Artigo Original ESTUDO DUPLO-CEGO ENTRE UM NOVO BETA-BLOQUEADOR (BUFURALOL) E O CLORIDRATO DE PROPANOLOL. SyA AÇÃO SOBRE A CIRCULAÇÃO PERIFERICA. Algy de Medeiros • Paulo Roberto Mattos da Silveira •• Marília Duarte Brandão Panico ••• Márcia Maria Ribeiro Alves ••• o INTRODUÇÃO A descoberta do efeito dos beta-bloqueadores no tratamento da hipertensão arterial foi de grande importância, levando a um vasto número de pesquisas no campo da terapêutica médica, apesar de não se conhecer integralmente o seu mecanismo hipotensor. Essas substâncias diferem umas das outras nas suas características farmacodinâmicas, como cardioseletividade, atividade agonista parcial, atividade estabilizadora da membrana e nas propriedades farmacocinéticas. Além da relativa cardioseletividade de , determinados betabloqueadores, valoriza-se a atividade simpaticomimética intrínseca encontrada em alguns desses hipotensores, a qual significa a capacidade de alguns de anular os efeitos simpáticos e parasimpáticos, como verdadeiros antagonistas competitivos, além de possuir atividade agonista própria, devida, provavelmente, a característica estrutural intrínseca. Assim, os beta-bloqueadores com atividade simpaticomimética intrínseca apresentam menor efeito inotrópico negativo, levando a uma diminuição menos acentuada do débito cardíaco, do volume diastólico final e a menor vasoconstrição periférica. presente trabalho estuda a ação de um novo betabloqueador (bufuralol) sobre os níveis de pressão arterial em hipertensos, bem como seu possível efeito sobre a circulação arterial periférica, avaliando-se, para efeitos de comparação, a reação de doentes ao propanolol. Não foi encontrada qualquer evidência objetiva de vasoconstrição periférica com nenhum dos dois betabloqueadores estudados. OBJETIVO 00 TRABALHO Unitermos: beta-bloqueadores; circulação periférica MATERIAL E MÉTODO O presente trabalho se propõe a estudar um novo beta-bloqueador-alfa (tert-Butilamino)-7 -etil-2-benzofuranmetanol (BUFURALOL), que não teria a ação vaso-constritora periférica comum aos beta-bloqueadores em uso prático, podendo ser utilizado nos pacientes hipertensos e portadores de insuficiência arterial periférica. Efetuou-se um estudo duplo-cego em 22 pacientes, divididos em dois grupos, um usando bufuralol e o outro recebendo propranolol, durante um prazo de 9 meses. O grupo I fez uso de bufuralol na dose de 30mg diários e o grupo II usou propranolol na dose de 40mg também todo dia. Dos indivíduos que se submeteram à pesquisa, 15 eram homens com idade comprendida entre 30 e 55 anos; o grupo feminino tinha idade variável entre 31 e 62 anos (tabelas 1 e 2). O trabalho foi concluído por 13 pacientes, sendo 7 do grupo I e 6 do grupo lI. Todos os pacientes apresentavam hipertensão arterial entre moderada e leve, com pressão diastólica até 110mmHg e não mostravam alterações da circulação arterial periférica ao exame físico. Deles, 84% haviam sido submetidos a tratamento prévio, grupo em que se instituiu um período de pré-tratamento, que consistiu na utilização de placebo, com finalidade de aguardar a eliminação das drogas anteriormente usadas. Os pacientes foram orientados para, além da medicaTrabalho realizado na Seção de Angiologia do Hospital Universitá· rio Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. NOME: SEXO: IDADE: P.A. MÉDIA P .A FINAL: DOSE MÁXIMA: (mg/ dia): 130/100 160/90 140/90 120 160 120 * * * * * * INICIAL: * Professor Pesquisador ** Professor Adjunto *** Professor Auxiliar CIR. VASCo ANO. 6 (4): 9, 12, 1990 LCR JM FAO CCR FTL OSC AL ALF DL JB NRA M M M M M M F M F M M 48 50 40 48 38 37 50 54 62 31 31 170/110 190/110 160/100 160/100 160/110 180/110 180/110 170/110 170/110 160/100 160/110 160/110 140/90 120/90 * 130/90 160 120 120 * 80 (*) Tratamento interrompido TABELA 1: Identificação e caracterfsticas dos pacientes do grupo 1 (Bufuralol). 