i COWPEA APHID-BORNE MOSAIC VIRUS E O SEU EFEITO NO METABOLISMO SECUNDÁRIO DO MARACUJAZEIRO (PASSIFLORA EDULIS fo. FLAVICARPA O.Deg.) Armando Toshikatsu Tomomitsu Dissertação apresentada ao Instituto Biológico, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, para obtenção do título de Mestre em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio. Área de Concentração: Manejo integrado de pragas e doenças em ambientes rurais e urbanos. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Eiras São Paulo 2013 i INSTITUTO BIOLÓGICO PÓS-GRADUAÇÃO COWPEA APHID-BORNE MOSAIC VIRUS E O SEU EFEITO NO METABOLISMO SECUNDÁRIO DO MARACUJAZEIRO (PASSIFLORA EDULIS fo. FLAVICARPA O.Deg.) Armando Toshikatsu Tomomitsu Dissertação apresentada ao Instituto Biológico, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, para obtenção do título de Mestre em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio. Área de Concentração: Manejo integrado de pragas e doenças em ambientes rurais e urbanos. Orientador: Prof Dr Marcelo Eiras Co-orientadora: Prof. Dra. Déborah Yara Cursino dos Santos São Paulo 2013 i Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo Núcleo de Informação e Documentação – IB Tomomitsu, Armando Toshikatsu. Cowpea aphid-borne mosaic vírus e o seu efeito no metabolismo secundário do maracujazeiro (Passiflora edulis fo. flavicarpa O.Deg.). / Armando Toshikatsu Tomomitsu. -- São Paulo, 2013. 64 p. Dissertação (Mestrado). Instituto Biológico (São Paulo). Programa de Pós-Graduação. Área de concentração: Sanidade Animal, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio Linha de pesquisa: Manejo integrado de pragas e doenças em ambientes rurais e urbanos. Orientador: Marcelo Eiras. Versão do título para o inglês: Cowpea aphid-borne mosaic vírus and its effect on secondary metabolismo of the passion flower (Passiflora edulis fo. Flavicarpa O.Deg.). 1. Potyvirus 2. CABMV 3. Passifloraceae 4. Fenóis 5. Flavonóides I. Tomomitsu, Armando Toshikatsu II. Eiras, Marcelo III. Instituto Biológico (São Paulo). IV. Título IB/Bibl./2013/015 i SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS INSTITUTO BIOLÓGICO Pós-Graduação Av. Cons. Rodrigues Alves 1252 CEP 04014-002 - São Paulo – SP [email protected] FOLHA DE APROVAÇÃO Armando Toshikatsu Tomomitsu Título: Cowpea aphid-borne mosaic virus e o seu efeito no metabolismo secundário do maracujazeiro (Passiflora edulis fo. flavicarpa O.Deg.) Orientador: Prof. Dr. Marcelo Eiras Dissertação apresentada ao Instituto Biológico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios para obtenção do título de Mestre em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio. Área de Concentração: Manejo integrado de pragas e doenças em ambientes rurais e urbanos. Aprovada em: Banca Examinadora Assinatura: Prof. (a) Dr.(a): Instituição: Assinatura: Prof. (a) Dr.(a): Instituição: Assinatura: Prof. (a) Dr.(a): Instituição : i Dedico a todos que contribuíram e acreditaram na execução deste trabalho. i Agradecimentos Especialmente ao professor, orientador, e amigo Dr. Marcelo Eiras, por me aceitar como aluno, pelos conhecimentos compartilhados, dúvidas esclarecidas, paciência, sugestões, correções e bons momentos de descontração. Agradeço-o principalmente pela confiança e amizade que me manteve firme e confiante durande todo o período do mestrado. Á professora e co-orientadora, Dra. Déborah Yara Alves Cursino dos Santos, que me abriu as portas da fitoquímica e permitiu que eu pudesse desenvolver este trabalho. Agradeço muito a ela pela amizade, paciência e ensinamentos. Principalmente por todas as contribuições neste trabalho. Ao Instituto Biológico que sempre me recebeu de braços abertos, contribuiu para a minha formação durante a graduação e durante mestrado. Ao Programa de Pós-graduação do Instituto Biológico, e todos os docentes e discentes. Aos amigos pesquisadores do Laboratório de Fitovirologia e Fisiopatologia, por sempre estarem dispostos a esclarecer dúvidas, pelo incentivo a sempre buscar o melhor de mim, pela amizade e descontração durante todo o mestrado. Aos funcionários, amigos e professores do Laboratório de Fitoquímica do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, que me receberam, acolheram, dividiram experiências, conhecimentos e alegrias. À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo pela bolsa de mestrado concedida. Finalmente agradeço a Deus pela graça da vida, à minha família e à minha querida namorada, pelo amor e carinho sempre! i TOMOMITSU, A.T. COWPEA APHID-BORNE MOSAIC VIRUS E O SEU EFEITO NO METABOLISMO SECUNDÁRIO DO MARACUJAZEIRO (PASSIFLORA EDULIS fo. FLAVICARPA O.DEG.). São Paulo-SP. 2013. Dissertação (Mestrado em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio) – Instituto Biológico. Resumo O maracujá-amarelo (Passiflora edulis fo. flavicarpa O.Deg.) é conhecido na medicina popular devido às suas propriedades farmacológicas, sendo muitas delas determinadas por metabólitos secundários tais como flavonoides. O “endurecimento dos frutos do maracujazeiro”, induzido pelo Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV), é a virose mais importante que afeta esta cultura no Brasil, impedindo os frutos de serem comercializados, gerando prejuízos econômicos. Portanto, devido aos poucos trabalhos publicados e à falta de informação sobre a influência da infecção viral na produção de metabólitos secundários, o presente projeto teve como objetivos: (ii) avaliar os efeitos e variações na concentração de flavonoides em folhas de P. edulis fo. flavicarpa infectadas experimentalmente com o CABMV; (i) identificar e quantificar os principais flavonoides de folhas de P. edulis fo. flavicarpa. Avaliaram-se três tratamentos: C – plantas controle; L1 – plantas inoculadas com solução de sulfito de sódio 0,5% e L2 – plantas inoculadas com o CABMV + solução de sulfito de sódio 0,5%, em dois experimentos distintos. A extração hidro-alcoólica foi utilizada para fenóis e flavonoides totais. Cromatografias em papel e em camada delgada foram utilizadas para avaliar a classe de flavonoides em maracujazeiroamarelo, e a cromatografia líquida de alta eficiência analítica e preparativa utilizadas para o isolamento de flavonoides. As estruturas químicas dos flavonoides foram propostas a partir de reações de deslocamento com reagentes ionizantes e complexantes. Os fenóis e os flavonoides totais foram quantificados com o reagente de Folin-Ciocalteau e cloreto de alumínio, e lidos respectivamente em espectrofotômetro com λ=760 nm e 420 nm. Os flavonoides identificados foram quantificados por meio de curva padrão em CLAE analítica com detector em UV-visível (DAD – Diode array detector). Foram tentativamente identificados três flavonas glicosiladas derivadas de apigenina (C-glicosídeo de apigenina, apigenina 6-O-glicosilado e C-glicosídeo de apigenina 7-O-Me), e um quarto flavonoide que não pôde ser identificado. Apesar de estatisticamente não ter havido diferenças, o teor de fenóis foi maior em L2. Os quatro flavonoides foram identificados nos tratamentos em quantidades diferentes, porém, sem diferença estatística. O CABMV não interferiu na quantidade de flavonoides e, portanto, aparentemente não interferiu no metabolismo secundário do maracujazeiro-amarelo com até 90 dias após a germinação. Palavras chave: CABMV, Potyvirus, endurecimento dos frutos, fenóis, flavonoides, Passifloraceae. ii TOMOMITSU, A.T. COWPEA APHID-BORNE MOSAIC VIRUS AND ITS EFFECT ON SECONDARY METABOLISM OF THE PASSION-FLOWER (PASSIFLORA EDULIS fo. FLAVICARPA O.DEG.). São Paulo-SP. 2013. Dissertação (Mestrado em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio) – Instituto Biológico. Abstract The yellow passion fruit (Passiflora edulis fo. flavicarpa O.Deg.) is known in folk medicine due to its pharmacological properties, many of which are determined by secondary metabolites such as flavonoids. The "Passion fruit woodiness disease" induced by Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV), is the most important virus disease that affects the crop in Brazil, preventing the fruits being sold and generating economic losses. Therefore, due to the few published studies and lack of information about the influence of viral infection in the production of secondary metabolites, this work aimed to: (ii) evaluate the effects of variations in the concentration of flavonoids in leaves of P. edulis fo. flavicarpa inoculated with CABMV, (i) identify and quantify the main flavonoids in leaves of P. edulis fo. flavicarpa. Three treatments were evaluated: C - control plants; L1 - plants inoculated with solution of sodium sulfite 0.5%; and L2 - plants inoculated with CABMV + solution of sodium sulfite 0.5%, in two different experiments. The hydro-alcoholic extractions were used for total phenols and flavonoids. Paper chromatography and thin layer were used to assess the class of flavonoids in passion fruit and analytical and preparative high performance liquid cromatography was used for the isolation of flavonoids. The chemical structures of flavonoids were proposed from shift reactions with complexing and ionizing reagents. Total flavonoid and phenols were quantified by the Folin-Ciocalteau reagent and aluminum chloride, and respectively read on a spectrophotometer at λ = 760 and 420 nm. The identified flavonoids were quantified using the standard curve in analytical HPLC with UV-visible detector (DAD - Diode array detector). We identified three glycosides flavones from apigenin (C-apigenin glycoside, apigenin 6-Oglycoside, and C-glycoside apigenin 7-O-Me) and a fourth flavonoid which could not be identified. Although there were no statistically differences, the phenol content was higher in L2. The four flavonoids were identified in treatments in different amounts, however with no statistical difference. The CABMV did not interfere with the amount of flavonoids, and therefore apparently did not affect the secondary metabolism of yellow passion fruit with up to 90 days after germination. Keywords: CABMV, Potyvirus, woodiness disease, phenols, flavonoids, Passifloraceae. iii Lista de figuras Figura 1 – Estrutura molecular de um flavonoide (flavona) [modificado de Zeraik et al. (2010)]......................................................................................................................................... 8 Figura 2 – Biossíntese de flavonoides a partir de fenilpropanoides e moléculas de acetil-CoA [modificado de DAVIES; SCHWINN (2006)] .............................................................................. 9 Figura 3 – Estrutura química dos quatro principais flavonoides de Passiflora [modificado de Zucolotto et al. (2011)].............................................................................................................. 11 Figura 4 - Representação esquemática do genoma de RNA de fita simples dos Potyvirus indicando as diferentes proteínas (P1, HC-Pro, P3, CI, VPg, Pro, NIb, CP) que sofrem processamento pós-traducional [adaptado de Shukla (2004) com inclusão da PIPO, identificada por Chung et al. (2008)] ........................................................................................ 13 Figura 5 - Sintomas de mosaico, bolhas e distorção foliar induzidos pelo CABMV em maracujazeiro-amarelo (A, B); e sintomas de anéis cloróticos induzidos pelo CABMV em maracujazeiro-doce (C). (Fotos: Marcelo Eiras) ...................................................................... 14 Figura 6 - Delineamento experimental 1; Lotes de maracujazeiro “IAC-277”, C – plantas sem tratamento; L1 – plantas fricionadas com solução sulfito de sódio 0,5%; L2 – plantas inoculadas mecanicamente com CABMV em presença de solução sulfito de sódio 0,5%; R – repetição (6 plantas) ................................................................................................................. 17 Figura 7 - Delineamento experimental 2; Lotes de maracujazeiro “IAC-277”, C – plantas sem tratamento; L1 – plantas fricionadas com solução sulfito de sódio 0,5%; L2 – plantas inoculadas mecanicamente com CABMV em presença de solução sulfito de sódio 0,5%; R – repetição (4 plantas) ................................................................................................................. 17 Figura 8 – Extração de flavonoides totais; contorno vermelho – repetidos por 3 vezes; contorno amarelo – repetido por 5 vezes ................................................................................ 20 Figura 9 – Curva-padrão de ácido p-cumárico ....................................................................... 26 Figura 10 – Curva-padrão de quercetina ................................................................................ 26 Figura 11 – Curva-padrão de vitexina ..................................................................................... 26 Figura 12 - Médias da concentração de fenóis e flavonoides totais nas folhas de Passiflora edulis fo. flavicarpa (Experimento 1): C – Controle; L1 – solução de sulfito de sódio; L2 CABMV em presença de solução de sulfito de sódio .............................................................. 27 Figura 13 - Quantificação dos flavonoides identificados em Passiflora edulis fo. flavicarpa . 35 iv Lista de tabelas Tabela 1: Volume, massa e concentração de ácido p-cumárico usado no preparo da curvapadrão em espectrofotômetro. ................................................................................................. 20 Tabela 2: Volume, massa e concentração de quercetina usados no preparo da curva-padrão em espectrofotômetro............................................................................................................... 21 Tabela 3: Volume, massa e concentrações de vitexina usados na preparação da curvapadrão em CLAE. ..................................................................................................................... 22 Tabela 4: Média (±DP) das diferenças entre alturas (cm) de cada tratamento. C – Controle; L1 – solução de sulfito de sódio; L2 - CABMV em presença de solução de sulfito de sódio. Valores seguidos de mesma letra não apresentam diferenças significativas (α=5%). .......... 25 Tabela 5: Teor (μg/mg de folha seca) de fenóis e flavonoides totais nos extratos metanólicos das folhas do maracujazeiro-amarelo do experimento 1. C – Controle; L1 – solução de sulfito de sódio; L2 - CABMV em presença de solução de sulfito de sódio. Os valores correspondem a média ± DP. Valores seguidos de mesma letra não apresentam diferenças significativas (α=5%). Fenóis (p=0,4704). Flavonoides (p=0,3477). ....................................... 27 Tabela 6: Teor (μg/mg de folha seca) de cada flavonoide isolado (em padrões de vitexina), nos extratos metanólicos das folhas do maracujazeiro do experimento 2. C – Controle; L1 – solução de sulfito de sódio; L2 - CABMV em presença de solução de sulfito de sódio. Os valores correspoondem a médias ± DP. Valores seguidos de mesma letra em colunas não apresentam diferenças significativas (α=5%). ......................................................................... 35 v Lista de abreviações: siglas e símbolos Abs AlCl3 BAW C CABMV CCD CLAE cm Da DAD DAG DAI DP EFM EPAW eV g h H3BO4 ha HCl HOAc HPLC K L M mAU MeOH mg min mL EM N NaOAc NH3 NH4OH nm o C PVPP r2 Rf RT UV λ μg μL absorbância cloreto de alumínio butanol: ácido acético: água carbono Cowpea aphid-borne mosaic virus Cromatografia em Camada Delgada Cromatografia Líquida de Alta Eficiência centímetros Dáltons Diode Array Detector dias após a germinação dias após a inoculação Desvio padrão Endurecimento dos frutos do maracujazeiro acetato de etila:piridina:ácido acético: água elétron volt grama hora ácido bórico hectare ácido clorídrico ácido acético High Precision Liquid Cromatography kilo litro molar abundância metanol miligrama minuto mililitro Espectrometria de Massas normalidade acetato de sódio amônia hidróxido de amônio nanômetro graus Celsius polivinilpolipirrolidona fator de correlação relação de frente tempo de retenção ultravioleta comprimento de onda micrograma microlitro i Sumário Lista de figuras ...................................................................................................................................... iii Lista de tabelas...................................................................................................................................... iv Lista de abreviações: siglas e símbolos................................................................................................... v 1. Introdução ...................................................................................................................................... 1 2. Revisão de literatura ..................................................................................................................... 