CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PALLIATIVE CARE IN INTENSIVE THERAPY UNIT: CHALLENGES AND POSSIBILITIES Fabiana Ferreira de Mello¹ Magdaline Trindade Ladeira² RESUMO Os cuidados paliativos tem por princípio o alívio da dor, não substitui os cuidados curativos, complementam-os. Através dos cuidados paliativos a equipe multiprofissional poderá realizar intervenções junto com os pacientes e seus familiares. Para implantar os cuidados paliativos em Unidade de Terapia Intensiva, serão necessários protocolos, rotinas e mais pesquisas. Trata-se de um artigo de revisão bibliográfica, realizado no período de janeiro a dezembro de 2011. Utilizaram-se como fonte bibliográfica artigos publicados em periódicos científicos, envolvendo o período de 2003 a 2010. O levantamento bibliográfico ocorreu nas bases de dados eletrônicos da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), consultados através do site da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e da Biblioteca Regional de Medicina (BIREME). Também foram utilizados exemplares de livros e manuais que abordavam o tema em discussão. A estratégica de busca foi por palavras-chave: CUIDADOS PALIATIVOS; UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA; CUIDADOS PALIATIVOS EM TERAPIA INTENSIVA. Para desenvolver o presente estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de apresentar, através de uma revisão bibliográfica, os cuidados paliativos, bem como os desafios e as possibilidades da inserção destes nas Unidades de Terapia Intensiva. Pretende-se, dessa forma, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares, implantando os cuidados paliativos na Terapia Intensiva. PALAVRAS-CHAVE: Cuidados Paliativos. Unidade de Terapia Intensiva. Cuidados Paliativos em Unidade de Terapia Intensiva. ABSTRAT Pain relief is the basis for Palliative Care. It does not substitute medical treatment, but rather compliments it. Through Palliative Care, the multi-professional team can achieve interventions along with the patients and their families. In order to implement Palliative Care in an Intensive Therapy Unit, protocols, routines, and more research in the area will be necessary. This subject was addressed in an article of revisão bibliografica published between January and December of 2011. Used as a source were bibliographic articles published in scientific periodicals including the period from 2003 to 2010. The bibliographical survey was done on the basis of electronic data of Literatura LatinoAmericana, Caribe em Ciencias da Saude (LILACS), and Literatura Internacional em Ciencias da Saude (MEDLINE) consulted through the website of the Biblioteca Virtual de Saude (BVS) and the Biblioteca Regional de Medicina (BIREME). Also used, were examples of books and manuals that addressed the topic in discussion. The search strategy was for key-words: Palliative Care; Intensive Therapy Unit; Palliative Care in Intensive Therapy. To develop the present study, a bibliographic study was done with the objective of presenting, through a bibliographic review, the Palliative Care, as well as the challenges and possibilities implementing these in the Intensive Therapy Units. In this way, the Multi-Professional Team aims to work with the patients and their families who need the Palliative Care in Intensive Therapy. KEY-WORDS: Palliative Care. Therapy Intensive Unit. Palliative Care in the Intensive Therapy Unit. ____________________________________________________________________________________________________________ 1-Enfermeira. Mestranda em Terapia Intensiva pela SOBRATI. Especialista em Terapia Intensiva pela UFJF. Professora da Pósgraduação e Graduação da Faculdade Estácio de Sá – Campus Juiz de Fora / MG. Coordenadora de Enfermagem da UTI do Hospital de Pronto Socorro de Juiz de Fora - MG. 2-Fisioterapeuta. Doutoranda pela UNIFESP. Professora da Faculdade de Fisioterapia UNIVERSO e SUPREMA. Fisioterapeuta da UTI do Hospital de Pronto Socorro de Juiz de Fora- MG. INTRODUÇÃO O cuidado de enfermagem vai além do cuidado técnico. Cuidar é cuidar de alguém, que implica importar-se com a pessoa, envolver-se com ela. O cuidado paliativo tem por objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes, é um cuidado voltado para prevenir e aliviar o sofrimento, através do tratamento da dor e de outros sintomas físicos, psicossociais e espirituais, na concepção da reafirmação da vida e da visão da morte como sendo um processo natural. A comunicação com a equipe de saúde adquire importância maior, pois o paciente em estado grave está vulnerável e seu tempo está limitado. O vínculo entre a equipe e o paciente poderá ser maior, mais forte, poderá haver maior disponibilidade e intimidade entre ambos. A discussão em torno dos modelos de cuidados no fim da vida justifica-se uma vez que, além de envolver um grande número de pessoas, quer seja diretamente pelos cuidados administrados, equipe multiprofissional, quer