLICA NA DIVERSIDADE
O evangelicalismo surgiu mais precisamente na Inglaterra no século XVII tendo sido fortalecido
pelos grandes avivamentos na Inglaterra e na América do Norte, onde a Bíblia foi considerada
completamente inspirada e a infalível regra de fé e prática.
A partir do surgimento do liberalismo na segunda metade do século XIX, várias correntes
filosóficas e idealistas discordaram e tentaram dar outros conceitos de fé, onde viam na teoria da
evolução a razão do surgimento do ser, opondo-se a criação especial de Deus. Graças aos grupos de
defesa da santidade na tradição wesleyana que se opuseram a este liberalismo, a teoria da evolução
foi fortemente combatida. Durante anos os conflitos entre liberais e evangelicais foram constantes,
onde os evangelicais sempre buscaram combater as doutrinas liberais que defendiam a evolução, e
nos EUA, muitas legislações proibiram o ensino da evolução nas escolas públicas.
Apesar de todos os esforços, o liberalismo venceu a disputa nas igrejas históricas entre 1929 e
1945, forçando os evangelicais a se retirarem “voluntariamente” ou por meio de julgamentos
eclesiásticos. A partir de 1945 essas denominações liberais diminuíram em número de membros, no
envio de missionários e nas contribuições enquanto que grupos envangelicais se reorganizavam,
embora marcados por novas instituições e denominações.
XIII – UNIDADE DA TEOLOGIA EVANGELICAL NA DIVERSIDADE ORGANIZACIONAL
O resultado desses acontecimentos foi o surgimento de várias correntes evangelicais com
certas idéias em comum. Concordam, em geral, com as verdades bíblicas fundamentais, mas divergem
em assuntos como línguas, segunda obra da santificação, modo de batismo, dispensacionalismo e o
pré-milenismo. Eles têm combatido a crítica bíblica, a evolução e o evangelho social como ensinado
pelos liberais do passado. Entre essas várias correntes podemos citar as seguintes:
a)-Fundamentalismo- O termo foi usado pela primeira vez em 1920, por Curtis L. Laws, para se
referir aos separatistas que rejeitaram o liberalismo e aceitaram os ensinos evangelicais. Mais tarde o
termo se tornou sinônimo de atitude anti-social e antiintelectual. Com o passar dos tempos os
fundamentalistas tem se tornado mais abertos à cooperação com outros evangelicais.
b)-Corrente central entre os evangelicais- São constituídos por escolas bíblicas, faculdades,
associações de faculdades bíblicas e seminários, que não só se preocupam nos ensinamentos bíblicos,
mas também se organizam na produção de literatura, tanto para especialistas quanto para leigos.
Alguns seminários foram fundados para treinar ministros para grupo conservadores. Muitos jornais,
rádios e TV são usados para a divulgação do evangelho por meio de publicações, programas, cruzadas
profissionais, conferências, etc.
c)-Outros dois movimentos que ainda exercem influência nas correntes evangelical, mesmo
após seus nomes terem desaparecido, são o “neo-evangelical” e o movimento “Jesus people”. O
primeiro ainda levanta questões acerca da inspiração verbal e inerrância, difere quanto ao diálogo entre
os liberais e o neo-ortodoxo que são favoráveis ao ecumenismo. Já o movimento Jesus people, surgiu
de uma contracultura de drogas, amor livre, antiintelectualismo e forma de vestimentas descuidada,
enfatizam o amor e testemunham agressivamente de Cristo nas ruas.
d)-Grupos Pentecostais-carismáticos da Terceira onda- Essas denominações pentecostais
clássicas tem envolvido a classe média baixa rural e urbana desde 1901, já o movimento carismático
tem sido ativo na Igreja Católica e nas igrejas da corrente central protestante nos subúrbios desde a
década de 1960. Esses grupos mais a terceira onda- composto por pessoas que não se interessam em
se associar aos carismáticos pentecostais-, são formados principalmente nas regiões urbanas e
incluem mais mulheres do que homens e pessoas mais pobres.
O movimento carismático católico-romano emergiu inicialmente em 1967 em um retiro na
universidade de Duquesne, Pittsburgh. A maioria tem permanecido em suas próprias denominações.
Há diversidade em suas mensagens e são, em geral, agressivos no seu evangelismo
XIV DECLÍNIO E EXPANSÃO NO CRESCIMENTO DA IGREJA
Devido à influência do liberalismo, a neo-ortodoxia e as teologias radicais as igrejas históricas
se enfraqueceram, embora o cristianismo ainda seja o maior grupo religioso do mundo> o que
podemos observar é que as novas correntes teológicas têm priorizado a salvação e política em vez da
salvação das almas e isso tem levado em número cada vez maior de pessoas a buscar satisfação e
realização pessoal em detrimento da salvação da sua alma.