9 Algy de Medeiros e cals. NOME: SEXO: IDADE: Efeito de beta - bloqueador sobre circulação periférica P .A. MÉDIA P.A FINAL: INICIAL: ACO MJS DDC JLP MEBD JSCS MD SOS NOB WRP LMM M F M M M M MF M F M F 39 52 45 49 30 53 48 39 54 52 43 170/ 110 180/ 110 180/ 110 190/ 110 160/110 190/110 190/ 110 180/ 110 160/ 100 170/ 110 150/110 * DOSE MÁXIMA: (mg/dia): * 150/ 100 140/ 90 150/ 100 160 120 120 * * 170/100 160 * * * * * * 130/ 80 130/90 80 80 (*) Tratamento interrompido T ABIj:LA 2: Identificação e características dos pacientes do Grupo 11 (Pro pano101). ção por nós fornecida, cumprir uma dieta hipossódica e, no caso de obesidade, obedecer a restrição calórica. Foram realizadas em todos os pacientes provas funcionais vasculares por métodos não invasivos, incluindo fotopletismografia digital, pletismografia de impedância, estudo da temperatura cutânea e velocimetria ultrassônica (Dop· pler), com o objetivo de avaliar a circulação arterial das extremidades. Essas provas foram realizadas antes do início do tratamento, bem como durante e ao fim do mesmo. Além dessas provas funcionais, foram realizados estudo radiológico do tórax, eletrocardiograma, exame do fundo de olho e exames de laboratório que incluíram hemograma completo, dosagem sanguínea da creatinina, ácido úrico, transaminases glutâmico-oxalacética e pirúvica, fosfatase alcalina e, ainda, lipidograma e estudo de elementos anormais e sedimento urinários. Dos 22 doentes estudados, 36.3% eram tabagistas, 31.8% apresentavam hiperlipidemia antes de iniciar o tra· tamento, 22.7% mostravam hiperuricemia, 27.2% tinham antecedentes familiares de hipertensão arterial e 22.7% contavam passado de coronariopatia (tabela 3). O tratamento foi iniciado com placebo durante duas semanas (período de pré-tratamento). Nesta etapa, BUFURALOL: Artrite reumatóide Obesidade Sequela de poliomielite Glaucoma Bloqueio atrio-ventricular Enxaqueca Doença osteoarticular Diabetes mellitus Dislipidemia Hiperuricemia Coronariopatia Não houve alterações de exames laboratoriais realizados antes, durante e após o término do período de tratamento; 3 - comparativa dos testes funcionais; 4 -- efeitos colaterais da medicação. RESULTADOS No que diz respeito à ação hipotensora do fármaco, 29% dos pacientes estudados no grupo I apresentaram bom resultado, com queda da pressão diastólica de 20mmHg. No grupo 11,33% dos doentes obtiveram bom resultado (tabela 4). Houve necessidade da associação de saluréticos em 56% dos pacientes do grupo I e em 50% daqueles do grupo 11, com intuito de potencializar a ação hipotensora das substâncias empregadas. Dos 13 pacientes estudados, apenas um de cada grupo não necessitou de associação medicamentosa, sendo que no grupo 11 houve necessidade de acrescentar mais de uma droga em um paciente (tabela 5). Boa Moderada Pobre BUFURALOL: PROPRANOLOL: 28,5% 28,5% 42,8% 33,30;. 33,3% 33,3% TABELA 4: Avaliação hipotensora da droga Paralelamente à avaliação do efeito hipotensor da medicação empregada, verificamos a ausência de vasoconstrição periférica, através do estudo das curvas e medidas de pressão realizadas com o recurso da velocimetria ulBUFURALOL: Ansiolítico: Diurético Propranolol: L-tiroxina: Isosorbina: Cimetidina: Diclofenaco: Não houve: 3 4 PROPRANOLOL: 1 3 1(*) PROPRANOLOL: (*) Fez uso de propranolol (160 mg), por iniciativa própria, durante pico hipertensivo (Trabalho duplo cego). TABELA 5: Associação de drogas durante o trll*8mento 3 1 1 3 1 2 2 3 1 TABELA 3: Estados mórbidos associados encontrados antes do tratamento. efetuou-se avaliação rigorosa da pressão arterial duas a três vezes na semana, concomitantemente à realização de exames de laboratório e provas funcionais vasculares nãoinvasivas. A seguir, instituiu-se o tratamento medicamentoso, que foi mantido por nove meses, usando-se comprimidos de bufuralol (30mg) ou propranolol (40mg), em estudo duplo-cego. A dose inicial média variou entre 1,2 ou 4 comprimidos ao dia, conforme os níveis da pressão arterial, havendo, portanto, individualização das mesmas. O acompanhamento até a estabilização da pressão arterial foi semanal, passando, então, a mensal, com realização periódica de novos exames de laboratório e de provas funcionais não-invasivas. A dose máxima prescrita foi de 4 comprimidos ao dia . . A avaliação dos resultados foi resultante de uma série de observações clínicas, a saber. I - variação dos níveis da pressão arterial; 10 2- trassônica (Doppler). No estudo efetuado através da pletismografia de impedância, notamos, no grupo I, um melhor padrão das curvas em 1 caso (14.4%). Em 85.6% dos pacientes deste grupo não houve alterações significativas. No estudo feito com a fotopletismografia digital, encontramos diminuição da amplitude das curvas em I caso, não havendo modificações de importância nos outros casos estudados (85.6%). No grupo 11, os resultados da avaliação dopplerimetrica não mostraram alterações de significância. No estudo com a pletÍsmografia