3 3. 2.1 Classificação botânica ............................................................................................................. 3 2.2 Importância econômica .......................................................................................................... 4 2.3 Princípios farmacológicos, uso medicinal e metabólitos secundários .................................... 6 2.4 Flavonoides ............................................................................................................................ 7 2.5 Viroses do maracujazeiro ..................................................................................................... 12 Material e Métodos ...................................................................................................................... 16 3.1 Local de realização dos experimentos e material biológico.................................................. 16 3.2 Fonte do isolado viral ........................................................................................................... 16 3.3 Transmissão mecânica .......................................................................................................... 16 3.4 Delineamento experimental ................................................................................................. 16 3.5 Avaliação do crescimento ..................................................................................................... 18 3.6 PTA - ELISA (Plate Traped Antigen – Enzyme Linked Immunosorbent Assay) ....................... 18 3.7 Substâncias fenólicas e flavonoides...................................................................................... 19 3.7.1 Extração ........................................................................................................................ 19 3.7.2 Quantificação de fenóis e flavonoides .......................................................................... 20 3.7.3 Cromatografias ............................................................................................................. 22 3.7.4 Reações de deslocamento ............................................................................................ 23 3.7.5 Hidrólise ácida .............................................................................................................. 24 3.8 4. Análise estatística ................................................................................................................. 25 Resultados .................................................................................................................................... 25 4.1 Transmissão mecânica .......................................................................................................... 25 4.2 Avaliação do crescimento ..................................................................................................... 25 4.3 Quantificação de fenóis e flavonoides totais ........................................................................ 25 4.4 Flavonoides identificados ..................................................................................................... 27 4.4.1 Reações de deslocamento ............................................................................................ 28 4.4.2 Quantificação dos flavonoides isolados ........................................................................ 35 5. Discussão ...................................................................................................................................... 36 6. Conclusões ................................................................................................................................... 40 7. Referências Bibliográficas............................................................................................................. 41 1 1. Introdução O gênero Passiflora L. (Passifloraceae, tribo Passiflorieae) possui aproximadamente 520 espécies, distribuídas principalmente em regiões tropicais e subtropicais, sendo cerca de 150 espécies do Brasil (CERVI, 2005). Das espécies já descritas, Passiflora edulis fo. flavicarpa O.Deg. (maracujá-amarelo ou maracujá-azedo), P. edulis fo. edulis Sims (maracujá-roxo), P. alata Curtis (maracujá-doce), P. ligularis Juss. e P. quadrangularis L. são as mais difundidas e cultivadas comercialmente (MELETTI, 2011). O mercado de frutas é um dos mais prósperos do território brasileiro, principalmente devido às condições climáticas favoráveis, que aliadas às inovações tecnológicas, tornam o maracujá-amarelo uma fonte de renda para o pequeno produtor durante o ano todo, com mercado voltado para o consumo de fruto in natura e a produção de suco concentrado. O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá-amarelo, com aproximadamente 62.019 ha de área cultivada (AGRIANUAL, 2013), sendo a região nordeste a maior produtora (MELETTI, 2011). No entanto, esta cultura está sujeita a doenças de origem fúngica, bacteriana, às causadas por fitoplasmas, nematoides e, principalmente, àquelas induzidas por vírus (ANJOS et al., 2001, CHAGAS; COLARICCIO, 2006, FISCHER; REZENDE, 2008). O “Endurecimento dos Frutos do Maracujazeiro” (EFM), principal doença que afeta os cultivos de maracujá, no Brasil é atribuído ao Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV), que causa o endurecimento do pericarpo, impedindo os frutos de serem comercializados e gerando queda na produção, perda da qualidade e prejuízos econômicos (PERUCH et al., 2009). A elevada incidência dessa virose se dá pela não disponibilidade de variedades comerciais resistentes, e ao fracasso de outras medidas de controle, o que acarreta em perdas na produção e torna a cultura, originalmente considerada semiperene, uma cultura anual. Essa mudança leva muitos produtores de maracujá a migrarem para novas regiões ou abandonar o cultivo. A indisponibilidade de variedades de maracujazeiro comerciais resistentes ao CABMV (MACIEL et al., 2009) também levanta a possibilidade de desenvolvimento de outras táticas de manejo da cultura, principalmente levando-se em conta um possível convívio com a doença no campo. Além de serem consumidas in natura e utilizadas na produção de suco concentrado, as espécies de maracujazeiro também são consideradas alimentos funcionais devido às suas propriedades antioxidantes e medicinais, com uso no tratamento de ansiedade e irritação (NODARI;GUERRA, 2000; DHAWAN et al., 2004). As espécies de maracujás descritas nas farmacopeias internacionais são: maracujá-vermelho (P. incarnata L.), maracujá-doce (P. alata) e maracujá-amarelo (P. edulis f. flavicarpa), sendo recomendada a infusão de suas partes aéreas (FARMACOPEIA BRASILEIRA, 1977; PHARMACOPÉE FRANÇAISE, 1980; PHARMACOPOEIA HELVETICA, 1987; EUROPEAN 2 PHARMACOPOEIA, 1996; FARMACOPOEA UFFICIALE DELLA REPUBLICA ITALIANA, 1998; ANVISA, 2010). No Brasil, apenas duas espécies de maracujás são de interesse comercial, P. edulis utilizada na produção de suco, e P. alata para consumo in natura. Esta última também é explorada comercialmente como ornamental e o extrato de suas folhas é utilizado na formulação de alguns fitoterápicos (DOYAMA et al., 2005). Diversos experimentos in vivo têm sido realizados a fim de atribuir as atividades farmacológicas a um único composto de Passiflora sp., mas é provável que esses efeitos sejam resultados do sinergismo de alguns flavonoides e alcaloides (POZZI, 2007). A maioria dos fármacos denominados popularmente de “maracujinas”, com efeito calmante, é produzida a partir de extratos foliares de Passiflora incarnata (maracujávermelho). Alguns desses medicamentos comerciais, como o Tensart® (Myralis Pharma), o Floriny®, o Calman® (Ativus Farmacêutica) e o Calmiplan® (Bunker), trazem informações referentes à sua composição, com destaque para a presença de flavonoides e alcaloides. Os experimentos do presente projeto foram realizados com Passiflora edulis fo. Flavicarpa O.Deg. (maracujá-amarelo), pois esta espécie é a mais difundida, cultivada e comercializada no Brasil (ZERAIK et al., 2010) e no mundo (LI et al., 2011), não somente devido à sua importância econômica no segmento da indústria alimentícia, como também por ser a mais promissora para os interesses farmacológicos, uma vez que apresenta as maiores concentrações e rendimento na extração de flavonoides (PARIS et al., 2002) e alcaloides (LUTOMSKI; MALEK, 1976). Os trabalhos científicos publicados que abordam o cultivo dessa planta frutífera descrevem aspectos relacionados à fitotecnia e fitopatologia como a obtenção de novas variedades, manejo de plantas daninhas, irrigação, epidemiologia, a influência dos fatores abióticos no desenvolvimento, nutrição mineral, etc. A respeito dos metabólitos secundários, os trabalhos são focados na identificação de novas moléculas e nas atividades farmacológicas de seus flavonoides e alcaloides em mamíferos. Entretanto, não há trabalhos científicos na literatura que abordem a influência da infecção viral sobre os metabólitos secundários de Passiflora edulis fo. flavicarpa. É importante destacar que a maioria das substâncias com atividades biológicas faz parte do metabolismo secundário das plantas, o qual pode ser afetado quantitativa e/ou qualitativamente por fatores bióticos, como infecções virais (HUDAIB et al., 2001). De maneira geral há poucos trabalhos que abordam efeitos da infecção viral sobre o metabolismo secundário das plantas hospedeiras. Kreft et al. (1999) relataram uma diminuição do flavonoide rutina em batatas suscetíveis ao Potato virus Y NTN (PVYNTN, Potyvirus), Hudaib et al. (2001) verificaram uma diminuição no rendimento do óleo volátil de Salvea sclarea L. infectada com o Broad bean wilt virus (BBWV, Fabavirus), Bruni et al. 3 (2006) concluíram que a infecção pelo Alfalfa mosaic virus (AMV, Alfamovirus), subgrupos I e II, diminui a produção de óleos voláteis em Lavandula spp.; Duarte et al. (2008) constataram a diminuição de compostos fenólicos e alcaloides em folhas de Datura stramonium L. inoculadas com o Potato virus X (PVX, Potexvirus). Ajmal et al. (2011) relataram que variedades de algodão suscetíveis ao Cotton leaf curl virus (CLCuV, Begomovirus) tiveram a quantidade de compostos fenólicos, carotenoides, clorofila a e b, e clorofilas totais, reduzidas; Nagai et al. (2011) observaram a diminuição na produção de metileugenol em manjericão naturalmente infectado, e Vega et al. (2011) verificaram, a partir do transcriptoma de Vitis vinifera L. infectada com o Grapevine leaf-roll-associated virus 3 (GLRaV-3, Ampelovirus), uma redução da síntese de antocianinas. Lu et al. (2012) ao estudarem o transcriptoma de tabaco infectado com o Cucumber mosaic virus (CMV, Cucumovirus) sugeriram que alterações no metabolismo de pigmentos é responsável pelo desenvolvimento dos sintomas. O conhecimento da influência da infecção do CABMV sobre o metabolismo secundário do maracujazeiro, caso seja positiva, poderá oferecer uma alternativa frente à desvalorização dos frutos, com a possibilidade de comercialização das folhas de maracujazeiro, mesmo que infectado por vírus, para a extração de moléculas bioativas para a indústria farmacêutica. Apesar das metodologias para o controle de qualidade de drogas e das preparações farmacêuticas existentes, tanto para a espécie oficial da Farmacopeia Brasileira, como para as outras espécies nativas do Brasil (FÁVERO; PAVAN, 2002; POZZI, 2007), recomendarem o uso de plantas sadias, não existem estudos sobre qualidade de fármacos versus infecção viral. Portanto, o presente trabalho teve como objetivos: (ii) avaliar os efeitos e variações na concentração de flavonoides em folhas de Passiflora edulis fo. flavicarpa (maracujáamarelo) infectadas experimentalmente com o Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV, Potyvirus); (i) identificar e quantificar os principais flavonoides de folhas de Passiflora edulis fo. flavicarpa. 2. Revisão de literatura 2.1 Classificação botânica O maracujazeiro (Passiflora spp.) é uma planta trepadeira, sublenhosa, que produz frutos em bagas, e pertence à Malpighales, Passifloraceae, Passiflorae, (CUNHA et al., 2004). As formas de passiflora descritas são todas sinônimas, o nome aceito segundo a Lista do Brasil seria Passiflora edulis Sims. No presente trabalho será utilizada Passiflora edulis fo. flavicarpa O.Deg. para designar o maracujazerio-amarelo. Passifloraceae abrange cerca de 20 gêneros e 600 espécies distribuídas em regiões de clima quente, como nas 4 Américas e na Ásia (SOUZA; LORENZI, 2005), sendo Passiflora o gênero mais rico com cerca de 520 espécies distribuídas em regiões tropicais e subtropicais, das quais 150 são nativas do Brasil (CERVI, 2005) e destas, 79 são da região Centro-Norte (RUGGIERO, 1987). No Brasil, as espécies de Passiflora são conhecidas como “maracujá”, palavra de origem tupi (maraú-ya) que significa “fruto de sorver” ou “alimento em formato de cuia” (TEIXEIRA, 1994; FONSECA, 2008). A utilização de Passiflora na medicina pela primeira vez é atribuída ao pesquisador espanhol Monardus em 1569 no Peru, onde as belas flores foram consideradas por ele como símbolo da Paixão de Cristo (TAYLOR, 1996). O nome Passiflora provém do significado místico atribuído às características físicas de suas flores, as quais foram interpretadas pelos escritores do século XVI como estigmas referentes à Paixão de Jesus Cristo. Passiflora provém do latim passio e flos oris, equivalente à paixão e à flor, respectivamente. Por essa razão é conhecida na Europa e América do Norte como flor da paixão (BARROSO et al., 1978; FREITAS, 1985; ALONSO, 1998). As espécies de Passiflora são cultivadas por seus frutos comestíveis. Comercialmente as mais difundidas são: Passiflora edulis Sims fo. flavicarpa O.Deg. (maracujá-amarelo ou azedo), P. edulis fo. edulis Sims (maracujá-roxo), P. alata Curtis (maracujá-doce), P. ligularis Juss. e P. quadrangularis L. (SÃO JOSÉ, 1994; SOUZA; BRUCKNER, 1997; MELETTI, 1997). 2.2 Importância econômica A fruticultura é um dos investimentos mais atrativos da agricultura brasileira, devido às condições de clima favoráveis do país, que permite a produção de frutas durante o ano inteiro e a geração de renda em áreas relativamente pequenas (NASCIMENTO, 2003). Mudanças nos padrões de demanda da sociedade, acompanhadas por inovações tecnológicas, têm permitido o crescimento do mercado de frutas e derivados, a taxas superiores à dos demais produtos agrícolas (ANDRADE et al., 2010). Assim, a cultura do maracujá tem ocupado uma posição de destaque na fruticultura brasileira, mesmo quando comparado a outras frutas tropicais com maior tradição de consumo (MELETTI et al., 2010). O maracujazeiro apresenta grande diversidade genética e funcional, além de ter grande importância agrícola. O gênero Passiflora também tem suas aplicações na indústria farmacêutica e cosmética, sendo que algumas espécies apresentam potencial ornamental, como Passiflora caerulea L. e P. incarnata L. (PEIXOTO, 2005). Porém, o maracujáamarelo, P. edulis fo. flavicarpa, é a espécie comercialmente mais cultivada no Brasil. Acredita-se que esta espécie tenha sido resultado do cruzamento entre P. edulis e uma 5 espécie mais próxima, possivelmente P. ligularis, ou uma mutação em P. edulis, ou ainda seria uma forma mutante originária da Austrália (OLIVEIRA; FERREIRA, 1991). A partir do final da década de 1960 ocorreu grande expansão da cultura do maracujazeiro no Brasil. A produção de maracujá possui grande importância econômica e social, sendo que o Brasil, atualmente, ocupa a primeira posição em termos de produção mundial, com cultivos em quase todos os estados da federação (MELETTI et al., 2010; AGRIANUAL, 2013). Apesar do investimento inicial elevado, o pequeno produtor encontra na cultura do maracujá uma base de sustentação para a sua família e sua propriedade e uma opção técnica economicamente viável, que o leva a contar o ano inteiro com uma pequena produção. Foi assim que a cultura se desenvolveu, e, até hoje, a agricultura familiar tem sido responsável pela expansão dos pomares comerciais (MELETTI, 2011). Assim, a cultura do maracujá desempenha uma função social importante e garante um nível de emprego razoável no campo e na indústria (SOUZA; MELETTI, 1997; MELETTI, 2011). Em 1975, os estados da Bahia e Minas Gerais eram responsáveis por 55% da produção nacional. Em 1993, os principais estados produtores eram: Pará, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Sergipe, que representavam 97% de toda a produção nacional (revisado por NASCIMENTO et al., 2006). Em 2003, os estados da Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro eram os principais produtores e representavam aproximadamente 57% da produção nacional. Atualmente, o Brasil apresenta produção de 920 mil toneladas numa área aproximada de 62.019 ha (AGRIANUAL, 2013). As regiões Nordeste, Sudeste e Norte são responsáveis por 94% da produção nacional, com estimativas de 47.677, 7.130 e 4.213 hectares de área colhida, respectivamente, e o estado da Bahia é o maior produtor nacional, seguido do Ceará, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Sergipe (IBGE, 2009; PERUCH et al., 2009; AGRIANUAL, 2013). O maracujazeiro pode ser propagado por sementes ou vegetativamente, por enxertia ou estaquia (GRATTAPAGLIA et al., 1991; SÃO JOSÉ et al., 1994). Na propagação por sementes ocorre a polinização cruzada, ou seja, há o desenvolvimento de indivíduos distintos com variabilidade genética, o que leva a formação de pomares heterogêneos. A propagação vegetativa pode ser utilizada em programas de melhoramento genético e permite a formação de pomares mais uniformes, já que seleciona e multiplica plantas com alta produtividade (GRATTAPAGLIA et al., 1991; SOUZA; MELETTI, 1997). Apesar da importância econômica e social para o país, o cultivo do maracujazeiro ainda é prejudicado devido a problemas fitossanitários que resultam em rendimentos limitados. O rendimento médio é de 22 a 28 t/ha (FNP, 2007), e pode atingir 50 t/ha, quando os produtores lançam mão da utilização de sementes melhoradas, tecnologia de produção e tratos culturais adequados (MELETTI; MAIA, 1999). 