seja indiretamente pela relevância de vínculo presentes, trata-se de um período de importantes privações físicas e de comprometimento de outras esferas vitais, como a emocional e a social. Estes aspectos, como também a formação de recursos humanos para uma assistência compatível com bons cuidados no fim da vida, constituem um desafio para os serviços de saúde mundiais. O cuidado paliativo encontra-se respaldado no paradigma humanitário e solidário de cuidar, que utiliza os benefícios da evolução técnico-científica, porém, privilegia os princípios éticos, promovendo a morte humana e digna, no momento em que ocorrer. Em contraposição temos o modelo técnico-científico vigente na assistência à saúde, que privilegia à utilização de avanços tecnológicos mais avançados para prolongar a vida, mesmo que para este fato seja necessário provocar maior sofrimento para o paciente e seus familiares, sem que haja uma melhor perspectiva de vida e/ou sobrevida. O tratamento aos pacientes graves com cuidados paliativos deve reunir as habilidades de uma equipe multiprofissional para ajudar o paciente e seus familiares a adaptar-se às mudanças de vida impostas pela doença, e promover a reflexão necessária para o enfrentamento desta condição de ameaça à vida. Em relação a equipe multiprofissional no uso dos cuidados paliativos em pacientes graves, sentimentos como lidar com a possibilidade de morte no dia-a-dia poderá ser extremamente angustiante e desgastante, fazendo surgir sentimentos como impotência, frustação e insegurança diante do sofrimento do paciente e do insucesso das ações profissionais. Para incorporação e modelos de cuidado paliativo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) haverá uma necessidade de envolver todos os membros da equipe multiprofissional, incluindo várias nutricionistas, especialidades fisioterapeutas, médicas, enfermeiras, fonoaudiólogos, assistentes psicólogos, sociais, psiquiatras, farmacêuticos, conselheiros espirituais e sacerdotes. Todos esses profissionais são importantes, uma vez que a Medicina paliativa objetiva identificar e dirimir os problemas relacionados à internação, na esfera física, psicológica, espiritual ou social. Neste cenário, uma boa comunicação entre os envolvidos é fundamental. Os cuidados paliativos devem integrar todos os setores de cuidados em saúde: emergências, unidades de terapia intensiva, enfermarias, internações domiciliares e até hospices, que no Brasil são chamadas instituições asiliares. Quando existe uma equipe de cuidado paliativo e/ou que usa o paliativismo, ela colabora sinergicamente com outros profissionais de saúde, em cada um desses ambientes. Todos os pacientes, independente de suas idades, com diagnóstico de uma doença ameaçadora à vida, ou enfrentando uma condição debilitante são candidatos aos cuidados paliativos. Desta forma, o paliativismo é apropriado principalmente para os pacientes que sofrem de câncer, insuficiência cardíaca grave progressiva, falência hepática e/ou renal, doença neurodegenerativas como Alzheimer, lesões medulares graves, doenças pulmonares crônicas e degenerativas e inúmeras outras condições encontradas frequentemente nas UTI, e também por vezes fora da terapia intensiva (FILHO et al., 2008). OBJETIVO O objetivo deste trabalho é apresentar, através de uma revisão bibliográfica, os cuidados paliativos, bem como os desafios e as possibilidades da inserção destes nas Unidades de Terapias Intensivas. METODOLOGIA Trata-se de um artigo de revisão bibliográfica, realizado no período de janeiro a dezembro de 2011. Utilizaram-se como fonte bibliográfica artigos publicados em periódicos científicos, envolvendo o período de 2003 a 2010. O levantamento bibliográfico ocorreu nas bases de dados eletrônica da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), consultados através do site da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e da Biblioteca Regional de Medicina (BIREME). Também foram utilizados exemplares de livros e manuais que abordavam o tema em discussão. A estratégica de busca foi por palavras-chave: CUIDADOS PALIATIVOS; UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA; CUIDADOS PALIATIVOS EM TERAPIA INTENSIVA. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA TRAJETÓRIA HISTÓRICA DOS CUIDADOS PALIATIVOS Segundo a Ancp (2010), a história dos cuidados paliativos no Brasil e no mundo, iniciou na antiguidade, juntamente com as primeiras definições sobre o cuidar. Nesta época era comum encontrar os chamados hospices, que são as hospedarias, locais destinados a abrigar doentes, mulheres em trabalho de parto, moribundos, pobres, entre outros. Local que acolhia, protegia e aliviava os sofrimentos, da qual o foco não era a cura das doenças. No Brasil os hospices são instituições asilares. No século XVII, São Vicente de Paula, padre francês, fundou a Ordem das Irmãs de Caridade em Paris e abriram várias casas para abrigar órfãos, pobres, doentes, moribundos. Em 