de impedância, verificamos que um paciente desse grupo (16.6%) apresentou melhora do padrão das curvas, não tendo sido encontrada evidência de alterações significativas nos demais. Através da fotopletismografia digital encontramos diminuição da amplitude das curvas em 2 pacientes (33.3%) e nada digno de menção nos demais. Pelos exames de laboratório, encontramos um caso de hiperuricemia no grupo I, sem quaisquer alterações no grupo 11 (tabela 6). Os efeitos colaterais constaram, na sua maioria, de palpitações, cefaléia, mal estar indefinido, epistaxes, precordialgias atípicas, sonolência, astenia, epigastralgia e CIR. VASCo ANG. 6 (4): 9,12,1990 ; Efeito de beta - Algy de Medeiros e cols. sensações parestésicas em membros superiores e inferiores (tabela 7). O abandono de tratamento em 3 casos do grupo I ocorreu sem justificativa e em um caso pela presença de cefaléia persistente após o início do tratamento. No grupo lI, encontramos 3 casos de abandono sem justificativa, um caso de abandono por mal estar e outro devido a crise hipertensiva acompanhada de epistaxe, que mereceu terapêutica especial (tabela 8). Hiperuricemia Não houve: BUFURALOL: PROPRANOLOL: 1 6 6 TABELA 6: Alterações laboratoriais durante o tratamento Não houve Cefaléia Epigastralgia Diminuição libido Mal estar Sonolência Palpitação Epistaxe Alterações visuais Parestesia de membros inferiores Astenia BUFURALOL: PROPRANOLOL: 43% 14,3% 14,3% 14,3% 28,5% 14,3% 50% 50% 33,3% 50% 12,2"10 14,3% 14,3% leva a estenose arterial. No estudo com a fotopletismografia digital, devemos considerar que a amplitude da curva varia com o "stress" e fatores ambientais, permanecendo, no entanto, a morfologia normal. De acordo com o resultado dos métodos de avaliação não-invasiva da circulação arterial periférica, concluímos ter o bufuralol atividade agonística sobre os beta-2-adrenoreceptores, a qual não produz vasoconstrição, antes reduzindo a resistência periférica e melhorando a perfusão distaI. Esse fato já foi igualmente verificado em outras pesquisas clínicas2 e experimentais 3. Neste último trabalho, foi concluído que uma atividade não seletiva com parcial atividade agonística ocorreria através do bufuralol e seu metabolito carbinol. Avaliando as alterações laboratoriais, encontramos no grupo I a presença de um paciente com hiperlipidemia, 2 com hiperuricemia e 4 com hipertrigliceridemia desde o início do tratamento, sem que, no decorrer deste, tenham ocorrido alterações importantes comparadamente aos níveis iniciais. Nos pacientes do grupo lI, ao início do estudo encontramos 2 pacientes com hiperlipidemia e 2 com hiperuricemia (tabela 9). Observamos maior freqüência de efeitos colaterais 14;3% 14,3% Obs: Identificou-se mais de um efeito colateral em um mesmo paciente. TABELA 7: Efeitos colaterais observados durante o tratamento bloqueador sobre circulação periférica Desconhecidas Mas estar indefinido Cefaléia Pico hipertensivo BUFURALOL: PROPRANOLOL: 3 3 1 1(*) (*) associado a dois episódios de epistaxe DISCUSSÃO Analisando a ação hipotensora do bufuralol, encontramos pacientes em que a mesma foi eficiente e casos em que, em condições idênticas de tratamento, o resultado foi pobre. Esse fato foi igualmente observado no grupo lI. De acordo com observações de alguns autores, essas variações da resposta terapêutica poderiam ser devidas a uma variação farmaco-genética, que proporcionaria um melhor desempenho do medicamento em determinados indivíduos, o que se deveria à capacidade individual de degradar o fármaco nos seus diversos metabolitos. A diferença nesse comportamento farmacocinético (farmacogenético ou não) nos obriga a um ajuste da posologia frente a cada paciente. No decorrer de nossas observações, verificamos que, nos dois grupos de pacientes, houve necessidade de associação medicamentosa com ansiolíticos e/ou saluréticos na . tentativa de se obter uma queda mais efetiva dos níveis pressóricos. Esses doentes apresentaram resultado pobre ao tratamento (queda da pressão diastólica menor que 10 mmHg) e tinham história prévia de tratamento multimedicamentoso e/ou eram sabidamente portadores de hipertensão arterial de difícil controle. Analisando os métodos não-invasivos utilizados para estudar a perfusão arterial distai, cumpre-nos ressaltar que a pletismografia segmentar por impedância apresenta resultado que pode variar com a massa muscular do membro estudado, sendo menor