6 2.3 Princípios farmacológicos, uso medicinal e metabólitos secundários Além de ser consumido in natura e de seus frutos serem utilizados na produção de suco concentrado, o maracujá é conhecido na medicina popular devido às suas propriedades farmacológicas e toxicológicas (depressiador do Sistema Nervoso Central): antioxidantes, sedativas, anti-inflamatórias, antiespasmódicas, ansiolíticas, antitumorais e antifúngicas (NODARI et al., 2000; DHAWAN et al., 2004; PATEL, 2009; ZERAIK et al., 2010), propriedades estas atribuídas a compostos presentes nos frutos, cascas, sementes e folhas (PIO CORRÊA, 1978; SACCO, 1980; PARIS et al., 2002; ZERAIK et al., 2010). Os estudos referentes à composição química de diversas espécies de Passiflora evidenciam alcaloides, flavonoides, saponinas, esteroides, lignanas, ácidos graxos, taninos, glicosídeos cianogênicos (SEIGLER et al., 1982), maltol (AOYAGI et al., 1974), aminoácidos (GAVASHELI et al., 1986), e glicosídeos fenólicos (CHASSANGNE et al., 1997). Na revisão de Zeraik et al. (2010), os autores descrevem os principais estudos farmacológicos e toxicológicos relacionados aos frutos, cascas e sementes das espécies de Passiflora mais cultivadas no Brasil. A atividade antioxidante dos frutos é atribuída aos polifenóis, principalmente aos flavonoides. As cascas do maracujá, antes consideradas resíduo agroindustriais, agora são utilizadas na alimentação animal e humana, pois são ricas em fibras solúveis, principalmente em pectina. Além disso, a farinha de cascas secas de maracujá também é utilizada como redutora de glicemia. As sementes, por sua vez, são boas fontes de ácidos graxos essenciais, utilizados nas indústrias alimentícias e cosméticas [ex: ácido linoleico (ω-6) (55-66%), ácido oleico (18-20%) e ácido palmítico (10-14%)]. Já os aspectos toxicológicos do maracujá são associados à presença de glicosídeos cianogênicos, principalmente a prunasina, substâncias que produzem ácido cianídrico (HCN) como produto da sua hidrólise. Os autores também descrevem as propriedades alimentícias do suco do maracujá atribuídas a açúcares, fibras, ácidos orgânicos, aminoácidos, carotenoides, vitaminas, substâncias voláteis, flavonoides e alcaloides. Em outra revisão, Patel et al. (2009) listam os principais fitoconstituintes de Passiflora edulis e os aspectos farmacológicos dessa espécie. A atividade anti-inflamatória foi atribuída à fração aquosa e butanólica em modelos in vivo; a atividade anti-hipertensiva e antioxidante, à fração metanólica, em que se concentram os polifenóis; a atividade antitumoral ao extrato aquoso; e atividade antifúngica a peptídeos de carga positiva de baixo peso molecular. Alguns autores investigaram o perfil de utilização de fitoterápicos pela população brasileira e evidenciaram que Passiflora está entre os mais utilizados (RIBEIRO et al., 2005; SILVA et al., 2006; MARLIÉRE et al., 2008). A presença desses compostos também pode indicar o potencial do maracujá como um alimento funcional, já que podem prevenir curar e/ou auxiliar na recuperação de determinadas doenças (CULHANE, 1995). Dentre os 7 diversos tipos de alimentos funcionais destacam-se aqueles que contêm substâncias antioxidantes, tais como a vitamina-C, vitamina-E, carotenoides e flavonoides (HOLLMAN; KATAN, 1999). Folhas secas de maracujá-vermelho (P. incarnata), maracujá-doce (P. alata), e maracujá-amarelo (P. edulis fo. flavicarpa) são descritas para uso medicinal; a primeira nas Farmacopeias Europeia, Francesa, Italiana e Helvetica (PHARMACOPÉE FRANÇAISE, 1980; PHARMACOPOEIA HELVETICA, 1987; EUROPEAN PHARMACOPOEIA, 1996; FARMACOPOEA UFFICIALE DELLA REPUBLICA ITALIANA, 1998), e as duas últimas na Brasileira (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1977; ANVISA, 2010). Como medicamento é comercializado em extrato fluido de P. incarnata. Há relatos do uso de P. edulis em regiões da América do Sul e Índia como sedativo, diurético, antihelmíntico e no tratamento da hipertensão arterial (DHAWAN et al., 2004). Apesar do grande número de espécies descritas, somente P. alata, P. edulis e P. incarnata foram investigadas com relação à sua composição química e farmacológica, sendo identificados diferentes alcaloides, flavonoides glicosilados, ácidos fenólicos e glicosídeos cianogênicos (ANTOGNONI et al., 2007; PATEL, 2009). Portanto, as propriedades farmacológicas e medicinais das espécies de Passiflora são determinadas, principalmente, por diferentes metabólitos secundários. 2.4 Flavonoides Dentre os metabólitos secundários presentes no maracujá, os flavonoides (Figura 1) estão entre os compostos fenólicos mais importantes, diversificados (ZUANAZZI, 2001) e utilizados no controle de qualidade de fitoterápicos (QUERCIA et al., 1978). Diversas funções são atribuídas aos flavonoides nas plantas, tais como: proteção contra raios ultravioletas (flavonas e flavonois), proteção contra insetos, fungos, vírus e bactérias, atrativos de insetos polinizadores (antocianinas), ação antioxidante, controle de ação de hormônios vegetais, atividade alelopática e inibidores de enzimas (ZUANAZZI, 2001). Em mamíferos, os flavonoides apresentam vários efeitos biológicos e terapêuticos, incluindo atividade antibacteriana, antiviral, anti-inflamatória, antialérgica e vasodilatadora (ZERAIK et al., 2010). Além disso, estas substâncias inibem a peroxidação lipídica e reduzem o risco de doenças cardiovasculares, efeitos estes relacionados à sua atividade antioxidante, caracterizada pela capacidade de sequestrar radicais livres em organismos vivos (HAVSTEEN, 1983; COOK & SAMMAN, 1996; HOLLMAN et al., 1996; HOLLMAN; KATAN, 1997; HOLLMAN; KATAN, 1999). 8 Figura 1 – Estrutura molecular de um flavonoide (flavona) [modificado de Zeraik et al. (2010)] Quimicamente os flavonoides (Figura 1) são moléculas de quinze átomos de carbono, C6-C3-C6, que contém dois anéis benzênicos (A e B) ligados por uma cadeia de três átomos de carbono (2,3,4), e que pode formar ou não um terceiro anel heterocíclico central C (MARKHAM, 1982). O anel A dos flavonoides é derivado de três unidades de acetato condensadas, já o anel B e os três átomos de carbonos centrais são derivados do ácido cinâmico. São produtos de biossíntese mista, das vias do ácido chiquímico e do acetato-malonato (HAHLBROCK; GRISEBACH, 1975; WONG, 1976). O primeiro flavonoide a ser produzido é uma chalcona, e a partir dela todos os demais flavonoides serão produzidos (VICKERY; VICKERY, 1981). A chalcona é formada por ésteres de ácidos hidroxicinâmicos-Coenzima A, normalmente 4-cumarolil-CoA, em três reações sequenciais envolvendo moléculas extensoras de malonil-CoA provenientes da via do acetato-malonato. A molécula de malonilCoA provém de acetil-CoA, catalisada pela enzima acetil-CoA carboxilase (ACC). Por sua vez a molécula de 4-cumarolil-CoA é produzida a partir do aminoácido fenilalanina, molécula precursora da via metabólica dos fenilpropanoides. Esta sofre diversas conversões enzimáticas catalizadas pelas enzimas fenilalanina amônia-liase (PAL), cinamato-4hidroxilase (C4H) e 4-cumarato-Coa-ligase (4CL). Finalmente, a primeira chalcona (narigenina-chalcona) é produzida pela reação de três unidades de malonil-CoA com uma 4cumarolil-CoA, catalisadas pela chalcona sintase (CHS). Uma vez produzida, a narigeninachalcona será precursora de auronas, flavonas, flavanonas, dihidroxiflavonois, flavonois e antocianinas. Inicialmente a narigenina chalcona é transformada em narigenina-flavanona por meio da chalcona isomerase (CHI). A primeira flavona (apigenina) é formada por meio da narigenina-flavanona, por meio da flavona sintase I e II (FNSI, FNSII). Dihidroxiflavonois são sintetizados pela flavanona-3β-hidroxilase (F3H), este por sua vez, forma o primeiro flavonol (campferol) pela flavonol-sintase (FLS) (Figura 2) (DAVIES; SCHWINN, 2006). 9 Figura 2 – Biossíntese de flavonoides a partir de fenilpropanoides e moléculas de acetil-CoA [modificado de DAVIES; SCHWINN (2006)] Flavonoides ligados a açúcares (glicosídeos) são mais estáveis e armazenados no interior dos vacúolos da célula vegetal, sem interferir nos processos metabólicos. Os monossacarídeos comumente encontrados são: D-glicose, D-galactose, D-ácido 10 glucurônico, D-xilose, L-ramnose, L-arabinose e D-apiose, podendo também ser encontrados di- e trissacarídeos. Quanto ao padrão de glicosilação, os flavonoides podem ser O-glicosilados ou C-glicosilados (VICKERY; VICKERY, 1981; MARKHAM, 1982). Ometilações tornam as hidroxilas dos flavonoides menos reativas, além de aumentarem a sua lipossolubilidade. Agliconas O-metiladas são encontradas nas superfícies foliares, podendo estar relacionadas a adaptações ao meio ambiente (WOLLENWEBER et al., 1987). Flavonoides O-glicosilados são os mais abundantes, nos quais um ou mais açúcares estão ligados a uma hidroxila do núcleo flavônico por uma ligação hemiacetálica, facilmente destruída por hidrólise ácida. Apesar de qualquer hidroxila do núcleo flavônico poder ser glicolisada, na verdade certas posições têm maior probabilidade de ligação do que as outras (7-hidroxi em flavonas, isoflavonas e dihidroflavonas; 3- e 7- hidroxi nos flavonois e dihidroflavonois; e 3- e 5- hidroxi nas antocianidinas) (MARKHAM, 1982). Os flavonoides encontrados em Passiflora são principalmente do tipo C-glicosídeos, nos quais os açúcares apresentam pouca diferenciação, sendo a glicose o principal, ligados diretamente ao núcleo flavônico por uma ligação carbono-carbono, resistente à hidrólise, apenas nas posições 6- e 8- do núcleo dos flavonoides (MARKHAM, 1982; JAY, 1996). Os mesmos possuem atividade biológica, são de interesse quimiotaxonômico, e frequentemente são utilizados como “marcadores” na análise de medicamentos fitoterápicos derivados de maracujás (MARKHAM, 1982; PEREIRA; VILEGAS, 2000; ZERAIK et al., 2010). Dhawan et al. (2001) consideraram os flavonoides como o maior grupo de constituintes já pesquisados em Passiflora, sendo derivados da luteolina e apigenina (GEIGER; MARKLAN, 1986) (Figura 3). Ulubelen et al. (1982) trabalhando com três espécies relataram os seguintes flavonoides: em P. pittieri Mast. Isovitexina, 2”xilosilvitexina, luteolina-7-O-glicosídeo, e uma mistura de vicenina-2, escaftosídeo e isoescaftosídeo; em P. alata, 2”-xilosilvitexina, vitexina, isovitexina e orientina; e saponarina em P. ambigua. Antognoni et al. (2007) descreveram derivados C-glicosilados de apigenina (escaftosídeo, isoescaftosídeo, isovitexina e vitexina) e luteolina (isoorientina e orientina) como os principais flavonoides detectados nessas espécies. Em P. incarnata, Rahman et al. (1977) Proliac & Reynaud (1988), e Li et al. (1991), relataram a presença de C-glicosil escaftosídeo, isoescaftosídeo, isovitexina-2’-O-glucopiranosídeo, orientina, isoorientina, isoorientina-2’-O-glucopiranosídeo, suertisina, isoscopain-2”-O-glicosídeo, quercetina e campferol. Mareck et al. (1991), Raffaelli et al. (1997), Abourashed et al. (2002), Muller et al. (2005), Coleta et al. (2006), e Zucolotto et al. (2009), também descreveram flavonoides Cglicosilados em extratos de folhas de P. incarnata, P. edulis e P. alata, e Paris et al. (2002) relataram que o extrato aquoso de folhas de P. edulis continha o dobro de flavonoides do que em P. alata. Xu et al. (2013) detectaram em caules e folhas de P. edulis quatro novos 11 2,6-dideoxihexose-C-glicosil flavonas, incluindo luteolina-8-C-β-digitoxipiranosil-4’-O-β-Dglucopiranosídeo, apigenina-8-C-β-digitoxipiranosídeo, apigenina-8-C-β-boivinopiranosídeo e luteolina-8-C-β-boivinopiranosídeo, junto com outros cinco compostos não identificados. Oga et al. (1984) encontraram o flavonoide rutina em P. alata por meio de cromatografia em camada delgada (CCD) e, Freitas (1985), utilizando o mesmo método, identificou em P. incarnata, P. edulis, P. alata e P. quadrangularis quatro flavonoides principais: isoorientina, orientina, isovitexina e vitexina. Flavonoide Orientina Isoorientina Isovitexina Vitexina Aglicona Luteolina Luteolina Apigenina Apigenina R1 H Glicose Glicose H R2 Glicose H H Glicose R3 OH OH H H Figura 3 – Estrutura química dos quatro principais flavonoides de Passiflora [modificado de Zucolotto et al. (2011)] As atividades farmacológicas: ansiolíticas, anti-inflamatórias, antiespasmódicas, antimicrobianas e antioxidantes, são atribuídas principalmente a vitexina e isovitexina (MÜLLER et al., 2005). Lutomski et al. (1975), após administrarem sucos de P. edulis fo. flavicarpa e P. edulis fo. edulis a camundongos, observaram diminuição significativa da movimentação espontânea e da irritabilidade, bem como aumento no tempo de busca a alimentos. Estes efeitos foram atribuídos a pequenas quantidades de flavonoides e alcaloides harmânicos presentes no suco de P. edulis. Barbosa et al. (2008) verificaram que o tratamento de ratos com extratos aquosos de P. alata e P. edulis induziu efeitos ansiolíticos sem causar influência na memória, como os induzidos pelo uso de diazepan. Esses autores ressaltaram também que o teor de flavonoides do extrato aquoso de P. edulis é quase o dobro de P. alata, sendo essa diferença uma forma de explicar o grau de efeito ansiolítico com doses muito menores de extratos dessa primeira espécie. 