Embora as igrejas históricas estejam em declínio, um outro mostra que as denominações
conservadoras na América do Norte tem crescido em todas as áreas e o que se espera com esse
crescimento é que não seja somente em salvação de almas, mas também que se posicionem pela
moralidade na esfera pública, na influência social e na política social.
XV PRINCÍPIOS DE CRESCIMENTO DA IGREJA
Vários princípios foram usados para viabilizar o crescimento de igrejas, no entanto o que mais
possibilitou este crescimento foi sem dúvida o incentivo a obras missionárias por toda parte da África,
Ásia, América Latina e Oriente evangelizando todos os povos destes continentes, por meio de
reavivamento, evangelismo, lingüística, distribuição de Bíblias, meios eletrônicos e megaigrejas
espalhadas pelos campos missionários.
XVI CRESCIMENTO DA IGREJA NA AMÉRICA DO NORTE E NA EUROPA
Nessas regiões os princípios de crescimento de igrejas têm sido usados com maior proveito,
visto que a América do Norte e a Europa ainda são a principal fonte de sustento e obreiros para a obra
missionária em outros países. Estas obras missionárias fez surgir os grandes avivamentos que fizeram
com que milhares de pessoas fossem ganhas para Cristo, até mesmo aquelas que haviam se excluído
da sociedade. Embora os reavivamentos tenham sidos orientados para as regiões rurais e as vilas nos
períodos iniciais, ocorrendo, principalmente entre as pessoas de classe baixa ou média, também não
deixou de influenciar a classe alta.
Os reavivamentos, mesmo tendo ocorrido com mais freqüência no meio da teologia calvinista,
nem por isso deixou de ter seus líderes principais, como os irmãos Wesley e Finney> As mulheres
também tiveram sua importância nos reavivamentos, entre elas Hannah Ball, lydia, Francis Willard,
Phoebe Palmer, uma das principais idealizadoras das igrejas e encontros da santificação.
Buscando alcançar um maior número de pessoas, as igrejas estão descentralizando as suas
organizações para discipular por meio de células ou grupos pequenos, o que facilita o ensino, a
comunhão, o fortalecimento espiritual, restauração de casamentos e até na luta contra as drogas.
Quem sabe esses não sejam os segredos para as megaigrejas que pretendem servir ao indivíduo?
XVII AS FORÇAS QUE SE OPÕEM AO CRESCIMENTO DA IGREJA
Entre tantas forças que influenciam e se opõem ao crescimento de igrejas por todo o mundo,
podemos citar:
a) Estado
Talvez seja o Estado, que com suas diversas formas tenha sido a maior ameaça na existência
da Igreja. Estados socialistas e até democráticos estão ou já excluíram a religião de sua esfera pública
para privatizá-la. Portanto, este perigo, que tem se tornado real, precisa ser combatido pela Igreja, para
evitar a privatização da expressa religiosa ou moral.
b) Nacionalismo religioso
Esta é uma das grandes ameaças às missões e às igrejas oficiais em países tradicionalmente
comunistas, islâmicos e hiduístas, que impedem ou barram por completo a pregação do evangelho e
até perseguem os cristãos.
c) Seitas religiosas
Principalmente na América do Norte, estas seitas têm se tornado oposição às igrejas, que com
suas doutrinas e até mesmo afirmando que possuem respostas definitivas para os problemas de
saúde, tristeza, sucesso dentre tantas outras, buscam alcançar as almas infelizes por meio de
encontros, visitas nas casas e também por meio de cursos por correspondências. Várias são as seitas
espalhadas por toda parte e todas elas negam as doutrinas bíblicas.
XVIII DECLÍNIO E EXPANSÃO MUNDIAL DO CRISTIANISMO
A expansão do cristianismo no mundo é real, no entanto, assim como cresce também caem e
muitas vez porque as obras missionárias que começam não são continuadas, como, por exemplo, o
treinamento de líderes, escolas bíblicas, seminários visando a qualificação de pessoal para liderar as
igrejas, bem como proteger as pessoas contras as falsas doutrinas. A África é um exemplo disso.
Na Ásia o crescimento dos evangelicais tem sido intenso, talvez graças as missões que para lá
fluem de toda parte do mundo.
A Europa, que já foi um continente cristão, tem se tornado um campo missionário formados por
batistas e grupos e pentecostais. Em muitos países o número de evangelicais que freqüentam as
igrejas tem sido expressivo, principalmente aos domingos, enquanto países que se dizem católicos
este número têm sido cada vez menor, em muitos deles não chega nem a 1% de freqüência.