1900, Irmãs de Caridade Irlandesas fundaram o St. Joseph`s Convent, em Londres, que em 1902 foi aberto com 30 camas, para abrigar moribundos pobres. O hospice moderno é um conceito relativamente recente que surgiu no Reino Unido após a fundação do Hospice Saint Christopher em 1967, fundado por Dame Cicely Saunders, conhecida como fundadora do movimento do hospice moderno, do qual era voltado para ensino e pesquisa. Na década de 70 o encontro de Cicely Saunders e Elizabeth KuberRoss, nos Estados Unidos, fez com que o movimento crescesse naquele país (MATSUMOTO, 2009). Segundo Ancp (2010), em 2005, na Inglaterra, existiam 1700 hospices, com cerca de 220 unidades de internação para adultos, 33 unidades pediátricas e 358 serviços de atendimento domiciliar, onde os pacientes tinham acesso gratuito aos cuidados paliativos. Nesta época, a Medicina Paliativa foi reconhecida como especialidade médica, na Inglaterra. Nos Estados Unidos o movimento paliativista cresceu a partir da dedicação de um grupo de voluntários que se dedicaram aos pacientes que morriam isolados. Há relatos que em 2006, mais de 1,2 milhões de pessoas e familiares receberam tratamento paliativo, nos Estados Unidos, local onde a Medicina Paliativa é uma especialidade também reconhecida (Figura 1). Figura 1: Crescimento dos Cuidados Paliativos nos Estados Unidos. 1,3 milhões de pessoas atendidas nos hospices americanos. Adaptado NHPCO htt://WWW.nhpco.org/files/public/StatisticsַResearch/NHPCOַfactsand-figuresַNov 2007.pdf e htt://www.nhpco.org/i4a/pages/index.cfm?pageid=3274. Segundo Filho et al. (2008) no Brasil dispomos de poucas unidades que dedicam aos cuidados paliativos dentro dos hospitais. O pioneiro foi iniciado pela Dra Miriam Martelete em 1983, do Departamento de Anestesiologia do Hospital das Clínicas do Rio Grande do Sul. Em 1986 há relatos que na Santa Casa de São Paulo surgiu o Serviço de Dor e Cuidados Paliativos. Em 1989 surgiram o Centro de Estudos e Pesquisas Oncológicas (CEPON) em Florianópolis e o Grupo Especial de Suporte Terapêutico Oncológico (GESTO) no Instituto Nacional do Câncer (INCA) no Rio de Janeiro. Há relatos da existência de aproximadamente 340 grupos brasileiros com unidades de cuidados paliativos vinculados a instituições hospitalares. Para Ancp (2010) iniciativas isoladas e discussões a respeito dos cuidados paliativos foram encontradas desde os anos 70 no Brasil, mas nos anos 90 que começaram a surgir os primeiros serviços organizados, de forma experimental no país. Nesta época, o Prof. Marco Túlio de Assis Figueiredo abriu os primeiros cursos e atendimentos com filosofia paliativista na Escola Paulista de Medicina da UNIFESP (EPM). O Instituto Nacional do Câncer (INCA) inaugurou em 1998 o Hospital Unidade IV, exclusivamente dedicado aos cuidados paliativos. Há relatos que em 2002, o Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE/SP) inaugurou sua enfermaria de cuidados paliativos, comandada pela Dra. Maria Goretti Sales Maciel. Em São Paulo, em 2004, outro serviço pioneiro é do Hospital do Servidor Público Municipal comandado pela Dra. Dalva Yukie Matsumoto. A primeira tentativa de congregação dos paliativistas aconteceu com a fundação da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP) pela psicóloga Ana Geórgia de Melo, em 1997. Em 2005, no Brasil, a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), foi fundada. Com a ANCP, avançou a regularização profissional do paliativista brasileiro, estabeleceram critérios de qualidade para os serviços de cuidados paliativos, realizaram definições precisas do que é e do que não é cuidados paliativos e levaram a discussão para o Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Médica Brasileira (AMB) (ANCP, 2010). Em 1982, segundo Matsumoto (2009), o Comitê de Câncer da Organização Mundial de Saúde (OMS) criou um grupo de trabalho responsável para definir políticas para o alívio da dor e de cuidados tipo hospices recomendados em todos países para pacientes com câncer. A OMS em 1990, citado por Matsumoto (2009), publicou sua primeira definição de Cuidados Paliativos: ... cuidado ativo e total para pacientes cuja doença não é responsiva a tratamento de cura. O controle da dor, de outros sintomas e de problemas psicossociais e espirituais é primordial (MATSUMOTO, 2009, p.15). Neste sentido o objetivo do Cuidado Paliativo é proporcionar a melhor qualidade de vida, que seja possível, para pacientes e seus familiares. Segundo Matsumoto (2009), em 2002 a OMS redefiniu o conceito de Cuidados Paliativos, colocando ênfase na prevenção do sofrimento: Cuidados Paliativos é uma abordagem que promove a qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, a avaliação e o tratamento da dor e dos outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual (MATSUMOTO, 2009, p.16). Em 2009 o Conselho Federal de Medicina incluiu, em seu novo Código de Ética Médica os Cuidados Paliativos como princípio