12 2.5 Viroses do maracujazeiro Apesar do destaque econômico, a produção de maracujá ainda é limitada devido à presença constante de doenças nos pomares que causam perdas na produção e na qualidade dos frutos. As doenças que acometem a cultura do maracujazeiro podem ser de origem fúngica, bacteriana, causadas por fitoplasmas, nematoides e principalmente aquelas induzidas por vírus (COLARICCIO et al., 1987, CHAGAS, 1991, CHAGAS; ANJOS et al., 2001; COLARICCIO, 2006, FISHER; REZENDE, 2008). No Brasil, foram descritas várias espécies de vírus infectando o maracujazeiro: Cucumber mosaic virus (CMV, Cucumovirus), Passion fruit vein clearing virus (PVCV, Nucleorhabdovirus), Purple granadilla mosaic virus (PGMV, vírus com partículas isométricas de posição taxonômica não determinada), Passion fruit green spot virus (PFGSV, um possível Cytorhabdovirus), Passion fruit yellow mosaic virus (PFYMV, Tymovirus), Grapevine virus A (GVA, Vitivirus), o “vírus do endurecimento dos frutos do maracujazeiro” (Passion fruit woodiness virus, PWV ou Cowpea aphid-borne mosaic virus, CABMV – Potyvirus) (CHAGAS, 1991; CHAGAS et al., 1992; BEZERRA et al., 1995; ANJOS et al., 2001; CHAGAS; COLARICCIO, 2006; GALLETI et al., 2006; NASCIMENTO et al., 2006; NICOLINI et al., 2012), Passionflower little leaf mosaic virus (PLLMV) (NOVAES, 2002; NOVAES et al., 2003) e Passionfruit severe leaf distortion virus, espécies novas de Begomovirus detectadas no Estado da Bahia (FERREIRA et al., 2010). Recentemente, dois outros Begomovirus foram relatados em Passiflora spp., nos estados de Minas Gerais, Pará e Rio de Janeiro: o Sida mottle virus (SiMoV) e o Sida micrantha mosaic virus (SimMV) (ALVES et al., 2011). O “endurecimento dos frutos do maracujazeiro” (EFM) foi, inicialmente, relatado na Austrália (COBB, 1901; NOBLE, 1928), nas Américas (CHAGAS, 1991) e posteriormente na África (MCKERN et al., 1994), sendo, atualmente, considerada uma das doenças mais importantes da cultura do maracujá no mundo. Inicialmente, a caracterização biológica e sorológica dos isolados virais associados ao EFM indicava que os isolados pertenciam à espécie Passion fruit woodiness virus (PWV). Posteriormente, análises moleculares revelaram que outras espécies de Potyvirus também estariam associadas à doença: o Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV), presente na África e predominante no Brasil, além do East Asian Passiflora virus (EAPV), restrito ao Japão (SITHOLE NIANG et al., 1996; NASCIMENTO et al., 2004; 2006; IMAI et al., 2006; NICOLINI et al., 2012). No Brasil, a partir da década de 1970, foram detectadas quedas de produção no estado da Bahia devido à presença do VEFM em cultivos de maracujá destinados à indústria de suco (YAMASHIRO; CHAGAS, 1979; CHAGAS et al., 1981). Posteriormente, o VEFM foi diagnosticado nos principais estados produtores de maracujá, entre eles Alagoas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e 13 Sergipe (LIMA et al., 1985; CHAGAS, 1991; SÃO JOSÉ et al., 1994; INOUE et al., 1995; TRINDADE et al., 1999; COLARICCIO et al., 2008). Entretanto, os isolados virais associados ao EFM, inicialmente identificados por meio de métodos biológicos e sorológicos como PWV, a partir de análises moleculares, foram identificados como CABMV (NASCIMENTO et al., 2006). Os vírus associados ao EFM (PWV, CABMV e EAPV) pertencem à família Potyviridae, gênero Potyvirus, esta com mais de 100 espécies descritas e infectam um amplo número de angiospermas de diferentes regiões climáticas, causando grandes perdas para diversas culturas (GREBER, 1973; BOCK, CONTI, 1974; SHUKLA et al., 1994; MLOTSHWA et al., 2002; BERGER et al., 2005; TAYLOR; IMAI et al., 2006; GIBBS; OHSHIMA, 2010; ICTV, 2011; NICOLINI et al., 2012). A família Potyviridae é uma das mais importantes economicamente entre as famílias de fitovírus, abrangendo cerca de 16% das espécies descritas. Atualmente está subdividida em oito gêneros (Brambyvirus, Bymovirus, Ipomovirus, Macluravirus, Poacevirus, Potyvirus, Rymovirus e Tritivirus), de acordo com as características taxonômicas, agente vetor e organização genômica (ADAMS et al., 2012). Os vírus pertencentes a essa família são cosmopolitas, com mais de 2.000 espécies de plantas hospedeiras e induzem a formação de inclusões cilíndricas citoplasmáticas denominadas “cata-ventos”, também utilizada na identificação de Potyviridae (FENNER, 1976). Além de atingirem altas concentrações nas hospedeiras, esses vírus infectam principalmente células de tecidos parenquimáticos, o que faz com que sejam facilmente transmitidos mecanicamente por meio de inoculação mecânica de extrato vegetal infectado e de preparações virais purificadas ou concentradas (SHUKLA, 2004; BERGER et al., 2005). Os Potyvirus possuem partículas alongadas e flexuosas de 680-900 nm de comprimento e 11-13 nm de diâmetro. O genoma é constituído de uma única molécula de RNA de fita simples de sentido positivo [(+)ssRNA], com aproximadamente 10.000 nucleotídeos e uma única fase aberta de leitura (Open Reading Frame, ORF) que codifica uma poliproteína de aproximadamente 345 kDa, a qual é clivada, dando origem às proteínas virais (P1, HC-Pro, P3, PIPO, CI, 6K2, VPg, Pro, NIb e CP) (Figura 4). São envoltos por um capsídeo formado por cerca de 2.000 cópias da proteína capsidial (CP) com massa molecular de aproximadamente 34 kDa. Figura 4 - Representação esquemática do genoma de RNA de fita simples dos Potyvirus indicando as diferentes proteínas (P1, HC-Pro, P3, CI, VPg, Pro, NIb, CP) que sofrem processamento póstraducional [adaptado de Shukla (2004) com inclusão da PIPO, identificada por Chung et al. (2008)] 14 As proteínas virais possuem funções distintas. A proteína P1 está envolvida no movimento célula a célula, a HC-Pro é responsável pela transmissão por afídeos e pelo movimento de célula a célula, a proteína 3 (P3) não tem função conhecida, a CI, 6K2 e a VPg estão associadas a replicação do genoma, a NIb é a RNA polimerase dependente de RNA e a CP é a capa proteica responsavél pela encapsidação do genoma, transmissão por afídeos e movimento de célula a célula (SHUKLA, 2004). CABMV, EAPV e PWV apresentam comportamento biológico similar, e infectam espécies de Passifloraceae, Fabaceae, Amaranthaceae, Solanaceae e Cucurbitaceae (TAYLOR; GREBER, 1973; BOCK; CONTI, 1974; NASCIMENTO et al., 2006). Esses vírus induzem, em maracujazeiros, sintomas de mosaico, bolhas e distorção foliar (Figura 5), além de deformação, redução do tamanho e endurecimento dos frutos. Também podem infectar amendoim (Arachis hypogaea L.), crotalaria (Crotalaria juncea L.), soja (Glycine max (L.) Merr.) e diferentes cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris L.) e feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.). Figura 5 - Sintomas de mosaico, bolhas e distorção foliar induzidos pelo CABMV em maracujazeiroamarelo (A, B); e sintomas de anéis cloróticos induzidos pelo CABMV em maracujazeiro-doce (C). (Fotos: Marcelo Eiras) Na natureza, a transmissão dos Potyvirus (genêro mais numeroso) bem como do CABMV, EAPV e PWV, é realizada por afídeos (pulgões) de maneira não persistente, ou seja, tanto a aquisição como a inoculação das partículas virais pelo inseto ocorrem em questão de segundos, durante as picadas de prova (YUKI et al., 2006), sendo a disseminação realizada por várias espécies de afídeos, principalmente as do gênero Aphis (NOVAES, 2002). Dentre as espécies de afídeos que transmitem e disseminam o VEFM foram relatadas: Myzus persicae Sulzer, Aphis gossypii Glover, A. fabae Scopoli, A. craccivora Bock., Toxoptera citricidus Kilkaldy, Uroleucon ambrosiae Thomas, U. sonchi L. e Myzus nicotianae Blackman (COSTA et al., 1995; INOUE et al., 1995). Os afídeos permanecem no campo durante o ano todo, colonizando plantas silvestres, que contribuem para a permanência das fontes de inóculo do vírus nas culturas. Das espécies de afídeos descritas nenhuma coloniza plantas de maracujá, entretanto, na ausência de um hospedeiro 15 específico, A. gossypii e Toxoptera aurantii (Boyer de Fonscolombe) podem colonizar o maracujazeiro (SOUSA-SILVA; ILHARCO, 1995; DI PIERO et al., 2006). A principal estratégia de controle de vírus de plantas é o uso de variedades resistentes (MELLO, 2009). Porém, a não disponibilidade de variedades de maracujazeiro comerciais resistentes ao CABMV levanta a possibilidade de desenvolvimento de outras táticas de manejo da cultura, principalmente levando-se em conta a possibilidade de convívio com a doença no campo (CERQUEIRA-SILVA et al., 2008; MACIEL et al., 2009). 16 3. Material e Métodos 3.1 Local de realização dos experimentos e material biológico Os experimentos foram realizados no Laboratório de Fitovirologia e Fisiopatologia (LFF) do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal (CPDSV), do Instituto Biológico (IB) e também no Laboratório de Fitoquímica, Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo (USP), com a coorientação da Professora Dra. Déborah Yara Alves Cursino dos Santos. Foram utilizadas plantas da espécie Passiflora edulis fo. flavicarpa O.Deg. (maracujáamarelo), variedade IAC-277 (sementes gentilmente cedidas pela Dra. Laura M. M. Meletti, Pesquisadora Científica do IAC), provenientes de semeadura em terra esterilizada e mantidas em casa de vegetação com irrigação diária e proteção com telado antiafídeos. As semeaduras foram realizadas diretamente em sacos plásticos pretos de polietileno com dimensões de 17 cm x 24 cm. 3.2 Fonte do isolado viral A fonte de vírus consistiu de um isolado do Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV), de P. edulis fo. flavicarpa (maracujá-amarelo) proveniente de Monte Alegre do Sul, SP, identificado e caracterizado por Silva et al. (2012). 3.3 Transmissão mecânica A transmissão mecânica do CABMV foi realizada com extrato vegetal obtido a partir de folhas de maracujazeiro infectadas, trituradas em almofariz e pistilo de porcelana previamente esterilizados e gelados, em presença de solução de sulfito de sódio 0,5%, pH 6,0, na proporção de 1:5 (g:mL) (GIBBS; HARRISON, 1976). A inoculação mecânica foi realizada friccionando-se o extrato vegetal com o pistilo sobre a epiderme adaxial da folha do terceiro nó acima das cotiledonares, previamente polvilhada com um abrasivo (carbureto de silício, 400 MESH). Ao término das inoculações, as folhas foram lavadas com água e as plantas mantidas em casa de vegetação para a posterior avaliação de sintomas. 3.4 Delineamento experimental O experimento 1 foi realizado a partir de 54 plantas maracujá-amarelo com 90 dias após a germinação (DAG), sorteadas e agrupadas em três lotes: C, L1 e L2 (Figura 6), de 18 plantas cada. Cada lote foi dividido em três repetições (R1, R2 e R3) (N=3), contendo 6 plantas/repetição, para análise de flavonoides. 17 Figura 6 - Delineamento experimental 1; Lotes de maracujazeiro “IAC-277”, C – plantas sem tratamento; L1 – plantas fricionadas com solução sulfito de sódio 0,5%; L2 – plantas inoculadas mecanicamente com CABMV em presença de solução sulfito de sódio 0,5%; R – repetição (6 plantas) O experimento 2 foi realizado a partir de 72 plantas de maracujá-amarelo com 60 DAG, sorteadas e agrupadas em três lotes: C, L1 e L2 (Figura 7) de 24 plantas cada. Cada lote foi dividido em seis repetições (R1, R2, R3, R4, R5 e R6)(N=6), contendo 4 plantas/repetição, para análise de flavonoides. Figura 7 - Delineamento experimental 2; Lotes de maracujazeiro “IAC-277”, C – plantas sem tratamento; L1 – plantas fricionadas com solução sulfito de sódio 0,5%; L2 – plantas inoculadas mecanicamente com CABMV em presença de solução sulfito de sódio 0,5%; R – repetição (4 plantas) As plantas de L1 foram friccionadas com solução de sulfito de sódio 0,5%, pH 6,0 com auxílio de pistilo, na folha do terceiro nó acima das cotiledonares. As plantas de L2 foram inoculadas mecanicamente com o CABMV na folha do terceiro nó acima das cotiledonares. Trinta dias após a inoculação (DAI), as folhas acima do 3º nó foram coletadas e secas em estufa, para a realização das extrações e das análises dos flavonoides. Em cada tratamento, as repetições foram formadas por folhas de seis plantas no experimento 1 e, folhas de quatro plantas no experimento 2. O controle consistiu de folhas de P. edulis fo. flavicarpa sadias, sem qualquer tratamento. Os experimentos 1 e 2 não são equiparáveis, devido a diferença de idade das 18 plantas inoculadas e a época em que cada um foi conduzido. Os dois experimentos tiveram finalidades diferentes: os resultados do experimento 1 foram utilizados para avaliar o desenvolvimento de P. edulis fo. flavicarpa frente ao CABMV e para a quantificação do teor de fenóis e flavonoides totais por meio de espectrofotometria; o experimento 2 foi conduzido na tentativa de identificar os flavonoides isolados, nos tratamentos por meio de UV em CLAE analítica. 3.5 Avaliação do crescimento Em literatura a influência dos fitovírus sobre o crescimento das plantas é bem conhecida (GIBBS; HARRIS 1976; WALLER, 2002; AGRIOS, 2005; HULL, 2009). Para avaliar o efeito do CABMV no desenvolvimento de Pasiflora edulis fo. flavicarpa foram utilizadas somente as plantas do experimento 1. Para isso, mediu-se a altura (cm) de todas as plantas do solo até o ápice caulinar. As alturas foram medidas em dois momentos: antes das inoculações (Ai) e antes da coleta das folhas (Af). O crescimento das plantas em cada tratamento foi comparado por meio de médias (M) da diferença (D) entre as duas medições de altura (Af e Ai) de todas as plantas/repetição/tratamento: Dn = Af – Ai Onde: n = (cada planta em cada tratamento do experimento 1) M = Σ(D1+...+D18)/18 (em cada tratamento do experimento 1) A avaliação do crescimento das plantas do Experimento 1, foi feita através de um teste de médias (Teste de Tukey com α = 5%). 3.6 PTA - ELISA (Plate Traped Antigen – Enzyme Linked Immunosorbent Assay) A infecção do CABMV nas folhas coletadas de Passiflora edulis fo. flavicarpa foi confirmada por meio de PTA-ELISA de acordo com Converse & Martin (1991), com antissoro policlonal específico contra o CABMV. As leituras de absorbância (A 405 nm) foram feitas em Microplate reader 3550-UV (Bio-Rad), após aplicação do substrato (pnitrofenilfosfato). Foram consideradas positivas as leituras três vezes superiores à média dos controles negativos. Utilizaram-se folhas sintomáticas de P. edulis f. flavicarpa, experimentalmente infectadas, trituradas em solução sulfito de sódio 0,5% na proporção de 1g:5mL. Em orifícios de uma placa de poliestireno foram adicionados 50 L do extrato, sendo a placa mantida em estufa a 37ºC. Após 2h de incubação, a placa foi lavada três vezes com PBS-T (tampão fosfato de sódio 0,1M pH 7,0 + 0,8% NaCl + 0,02% KCl + 0,05% 19 Tween - 20). Aos orifícios da placa, 50 L de solução 2% de leite desnatado em PBSTPo (PBS-T + 2% polivinilpirrolidona) foram acrescentados. Após incubação por 1h a 37ºC, a placa foi lavada, como descrito anteriormente, e aos orificíos, foram adicionados 50 L de antissoro contra CABMV, diluído em PBSTPo (1:30000) + 1% e leite desnatado. Repetiu-se novamente o procedimento de incubação por 2h seguido de lavagem e, em seguida, adicionou-se o conjugado (‘anti-rabbit IgG alkaline phosphatase’) diluído a 1:5000 em PBSTPo. Após o procedimento de incubação e lavagem, adicionaram-se, em cada orifício, 50 L de substrato da enzima fosfatase alcalina (p-nitrofenil fosfato), a 1mg/mL em tampão substrato (9,7% dietanolamina + 0,01% MgCl2 em H2O destilada). A placa foi levada à incubação a 37ºC até que houvesse o aparecimento de coloração amarela, indicativa da reação antígeno-anticorpo, seguido de leitura da absorbância, em espectrofotômetro, a 405 nm. Para o controle positivo, utilizou-se o vírus correspondente ao antissoro utilizado (CABMV), e para o controle negativo, extrato de folhas de P. edulis f. flavicarpa sadio. 3.7 Substâncias fenólicas e flavonoides 3.7.1 Extração A extração de flavonoides totais (Figura 8) foi realizada a partir de 2,0 g de folhas secas de cada repetição/tratamento do experimento 1, trituradas em almofariz com nitrogênio líquido. Esse material foi submetido à extração com MeOH 80% a quente sob refluxo por 1 hora e depois filtrado, procedimento esse que foi repetido por três vezes. Os filtrados foram agrupados e concentrados em rotaevaporador sob pressão reduzida, transferidos para tubos de vidro e mantidos em banho-maria até que estivessem completamente secos. O resíduo seco foi ressuspendido em 2,0 mL de tolueno, deixado em banho-maria a 40ºC por 5 minutos, por cinco vezes. As frações toluênicas foram descartadas. Após total secura do tolueno, o mesmo procedimento foi realizado com 2,0 mL de MeOH 100%, e os extratos metanólicos foram agrupados em nova cápsula de porcelana com massa conhecida, obtendo-se assim a fração metanólica de cada repetição/tratamento [modificado de FURLAN et al. (2010)]. 20 Trituração em almofariz com nitrogênio líquido 2,0 g de folhas secas repetição/tratamento Filtração Concentração em Rotaevaporador sob pressão reduzida por 1 h Extrato seco Purificação com tolueno; Extração com MeOH 100%; Extração a quente com MeOH 80%, sob refluxo por 1h Banho maria Figura 8 – Extração de flavonoides totais; contorno vermelho – repetidos por 3 vezes; contorno amarelo – repetido por 5 vezes 3.7.2 Quantificação de fenóis e flavonoides Para calcular a concentração de fenóis totais em P. edulis fo. flavicarpa do experimento 1, utilizou-se curva-padrão, construída a partir de diluições da solução estoque de ácido p-cumárico 350 μg/mL em MeOH(Sol. A). A curva-padrão foi preparada de acordo com as alíquotas da Tabela 1: Tabela 1: Volume, massa e concentração de ácido p-cumárico usado no preparo da curvapadrão em espectrofotômetro. Sol.A (μL) MeOH (μL) p-cumárico (μg) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 200 195 190 185 180 175 170 165 160 155 150 0 1,75 3,5 5,25 7 8,75 10,5 12,25 14 15,75 17,5 p-cumárico (μg/μL) 0 0,00875 0,01750 0,02625 0,03500 0,04375 0,05250 0,06125 0,07000 0,07875 0,08750 Para cada 200 μL de cada ponto adicionaram-se 3,8 mL de água destilada, 250 μL do reagente de Folin-Ciocalteau e 750 μL de solução saturada de carbonato de sódio. Após 21 duas horas, cada uma das soluções foi lida em espectrofotômetro UV-visível (UV-1650 PCShimadzu) a 760 nm. Um gráfico de regressão linear foi construído usando os valores de massa de ácido p-cumárico. Da mesma forma, para cada repetição/tratamento uma alíquota de 200 μL de extrato metanólico foi utilizada para a dosagem. A esse extrato foi adicionado, 3,8 mL de água destilada, 250 μL do reagente de Folin-Ciocalteau e 750 μL de solução saturada de carbonato de sódio e lidos em espectrofotômetro a 760 nm após duas horas. Os teores de fenóis totais foram expressos em μg/mg de folha seca. Os flavonoides totais do experimento 1 foram quantificados com base em curvapadrão feita a apartir de solução estoque de quercetina 50 μg/mL em MeOH (Sol.Q), com alíquotas seguindo a Tabela 2. Tabela 2: Volume, massa e concentração de quercetina usados no preparo da curva-padrão em espectrofotômetro. Sol.Q (μL) MeOH (μL) quercetina (μg) quercetina (μg/μL) 0 25 50 75 100 125 150 175 200 250 300 500 475 450 425 400 375 350 325 300 250 200 0 1,25 2,5 3,75 5,0 6,25 7,5 8,75 10 12,5 15 0 0,0025 0,0050 0,0075 0,0100 0,0125 0,0150 0,0175 0,0200 0,0250 0,0300 A cada 0,5 mL de cada diluição da solução de quercetina adicionou-se 0,5 mL de solução de cloreto de alumínio (AlCl3) e as absorbâncias foram lidas em espectrofotômetro (UV-1650 PC- Shimadzu) a 420 nm, após 15 min. Com os valores de absorbância e massa de quercetina, foi construído um gráfico de regressão linear. Para as amostras de todas as repetições/tratamento, a 0,5 mL do extrato metanólico foi adicionado 0,5 mL de solução de AlCl3, e a mistura lida em espectrofotômetro após 15 min. Os flavonoides identificados no experimento 2 foram quantificados por curva-padrão de vitexina feita a partir de solução estoque contendo 2 μg/μL em MeOH grau HPLC (Sol.V), de acordo com a Tabela 3. 