diversidade e potencial econômico de espécies da família

Propaganda
64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
DIVERSIDADE E POTENCIAL ECONÔMICO DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA
VOCHYSIACEAE
1*
2
Luzia Francisca de Souza , Fábio Fernando Alves da Silva
1
2
Docente, UFG, Campus Jataí, Ciências Biológicas. Discente UFG, Campus Jataí, Ciências Biológicas.
*[email protected]
Introdução
A família Vochysiaceae St.-Hill., incluída na ordem
Myrtales abrange atualmente seis gêneros de ocorrência
nas Américas do Sul e Central (Callisthene Mart., Erisma
Ducke, Qualea Aubl., Ruizterania Marc.Berti, Vochysia
Aubl. e Salvertia St. Hil.) e dois na África Tropical
Ocidental: Erismadelphus Mildb., Kuropodendron Litt e
Check [1]. Inclui cerca de 200 espécies arbóreas,
arbustivas até subarbustivas, resinosas, folhas simples,
opostas ou verticiladas, coreáceas ou cartáceas, pelos
eglandulares, com ou sem estípulas pequenas, às vezes
glândulares. Flores isoladas ou agrupadas em
inflorescências tirsoides, terminais e axilares. As espécies
de Vochysiaceae, em sua maioria, possuem potencial
ornamental e algumas já são usadas com a finalidade de
arborização urbana, mas raramente são cultivadas.
Muitas espécies são usadas na etnomedicina e algumas
apresentam atividades antibacteriana, anticancerígena,
antiinflamatória, anticonvulsivante e analgésica. Este
trabalho apresenta uma listagem das espécies de
Vochysiaceae ocorrentes no Sudoeste goiano, bem como
seu potencial econômico.
Metodologia
A listagem de espécies foi obtida conduzindo análise das
amostras depositadas em vários herbários do Brasil; o
potencial econômico foi realizado através de revisão
bibliográfico em livros [2, 3, 4, 5, 6] e periódicos
(http://www.periodicos.capes.gov.br),
usando
como
descritores o nome da espécie seguido de uso, potencial
econômico e cerrado.
Resultados e Discussão
As espécies da família Vochysiaceae, nativas do
Sudoeste goiano são Callisthene fasciculata Mart., C.
major Mart. & Zucc., Qualea grandiflora Mart., Q.
multiflora
Mart.,
Q.
parviflora
Mart.,
Salvertia
convalariodora A. St.-Hil., Vochysia cinnamomea Pohl, V.
elliptica Mart., V. haenkeana Mart., V. herbacea Pohl, V.
pyramidalis Mart., V. rufa Mart., V. tucanorum Mart. Todas
as espécies são ornamentais, devido à sua arquitetura,
morfologia e duração de suas flores; podem ser usadas
para a composição de ambientes heterogêneos, como
praças e amplos jardins; apresentam madeira de média a
baixa densidade sendo usadas no fabrico de caixotaria,
obras internas em construções rústicas, confecção de
canoas, remos, brinquedos, engradados, palletes, e peças
artesanais. São também citadas para o reflorestamento
de áreas degradadas, são plantas rústicas que apreciam
solo pobre em nutrientes e não exigem muitos tratos
silviculturais. Além desses usos, a maioria foi citada como
medicinal; Callisthene major é antioxidante também usado
contra linfatite crônica. Todas as espécies do gênero
Qualea são reportadas contra antiulcerações externas,
devido à presença de taninos na entrecasca. Q.
grandiflora apresenta também atividades antibacteriana,
antiinflamatória e antioxidante. Q. parviflora é considerada
anti-hemorrágica,
antibacteriana
antidiarréica
e
gastroprotetor. As espécies do gênero Vochysia
apresentam efeito gastroprotetor e os trabalhos químicos
indicam a presença de terpenos em sua composição.
Conclusões
Embora as espécies desta família não sejam muito
apropriadas como madeira de lei, sendo antigamente
reportadas como uso para carvão e lenha, os trabalhos
atuais indicam a necessidade da conservação destes
recursos genéticos, como estratégia nacional. As recentes
pesquisas em farmacologia e química, realizadas com
estas e outras espécies remanescentes deste bioma,
indicam amplas possibilidades na cura de diversos males
da atualidade. Há necessidade da implementação de
planos de conservação para estas espécies.
Referências Bibliográficas
[1] Litt, A. & Cheek, M. 2002. Korupodendron songweanum, a
new genus and species of Vochysiaceae from West-Central
Africa. Brittonia 54: 13-17.
[2] Lorenzi, H. 2002. Árvores brasileiras: manual de
identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil.
Vol.2, Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. Pag. 355, 356, 360,
363.
[3] Lorenzi, H. 2008. Árvores brasileiras: manual de
identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do brasil.
Vol.1, 5ª Ed., Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum
[4] Corrêa, P. 1931. Dicionário de plantas úteis do Brasil e das
exóticas cultivadas. Vol. II, Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.
[5] Corrêa, P. 1969. Dicionário de plantas uteis do Brasil e das
exóticas cultivadas. Vol. IV Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.
[6] Corrêa, P. 1984. Dicionário de plantas uteis do Brasil e das
exóticas cultivadas. Vol. VI. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.
Download