fundamental de cuidado. Porém, no Brasil, as atividades relacionadas aos cuidados paliativos não foram regularizadas na forma de lei (ANCP, 2010). OS CUIDADOS PALIATIVOS Cuidados Paliativos é um tratamento abrangente do desconforto, sintomas de stress e de doenças graves, não substituem o tratamento primário. Cuidados Paliativos trabalham em conjunto com o tratamento primário e o objetivo é de prevenir e aliviar o sofrimento, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Poderão estar disponível a qualquer momento durante a doença de um indivíduo, sendo somados aos tratamentos convencionais de saúde. A sua finalidade é tornar mais confortável o tratamento possível que a pessoa estiver recebendo, consequentemente melhorando a qualidade de vida das pessoas (NINR, 2009). Cuidado Paliativo, segundo Ancp (2010), é o alívio do sofrimento de um indivíduo, que envolve a compaixão pelo paciente e seus familiares. Têm por princípio o controle dos sintomas e da dor, buscando a manutenção de uma vida ativa, enquanto ela durar. O cuidado paliativo é mais que um método, é uma filosofia do cuidar. Visa prevenir e aliviar o sofrimento humano em muitas de suas dimensões. Para NHPCO (2010), os cuidados paliativos são um modelo compassivo de qualidade para pessoas que enfrentam uma vida com limitações acometidas devido presença de doenças e que necessitam, por algumas vezes, de internações em hospitais. Há um acompanhamento destes indivíduos por especialistas em assistência médica, há o objetivo de controlar a dor do paciente, também existe uma preocupação com o emocional e há um apoio espiritual expressamente adaptado ao paciente visando suas necessidades e seus desejos. O suporte é fornecido ao paciente e seus familiares , não visa o curativo concentra-se em apoio da demanda apresentada naquele momento. O objetivo dos cuidados paliativos é dar aos pacientes e seus familiares, a melhor qualidade possível de vida, a despeito do estágio de uma doença ou a necessidade de outros tratamentos. Os cuidados paliativos constituem uma modalidade emergente da assistência no fim da vida, construídos dentro de um modelo de cuidados totais, ativos e integrais oferecidos ao paciente e à sua família, legitimados pelo direito do paciente morrer com dignidade, se a morte vier a ocorrer. O cuidado paliativo é o cuidar do ser humano e de sua família, com compaixão e empatia. Deverá ocorrer entre paciente, familiares e equipe de saúde (FLORIANI E SCHRAMM, 2008). Segundo Filho et al. (2008), os cuidados paliativos têm como objetivo a prevenção e o alívio do sofrimento, melhorando a comunicação e o sinergismo com a terapêutica curativa. Complementam a terapêutica, já adotada milenarmente, de cuidados curativos. Esta filosofia de tratamento conjuga os valores dos pacientes e de seus familiares, facilitando as transferências entre os vários setores intra-hospitalares, que possam estar conduzindo um paciente com grave risco de vida. Para Doyle (2009) cuidados paliativos e hospice, que são as hospedarias, em português, é, essencialmente, a mesma coisa. Ambos os termos designam uma filosofia do cuidar, uma filosofia que pode ser aplicada em muitos lugares, hospitais gerais ou especializados em todos os países. A Medicina moderna muitas vezes tem mostrado a tendência de focalizar sua atenção apenas na parte do corpo que necessita de algum reparo. O cuidado paliativo tenta focalizar no homem como um todo, em suas necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais. Apesar de ainda estar se desenvolvendo em todo mundo, os cuidados paliativos estão progressivamente integrando-se aos cuidados curativos, inclusive nos ambientes de Terapia Intensiva. Na Terapia Intensiva, os cuidados paliativos envolvem a relação interpessoal entre equipe multiprofissional, pacientes e familiares, que deverão auxiliar no tratamento proposto. Têm como meta envolver a coletividade no processo do cuidar, nas intervenções propostas,que serão realizadas. Aspectos culturais, associados aos fatores sociais, como a dificuldade do tratamento de um doente terminal em seu lar, levaram à morte institucionalizada. No mundo atual, mais de 70% dos óbitos ocorrem nos hospitais e, mais especialmente nas Unidades de Terapias Intensivas (UTI`s). Nessas unidades, tamanho é o arsenal tecnológico disponível que se torna quase impossível morrer sem a anuência do médico intensivista. Corrobora com essa afirmação, o fato de que os óbitos nas UTI`s, a nível mundial, são precedidos em 30 a 50% dos casos de decisões sobre a suspensão ou recusa de tratamentos considerados fúteis ou inúteis (MORITZ et al., 2008). Os membros da equipe multiprofissional das UTI`s tornam-se angustiados diante das dúvidas sobre o real significado da vida e da morte. Até quando avançar nos procedimentos de suporte vital. Em que momento parar e, sobretudo, guiados por índices prognósticos ou por modelos de ética ou moralidade. Despreparados para essa questão, a