a amplitude das curvas no segmento de maior massa. Na avaliação pela velocimetria ultrassônica (Doppler), observamos em alguns pacientes sinais de arterioesclerose, pela presença de curvas bifásicas a nível das artérias femorais, decorrentes da perda de elasticidade arterial, devida ao comprometimento da camada média pela médio-esclerose de Monckeberg, a qual, entretanto, não CIR. V ASC. ANG. 6 (4): 9, 12, 1990 TABELA 8: Causas de abandono do tratamento de 22 pacientes. nos doentes do grupo lI, com presença de mais de um sintoma em um mesmo paciente. A incidência de abandono no grupo I foi de 35.4%, menor que no grupo lI, tendo este apresentado 45.4%, o que, na maioria dos casos, ocorreu sem justificativa prévia, totalizando 3 casos em cada grupo. Das causas conhecidas de abandono do grupo I, houve um por cefaléia intensa e que não cedeu com diminuição da dose do medicamento, tendo sido necessária a retirada da droga. No grupo lI, houve um caso de abandono por mal estar indefinido e náuseas, que não desapareceram com menores doses e uso de medicação sintomática, levando à suspensão do tratamento. Um outro caso de abandono ocorreu por picos hipertensivos recorrentes acompanhados de epistaxes, tendo o paciente desistido do tratamento quando já havia concluído todos os exames instrumentais. No grupo lI, observamos maior número de efeitos colaterais, determinando maior grau de abandono do tratamento. Na tentativa de explicar o alto grau de abandono dos pacientes no presente estudo (45.4%), devemos assinalar que, em sua grande maioria, o paciente hipertenso é rebelde e não aceita com facilidade o diagnóstico de sua doença, quase sempre assintomática. As maiores dificuldades consistem em fazê-los seguir a dieta preconizada e usar regular e metodicamente a medicação anti-hipertensiva. Outro grande obstáculo foi o difícil controle ambulatorial, pois a maioria de nossos pacientes pertencia a grupo de baixa renda, e, tendo que retornar freqüentemente para controle, as despesas com transporte determinaram muitas das faltas às consultas marcadas, levando, mesmo, alguns deles a abandonar o tratamento. Outro fator importante que dificultou o bom andamento de nosso estudo foi o fato de que a maioria dos pacientes se encontrava em faixa etária laborativa, sendo- 11 Algy de Medeiros e cols. lhes, muitas vezes, impossível concatenar o horário das consultas com sua jornada de trabalho. Do total de pacientes que abandonaram o tratamento, 9% eram do sexo feminino e 36.3% do sexo masculino. CONCLUSÃO 1- O estudo duplo-cego com bufuralol e propranolol mostrou ter este último beta-bloqueador uma ação hipotensora mais eficiente do que o bufuralol, embora, nos dois grupos de doentes estudados, tenha havido necessidade de associação medicamentosa (83.3% no grupo I e 85.7% no grupo 11); 2- Não observamos, nos dois grupos estudados, ação vasoconstritora periférica; 3- Não encontramos alterações laboratoriais significativas nos dois grupos observados; 4- Os efeitos colaterais foram achados com maior freqüência no grupo 11 (propranolol), com maior incidência de abandono do tratamento. AVALIAÇÃO FINAL O resultado do presente trabalho foi positivo quanto à ausência de ação vasoconstritora periférica nos beta bloqueadores utilizados. SUMMARY COMPARA TIVE EVALUA TlON OF TWO BETA-BLOCKERS ANO THEIR ACTlON UPON PERIPHERAL CIRCULA TlON This paper shows the results of a study of a new betablocker (bufuralo/). Its action on the leveIs of arterial pressure on hipertensive patients were evaluated and also its possible influence on the peripheral circulation, in comparison with the action of propanolol. No objective signs of peripheral vasoconstriction were detected with both betablockers. Uniterms: 12 Efeito de beta - bloqueador sobre circulação periférica REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS I ZANCHETTI A.: La Metildopa en la hipertension. Sharp and Dohme (ed), USA, 1978 2 PFISTERER M.: Acute hemodynamic effects of Bufuralol: A beta-adrenoceptor blocking. Cardiovasc Pharmacol, 6:4127, 1984 3 BLABER L. CV.: Bufuralol, a beta-adrenoceptor antagonist, with predominant beta-2-adrenoceptor agonistic activity. Manuscript no. W-140036, Roche, 1983 4 GOODMAN MM.: The pharmacological basis of therapeutics, Publishing Co. Inc., New York, 1975. 5 WINTROBE, MM.: in Harrison's Principies of InternaI Medicine. 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