CHAVES, Christianne Pereira Giesbrecht (2002). Variabilidade da flexibilidade em mulheres adultas: exemplos de abordagens tra nsversa l e longitud inal. Dis serta ção de Me strado. R io de Janeiro: PPGEF/UGF Orienta dor: Prof. D r. Claudio G il Soares de Araú jo. RESUMO A flexibilidade é uma das quali dades físicas relacionadas à saúde. As mulheres por sua vez sofrem alterações hormonais cíclicas mensais em decorrência do ciclo menstrual (CM) e tendem a apresentar alterações da válvula mitral com mais freqüência que os homens. Sabe-se que o prolapso de válvula mi tral (PVM), palpitações e lassitude articular são achados relativamente comuns em mulheres. Alguns estudos indicam alterações de outras valências físicas ao longo do CM, no entanto, pouco se sabe em relação às alterações da flexibilidade nas mulheres considerando as fases do CM. Em relação ao PVM sabe-se que este provoca alterações clínicas, fisiológicas, músculo esqueléticas e psicológicas em mulheres portadoras de PVM. Contudo, este estudo teve como objetivo avaliar a variabi lidade da flexi bilidade em universitárias nas diversas fases do CM, comparando dois grupos, um controle e um experimental e comparar as características clínicas - eletrocardiograma de repouso e de exercí cio, presença de hiperlassi tude ligamentar, sopros e palpitações - cineantropométricas, com particular ênfase na flexibilidade e no somatotipo, e fisiológicas – freqüência cardíaca e consumo de oxigênio no exercício máximo e tônus vagal cardíaco, - de mulheres adultas não atletas com e sem prolapso da valva mitral. Participaram 15 universitárias divi didas em dois grupos, um grupo controle (sob o uso de anovulatório oral -AO-), constituído de oito voluntári as e o outro grupo, o experimental, com sete partici pantes. Para o grupo controle foram utilizadas duas medidas do ciclo compreendidas entre os dias sete e 26 do ciclo, ou seja, o período em que elas estavam sob o uso de AO e as concentrações hormonais eram constantes. Para o grupo experimental, em função de cada fase apresentar um perfil de concentração hormonal diferente, trêsmedidas foram analisadas, uma na fase folicular, uma na fase ovulatória e a outra na fase lútea. No estudo dois, 125 mulheres adultas não atletas (31 com PVM) se submeteram a uma avaliação clí nica. A avaliação foi realizada por somente um médico experiente e constava de medidas cineantropométricas e avali ação clínica. As medidas cineantropométricas foram peso e estatura corporais, somatótipo de Health & Carter, teste de sentar-levantar, Flexiteste e testes de lassitude ligamentar. Na parte clínica, foram avaliados, ausculta cardíaca, eletrocardiograma de repouso e no exercício, tônus vagal e testes cardiopulmonar de exercíci o. À história de palpitações e de PVM, foram relatadas pelas próprias avaliadas. Resultados: a) Não houve diferenças na flexibili dade, movimento a movimento ou Flexíndice nas diferentes fases do CM no GE e nas duas medidas do GC (p>0,05). O percentil do Flexíndice para o GC variou de 14 a 35 e no GE de 15 a 80. Analisando as articulações e os índices de variabil idade não foram encontradas diferenças significativas com as fases do CM (p>0,05), com a exceção do índice de variabilidade distalproximal entre as fases ovulatória e folicular no GE. b) As mulheres com PVM eram mais altas e mais magras possuindo um somatoti po mais ectomórfico, elas obtiveram melhores valores no teste sentar-levantar, a lassitude articular foi mais prevalente entre essas mulheres 74 vs. 16% (p<0,01) da mesma forma a flexibilidade global e a amplitude de movimento de 13 dos 20 movimentos do Flexi teste (p<0,05), c) Mulheres com PVM apresentaram murmúrios mesosistólicos três vezes maior 61 vs.18% (p<0,01), as palpitações tenderam a ser mais reportadas, porém sem significância (p=0,07), as arritmias de repouso e no exercício assim como, a freqüência cardíaca de repouso e o tônus vagal cardíaco mostraram resultados similares ao outro grupo (p>0,05). Concluímos que, altos níveis de flexibilidade corporal e presença de lassitude articular estão fortemente associados e são achados comuns em mulheres adul tas com PVM.