medicina moderna passa a subestimar o conforto do enfermo impondo-lhe uma longa e sofrida agonia. Adia sua morte à custa de insensato e prolongado sofrimento. Para que a dor e o sofrimento neste processo de morrer sejam minimizados tem se tornado uma necessidade, a implantação de protocolos de cuidados paliativos nas UTI`s (MORITZ et al., 2008). Para Ancp (2010), os cuidados paliativos, finalmente, começam a ser reconhecidos em todas as esferas da sociedade brasileira. Este modelo de cuidado fundamenta-se na busca incessante do alívio dos principais sintomas estressores do paciente, em intervenções centradas no paciente e não em sua doença, em cuidados que visam dar uma vida restante com mais qualidade e um processo de morrer sem sofrimentos. Cabe aos profissionais atuarem diretamente com os familiares, tendo como meta e foco principal os pacientes e os cuidados que deverão ser prestados à eles. Segundo Twycross (2003), uma das propostas do cuidado paliativo é que os pacientes tenham qualidade de vida nos dias a serem vividos, independente do número de dias vividos. Também, esta modalidade de cuidar faz com que os profissionais, chamados de cuidadores, reflitam sobre qualidade de vida, que é algo intrínseco, individual, pois cada pessoa considera qualidade de vida de uma forma. Para ter qualidade de vida é necessário diminuir o afastamento entre as aspirações, aquilo que quer e aquilo que é possível alcançar. É nisso que se concentram os cuidados paliativos. Os cuidados paliativos têm uma relação tanto com qualidade de vida, como incluem também, a reabilitação. Desta forma, procura auxiliar o paciente a atingirem e obterem o seu potencial máximo, seja este físico, psicológico, social e/ou espiritual. Segundo Pessini (2005), a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1990 definiu Cuidados Paliativos como sendo o cuidado ativo total de pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento curativo. Controle da dor e de outros sintomas e problemas de ordem psicológica, social e espiritual são prioritários. O objetivo dos Cuidados Paliativos é proporcionar a melhor qualidade de vida para os pacientes e seus familiares. Esta definição é no sentido de que se centra no paciente e enfatiza a natureza multifacial da condição humana e identifica a qualidade de vida como seu objetivo último. Contudo, o uso do termo curativo não ajuda, uma vez que muitas condições crônicas não podem ser curadas, mas podem ser compatíveis com uma expectativa de vida por várias décadas. Para Barbero e Díaz (2007), os cuidados paliativos se estabelecem como um sistema de apoio e suporte para os pacientes e a sua família, gerando maior segurança e tranquilidade durante todo processo de adoecimento e morte, quando ela ocorrer. Para Filho e Gutierrez (2008), o cuidado paliativo é uma abordagem terapêutica que envolve uma equipe multiprofissional. Esta equipe, muitas vezes presentes em terapias intensivas, tem como objetivo identificar os problemas relacionados à internação, na esfera física, psicológica, espiritual ou social. Neste cenário, uma boa comunicação entre os envolvidos é fundamental e na maioria das vezes, é a primeira estratégia das equipes para envolverem os familiares. Segundo Ancp (2010), a OMS desenhou um modelo de intervenção em cuidados paliativos onde as ações paliativas têm início já no momento do diagnóstico e o cuidado paliativo se desenvolve de forma conjunta com as terapêuticas capazes de modificar o curso da doença. A paliação ganha expressão e importância para o paciente à medida que o tratamento modificador da doença (em busca da cura) perde sua efetividade. Na fase final da vida, os cuidados paliativos são imperiosos e perduram no período do luto, de forma individualizada. As ações incluem medidas terapêuticas para o controle dos sintomas físicos, intervenções psicoterapêuticas e apoio espiritual ao paciente do diagnóstico ao óbito. Para os familiares, as ações se dividem entre apoio social e espiritual e intervenções psicoterapêuticas do diagnóstico ao período do luto. Um programa adequado inclui ainda medidas de sustentação espiritual e de psicoterapia para os profissionais da equipe, além de educação continuada. A condição ideal para o desenvolvimento de um atendimento satisfatório deve compreender uma rede de ações composta por consultas ambulatoriais, assistência domiciliar e internação em unidade de média complexidade, destinada ao controle de ocorrências clínicas e aos cuidados de final da vida. CUIDADO PALIATIVO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES A Terapia Intensiva tem apresentado uma grande evolução nos últimos 20 anos, em todo mundo e também no Brasil. Atualmente, pacientes portadores de doenças críticas que evoluiriam para a morte podem ser mantidos vivos através de métodos artificiais. Embora a medicina intensiva se destine a diagnosticar, tratar e manter doentes em iminente risco de vida, mas potencialmente