A América Latina possui cerca de 40% dos pentecostais do mundo, mas desses muitos tem
sidos levados a seguir a teologia da libertação e até mesmo o comunismo, mesmo assim as igrejas
evangélicas estão crescendo. Embora encarem grandes desafios, a igreja busca coragem e
advertências de padrões no passado da história da igreja para continuar crescendo em números e em
fé.
XIX O CRISTIANISMO NA AMÉRICA LATINA DO SÉCULO XX
Vários fatores contribuíram para que o protestantismo só fosse implantado na América Latina
no século XIX, graças a imigração e o esforço missionário.
O liberalismo político do fim do século XVIII era otimista em relação à radical mudança
democrática e progressista do século XII.
O capitalismo visto como emancipação econômica, terminou em colapso, trazendo consigo a
desintegração do movimento cristão democrático.
Nas igrejas Latino-Americanas, o catolicismo é endêmico, onde cerca de 80 a 90% das
pessoas, se perguntadas, responderiam que são católicas. Sabe-se ainda que o catolicismo latino
americano tem suas heranças nas raízes ibéricas, o que talvez explique a preferência pelo catolicismo,
uma vez que representa comodismo para a maioria que se declaram como tal.
O pentecostalismo aparece no Brasil entre 1909 e 1910 e sua história é diferente de país para
país, as denominações tem se expandido por toda a América Latina. No Brasil o pentecostalismo
acelerou-se nas décadas de 60, 70 e 1980. As primeiras organizações protestantes ecumênicas foram
formadas em 1982, a Confraternização Evangélica Latino-Americana, no Panamá e o Conselho Latino
Americano de Igrejas, no Peru. O protestantismo Latino-americano tem sua ênfase na regeneração
pessoal.
O catolicismo-romano, a partir de 1950 foi aos poucos cedendo para a esquerda, na direção da
preocupação social. A sua fraqueza, no entanto, está mais centrada no sacerdócio, por estar aquém da
proporção percápita em relação a população católica, além do mais cerca de 50% destes na América
Latina, são missionários da Europa ou América do Norte. Podemos ver, no entanto, que a Igreja
Católica romana mudou em muitas coisas, embora permaneça a mesma. Tem havido reavivamento
espiritual; perseguição aos protestantes, como no passado; tem optado pelos marginalizados sociais,
mudando sua ênfase primeiramente religiosa para a promoção humana.
No Brasil o povo se dá mais abertamente às praticas de ritos mágicos de origens africanas, em
grande parte pela ignorância dos elementos essenciais da fé católica. Até mesmo em outros países
latinos o povo está saindo do catolicismo e retornando às suas religiões anteriores. Isso é um grande
risco que pode levar à paganização da igreja, o que é devido também a rápida urbanização que lançou
as massas para as cidades, abrindo caminho para as diversas correntes religiosas.
XX CONCLUSÃO
A igreja sempre enfrentou problemas, mas esses têm se tornados mais intensos no presente
do que na sua história passada. E muitos fatores têm contribuído para isso, como o crescimento da
população mundial, as conversões às religiões ou seitas pagãs e hostis, o comunismo em alguns
países, são desafios constantes para o cristianismo.
Os estados democráticos e os totalitários com suas políticas muitas vezes privam o cidadão da
livre expressão e religião. A teologia da libertação influenciada por idéias marxistas de revolução,
também é outro fator de desagregação. O comunismo totalitário presente em alguns países, também
ameaça aqueles que confessam o cristianismo.
As missões sempre ameaçadas, principalmente nos países comunistas, e por outros fatores
estão diminuindo em todo mundo. A imoralidade sexual, os homossexuais, as drogas, divórcios,
programas de rádio e televisão ameaçam a estabilidade das famílias em todas as nações ocidentais.
A concentração urbana por pessoas privilegiadas é outro desafio para as autoridades
eclesiásticas. As minorias étnicas ou raciais que não tem oportunidades econômicas ou sociais ainda
sofrem os efeitos da segregação racial.
É possível, no entanto, embora difícil, conceber padrões que possam ajudar a resolver os
problemas e capacitar a encarar as perspectivas futuras por meio de princípios e leis adequadas e
abrangentes em todos os setores da sociedade. Sabemos que a religião está sob ameaça de se tornar
apenas uma questão particular a ser praticada na igreja no domingo ou em casa e isso não pode ser
permitido por quem defende as obras do Senhor nosso Deus.
Bibliografia:
Cairns, Earle Edwin. O Cristianismo através dos séculos. 2ª edição, São Paulo: Vida Nova, 2008.
Manoel Cícero da Silva
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