22 Tabela 3: Volume, massa e concentrações de vitexina usados na preparação da curva- padrão em CLAE. MeOH grau HPLC (μL) 98,75 97,5 92 90,5 87,5 60 75 72,5 67,5 62,5 60 50 40 32,5 25 Sol.V (μL) 1,25 2,5 8 9,5 12,5 20 25 27,5 32,5 37,5 40 50 60 67,5 75 vitexina (μg) vitexina (μg/μL) 2,5 6,25 16 19 25 40 50 55 65 75 80 100 120 135 150 0,025 0,0625 0,16 0,19 0,25 0,40 0,50 0,55 0,65 0,75 0,80 1 1,2 1,35 1,50 vitexina injetada em CLAE (μg/μL) 0,0005 0,001 0,0032 0,0038 0,005 0,008 0,01 0,011 0,013 0,015 0,016 0,002 0,024 0,027 0,03 A curva-padrão de vitexina foi construída em cromatógrafo líquido de alta eficiência (CLAE) descrito no item 3.7.3.C. 3.7.3 Cromatografias A) Papel As frações toluênicas e metanólicas foram avaliadas quanto à qualidade de flavonoides presentes. Para isso desenvolveram-se duas cromatografias descendentes em papel 3MM (46 x 57 cm): cromatografia bi-dimensional em BAW (butanol:ác. acético:água)(6:2:1) e HOAc 15%, para a fração toluênica; e unidimensional em HOAc 15%, para a fração metanólica. Ao término das cromatografias os papéis foram analisados sob luz UV, com e sem vapores de amônia (NH3). B) Coluna Para o isolamento e identificação de flavonoides, a partir da extração de 20 g de folhas secas de P. edulis fo. flavicarpa, desenvolveu-se uma cromatografia em coluna da fração metanólica, com PVPP (polivinilpolipirrolidona) como fase estacionária, e MeOH 80% e 100% como fases móveis. O desenvolvimento da cromatografia foi acompanhado com auxílio de luz UV. 23 C) Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) Para a construção da curva-padrão de vitexina (Tabela 3), alíquotas de 2 μL de cada ponto, foram injetadas em cromatógrafo líquido de alta eficiência (CLAE) analítico modelo Agilent 1260, com detector DAD (Diode array detector), coluna Zorbax C18 de fase reversa (250 mm x 4,6 mm, 0,5 μm) e com cromatogramas processados em λ = 352 nm. A fase móvel foi composta por gradiente de ácido acético 1% (A) e acetonitrila (B), com a seguinte programação: 12% de B (0-5 min), até 20% de B (5-8 min); isocrático até 20 min, e aumentando até 80% de B (20-25 minutos) [modificado de MOTTA et al. (2009)]. O fluxo da fase móvel foi constante a 0,4 mL/min, e a temperatura da coluna ajustada a 40 °C. As mesmas condições utilizadas na construção da curva-padrão foram utilizadas para avaliar o perfil cromatográfico dos flavonoides de P. edulis fo. flavicarpa, exceto pelo volume de injeção e método diferentes. Alíquotas de 5 μL dos extratos metanólicos de todas as repetições/tratamento/experimento foram analisados com base em Motta et al. (2009), com a seguinte programação: 12% de B (0-5 min), até 20% de B (5-8 min); isocrático até 28 min, e aumentando até 50% de B (28-38 minutos), 65% de B (38-48 minutos) e 65-100% (48-50 minutos), isocrático por 5 minutos e decrescendo até 12% (55-60 minutos). Amostras autênticas (padrões) de alguns flavonoides descritos em P. edulis fo. flavicarpa foram analisadas nas mesmas condições, a fim de auxiliar na identificação das substâncias por meio da comparação dos tempos de retenção (RT). Na tentativa de isolar e identificar flavonoides de P. edulis fo. flavicarpa, os mesmos foram coletados em CLAE preparativo. Os flavonoides coletados tiveram seus espectros associados aos mesmos espectros obtidos em CLAE analítico. Alíquotas de 120 μL foram injetadas em CLAE modelo Agilent 1200, com detector DAD (Diode array detector), coluna XDB-C18 (250 mm x 9,4 mm x 5 um), e com cromatogamas processados em λ = 352 nm. A fase móvel empregada foi composta por gradiente de água (A) e acetonitrila (B) com a seguinte programação: 20% de B (0-20 min); 50% de B (20-22 min); 100% de B (22-27 min) e 20% de B (27-29 min). O fluxo da fase móvel foi constante a 0,4 mL/min, e a temperatura da coluna ajustada a 40 °C. 3.7.4 Reações de deslocamento Na tentativa de elucidar a estrutura dos flavonoides isolados em CLAE preparativa, os mesmos foram submetidos a reações de deslocamento com acréscimo de reagentes complexantes e ionizantes e leituras de absorbância em espectrofotômetro (UV-1650 PCShimadzu) entre λ = 240 a 600 nm. O método utilizado foi o proposto por Markham (1982). 24 Inicialmente, cada um dos flavonoides isolados, foi diluído em MeOH 100% e imediatamente foram realizadas as leituras. A essa mesma mistura adicionaram-se 2 gotas de KOH, 2M, e após 5 min, foi feita nova leitura. Em uma nova alíquota da solução metanólica do flavonoide, adicionaram-se 2 gotas de solução saturada de AlCl3 e foi feita mais uma leitura. A essa mesma mistura acrescentaram-se 2 gotas de HCl, 0,5M, sendo imediatamente lida. Finalmente a uma terceira alíquota da solução metanólica do flavonoide, adicionou-se NaOAc, e após 5 min, foi feita a leitura. A essa nova mistura acrescentou-se H3BO4, e em seguida foram feitas as leituras. Todos os dados foram registrados em forma de gráficos e interpretados. 3.7.5 Hidrólise ácida A fim de identificar possíveis açúcares ligados aos flavonoides isolados, uma alíquota de cada flavonoide foi transferida para tubo de ensaio, seca e acrescida de 4 mL de solução HCl 1N. Esses tubos foram tampados e transferidos a um banho seco a 95ºC por 1 h. Após esfriarem em temperatura ambiente, foram adicionados 2 mL de acetato de etila em cada tubo, a mistura foi agitada e, após separação das fases, as frações de acetato de etila e de HCl 1N, foram coletadas separadamente e secas. As duas frações foram desenvolvidas em CCD (cromatografia em camada delgada ascendente de celulose). As frações de acetato de etila (contendo as agliconas) foram ressuspendidas em MeOH, e a CCD foi desenvolvida em CAW (clorofórmio:ác. acético:água)(30:15:2) ao lado de amostras autênticas (padrões) de apigenina, luteolina, quercetina, orientina e rutina. Ao término, essa CCD foi seca e analisada sob luz UV, com e sem vapores de NH3. Uma nova CCD em ácido acético 15% foi desenvolvida com alíquotas dos flavonoides originais e suas respectivas frações em acetato de etila. Ao final, a CCD foi seca em temperatura ambiente e analisada sob luz UV, com e sem vapores de NH3. Os valores de Rf foram calculados da seguinte forma: Rf = Df/LF Df = distância percorrida pelos flavonoides na cromatografia LF = linha de frente percorrida pela fase móvel na cromatografia As frações em HCl 1N (contendo os açúcares) foram ressuspendidas em água destilada. A CCD para a análise de açúcares (fração aquosa) foi desenvolvida em EPAW (acetato de etila:piridina:ác.acético:água)(36:36:7:21) ao lado de amostras autênticas (padrões) de galactose, glicose, ramnose, arabinose, xilose e ácido glucurônico. Ao final, a CCD foi seca, nebulizada com fosfato de anilina (anilina, acetona; 2:3) e revelada em estufa a 100ºC. 25 3.8 Análise estatística Os resultados dos experimentos foram avaliados estatisticamente utilizando-se a Análise de Variância (ANOVA) do Programa R, com o teste de Tukey (α = 5%) do pacote Laercio (LAERCIO, 2010), para avaliar as médias de alturas, médias da concentração de fenóis, flavonoides totais e de flavonoides isolados. 4. Resultados 4.1 Transmissão mecânica A variedade IAC-277 de Passiflora edulis fo. flavicarpa (maracujá-amarelo) mostrouse suscetível ao isolado de CABMV de Monte Alegre do Sul, previamente caracterizado biológica e molecularmente por Silva et al. (2012). Foi observado sintomas de mosaico, bolhas e distorção foliar, evidenciados no tratamento L2 (CABMV + sulfito de sódio 0,5%) a partir do 30º DAI. O PTA-ELISA confirmou que as plantas sintomáticas estavam infectadas pelo CABMV, e as assintomáticas, por sua vez, mantiveram-se sadias, ou seja, as plantas dos tratamentos C (controle) e L1 (sulfito) estavam livres do vírus. 4.2 Avaliação do crescimento Foi avaliado o crescimento somente das plantas do experimento 1. Todas as plantas se desenvolveram, no entanto a média das alturas de L2 foi menor do que de L1 e C, que não diferiram entre si (Tabela 4). Tabela 4: Média (±DP) das diferenças entre alturas (cm) de cada tratamento. C – Controle; L1 – solução de sulfito de sódio; L2 - CABMV em presença de solução de sulfito de sódio. Valores seguidos de mesma letra não apresentam diferenças significativas (α=5%). Tratamento Médias a C 25,833 ± 17,5744 L1 24,056a ± 15,2937 L2 5,3333b ± 6,167 4.3 Quantificação de fenóis e flavonoides totais As curvas padrões de ácido p-cumárico, quercetina e vitexina tiveram as seguintes equações e valores de r2 (fator de correlação) (Figuras 9 a 11): Absorbância (760 nm) 26 0,5 0,45 0,4 0,35 0,3 0,25 0,2 0,15 0,1 0,05 0 y = 0,0238x + 0,014 R² = 0,9924 0 5 10 15 20 ácido p-cumárico (μg) Figura 9 – Curva-padrão de ácido p-cumárico 0,14 y = 0,0088x - 0,0004 R² = 0,9905 Absorbância (420 nm) 0,12 0,1 0,08 0,06 0,04 0,02 0 0 5 10 15 20 Quercetina (μg) mAU Figura 10 – Curva-padrão de quercetina 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 y = 14284x + 20,221 R² = 0,9989 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 μg de Vitexina Figura 11 – Curva-padrão de vitexina 0,03 0,035 27 A partir das equações da reta de ácido p-cumárico e quercetina (Figuras 9 e 10), fenóis e flavonoides totais dos extratos metanólicos, obtidos de folhas secas dos tratamentos do experimento 1 foram quantificados em μg/mg de folha seca. Os teores de fenóis e flavonoides totais não diferiram estatisticamente entre os tratamentos C, L1 e L2 (Tabela 5, Figura 12). Tabela 5: Teor (μg/mg de folha seca) de fenóis e flavonoides totais nos extratos metanólicos das folhas do maracujazeiro-amarelo do experimento 1. C – Controle; L1 – solução de sulfito de sódio; L2 - CABMV em presença de solução de sulfito de sódio. Os valores correspondem a média ± DP. Valores seguidos de mesma letra não apresentam diferenças significativas (α=5%). Fenóis (p=0,4704). Flavonoides (p=0,3477). Tratamento Fenóis μg/mg C L1 L2 25,233 ± 8,708 a 26,328 ± 5,572 a 33,413 ± 7,223 a Flavonoides μg/mg b 1,320 ± 0,382 b 1,332 ± 0,170 b 0,992 ± 0,169 Figura 12 - Médias da concentração de fenóis e flavonoides totais nas folhas de Passiflora edulis fo. flavicarpa (Experimento 1): C – Controle; L1 – solução de sulfito de sódio; L2 - CABMV em presença de solução de sulfito de sódio 4.4 Flavonoides identificados Em cromatograma obtido por CLAE analítica do extrato metanólico de P. edulis fo. flavicarpa foi possível identificar picos de flavonoides e as amostras autênticas (padrões). No entanto nenhuma das amostras autênticas de: homoorientina, orientina, vitexina, luteolina e apigenina foram identificadas através dos tempos de retenção (RT). Quatro flavonoides foram coletados em CLAE preparativo e suas estruturas sugeridas por: Rf, reação de deslocamento e hidrólise ácida. 28 4.4.1 Reações de deslocamento Com as reações de deslocamento somadas às informações das reações de hidrólise e de Rf, as seguintes estruturas dos flavonoides foram tentativamente propostas: C – glicosídeo de apigenina ––– MeOH – 274 nm/330 nm MeOH/MeOH+KOH MeOH+AlCl3/MeOH+AlCl3+HCl ––– MeOH +KOH – 278 nm/ombro 336 nm/394 nm ––– MeOH+AlCl3 – 274 nm/304 nm/338 nm ––– MeOH+AlCl3+HCl – 276 nm/302 nm/340 nm ––– MeOH+NaOAc – 274 nm/330 nm ––– MeOH+NaOAc+H3BO4 – 274 nm/330 nm UV – púrpura UV+NH3 – amarelo Rf-BAW – 0,423 Rf-AcOH 15% – 0,423 TR – 15,056 min Hidrólise: não MeOH+NaOAc/MeOH+NaOAc+H3BO4 29 Derivado de apigenina com 6-O- ––– MeOH – 274 nm/322 nm MeOH/MeOH+KOH MeOH+AlCl3/MeOH+AlCl3+HCl ––– MeOH +KOH - degradou ––– MeOH+AlCl3 – 280 nm/304 nm/340 nm ––– MeOH+AlCl3+HCl – 280 nm/304 nm/336 nm ––– MeOH+NaOAc – 276 nm ––– MeOH+NaOAc+H3BO4 – 274 nm/320 nm UV – purpura UV+NH3 – púrpura Rf-BAW – 0,153 Rf-AcOH 15% – não calculado TR – 19,356 min Hidrólise: não MeOH+NaOAc/MeOH+NaOAc+H3BO4 30 C-glicosideo de Apigenina-7-O-Me ––– MeOH – 270 nm/334 nm MeOH/MeOH+KOH MeOH+AlCl3/MeoH+AlCl3+HCl ––– MeOH +KOH – 338 nm ––– MeOH+AlCl3 – 280 nm/302 nm/348 nm ––– MeOH+AlCl3+HCl – 280 nm/300 nm/346 nm ––– MeOH+NaOAc – 270 nm/332 nm ––– MeOH+NaOAc+H3BO4 – 270 nm/332 nm UV – purpura UV+NH3 – amarelo Rf-BAW – 0,461 Rf-AcOH 15% – não calculado TR – 19,951 min Hidrólise: não MeOH+NaOAc/MeOH+NaOAc+H3BO4 31 Flavonoide não identificado MeOH/MeOH+KOH ––– MeOH – 274 nm/320 nm MeOH+AlCl3/MeOH+AlCl3+HCl ––– MeOH +KOH – 278 nm/364 nm ––– MeOH+AlCl3 – 280 nm/302 nm/332 nm ––– MeOH+AlCl3+HCl – 282 nm/302 nm/336 nm ––– MeOH+NaOAc – 274 nm/316 nm ––– MeOH+NaOAc+H3BO4 – 274 nm/318 nm UV – amarelo MeOH+NaOAc/MeOH+NaOAc+H3BO4 UV+NH3 – amarelo Rf-BAW – não calculado Rf-ácido acético – 0,661 TR – 15,979 min Hidrólise: não O método de extração para flavonoides proposto por Furlan et al. (2010) foi adequado para P. edulis fo. flavicarpa, já que foi possível detectar flavonoides em todos os extratos metanólicos. As extrações descritas para flavonoides utilizam solventes polares, como etanol, metanol, butanol e água (MARKHAN, 1982). As hidroxilas presentes na molécula dão o caráter menos polar, e os açúcares ligados tornam os flavonoides mais polares. Portanto, misturas de água com um dos solventes citados são usadas para a extração de glicosídeos. Flavonoides de Passiflora são descritos como sendo predominanemente flavonas C-glicosiladas, contendo pelo menos um açúcar ligado no carbono 6- ou 8- (MARKHAM, 1982; JAY, 1996). Para propor as estruturas químicas dos quatro flavonoides isolados, bem como as posições das hidroxilas, foram utilizados reagentes de deslocamento descritos por Markhan 32 (1982). Os deslocamentos baseiam-se em desvios batocrômicos, ou seja, na mudança de absorção em comprimentos de onda maiores, ou também chamados de desvio à direita, com ou sem aumento na absorção, e retorno hipsocrômicos também chamados de desvios à esquerda. Para isso, reagentes ionizantes (KOH e NaOAc) e complexantes (AlCl 3/HCl e NaOAc/H3BO4) são utilizados para causar mudança do perfil espectrométrico dos flavonoides. Flavonas são descritas por possuírem a posição 3- livre diferente dos flavonóis que possuem na mesma posição uma hidroxila (3-OH) (HARBORNE, 1973; MARKHAN, 1982). Esta única hidroxila na posição 3- muda o perfil de absorção (aumenta a absorção da Banda I), sendo possível distinguir flavonas de flavonóis. As hidroxilações dos anéis A e B alteram respectivamente a Banda II (240-280 nm) e a Banda I (300-380 nm) (MABRY et al., 1970). Com o espectro em MeOH, foi possível identificar três flavonas, devido à absorção da Banda I entre 310-350 nm (MARKHAN, 1982). Provavelmente essas flavonas são derivadas de apigenina, já que não houve desvio batocrômico da Banda I e nem aumento da intesidade no espectro de AlCl3, e também não houve retorno hipsocrômico da Banda I ao adicionar HCl. Se essas flavonas fossem derivadas de luteolina (com hidroxilas em 3’-OH e 4’-OH), haveria desvio batocrômico da Banda I e II no espectro com AlCl 3 com aumento da intensidade, e haveria retorno hipsocrômico somente da Banda I no espectro de AlCl 3/HCl. Ulubelen et al. (1982), Geiger & Marklan (1986), Dhawan et al. (2001) e Antognoni et al. (2007), encontraram em espécies de Passiflora os flavonoides vitexina e isovitexina, derivados de apigenina. O quarto flavonoide não pode ser classificado em flavona ou flavonol, mesmo que o desvio batocrômico da banda I de 320 nm para 364 nm no especto em KOH possa indicar 3OH (MABRY et al., 1970). A adição de KOH, uma base forte, ioniza todas as hidroxilas (-OH) do núcleo flavônico. O surgimento de uma terceira banda entre 320-335 nm revela uma hidroxila na extremidade 7-OH. A degradação com o tempo é um indício de haver grupos álcalisensíveis, geralmente 3,4’-OH, -diOH no anel A, ou três -OH adjacentes no anel B. O desvio batocrômico estável entre 45–65 nm, sem aumento na intensidade, da Banda I com KOH revela hidroxila livre em 4-’ (MABRY et al., 1970; MARKHAN, 1982). Houve desvio