reversível, alguns doentes críticos podem evoluir com falência de múltiplos órgãos e sistemas e se tornarem vítimas de doenças terminais, fora de possibilidades terapêuticas curativas. Esse fato cria um dilema para os médicos intensivistas, colocados comumente diante da necessidade de decisões sobre a recusa ou suspensão de tratamentos considerados fúteis (MORITZ et al., 2009). A dificuldade de comunicação entre os profissionais de saúde, os paciente e familiares é sem dúvida um grande problema nas terapias intensivas. Um importante aspecto da Medicina é saber comunicar, informar, relacionando-se com compaixão. A comunicação é o pilar da Medicina Paliativa. Comparada às medicações, uma habilidade em comunicação, possui eficácia paliativa; pode reduzir sintomas rapidamente sem efeitos colaterais. Assim, a comunicação de uma má notícia é um dos maiores desafios na prática diária dos profissionais das UTI`s. Uma pesquisa indicou que muitos hospitalistas sentem-se despreparados para indicar e prover cuidados paliativos e reconhecem a educação e o treinamento como uma prioridade na vida dos profissionais (FILHO et al., 2008). A assistência paliativa tem sido atualmente um tema discutido em todo o mundo, especialmente nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Juntamente com ela, se solidificam, ainda mais, as discussões bioéticas. A compreensão e discussão de temas como a eutanásia, distanásia e obstinação terapêutica, devem fazer parte do quotidiano dos profissionais de saúde. Alguns profissionais, em especial os Enfermeiros, passam um maior período de tempo em contato com o paciente e seu sofrimento, e são importantes na promoção da qualidade de vida do paciente. Cabe a este profissional também fazer um elo de ligação entre dados obtidos do paciente, familiares e demais membros da equipe multiprofissional (SOARES; TERZI; PIVA; 2007). A Medicina curativa nas UTI`s tem sido obstinada em ajudar a ganhar mais tempo de vida, mas ainda se omite em proporcionar qualidade de vida ao seu término. Não tem sido desenvolvida a atenção devida ao alívio do sofrimento dos pacientes terminais, pelo contrário, perde-se em discussões complexas, que oscilam entre eutanásias, distanásias e mistanásias, mesmo diante de um mundo globalizado, onde se convive com diversas culturas, religiões e moralidades. A Medicina paliativa vai além destes rótulos; ela nos qualifica, desenvolve o aprendizado e ajuda a oferecer o que se tem de melhor, resgatando o amor. A educação entre os profissionais de saúde, desde sua formação, com apropriada informação e treinamento torna-se fundamental para que o significado e a filosofia do exercício médico não se perca. A promoção e a presença de uma abordagem paliativa aos pacientes elegíveis em tempo apropriado, certamente tornaria a Medicina geral mais próxima dos desejos e valores dignos dos homens (FILHO et al., 2008). Ainda existe no Brasil um desconhecimento relacionado aos cuidados paliativos por parte dos profissionais de saúde, gestores hospitalares e poder judiciário. Ainda se confunde atendimento paliativo com eutanásia e há dúvidas com relação ao uso de opióides, como a morfina, para o alívio da dor, para alguns pacientes. Ainda são poucos os serviços de cuidados paliativos no Brasil. A grande maioria dos serviços ainda requer a implantação de modelos padronizados de atendimento que garantam a eficácia e a qualidade. Há uma lacuna na formação de médicos e profissionais de saúde em cuidados paliativos, essencial para o atendimento adequado, devido à ausência de residência médica e a pouca oferta de cursos de especialização e de pós-graduação de qualidade. A conscientização da população brasileira sobre os cuidados paliativos é essencial para que o sistema de saúde brasileiro mude sua abordagem aos pacientes portadores de doenças que ameaçam a continuidade de suas vidas. Cuidados Paliativos é uma necessidade de saúde pública, uma necessidade humanitária, principalmente porque a incidência das doenças crônicas está aumentando, visto que a expectativa de vida aumentou (ANCP, 2010). Segundo Ibge (2010) a redução da mortalidade infantil,devido a ampla cobertura vacinal, contribuiu para a queda da mortalidade infantil e para o aumento da esperança de vida ao nascer, a expectativa de vida passou de 67,3 anos em 1992 para 73 anos em 2008. Nas Unidades de Terapias Intensivas as discussões acerca dos cuidados paliativos iniciarão, visto que a cada dia, a expectativa de vida da população está aumentando e consequentemente às doenças crônico-degenerativas aparecendo. Temos muitos pacientes internados em Terapias Intensivas, dos quais necessitam de intervenções da equipe multiprofissional, para nortear seus familiares, dando um subsídio no seu processo de adoecer. Neste processo tanto a equipe multiprofissional, quanto os familiares dos pacientes internados deverão receber orientações, para que seja obtida uma mudança comportamental, visto que fomos adaptados para não seguir este modelo proposto de cuidado. Viemos de uma educação, principalmente na maioria das faculdades, voltada para cuidados curativos, tendo como base a doença. As intervenções são, na maioria dos serviços, realizadas tendo por base as patologias observadas. O envolvimento da coletividade (família-paciente-equipe multiprofissional), na maioria dos serviços de Terapia Intensiva, não acontece e/ou não são trabalhadas de forma paliativista. Por outro lado, em todo momento, em serviços de saúde, em especial nas Terapias Intensivas, somos avaliados. Avaliados pelos pacientes, quando possível, por seus familiares, e/ou por outros profissionais (DOYLE, 2009). Segundo Furtado (2006) as experiências precisam ser consideradas e superadas quando nos aproximamos do campo da avaliação sistemática de programas e serviços. As noções iniciais sobre o que seja avaliar marcam o imaginário social e perseveram com frequência originando resistências dos trabalhadores e gestores. Com isto a proposta de implementar os cuidados paliativos na Terapia Intensiva, se torna um desafio para todos que acreditam que esta mudança de paradigma seja possível. Desafio que terá como foco os pacientes internados, que serão atendidos com esta nova forma de abordagem. Os cuidados paliativos serão aplicados juntamente com os cuidados curativos, já instituídos. A implantação dos cuidados paliativos nas Terapias Intensivas no Brasil se dará à medida que mudanças comportamentais dos profissionais acontecerem, quando os profissionais virem à necessidade da implantação deste novo modelo e quando mais pesquisas científicas com esta temática forem realizadas, para comprovar que esta nova maneira de cuidado aos pacientes é importante para o envolvimento dos profissionais, pacientes e seus familiares. Protocolos de cuidados paliativos deverão ser implementados para respaldar este novo método de cuidado. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Medicina curativa nas UTI`s tem sido obstinada em ajudar a ganhar mais tempo de vida, mas ainda se omite em proporcionar qualidade de vida ao seu término. O cuidado paliativo evidencia a preocupação em manter a melhor assistência possível, permitindo aos pacientes uma melhor qualidade de vida, proporcionando alívio dos sintomas e sofrimento, com manutenção do conforto tanto ao paciente como para seus familiares. Esta filosofia de cuidar completa os tratamentos curativos da Medicina Moderna, mas principalmente, proporciona a equipe multiprofissional, dignidade e significado aos tratamentos escolhidos e prestados aos pacientes. O processo de implementação dos cuidados paliativos na Terapia Intensiva, junto com a equipe multiprofissional, poderá ser desenvolvido de várias maneiras. A compreensão e o entendimento do conceito e da essência dos cuidados paliativos, por parte dos membros da equipe de saúde, cuidadores, é primordial para implantar esta filosofia nos serviços hospitalares, incluindo nas Terapias Intensivas. A Medicina paliativa vai além de rótulos, ela nos qualifica, desenvolve o aprendizado e ajuda a oferecer o que se tem de melhor, resgatando o amor. A educação entre os profissionais de saúde, desde sua formação, com apropriada informação e treinamento torna-se fundamental para que o significado e a filosofia do exercício médico não se percam. A promoção e a presença de uma abordagem paliativa aos pacientes elegíveis em tempo apropriado, certamente tornaria a Medicina geral mais próxima dos desejos e valores dignos dos homens. A implantação dos cuidados paliativos nas Unidades de Terapias Intensivas poderá possibilitar trabalhar a coletividade, ou seja, as equipes multiprofissionais envolvidas no atendimento, os familiares e os próprios pacientes. Em alguns casos, poderão ocorrer mudanças comportamentais tanto por parte dos profissionais, quanto por parte dos familiares dos pacientes envolvidos neste processo. Enfim, após a implantação dos cuidados paliativos nas UTI`s espera-se para a vida dos pacientes internados, familiares e equipe multiprofissional, uma melhora na qualidade de vida, mudanças de paradigmas envolvendo o binômio adoecimento e morte, esclarecimentos de dúvidas quanto ao melhor tratamento proposto e discussões sobre os mesmos, ou seja, o relacionamento interpessoal será favorecido diante deste fato. A morte e o morrer deverão ser trabalhados, pois é uma realidade vivenciada nas Terapias Intensivas, visto a gravidade, por muitas vezes dos pacientes ali internados. Os cuidados paliativos revela-nos um morrer, quando acontecer, com dignidade, sendo que os familiares deverão ser envolvidos neste processo. A educação permanente, as sensibilizações entre os membros da equipe, a humanização, os aspectos éticos, a flexibilidade, as discussões de cada paciente em equipe, o atendimento individual aos familiares, são alguns pontos a serem trabalhados por todos que trabalham nas Terapias Intensivas. Os complexos problemas