batocrômico nos espectros dos quatro flavonoides isolados, e a terceira Banda surgiu no espectro de três deles. No espectro do flavonoide não identificado, a terceira Banda não surgiu, o que pode indicar um possível 7-O-. A adição de AlCl3 fornece íons Al3+ , que forma um complexo entre os grupo hidroxila de 5- e cetônico de 4-, e entre as hidroxilas de 3’- e 4’-. Um desvio batocrômico com AlCl3 representa a soma dos dois complexos, ou seja provoca desvios das Banda II e I, enquanto o espectro AlCl3/HCl representa somente o complexo hidroxi-cetônico (5- e 4-) que não é 33 desfeito com o HCl (MABRY et al., 1970; MARKHAN, 1982; HARBORNE, 1973). O espectro em AlCl3 dos quatro flavonoides teve um desvio batocrômico nas Bandas II e I, e retorno hipsocrômico das duas Bandas ao adicionar HCl. Sugere-se que os quatro flavonoides tenham 5-OH, 4-O, no entanto não foi possível afirmar que as extremidade 3’ sejam hidroxiladas. Os flavonoides propostos como C-glicosídeo de apigenina e derivado de apigenina6-O-, e o flavonoide não identificado devem possuir a extremidade 7-OH livre revelada no espectro de NaOAc. Esta é uma base fraca, e portanto ioniza somente as hidroxilas mais ácidas (7-OH) e provoca um desvio batocrômico de aproximadamente 5-20 nm da Banda II (MABRY et al., 1970; MARKHAN, 1982; HARBORNE, 1973). No espectro do derivado de apigenina-6-O- em NaOAc, esse desvio foi quase imperceptível, devido a uma possível substituição (6-O-) que diminui acidez em 7-OH (MABRY et al., 1970). O outro C-glicosídeo de apigenina deve ter a extremidade 7- substituída, provavelmente com um grupo metil, já que não houve desvio batocrômico da Banda II. Se houvesse 6-OH e/ou 8-OH, a adição de H3BO4 na solução em NaOAc formaria complexos entre 6- e 7- e/ou 7- e 8- e haveria um desvio batocrômico da Banda II (MABRY et al., 1970). A hidrólise ácida foi utilizada para tentar separar a aglicona de possíveis açúcares. Em cromatogradia em camada delgada (CCD) nenhuma das agliconas usadas como padrão e nenhum padrão de açúcar foram identificados. A partir dos resultados de hidrólise e valores de Rf, dois dos quatro flavonoides isolados foram propostos como C-glicosídeo de apigenina e C-glicosídeo de apigenina-7-OMe. Flavonoides C-glicosilados são resistentes a hidrólise ácida e, portanto permanecem solúveis em acetato de etila (HARBORNE, 1973; MARKHAM, 1982) o que foi confirmado em desenvolvimento de CCD dos flavonoides isolados com os possíveis produtos de hidrólise. Se houvesse flavonoides C-diglicosilados ligados em um único carbono, o açúcar mais externo sofreria hidrólise, enquanto o adjacente ao carbono do núcleo flavonico permaneceria e não seria revelado na fração aquosa. Mesmo que não foi detectado nenhum açúcar na fração aquosa, os flavonoides isolados ainda poderiam ser C-diglicosídeos com açúcares ligados em carbonos diferentes (6- ou 8-) e não seriam também hidrolisados com HCl. Como os valores de Rf em BAW foram intermediários, foi possível sugerir que os flavonoides C-glicosilados tinham um único açúcar em 6- ou em 8-, o que os torna mais polares e, portanto, mais solúveis em água e ácido acético e menos solúveis em butanol. As informações dos outros dois flavonoides não foram suficientes para diferenciar O- de Cglicosídeos, embora um deles seja proposto como um derivado de apigenina-6-O- e, possivelmente, haja um açúcar em 8-. Porém, não foi possível comparar os valores de Rf em ácido acético desses flavonoides. 34 A posição e o tipo de açúcar dos C-glicosideos não puderam ser determinados, para isso são utizadas técnicas como a espectrometria de massas e ressonância magnética, no entanto sugere-se que os açúcares esteja ligados em 6- ou 8-. Markhan (1982) e Jay (1996) descreveram, em Passiflora, flavonoides C-glicosilados apenas nas posições 6- e 8-, sendo a glicose o açúcar predominante. Flavonoides O-glicosilados foram descritos em outras espécies de Passiflora, como luteolina-7-O-glicosídeo em P. pittieri Mast. (ULUBELEN et al., 1982), isovitexina-2’-O-glucopiranosídeo, isoorientina-2’-O-glucopiranosídeo e isoscopain-2”O-glicosídeo, em P. incarnata (PROLIAC et al., 1988; LI et al., 1991; RAFFAELLI et al., 1997; ABOURASHED et al., 2002; MULLER et al., 2005). Talvez o volume dos flavonoides isolados tenha sido insuficiente para tornar os produtos de hidrólise visíveis em CCD. Por outro lado, é mais uma evidência de que os flavonoides isolados de Passiflora edulis fo. flavicarpa sejam C-glicosilados. 35 4.4.2 Quantificação dos flavonoides isolados Cada flavonoide isolado em CLAE preparativa, foi identificado e quantificado nos extratos metanólicos, obtidos de folhas secas dos tratamentos do experimento 2 por meio de curva-padrão de vitexina (Figura 11), e expressos em μg/mg de folha seca. Os teores dos flavonoides tentativamente identificados como: C-glicosideo de apigenina, glicosídeo de apigenina 6-O- e o flavonoide não identificado, diferiram estatisticamente entre tratamentos do experimento 2, e os maiores valores detectados no tratamento L1. No entanto o teor do flavonoide tentativamente identificado como Cglicosídeo de apigenina 7-O-Me não diferiu estatisticamente entre os tratamentos (Tabela 6, Figura 13). Tabela 6: Teor (μg/mg de folha seca) de cada flavonoide isolado (em padrões de vitexina), nos extratos metanólicos das folhas do maracujazeiro do experimento 2. C – Controle; L1 – solução de sulfito de sódio; L2 - CABMV em presença de solução de sulfito de sódio. Os valores correspoondem a médias ± DP. Valores seguidos de mesma letra em colunas não apresentam diferenças significativas (α=5%). Tratamento C-Glicosídeo de Apigenina Glicosídeo de Apigenina 6-O- C L1 L2 3,450±0,448 a 45,343±7,62 b 28,063±12,69 c 2,892±1,319 a 11,072±4,119 b 3,892±0,314 b C-Glicosídeo de apigenina 7-O-Me a 9,267±8,661 a 2,399±1,849 a 12,319±7,96 Flavonoide não identificado b 1,380±0,877 a 28,347±2,443 b 2,387±0,734 Figura 13 - Quantificação dos flavonoides identificados em Passiflora edulis fo. flavicarpa 36 5. Discussão Os sintomas induzidos por vírus são reflexos de alterações morfológicas (histológicas) e fisiológicas (DINER, 1963; GIBBS; HARRIS 1976; WALLER, 2002). Os vírus diferem de outros fitopatógenos, pois a doença não é causada pela translocação de toxinas originadas no local de infecção. A infecção viral interfere no metabolismo da célula hospedeira, causando diminuição da fotossíntese, aumento da taxa de respiração, aumento na atividade de fenoloxidases e frequentemente um aumento anormal de metabólitos (WALLER, 2002). Uma vez que os vírus não possuem metabolismo próprio, toda a informação contida em seu genoma pode atuar como fator de patogenicidade, que regula a infecção e a transmissão (DINER, 1963). A diferença de alturas entre os três tratamentos pode ser explicada. As plantas que sofreram injúrias mecânicas + vírus (L2) se desenvolveram menos do que as de C (controle) e L1 (sulfito de sódio 0,5%). Isso pode ser explicado, já que a inoculação mecânica destrói algumas células da epiderme adaxial das folhas, diminui a superfície fotossintética e, portanto, reduz a fotossíntese. No entanto, as plantas de L2, além de clorose (degradação de clorofila), exibiram nanismo. Agrios (2005) descreveu que alguns vírus, fitoplasmas e nematoides podem induzir sintomas como clorose e nanismo, e estes patógenos alteram significativamente a fotossíntese e o desenvolvimento das plantas hospedeiras. Sintoma de clorose reflete a degradação de clorofilas e outros pigmentos presentes nos cloroplastos. O sintoma de nanismo pode ser explicado por alterações nos balanços hormonais, redução da concentração de derivados de carbono ou alteração na sua translocação (HULL, 2009). Diener (1963), Berger et al. (2007), e Hull (2009) concordam que a redução da fotossintese é acompanhada pelo aumento da taxa respiratória, mas os autores divergem se há aumento ou redução de fotoassimilados nos tecidos infectados. Estes sintomas representam a soma de alterações estruturais que estão associadas com a redução do crescimento e desenvolvimento da planta, além de alterações fisiológicas da célula (MAULE et al., 2002). No presente trabalho não foi realizado um estudo de ultra-estrutural do CABMV em P. edulis fo. flavicarpa, no entanto estudos anteriores (BASHIR, 2002) citam inclusões citoplasmáticas e alterações nos cloroplastos, associados a regiões de replicação, que explicaria a redução da fotossíntese. Alterações fisiológicas induzidas pelo CABMV foram avaliadas por meio de análises de metabólitos secundários. Para isso foram estudados fenóis totais e flavonoides totais de P. edulis fo. flavicarpa. A influência de vírus sobre o teor de compostos fenólicos é pouco conhecida, principalmente em hospedeiras que reagem com sintomas sistêmicos. Em hospedeiras com sintomas locais há aumento de compostos fenólicos (DINER, 1963; WALLER, 2002), que impermeabilizam as células ao redor da infecção viral, para isolar e restringir a infecção, a 37 esta reação dá-se o nome de reação de hipersensibilidade (GIBBS, 1976; MAULE et al., 2002). O CABMV em P. edulis fo. flavicarpa induz sintomas sistêmicos, longe da folha inoculada (SILVA et al., 2012). No presente trabalho a dosagem de fenóis foi feita a partir de folhas sintomáticas sistêmicas infectadas com o CABMV, a cima da inoculada. Apesar dos teores de fenóis totais não terem sido estatisticamente diferentes, houve um pequeno aumento no teor de fenóis do tratamento L2, assim como os resultados de Duarte (1997) que verificou uma diminuição de fenóis em folhas de Datura stramonium inoculadas com o PVX (Potato virus X) com aumento nas folhas acima; e ao contrário de Ajmal et al. (2011) que verificaram uma diminuição no teor de fenóis em algodão experimentalmente infectados com o CLCuV. O teor dessas substâncias parece depender de uma série de fatores, como sistema vírus x hospedeira, concentração viral e estado nutricional da planta. O aumento de compostos fenólicos está associado ao aumento de fenoloxidases, este processo é muito conhecido em infecções fúngicas (VIDHYASEKARAN, 2004; AGRIOS, 2005). A esses composto formado de novo após o contato com o pátogeno dá se o nome de fitoalexinas (DIXON; PAIVA, 1995; MALECK; LAWTON, 1998; SUDHA; RAVISHANKAR, 2002). Dixon & Paiva (1995) em sua revisão, relataram que estresses bióticos e abióticos podem induzir a síntese de fitoalexinas provenientes da via dos fenilpropanoides, muitas possuem atividade antimicrobiótica sintetizadas em resposta a patógenos. De acordo com esses autores, as fitoalexinas podem ser; pterocarpanos, isoflavonas, isoflavonoides prenilados, stilbenos, psoralenos, cumarinas, 3- deoxiantocianidinas, flavonóis e auronas. Tendo em vista o maior teor de fenóis totais em L2, pode-se considerar que a diferença entre fenóis totais de L2 e de C, possam atuar como fitoalexinas. Os compostos fenólicos em plantas abragem um grande número de substâncias que possuem em comum um ou mais anéis aromáticos, aos quais se ligam um ou mais grupos hidroxílicos (VICKERY & VICKERY, 1981), como ácidos fenólicos, fenilpropanoides, flavonoides, taninos, lignina etc. Em estudos envolvendo defesa da planta a lignina é aumentada durante a infecção, em resposta a lesões e injúrias, bloqueando e impedindo o crescimento e a entrada de patógenos (GOULD, 1983). As infecções fúngicas são muito estudadas para a quantificação de fenóis totais, e a lignina normalmente é o composto majoritário (AGRIOS, 2005), que limita o crescimento micelial enrijecendo a parede celular. Essa deposição induzida limita o crescimento celular e o desenvolvimento da planta (NOBEL, 2009). Os poucos trabalhos de vírus e metabólitos secundários não descrevem a influência deste patógeno sobre a lignina, mas descrevem a influência sobre antocianina (VEGA et al., 2011) e outros pigmentos (LU et al., 2012). Todos estes metabólitos secundários são compostos fenólicos, e assim como os que compõem os flavonoides, também derivam da via do ácido chiquímico. 38 Fenilpropanoides também são precursores de flavonoides. A desaminação da fenilalanina pela PAL, seguida de outras reações catalisadas pela cinamato-4-hidroxilase (C4H) e 4-cumarato-CoA-ligase (4CL), origina o fenilpropanoide 4-cumaroil-CoA, que junto com três moléculas de malonil-Coa provenientes da via do Acetato-Malonato formam a chalcona (VICKERY; VICKERY, 1981; MARKHAN, 1982). Qualquer alteração nas enzimas ou em seus substratos prejudicará a síntese de chalcona e portanto a síntese dos demais flavonoides. Na revisão descrita por Dixon & Paiva (1995), plantas de tabaco que tiveram a enzima fenilalanina amônia-liase (PAL) suprimida, ainda manifestavam a reação de hipersensibilidade e redução de compostos fenólicos frente à infecção pelo Tobacco mosaic virus (TMV, Tobamovirus). Nesse contexto parece que a infecção viral altera a síntese de compostos fenólicos, sem interferir na via dos fenilpropanoides. Com relação aos flavonoides, poucos trabalhos demonstram a influência de vírus no teor desses metabólitos. Ao contrário dos teores de fenóis totais, a infecção pelo CABMV, bem como somente a injúria mecânica nas folhas não induziu alteração no teor de flavonoides totais em plantas de maracujá-amarelo. Kreft et al. (1999) relataram uma diminuição do flavonoide rutina em Solanum tuberosum L. suscetíveis ao Potato virus YNTN (PVYNTN, Potyvirus). Por outro lado, Vega et al. (2011) verificaram um aumento inicial de flavonóis em frutos de Vitis vinifera L. var. Cabernet Sauvignon infectados com Grapevine leaf-roll-associated virus-3 (GLRaV-3, Ampelovirus), seguido de diminuição ao longo do amadurecimento dos frutos. Apesar desses trabalhos também relatarem diferenças quantitativas, não condizem com os resultados obtidos no presente trabalho, onde os maiores aumentos de três dos quatro flavonoides tentativamente identificados foram observados somente em L1, talvez se deva ao fato da rutina e de flavonóis diferirem de flavonas e possuírem funções distintas. Outra possível explicação é a de que somente a injúria mecânica é suficiente para alterar o metabolismo secundário de P. edulis f. flavicarpa. Aparentemente a variação de flavonoides induzida por vírus depende da planta, da idade, e do vírus. Derivados de flavonas C-glicosiladas já foram descritas como comuns em espécies de maracujá (Dhawan et al. 2004, Zeraik et al. 2010, Zucolotto et al. 2011). As análises dos extratos do maracujá-amarelo IAC-277 sugerem a presença de três derivados de apigenina sendo dois C-glicosilados. Através da comparação com amostras autênticas, sabemos que não se tratam de vitexina e/ou isovitexina. Apesar de não ter havido quantidade suficiente de material que possibilitasse a identificação destes compostos, o C-glicosideo de apigenina 7O-Me, não se asemelha a nenhuma flavona descrita em P. edulis f. flavicarpa. A quantificação de flavonoides por meio da técnica em espectrofotômetro difere da técnica de detecção em CLAE, pois detecta a absorção dos complexos formados com AlCl3. É considerada uma técnica pouco precisa, e subquantifica os valores reais de flavonoides 39 (WOISKY; SALATINO, 1998; GUEDES et al., 2009). O mesmo pode-se dizer da quantificação de fenóis totais com o reagente de Folin-Ciocalteau. Assim é possível justificar os maiores valores de flavonoides isolados quantificados por CLAE, do que os de flavonoides totais quantificados por espectrofotometria. Mesmo que dois experimentos não possam ser equiparáveis estatisticamente, alguns compostos fenólicos (ex: 4-cumaroil-CoA e malonil CoA) são precursores de flavonoides, e poderia haver uma correlação positiva entre os teores desses compostos, o que não foi observado entre os tratamentos do experimento 1. Apesar disso, Croteau et al. (2000) afirmou que compostos fenólicos, como flavonoides, poderiam aumentar em infecções por patógenos, e desempenhariam função de defesa. Os desvios padrões muito altos entre os tratamentos (C, L1 e L2) talvez possa ser explicado pela elevada variabilidade genética de P. edulis fo. flavicarpa (IAC-277) que ainda persiste, mesmo tratando-se de uma variedade pré-selecionada, e poderia explicar os resultados estatísticos não significativos para o teor de fenóis e flavonoides totais. Os fenóis e flavonoides de P. edulis fo. flavicarpa foram extraídos de plantas com até 90 dias após a germinação (DAG). Nesse estádio fenológico, o teste estatístico somente revelou diferenças de flavonoides quantificados individualmentes entre os três tratamentos. Por se tratar de plantas jovens, sem flores e frutos, esses resultados não refletem a realidade do produtor que mantém plantas adultas para a comercialização dos frutos. Portanto, até esse estádio, fenóis e flavonoides de importância econômica, ainda poderiam ser extraídos e comercializados a partir de folhas de maracujazeiro-amarelo mesmo infectadas com o CABMV. 