que emergem com os cuidados no fim da vida colocamnos diante da necessidade de aprofundarmos o debate em torno deste momento crítico da existência humana. Os cuidados paliativos, por ser uma disciplina nova e por ter pouca articulação nacional, têm pela frente um árduo caminho de legitimação em nosso país. Em relação aos cuidados paliativos no Brasil, não existem diretrizes nacionais que respaldem esta prática, os dados são precários e a prática, pouco difundida. Os dados obtidos relacionando Terapias Intensivas e Cuidados Paliativos são baseados, em sua maioria, em estatísticas estrangeiras, embora que se tenha grande número de pacientes atendidos diariamente, em alguns hospitais que já adotaram esta nova metodologia de cuidado. Faz-se, portanto, necessário construir rotinas consistentes e direcionadas ao nosso perfil de pacientes brasileiros, principalmente no que diz respeito ao perfil socioeconômico, pois no aspecto clínico não diferem dos demais, também implantar protocolos de cuidados paliativos envolvendo o tipo de clientela atendida, a forma de condução do tratamento, entre os demais aspectos. Existem possibilidades de se atender pacientes em Terapias Intensivas tendo como base os cuidados paliativos, principalmente que atualmente vivenciamos um crescimento nas doenças crônicas, o que por consequência, haverá um crescimento acentuado na expectativa de vida da população e nas taxas de ocupações das Terapias Intensivas. Os desafios são muitos se pensarmos na construção e implantação dos cuidados paliativos em Terapias Intensivas, pois era uma metodologia usada principalmente para pacientes com doenças terminais. Serão necessários protocolos para respaldo desta prática. Ainda, não tem sido desenvolvida a atenção devida ao alívio do sofrimento dos pacientes terminais, pelo contrário, perde-se em discussões complexas, que oscilam entre eutanásias, distanásias e mistanásias, mesmo diante de um mundo globalizado, onde se convivem com diversas culturas, religiões e moralidades. Portanto, discussões envolvendo o ser humano, ética, moral, religião também deverá acontecer, pois faz parte do cotidiano de vida e morte. REFERÊNCIAS ANCP - Academia Nacional de Cuidados Paliativos. O que são Cuidados Paliativos? Disponível em: www.paliativo.org.br. Acesso em: 02/07/2010. BARBERO, J.; DÍAZ, L. Diez cuestiones inquietantes en cuidados paliativos. An. Sist. Sanit. Navar., vol.30, suplemento 3, 2007. DOYLE, D. Bilhete de Plataforma: vivências em Cuidados Paliativos. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2009. FILHO, R. C. C.; COSTA, J. L. F.; GUTIERREZ, F. L. B. da R.; MESQUITA, A. F. de. Como implementar Cuidados Paliativos de Qualidade na Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, vol.20, n°1, Janeiro / Março, 2008. FLORIANI, A. C.; SCHRAMM, F. R. Cuidados Paliativos: interfaces, conflitos e necessidades. Revista Ciência & Saúde Coletiva, vol.13, 2008. FURTADO, J. P. Avaliação de Programas e Serviços. In: CAMPOS, G.W.S. et al (orgs). Tratado de Saúde Coletiva. Editora Hucitec / Editora Fiocruz: São Paulo / Rio de Janeiro, 2006. p. 715-739 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: WWW.ibge.gov.br. Acesso em: 10/12/2010. Manual de cuidados paliativos / Academia Nacional de Cuidados Paliativos. - Rio de Janeiro : Diagraphic, 2009. 320p. MATSUMOTO, D. Y. Cuidados Paliativos: conceitos, fundamentos e princípios. Manual de Cuidados Paliativos / Academia Nacional de Cuidados Paliativos – Rio de Janeiro: Diagraphic, 2009, p.14-15. MORITZ, R. D.; LAGO, P. M.; DEICAS, A.; NILSON, C.; MACHADO, F. O.; OTHERO, J.; PIVA, P.; ROSSÍNI, J. P.; ROVATTI, K.; AZEVEDO, N.; SILVA, N. B.; PUSCH, R. 1° Fórum do Grupo de estudos do fim da vida do cone sul: proposta para atendimento do paciente portador de doença terminal internado em UTI. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2009; 21 (3):306-309. MORITZ, R. D.; LAGO, P. M.; SOUZA, R. P.; SILVA, N. B.; JAIRO, F. A. M.; OTHERO, C. B.; MACHADO, F. O.; PIVA, P.; D´AGOSTINO, M.; DIAS, J. C. R.V.; ROCHA, E.; ANDREA, R.; VIANA, P. P. V.; MAGALHÃES, P. B. Terminalidade e cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2008; 20 (4):422-428. NINR - National Institute of Nursing Research. Palliative Care: The relief you need when you`re experiencing the symptoms of serious illness. June, 2009. NHPCO - National Hospice and Palliative Care Organization. NHPCO - Facts and Figures: Hospice Care in America. Alexandria, VA: National Hospice and Palliative Care Organization, September, 2010. PESSINI, L. Cuidados Paliativos: alguns aspectos conceituais, biográficos e éticos. Revista Prática Hospitalar, ano VII, n°41, Setembro / Outubro, 2005. SOARES, M.; TERZI, R. G. G.; PIVA, J. P. Série Temática – Terminalidade da vida e cuidados de final de vida na Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2007: 19:3:357-358. TWYCROSS, R. Cuidados Paliativos. Climepsi Editores: 2ª ed., Lisboa, nov., 2003.