40 6. Conclusões Quatro flavonoides de folhas de Passiflora edulis fo. flavicarpa (variedade IAC-277) foram tentativamente identificados, sendo três deles sugeridos como: C-glicosídeo de apigenina, glicosídeo de apigenina 6-O-, glicosídeo de apigenina 7-O-Me e um flavonoide não identificado. A injúria mecânica é suficiente para aumentar a síntese de três dos quatro flavonoides tentativamente identificados. Houve aumento sistêmico de compostos fenólicos de P. edulis fo. flavicarpa infectados com o CABMV (tratamento L2). Com até 90 dias após a germinação e 30 dias após a inoculação, o CABMV não induziu alterações quantitativas e nem qualitativas de fenóis, mas alterou a quantidade de um único flavonoide isolado em folhas de P. edulis fo. flavicarpa. O CABMV não alterou o metabolismo secundário de P. edulis fo. flavicarpa com até 90 dias após a germinação. 41 7. Referências Bibliográficas ABOURASHED, E.A.; VANDERPLANK, J.R.; KHAN, I. High-speed extraction and HPLC fingerprinting of medicinal plants – I. Application to Passiflora flavonoids. Pharmaceutical Biology, v.40, p.81–91, 2002. ADAMS MJ, ZERBINI FM, FRENCH R, RABENSTEIN F, STENGER DC, VALKONEN JPT, 2012. Potyviridae. In: KING AMQ, ADAMS MJ, CARSTEN EB, LEFKOWITZ EJ (Eds.). Virus Taxonomy: Nineth Report of the International Committee on Taxonomy of Viruses. Oxford: Elsevier, p.1069-1089. AGRIANUAL 2013: Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo: AgraFNP, 2013. p.349-352. AGRIOS, G.N. Plant Pathology. British, Elsevier Academic Press, 5. Ed., 2005, 922p. AJMAL, S.; PERVEEN, R.; CHOHAN, S.; YASMIN, G.; MEHMOOD, M.A. Role of second metabolites biosynthesis in resistance to cotton leaf curl virus (CLCuV) disease. African Journal of Biotechnology, v.10(79), p.18137-18141, 2011. ALLISON, R.; JOHNSTON, R.E.; DOUGHERTY, W.G. The nucleotide sequence of coding region of tobacco etch vírus genomic RNA: evidence for the synthesis of a single polyprotein, Virology, v.154, p.9-20, 1986. ALONSO, J.R. Tratado de fitomedicina: bases clínicas e farmacológicas, ISIS, Buenos Aires, 1998. ALVES, A.C.C.N.; INUOE-NAGATA,A.K.; MOREIRA, A.G.; BARBOSA, A.L.; RESENDE, J.A.M. Strains of Sida Mottle Virus and Sida Micrantha Mosaic Virus infecting Passionflower in diferent regions of Brazil. In: XXII National Meeting of Virology e VI Mercosur Meeting of Virology, Atibaia, SP, v.16, p.214, 2011. ANDRADE, S.R.M. de; RIBEIRO, L.M.; JUNGHANS, T.G. Limpeza clonal de maracujá para eliminação do vírus do endurecimento do fruto. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2010. Disponível em: <http://www.cpac.embrapa.br/noticias/artigosmidia/publicados/209/>. Acesso em: 01 dez. 2010. ANJOS, J.R.N.; JUNQUEIRA, N.T.V.; CHARCHAR, M.J.A. Incidência e distribuição do vírus do endurecimento dos frutos do maracujazeiro no cerrado do Brasil Central. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2001. 17p. ANDERSON, C.W. Vigna and Crotalaria viruses in Florida II. In: Notations concerning cowpea mosaic virus (Marmor vingnae). Plant Disease Reporter, v.39, p.349-353, 1955. ANTOGNONI, F.; ZHENG, S.; PAGNUCCO, C.; BARALDI, R.; POLI, F.; BIONDI, S. Induction of flavonoid production by UV-B radiation in Passiflora quadrangularis callus cultures. Fitoterapia, v.78, p.345–352, 2007. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cd_farmacopeia/index.tml, 2010. Sanitária. AOYAGI, N.; KIMURA, R.; MURATA, T.: P. incarnata dry extracts. I. Isolation of maltol and Pharmacological action of maltol and ethyl maltol. Chemical and Pharmaceutical Bulletin, v.22, p.1008-1013, 1974. BARBOSA, P.R.; VALVASSORI, S.S.; BORDIGNON, JR.; KAPPEL, V.D.; MARTINS, M.R.; GAVIOLI, E.C.; QUEVEDO, J.; REGINATTO, F.H. The Aqueous Extracts of Passiflora alata and Passiflora edulis Reduce Anxiety-Related Behaviors Without Affecting Memory Process in Rats. Journal of Medicinal Food, v.11, p.282–288, 2008. 42 BARROS, D.R.; ALFENAS-ZERBINI, P.; BESERRA, J.E.A.; ANTUNES, T.F.S.; ZERBINI, F.M. Comparative analysis of the genomes of two isolates of cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV) obtained from different hosts. Archives of Virology, v.156, p.1085-1091, 2011. BARROSO, G.M. Sistemática de angiospermas do Brasil. Editora Universitária de São Paulo, Viçosa, 1978. BASHIR, M.; AHMAD, Z.; GHAFOOR, A. Cowpea aphid-borne mosaic virus: a review. International jornal of pest management, v. 48(2), p.155-168, 2002. BERGER, P.H.; ADAMS, M.J.; BARNETT, O.W.; BRUNT, A.A.; HAMMOND, J.; HILL, J.H.; JORDAN, R.L.; KASHIWAZAKI, S.; RYBICKI, E.; SPENCE, N.; STENGER, D.C.; OHKI, S.T.; UYEDA, I.; VAN ZAAYEN, A.; VALKONEN, J.; VETTEN, H.J. Potyviridae. In: FAUQUET, C.M. et al. (Ed.) Virus Taxonomy. San Diego: Elsevier Academic Press, 2005, 819-841p. BERGER, S.; SINHA, A.K.; ROITSCH, T. Plant physiology meets phytopathology: plant primary metabolism and plant-pathogen interations. Journal of Experimental Botany, v.58, n.15/16, p.4019-4026, 2007. BEZERRA, D.R.; LIMA, J.A.A.; XAVIER FILHO, J. Purificação e caracterização de um isolado cearense do vírus do endurecimento dos frutos do maracujazeiro. Fitopatologia Brasileira, v.20, p.553-560, 1995. BOCK, K.R. East African strains of cowpea-aphid born mosaic virus. Annals of Applied Biology, v.74, p.75-83, 1973. BOCK, K.R.; CONTI, M. Cowpea aphid-borne mosaic virus. CMI/AAB Descriptions of Plant Viruses, n.134, 1974. BRUCKNER, C.H. Perspectivas do melhoramento genético do maracujazeiro. In: SÃO JOSÉ, A.R.; BRUCKNER, C.H.; MANICA, I.; HOFFMAN, M. (Eds.) Maracujá: temas selecionados – Melhoramento, morte prematura, polinização, taxonomia. Porto Alegre: Cinco Continentes, 1997. p.7-24. BRUNI, R.; BELLARDI, M.G.; PARELLA, G.; BIANCHI, A. Impact of alfalfa mosaic virus subgroup I and II isolates on terpene secondary metabolism of Lavandula vera D.C., Lavandula X alardii and eight cultivars of L. hybrid Rev. Physiological and Molecular Plant Pathology, v. 68, p.189-197, 2006. CERQUEIRA-SILVA, C.B.M.; MOREIRA, C.N.; FIGUEIRA, A.R.; CORRÊA, R.X.; OLIVEIRA, A.C. Detection of a resistance gradient to Passion fruit woodiness virus and selection of ‘yellow’ passion fruit plants under field conditions. Genetics and Molecular research, v.7, p.1209-1216, 2008. CERVI, A.C. Espécies de Passiflora L. (Passifloriaceae) publicadas e descritas nos últimos 55 anos (1950-2005) na América do Sul e principais publicações brasileiras. Estudos de Biologia, v.27, p.19-24, 2005. CHAGAS, C.M. Doenças viróticas e similares do maracujazeiro no Brasil. In: SÃO JOSÉ, A.R. (Ed.) A cultura do maracujazeiro no Brasil. Jaboticabal. FUNEP, 1991. p.175-186. CHAGAS, C.M.; KITAJIMA, E.W.; LIN, M.T.; GAMA, M.I.C.S.; YAMASHIRO, T. Grave moléstia em maracujá amarelo (Passiflora edulis f. flavigcarpa Deg.) no estado da Bahia, causada por um isolado do vírus “woodiness” do maracujá. Fitopatologia Brasileira, v.6, p.259-268, 1981. 43 CHAGAS, C.M.; REZENDE, J.A.M.; COLARICCIO, A. Ocorrência do vírus do endurecimento do fruto do maracujazeiro no Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 14, p. 187-290, 1992. CHAGAS, C.M.; COLARICCIO, A. Doenças causadas por vírus e associadas a fitoplasmas. In: Aspectos fitossanitários do maracujazeiro. São Paulo: Instituto Biológico de São Paulo, 2006. p.21-36. CHASSAGNE, D.; CROUZET, J.; BAYONOVE, C.L.; BAURNES, R.L. Glycosidically bound eugenol and methyl salicylate in the fruit of edible Passiflora species, Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.45(7), p.2685-2689, 1997. CHUNG, B.Y.W.; MILLER, W.A.; ATKINS, J.F.; FIRTH, A.E. An overlapping essential gene in the Potyviridae. Proceedings of National Academic of Science of the USA, v.105, p.5897–5902, 2008. COBB, N.A. Woodiness of Passionfruit. Agricultural Gazette of New South Wales, v.12, p.407-418, 1901. COLARICCIO, A.; CHAGAS, C.M.; MIZUKI, M.K.; VEJA, J.; CEREDA, E. Infecção natural do maracujá amarelo pelo vírus do mosaico do pepino no Estado de São Paulo. Fitopatologia Brasileira, v.12, p.254-257, 1987. COLARICCIO, A.; PERUCH, L.A.M.; GALLETI, S.R.; LOMBARDI,R.; CHAGAS, C.M. O endurecimento dos frutos do maracujazeiro associado a severas perdas no litoral norte de Santa Catarina. In: Congresso Brasileiro de Fitopatologia, Belo Horizonte, MG, v.33 (suplemento), p.300, 2008. COLETA, M.; BATISTA, M.T.; CAMPOS, M.G.; CARVALHO, R.; COTRIM, M.D.; DE LIMA, T.C.M.; CUNHA, A.P. Neuropharmacological evaluation of the putative anxiolytic effects of Passiflora edulis Sims, its sub-fractions and flavonoid constituents. Phytotherapy Research, v.20, p.1067–1073, 2006. CONVERSE, R.; MARTIN, R. Enzime-linked immunosorbent assay. In: HAMPTON, R.O.; BALL, E.M.; DE BOER, S.H. (Ed) Serological methods for detection and identification of viral and bacterial plant pathogens. Saint Paul. American Phytopathological Society, 1991. p.179-204. COOK, N.C.; SAMMAN, S. Flavonoids-chemistry, metabolism, cardioprotective effects, and dietary sources. Nutricional Biochemistry, v.7, p.66-76, 1996. COSTA, A.F.; BRÁS, A.S.K.; CARVALHO, M.G. Transmissão do vírus do endurecimento do fruto do maracujazeiro (VEFM) por afídeos (Hemiptera-Aphididae). Fitopatologia Brasileira, v.20, p.376, 1995. CROTEAU R.; KUTCHAN T.M.; LEWIS N.G. Natural Products (Secondary Metabolites). In: Buchanan B., Gruissem W., Jones R. (Eds.) Biochemistry & Molecular Biology of Plants, Rockville: American Society of Plant Physiologists, 2000, p.1250-1318. CULHANE, C. Nutraceuticals/Functional Foods - an exploratory survey on Canada’s potential. Toronto: International Food Focus Limited, 1995. CUNHA, M.A.P.; BARBOSA, L.V.; FARIA, G.A. Botânica. In: LIMA, A.A.; CUNHA, M.A.P. (Eds.). Maracujá: produção e qualidade na passicultura. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004. p.15-35. 44 DAVIES, K.M.; SCHWINN, K.E. Molecular biology and biotechnology of flavonoid biosynthesis, p.144-201, In: ANDERSEN, O.M.; MARKHAM, K.R. Flavonoids: chemistry, biochemistry and applications, Taylor & Francis group, LCC, 1197p., 2006. DEWICK, P.M. Medicinal Natural Approach: A biosyntethic approach. Chinster: John Wiley and sons, 2009. 539p. DHAWAN, K.; KUMAR, S.; SHARMA, A. Comparative biological activity study on Passiflora incarnate and P. edulis. Fitoterapia, v.72, p.698-702, 2001. DHAWAN, A.K.; DHAWAN, S.; SHARMA, A. Passiflora: a review update. Journal of Ethnopharmacology, v.94, p.1–23, 2004. DI PIERO, R.M.; REZENDE, J.A.M.; YUKI, V.A.; PASCHOLATI, S.F.; DELFINO, M.A. Transmissão do Passion fruit woodiness virus por Aphis gossypii (Glover) (Hemiptera: Aphididae) e colonização do maracujazeiro pelo vetor. Neotropical Entomology, v.35, p. 139-140, 2006. DINER, T.O. Physiology of virus-infected plants. Annual Reviews Phytopathology, v.1, p.197-218, 1963. DIXON, R.A.; PAIVA, N.L. Stress-Induced Phenylpropanoid Metabolism. The Plant Cell, v.7, p.1085-1097, 1995. DOMINGUEZ, X. Métodos de investigacion fitoquimica. México:Limusa, 1973, 281p. DOYAMA, J.T.; RODRIGUES, H.G.; NOVELLI, E.L.B.; CEREDA, E.; VILEGAS, W. Chemical investigation and effects of the tea of Passiflora alata on biochemical parameters in rats. Journal of Ethnopharmacology, v. 96, p. 371-374, 2005. DUARTE, L.M.L Efeito da infecção induzida pelo víus X da batata no desenvolvimento e bioquímica de Datura stramonium. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, 1997. DUARTE, L.M.L.; SALATINO, M.L.F.; SALATINO, A.; NEGRI, G.; BARRADAS, M.M. Effect of Potato virus X on total phenol and alkaloid contents in Datura stramonium leaves. Summa Phytopathologica, v.34, p.65-67, 2008. EUROPEAN Pharmacopoeia, 3º. Ed. Strasbourg, Council or Europe, 1v, 1996. FARMACOPÉIA BRASILEIRA, Passiflora alata Ait, Passifloracea. Maracujá, 3rd edn. Andrei, São Paulo, p.839-840, 1977. FARMACOPOEA, Ufficiale della Republica Italiana. 10º. Ed. Roma, Libreria dello Stato, p.1677-1679, 1998. FÁVERO, O.A.; PAVAN, S. Princípios ativos de plantas medicinais e tóxicas-flavonóides. In: Botânica Econômica, Catálise Editora. 4º. Ed., São Paulo, 2002. p.151-154. FELLOWS, E.J.; SMITH, C.S. The chemistry of Passiflora incarnata. Journal of the American Pharmacists Association, Washington, v.27, p.574-576, 1938. FENNER, F. Classification and nomenclature of viruses. Second report of the International Committee of Taxonomy of Viruses, Intervirology, v.7, p.1-116, 1976. FERREIRA, S.S.; BARROS, D.R.; ALMEIDA, M.R.; ZERBINI, F.M. Characterization of Passionfruit severe leaf distortion virus, a novel begomovirus infecting passionfruit in Brazil, 45 reveals a close relationship with tomato-infecting begomoviruses. Plant Pathology, v.59, p.221-230, 2010. FISHER, I.H.; REZENDE, J.A.M. Diseases of Passion Flower (Passiflora spp.). Pest Technology, v.2(1), p.1-19, 2008. FONSECA, K.G., Retrocruzamentos visando à obtenção de resistência do maracujáazedo à virose do endurecimento dos frutos, auxiliados por marcadores moleculares. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília. Brasília, Dissertação de Mestrado. 82p. 2008. FREITAS, P.C.D. Estudo farmacognóstico comparativo de espécies brasileiras do gênero Passiflora L. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Universidade de São Paulo, São Paulo. Dissertação de Mestrado. 117p. 1985. FURLAN, C.M.; SANTOS, D.Y.A.C.; MOTTA, L.B. DOMINGOS, M.; SALATINO, A. Guava flavonoids and the effects of industrial air pollutants. Atmosferic Pollution Research, v.01, p.30-35, 2010. GALLETI, S.R.; EIRAS, M.; FAJARDO, T.V.M.; COLARICCIO, A.; CHAGAS, C.M. Grapevine vírus A in Passiflora alata from Brazil. In: Congresso Brasileiro de Fitopatologia, Salvador, BA, v.31, p.373-373, 2006. GAVASHELI, N.M.; MONIAVA, I.I.; ERISTAVI, L.I. Aminoacids from Passiflora incarnate, cultivated in Georgian SSR, Khimiya Prirodnykh Soedinenii, v.10(2), p.949-950, 1986. GEIGER, H.; MARKLAN, K.R. The C-glycosilflavone pattern of Passiflora incarnate L., Zeitschrift-fur-Naturforshung Section C, v.41, p.949-950, 1986. GEISSMAN, T.A. & CROUT, D.M.G. Organic chemistry of secondary plant metabolism. Freeman, Cooper & Company, California, 1969, 592p. GIBBS, A.J.; HARRISON, B.D. Experimental transmission. In: Plant virology - The principles. Edward Arnold Publication, London, 1976. p.33-38. GIBBS, A.; OHSHIMA, K. Potyvirus and the digital revolution, Reviews in Advance, v.48, p.10.1-10.19, 2010. GIORIA, R.; REZENDE, J.A.M. Reação de diferentes espécies, principalmente de leguminosas, a seis isolados de Vírus do Endurecimento dos frutos de Maracujazeiro. In: Simpósio de Iniciação Científica da Universidade de São Paulo, Piracicaba, Resumo, p.437, 1996. GONÇALVES, J.S.; SOUZA, S.A.M. Fruta da paixão: panorama econômico do maracujá no Brasil. Informações Econômicas, São Paulo, v.36, n.12, p.29-35, dez 2006. GOULD, J.M. Probing the structure an dynamics of lignin in situ. What’s New in Plant Physiology, v.14, p.25-91, 1983. GRATTAPAGLIA, D.; CALDAS, L.S.; SILVA, J.R. da.; MACHADO, M.A. Cultura de tecidos de maracujá. In: SÃO JOSÉ, A.R.; FERREIRA, F.R.; VAZ, R.L. (Eds.). A cultura do maracujá no Brasil. Jaboticabal:Funep, 1991. p. 61-77. GRICE, I.D; FERREIRA, L.A.; GRIFFITHS, L.R. Indentification and Simultaneous Analysis of Harmane, Harmine, Harmol, Isovitexin and Vitexin in Passiflora incarnate Extracts with a Novel HPLC Method, Journal of Liquid Chromatography and Related Technologies, v.24(16), p.2513-2523, 2001. 46 GUEDES, C. C.; MATOS, C. M.; MOUTINHO, C. G.; SILVA, C. S. Avaliação da utilização da espectrofotometria de UV/vis na quantificação de antibióticos em extratos de leite de vaca. Revista da faculdade de ciência da saúde, v.06, p.232-243, 2009. HAHLBROCK, K. & GRISEBACH, H. Biosynthesis of flavonoids. In: HARBORNE, J.B.; MABRY, T.; MABRY, H. The Flavonoids, Chapman and Hall, London, p. 866-915, 1975. HAHLBROCK, K. Flavonoids. In: CONN, E.E. The biochemistry of plants secondary metabolism. Secondary plant products, v. 7, Academic Press, New York, p.425-456, 1981. HARBORNE, J.B. Phytochemical Methods, London, Chapman and Hall, 1973, 278p. HAVSTEEN, B. Flavonoids, a class of natural products of high pharmacological potency. Biochemichal Pharmacology, v.32, p. 1141-1148, 1983. HOLLMAN, P.C.H; KATAN, M.B. Absortion, metabolism and health effects of dietary flavonoids in man. Biomedicine & Pharmacotherapy, v.51, p.305-310, 1997. HOLLMAN, P.C.; KATAN, M.B. Dietary flavonoids: intake, health effects and bioavailability. Food and Chemical Toxicology, v.37, p.937-942, 1999. HOLLMAN, P.C.H; HERTOG, M.G.L.; KATAN, M.B. Analysis and heath effects of flavonoids. Food Chemistry, v.57, p.43-46, 1996. HUDAIB, M.; BELLARDI, M.G.; RUBIES-AUTONELL, C.; FIORI, J.; CAVRINI, V. Chromatographic (GC-MS, HPLC) and virological evaluations of Salvia sclarea infected by BBWV- I. Il Farmaco, v.56, p.219-227, 2001. HULL, R. Comparative plant virology. London, Elsevier Academic Press, 2009, 393p. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Maracujá: área plantada e quantidade produzida. Brasília, 2009. (Produção Agrícola Municipal, 2009). Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 20 jan. 2013. ICTV – INTERNATIONAL COMMITTEE ON TAXONOMY OF VIRUSES – ONLINE, 2011. Disponível em <http://www.ictvonline.org/index.asp?bhcp=1>. Acesso em: 4 Abril. 2012. IMAI, H.; YAMASHITA, Y.; NISHI, N.; NAKAMURA, M. The potyvirus associated with the dapple fruit of Passiflora edulis in Kagoshima prefecture, Japan, is the third strain of the proposed new species East Asian Passiflora Virus (EAPV) phylogenetically distinguished from strains of Passion fruit woodiness virus. Archives of Virology, v.151, p.811-818, 2006. INOUE, A.K.; MELLO, R.N.; NAGATA, T.; KITAJIMA, E.W. Characterization of Passionfruit woodiness virus isolates from Brasília and surrounding region, Brazil. Fitopatologia Brasileira, v.20, p.479-485, 1995. JAY, M. C-glycosylflavonoids. In: HARBORNE, J.B. (Ed.) The Flavonoids – Advances in Research since 1986. London: Chapman Hall, 1996. 64p. KARTAL, M.; ALTUN, M.L.; KURUCU, S. HPLC method Fo the analysis of harmol, harmalol, harmine and harmaline in the seeds of Peganum harmala L. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v.31, p.263-269, 2003. KREFT, S.; POMPE, M.; RAVNIKAR, M.; UMEK, A.; STRUKELJ, B. Acumulation rate of rutin is decreased after infection of susceptible potato cultivar with PVYNTN. Phyton, v.39, p.259264, 1999. 47 LAERCIO, J.S. laercio: Duncan test, Tukey test and Scott-Knott test. R package version 1.01. http:// http://cran.r-project.org/web/packages/laercio/2010. LI, H.; ZHOU, P.; YANG, Q.; SHEN, Y.; DENG, J.; LI, L.; ZHAO, D. Comparative studies on anxiolytic activities and flavonoid compositions of Passiflora edulis “edulis” and Passiflora edulis “flavicarpa”. Journal of Ethnopharmacology, v.133, p.1085-1090, 2011. LI, Q.M.; HEUVEL, H.V.D.; DELORENZO, O.; CORTHOUT, J.; PIETERS, L.A.; VLIETINCK, A.; CLAEYS, M. Mass spectral characterization of C-glicosidic flavonoids isolated from medicinal plant (Passiflora incarnata), Journal of chromatography, Amsterdam, v.562, p. 435-446, 1991. LIMA, J.A.A.; SANTOS, C.D.G.; KITAJIMA, E.W. Isolamento de um potyvirus de plantas de maracujá com sintomas de mosaico. Fitopatologia Brasileira, v.10, p.305-308, 1985. LOVISOLO, O.; CONTI, M. Identification of an aphid-transmitted cowpea mosaic virus. Netherland Plant Pathology, v.72, p. 265-269, 1966. LU, J.; DU, Z.; KONG, J.; CHEN, L.; QIU, Y.; LI, G.; MENG, X.; ZHU, S. Trancriptome analysis of Nicotiana tabacum infected by Cucumber mosaic virus during systemic symptom development. PLOS, v.7(8), 2012. LUTOMSKI, J.; MALEK, B. Phytochemical studies of drugs from Passiflora edulis Sims. flavicarpa. Herba Hung, v.15, p.7-11, 1976. LUTOMSKI, J.; MALEK, B.; RYBACKA, L. Pharmacochemical investigation of the raw materials from Passiflora genus. In: The pharmacochemical estimation of juices from the fruits of Passiflora edulis and Passiflora edulis f. flavicarpa. Planta Medica, v.27, p.112121, 1975. MABRY. T.J.; MARKHAN, K.R.; THOMAS, M.B. The systematic identification of flavonoids. Springer-Verlag, Berling-Heidelberg-New York, 1970, XXp. MACIEL, S.C.; NAKANO, D.H.; REZENDE, J.A.M.; VIEIRA, M.L.C. Screening of Passiflora species for reaction to Cowpea aphid-borne mosaic virus reveals an immune wild species. Scientia Agricola, v. 66, p. 414-418, 2009. MALECK, K.; LAWTON, K. Plant strategies for resitance to pathogens. Current Opinion in Biotechnology, v.9, p.208-213, 1998. MARECK, U.; HERRMANN, K.; GALENSA, R.; WRAY, V. The 6-C-Chinovoside and 6-C fucoside of luteolin from Passiflora edulis. Phytochemistry, v.30, p.3486–3487, 1991. MARKHAM, K.R. Tecniques of flavonoids identification. Academic Press, London, 1982, 113p. MARLIÉRE, L.D.P.; RIBEIRO, A.Q.; BRANDÃO, M.G.L; KLEIN, C.H.; ACURCIO, F.A. Utilização de fitoterápicos por idosos: resultados de um inquérito domiciliar em Belo Horizonte (MG), Brasil. Revisita Brasileira de Farmacognosia, v.18, p.754-760, 2008. MAULE, A.; LEH, V.; LEDERER, C. The dialogue between viruses and hosts in compatible interactions. Current opinion in plant biology, v.5, p.1-5, 2002. MCKERN, N.M.; STRICKE, P.M.; BARNETT, O.W.; DIJKSTRA, J.; SHUKLA, D.D.; WARD, C.W. Cowpea aphid borne mosaic virus – Morroco and South African Passiflora virus are strain of the same Potyvirus. Archives of Virology, v.136, p.207-217, 1994. 48 MELETTI, L.M.M.; MAIA, M.L. Maracujá: produção e comercialização. Campinas: IAC (Boletim Técnico no. 181). 64 p. 1999. MELETTI, L.M.M. Avanços na cultura do Maracujá no Brasil. Revista Brasileira de Fruticultura, v. especial, p. 83-91, 2011. MELETTI, L.M.M.; OLIVEIRA, J.C.; RUGGIERO, C. Maracujá. Série Frutas Nativas (6). Jaboticabal, SP: Funep. 2010, 55p. MELLO, R.M. Desempenho agronômico e reação à virose do endurecimento dos frutos de Progênie de maracujazeiro azedo no Distrito Federal. 2009. 134f. Mestrado. Brasília, DF: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2009. MLOTSHWA, S.; VERVER, J.; SITHOLE-NIANG, I.; PRINS, M.; VAN KAMMEN, A.; WELLINK, J. The genomic sequence of cowpea aphid-borne mosaic virus and its similarities with other potyviruses. Archives of Virology, v.147, p.1043-1052, 2002. MOTTA, L.B.; FURLAN, C.M.; SALATINO, A.; SALATINO, M.L.F. Flavonoids and the taxonomy of Camarea (Malpighiaceae). Biochemistry Systematic Ecology, v.37, p.201205, 2009. MÜLLER, S.D.; VASCONCELOS, S.B.; COELHO, M.; BIAVATTI, M.W. LC and UV determination of flavonoids from Passiflora alata medicinal extracts and leaves. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v.37, p.399–403, 2005. NAGAI, A.; DUARTE, L.M.L.; SANTOS, D.Y.A.C. Influence of viral infection on essencial oil composition of Ocimum basilicum (Lamiaceae). Natural Product Communication, v.6(8), p. 1189-1192, 2011. NASCIMENTO, A.C. Produtividade, incidência e severidade de doenças em nove genótipos de maracujazeiro azedo sob três níveis de adubação potássica no Distrito Federal. 2003.133f. Mestrado. Brasília, DF: Universidade de Brasília, 2003. NASCIMENTO, A.V.S.; SANTANA, E.N.; BRAZ, A.S.K.; ALFENAS, P.F.; PIO-RIBEIRO, G.; ANDRADE, G.P.; CARVALHO, M.G.; ZERBINI, F.M. Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV) is widespread in passionfruit in Brazil and causes passionfruit woodiness disease. Archives of Virology, v.151, p.1797-1809, 2006. NASCIMENTO, A.V.S.; SOUZA, A.R.R.; ALFENAS, P.F.; ANDRADE, G.P.; CARVALHO, M.G.; PIO-RIBEIRO, G.; ZERBINI, F.M. Análise filogenética de potyvírus causando endurecimento dos frutos do maracujazeiro no Nordeste do Brasil. Fitopatologia Brasileira, v.29, p.378-383, 2004. NICOLINI, C.; RABELO FILHO, F.A.C.; RESENDE, R.O.; ANDRADE, G.P.; KITAJIMA, E.W.; PIO-RIBEIRO, G.; TATSUYA, N. Possible host adaptation as an evolution factor of Cowpea aphid-borne mosaic virus deduced by coat protein gene analysis. Journal of Phytopathology, v.160, p. 82-87, 2012. NOBEL, P.S. Physicochemical and environmental Plant Physiology, Canada, Elsevier, Academic Press, 2009, 604p. NOBLE, J.R. Some observations on the woodiness or bullet disease of passion fruit. Proceedings of the Royal Society of New South Wales, v.62, p.79-98, 1928. NODARI, R.O.; GUERRA, M.P. Biodiversidade: aspectos biológicos, geográficos, legais e éticos. In: SIMÕES, C.M.O. SCHENKEL, E. P., GOSMMAN, G. MELLO, J.C.P.D., MENTZ, L.A. PETROVICK, P.R. (Eds.) Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre/Florianópolis: Editora da UFSC-Editora da Universidade/UFRGS, 2000. p.11-24. 49 NOVAES, Q.S. Seleção de estirpes fracas de Passion fruit woodiness virus e tentativas de premunização para o controle do endurecimento dos frutos do maracujazeiro Doutorado. ESALQ, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 74p. 2002. NOVAES, Q.S.; FREITAS-ASTUA, J.; YUKI, V.A.; KITAJIMA, E.W.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. Partial characterization of a bipartite begomovirus infecting yellow passion flower in Brazil. Plant Pathology, v.52, p.648-654, 2003. OGA, S.; FREITAS, P.C.; SILVA, A.C.G.; HANADA, S.N. Pharmacological trials of crude extract of Passiflora alata. Planta Medica, v.50, p.303-306, 1984. OLIVEIRA, J.C.; FERREIRA, F.R. Melhoramento genético do maracujazeiro. pp.211- 239 In: SÃO JOSÉ, A.R.; FERREIRA, F.R.; VAZ, R.L. (Eds.) A cultura de maracujá no Brasil. Jaboticabal: FUNEP. 1991. PARIS, F.; PETRY, R.D.; REGINATTO, F.H.; GOSSMANN, G.; QUEVEDO, J.; SALGUEIRO, J.B.; KAPCZINSKI, F.; GONZÁLEZ ORTEGA, G.; SCHENKEL, E.P. Pharmacochemical study of aqueous extracts of Passiflora alata Dryander and Passiflora edulis Sims, Acta Farmaceutica Bonaerense, v.21(1), p.5-8, 2002. PATEL, S. S. Morphology and pharmacology of Passiflora edulis: A review. Journal of Herbal Medicine and Toxocology, v.3(1), p.1-6, 2009. PEIXOTO, M. Problemas e perspectivas do maracujá ornamental. In: FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. (Ed.). Maracujá: germoplasma e melhoramento genético. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2005, p. 457-467. PEREIRA, C.A.M.; VILEGAS, J.H.Y. Constituintes químicos e farmacologia do gênero Passiflora com ênfase a P. alata Dryander, P. edulis Sims, e P. incarnata L., Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.3(1), p.1-12, 2000. PERUCH, L.A.M.; SCHROEDER, A.L.; COLARICCIO, A.; GUIMARÃES, L.; CHAGAS, C.M. Doenças do maracujazeiro amarelo. EPAGRI. Boletim Técnico, 145, Florianópolis, SC, 2009. 99p. PHARMACOPÉÉ Française. 10. Ed. Paris, Adrapharm, 1v, 1980. PHARMACOPOEIA Helvética. 7. Ed. Bern, Eidgenõssische, 1v, 1987. PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas uteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Impressora Nacional: Rio de Janeiro, 1978. 4324p. PIO-RIBEIRO, G.; PAPPU, S.S.; PAPPU, H.R.; ANDRADE, G.P.; REDDY, D.V.R. Occurrence of Cowpea aphid-borne mosaic virus in peanut in Brazil. Plant Disease, v.84, p.760-766, 2000. POZZI, A.C.S. Desenvolvimento de métodos de análise espectrofotométricas de Flavonoides do “Maracujá” (Passiflora alata e Passiflora edulis). 2007, 86f. Mestrado. São Carlos, SP: Universidade de São Paulo, 2007. PROLIAC, A.; RAYNAUD, J. O-glucosyl-2”-C-glucosyl-6-apigènine de Passiflora incarnata L. (Passifloraceae), Pharmaceutica Acta Helvetiae, Zurique, v.63, p.174-175, 1988. QUERCIA, V.; TURCHETO, L.; PIERINI, N.; CUOZZO, V.; PERCACCIO, G. Identification and determination of vitexin and isovitexin in Passiflora incarnata extracts. Journal of Chromatography, v.161, p.396-402, 1978. 50 RAFFAELLI, A.; MONETI, G.; MERCANTI, G.; TOJAE, E. Mass spectrometric characterization of flavonoids in extracts from Passiflora incarnata. Journal of Chromatogrography Analysis, v.777, p.223–231, 1997. RAHMAN, K.; KRENN, L.; KOOP, B.; SCHUBERT-ZSILAVECZ, M.; MAYER, K.K.; KUBELKA, W.; Isoscoparin-2”-O-glucoside from Passiflora incarnata, Phytochemistry, v.45, p.1093-1094, 1997. RIBEIRO, A.Q.; LEITE, J.P.V.; DANTAS-BARROS, A.M. Perfil de utilização de fitoterápicos em farmácias comunitárias de Belo Horizonte sob a influência da legislação nacional. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.15, p.65-70, 2005. RIECHMANN, J.L; LAIN, S.; GARCIA, J.A The genome-linked protein and 5’ end RNA sequence of plum pox potyvirus. Journal of General Virology, v.70, p.2785-2789, 1989. RUGGIERO, C. Cultura do maracujazeiro. Ribeirão Preto: Legis Summa, 1987. SACCO, J.C. Passifloraceas. In: Flora ilustrada catarinense. Reitz R (Ed.), fasc. PASS, Itajaí, 132p., 1980. SAMBROOK, J.; FRITSCH, E.F.; MANIATIS, T. Molecular Cloning. 2a. ed. Cold Spring Harbor Press, New York, 1989. SÃO JOSÉ, A.R. A cultura do maracujazeiro: produção e mercado. Vitória da Conquista: DFZ/UESB, 1994, 255p. SEIGLER, D.S. Isolation and characterization of naturally occurring cyanogenic compounds. Phytochemistry, v.14, p.9-29, 1975. SHUKLA, D.D.; WARD, C.W.; BRUNT, A.A. The Potyviridae. Cambridge: Cambridge University Press, 2004. 516p. SILVA, L.A.; GARCÊZ, R.M.; CHAVES, A.L.R.; COLARICCIO, A.; EIRAS, M. Transmissão experimental revela novos potenciais reservatórios do Cowpea aphid-borne mosac virus, Summa Phytopatologica, v.38, n.2, p.168-169, 2012. SILVA, M.I.G.; GONDIM, A.P.S.; NUNES, I.F.S.; SOUSA, F.C.F. Utilização de fitoterápicos nas unidades básicas de atenção à saúde da família no município de Maracanaú (CE). Revista Brasileira de Farmacognosia, v.16, p. 455-462, 2006. SITHOLE-NIANG, I.; NYATHI, T.; MAXWELL, D.P.; CANDRESSE, T. Sequence of the 3'terminal of a Zimbabwe isolate of Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV). Archives of Virology, v.141, p.935-943, 1996. SOUSA-SILVA, C.R.; ILHARCO, F.A. Afídeos do Brasil e suas plantas hospedeiras (lista preliminar). São Carlos: EDUFSCar. 1995. 85p. SOUZA, J.S.I.; MELETTI, L.M.M. Maracujá: espécies, variedades, cultivo. Piracicaba: FEALQ: 1997, 179p. SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática. Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda. 2005, 337p. SUDHA, G.; RAVISHANKAR, G.A. Involvement and interaction of various signaling compounds on the plant metabolic events during defense response, resistance to stress factors, formation of secondary metabolites and their molecular aspects. Plant Cell, v. 71, p.181-212, 2002. 51 TAYLOR, L. Maracuja, Herbal Secrets of the Rainforest. Prime publishing Inc., Austin, Texas, 1996. TAYLOR, R.H.; GREBER, R.S. Passion fruit woodiness virus. CMI/AAB, Description of Plant Viruses, n.122, 1973. TEIXEIRA, C.G. Cultura. In: ITAL. Maracujá: cultura, matéria-prima, processamento e aspectos econômicos. 2. Ed. Campinas, 1994, 142 p. TREVISAN, F.; MENDES, B.M.J.; MACIEL, S.C.; VIEIRA, M.L.C.; MELETTI, L.M.M.; REZENDE, J.A.M. Resistance to passion fruit woodiness virus in transgenic passionflower expressing the virus coat protein gene. Plant Disease, v.90, p.1026-1030, 2006. TRINDADE, D.R.; POLTRONIERI, L.S.; ALBUQUERQUE, F.C.; REZENDE, J.A.M.; NOVAES, Q.S.D.; KIMATI, H. Ocorrência do “Passion fruit woodiness virus” (PWV) em maracujazais no Estado do Pará. Fitopatologia Brasileira, v.24, p.76-79, 1999. ULUBELEN, A.; OKSUZ, S.; MABRY, T.; DELLAMONICA, G.; CHOPIN, J. Cglycosylflavonoids from Passiflora pittieri, Passiflora alata, Passiflora ambigua and Adenia manni, Journal of Natural Products, New York, v.45, 1982. URCUQUI-INCHIMA, S.; HAENNI, A.L.; BERNARDI, F. Potyvirus proteins: A wealth of function. Virus Research, v.74, p. 157-175, 2001. VANDERPLANK, J. Passion Flowers, 2º. Ed. Cambridge: The MIT Press, 1996, 224p. VEGA, A.; GUTIÉRREZ, R.A.; PEÑA-NEIRA, A.; CRAMER, G.R.; ARCE-JOHNSON, P. Compatible GLRaV-3 viral infections affect Berry ripening decreasing sugar accumulation anthocyanin biosynthesis in Vitis vinifera. Plant Molecular Biology, v.77, p.261-274, 2011. VICKERY, M.L. & VICKERY, B. Secondary plant metabolisms. The MacMillan Press Ltd., London, 1981, 335p. VIDHYASEKARAN, P. Concise encyclopedia of plant pathology.Food Products Press & The Haworth Reference Press, 638p., 2004. WALLER, J. M. Virus diseases, p. 108-125. In: Plant Phatologist's Pocketbook. Waller, J.M; Lenné, J.M. & Waller, S.J. (Eds.). 125 p., CAB International. 2002. WOISKY, R. G.; SALATINO, A. Analysis of propolis: some parameters and procedures for chemical quality control. Journal of apicultural research. v.37, n.02, p.99-105, 1998. WOLLENWEBER, E.; VALANT-VETCHERA, K.M.; IVANCHEVA, S.; KUZMANOV, B. Flavonoid aglicones from the leaf surface of some Achillea species. Phytochemistry, v. 26, p.181-182, 1987. WONG, E. In: Chemistry and Biochemistry of Plant Pigments. GOODWIN, T.W., 2o. ed., Academic Press, London, 1976, 464p. XU, F.; WANG, C.; YANG, L.; LUO, H.; FAN, W.; ZI, C.; DONG, F.; HU, J.; ZHOU, J.; Cdideoxyhexosyl flavones from the stems and leaves of Passiflora edulis Sims. Food Chemistry, v. 136, p. 94-99, 2013. YAMASHIRO, T.; CHAGAS, C.M. Ocorrência de grave moléstia virótica em maracujá amarelo no Estado da Bahia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, n.5, 1979, Pelotas: SBF, 1979, p.915-917. 52 YUKI, V.A.; MIZOTE, F.A.; NARITA, N.; HOJO, H.; DELFINO, M.A.; OLIVEIRA, D.A. Epidemiologia do vírus do endurecimento dos frutos do maracujazeiro na região produtora da Alta Paulista, SP. Summa Phytopathologica, v. 32 (Supl.), p.19, 2006. ZERAIK, M.L.; PEREIRA, C.A.M.; ZUIN, V.G.; YARIWAKE, J.H. Marácuja: um alimento funcional? Revista Brasileira de Farmacognosia, v.20, p.459-471, 2010. ZUANAZZI, J.A.S. Flavonóides. In: SIMÕES et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre/Florianópolis: UFRGS/UFSC, p.499-526, 2001. ZUCOLOTTO, S.M.; GOULART, S.M.; MONTANHER, A.; REGINATTO, F.H.; SCHENKEL, E.P.; FRODE, T.S. Biossay-guided isolation of anti-inflammatory C-glucosylflavones from Passiflora edulis. Planta Medica, v.75, p.1221–1226, 2009. 1