Emerson Marcos Furtado Mestre em Métodos Numéricos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Graduado em Matemática pela UFPR. Professor do Ensino Médio nos estados do Paraná e Santa Catarina desde 1992. Professor do Curso Positivo de Curitiba desde 1996. Professor da Universidade Positivo de 2000 a 2005. Autor de livros didáticos destinados a concursos públicos nas áreas de matemática, matemática financeira, raciocínio lógico e estatística. Sócio-diretor do Instituto de Pesquisas e Projetos Educacionais Praxis de 2003 a 2007. Professor sócio do Colégio Positivo de Joinville desde 2006. Sócio-diretor da Empresa Teorema – Produção de Materiais Didáticos Ltda. desde 2005. Autor de material didático para sistemas de ensino do Grupo Positivo de 2005 a 2009. Professor do Concursos e Editora de Curitiba (CEC) desde 1992, lecionando as disciplinas de raciocínio lógico, estatística, matemática e matemática financeira. Consultor da Empresa Result – Consultoria em Avaliação de Curitiba de 1998 a 2000. Consultor em Estatística Aplicada com projetos de pesquisa desenvolvidos nas áreas socioeconômica, qualidade, educacional, industrial e eleições desde 1999. Membro do Instituto de Promoção de Capacitação e Desenvolvimento (Iprocade) desde 2008. Autor de questões para concursos públicos no estado do Paraná desde 2003. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I Nesta aula estudaremos tópicos de geometria plana. A geometria plana é a parte da Matemática que estuda as figuras geométricas bidimensionais, ou seja, figuras que podem ser observadas em um plano. Iniciaremos nossos estudos a partir dos triângulos. Triângulos O estudo de triângulos é um dos assuntos mais importantes na Geometria Plana, abrangendo interações com outras figuras geométricas, possibilitando relações importantes, além de serem elementos básicos constituintes de figuras poligonais com mais do que três lados. Observe a definição de triângulo: Triângulo é qualquer polígono composto por exatamente três lados. A B C Elementos principais de um triângulo Os principais elementos de um triângulo são os lados, os vértices e os ângulos internos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 317 Geometria I A Â B B Ĉ C Considerando o triângulo ABC acima, temos: Lados: são os segmentos AB , AC e BC . Vértices: são os pontos: A, B e C. , B e C . Ângulos internos: são os ângulos A Soma dos ângulos internos de um triângulo É importante relembrar de uma propriedade que relaciona os ângulos internos de um triângulo. Observe o triângulo a seguir: Â Ĉ B A B C Se, pelo vértice A, traçarmos, uma reta paralela a BC , obteremos ângulos . Os três ângulos destacados no vértice A, congruentes aos ângulos B e C juntos, correspondem a um ângulo de 180°. Logo, podemos concluir que: = 180° + B + C A Portanto, em qualquer triângulo, a soma dos ângulos internos é sempre igual a 180°. Esta relação é conhecida como teorema angular de Tales. 318 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I Congruência e semelhança de figuras planas As formas geométricas que observamos na natureza, nas obras de arte e até em telhados de casas são, muitas vezes, representadas por figuras semelhantes. Para ilustrar, observe o desenho, no qual os segmentos AM e BN são respectivamente paralelos aos segmentos PN e PM : C M A N P B Nessa ilustração, é possível observar cinco triângulos: ∆ABC, ∆APM, ∆PBN, ∆MNC e ∆PMN. Todos eles são semelhantes entre si, pois os ângulos correspondentes têm a mesma medida. Entretanto, apenas um dos triângulos não é congruente com os outros. O triângulo ABC, apesar de ser semelhante, não é congruente com os demais, porque as medidas dos seus lados são diferentes das medidas dos lados correspondentes dos outros triângulos. A partir dessas ideias, podemos formalizar o conceito de semelhança. Triângulos semelhantes Dado o triângulo ABC a seguir, vamos traçar uma reta r, paralela ao lado AB determinando o segmento DE e destacando o triângulo DEC. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 319 Geometria I C r D C E D E B A são congruentes. Pela e CDE Se AB é paralelo a DE , os ângulos CAB e DEC . mesma razão, também serão os ângulos ABC é comum aos triângulos ABC e DEC, conclui-se que Como o ângulo BCA tais triângulos são semelhantes, pois apresentam os três ângulos respectivamente congruentes. Devido à semelhança, escrevemos ∆ABC ≈ ∆DEC, e estabelecemos uma proporção entre as medidas dos lados homólogos: AB AC BC = = =k DE DC EC O valor de k é a constante de proporcionalidade. Existem algumas situações em que é possível identificar triângulos semelhantes. A mais comum consiste em se avaliar se um dos triângulos possui dois ângulos que têm a mesma medida que dois ângulos em um segundo triângulo. Como a soma das medidas dos três ângulos internos de qualquer triângulo deve ser igual a 180°, os terceiros ângulos de cada triângulo terão as mesmas medidas, o que garante a validade da semelhança. Teorema de Tales O geômetra grego conhecido como Tales de Mileto deixou importantes resultados na geometria plana. Vamos estudar um de seus mais conhecidos teoremas. Considere um feixe de retas paralelas, r, s e t, cortadas por duas transversais, u e v, aleatoriamente traçadas. 320 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I u v A a B D r a’ E b s b’ F C t AB = a , BC = b , DE = a’ , EF = b’ Pelos pontos A e B são traçadas as retas v1 e v2, paralelas à reta v, destacando os pontos E’, F’ e F’’: u A a v D E’ B b r a’ a’ E b’ b’ F’’ F’ s b’ F C v2 t v1 Os triângulos ABE’, BCF’’ e ACF’ são semelhantes entre si, pois os ângulos correspondentes são iguais. Logo, podemos escrever: a b a +b = = a ’ b ’ a ’+ b ’ Esse resultado caracteriza o que se denomina Teorema de Tales: Um feixe de retas paralelas intersectado por duas transversais determina sobre essas transversais segmentos proporcionais. Exemplo: Na ilustração, as retas r, s, t, u, v são paralelas. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 321 Geometria I Quais são as medidas x, y, z e w? 90 87 y 75 w 108 z 80 120 x r s t u v Como as retas r, s, t, u e v são paralelas, podemos utilizar o Teorema de Tales: 120 x 108 z 80 = = = = 90 87 y 75 w Então, particularizando as proporções, temos: 120 x 4 x = ® = ® 3x = 348 ® x = 116m 90 87 3 87 120 108 4 108 = ® = ® 4 y = 324 ® y = 81m 90 y 3 y 120 z 4 z = ® = ® 3z = 300 ® z = 100m 90 75 3 75 120 80 4 80 = ® = ® 4 w = 240 ® w = 60m 90 w 3 w 322 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I Triângulo retângulo Vamos estudar agora um tipo de triângulo que se destaca na resolução de problemas geométricos: o triângulo retângulo. Definição: triângulo retângulo é todo triângulo que apresenta um ângulo reto, ou seja, um ângulo de 90°. . Nesse Vamos iniciar considerando um triângulo ABC, retângulo em A triângulo, traçamos a altura AD, relativa à hipotenusa BC, e destacamos os triângulos ACD e ABD que, assim como ABC, também são triângulos retângulos. A b C c h m D B n Elementos importantes: BC: hipotenusa; AC e AB: catetos; AD: altura relativa à hipotenusa; CD e BD: projeções dos catetos sobre a hipotenusa. Os triângulos ABC, DCA e DBA são triângulos retângulos. Logo, como a soma dos ângulos internos de um triângulo é sempre 180° e um dos ângulos é reto (90°), concluímos que cada um deles tem um par de ângulos complementares. Consequentemente, os triângulos ABC, DCA e DBA são semelhantes entre si: A C α β b h c α m β D n B Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 323 Geometria I Triângulo ABC: Triângulo DCA: A D D b C Triângulo BDA: c a h m B C b h A A n c B Da semelhança existente entre os três triângulos, podemos obter relações importantes entre as medidas de seus lados, observe: ∆ABC ≈ ∆DCA: b a = ® b2 = a.m m b A medida de um cateto ao quadrado é igual ao produto da medida da hipotenusa pela medida da projeção desse cateto sobre a hipotenusa. E ainda: a c = ® b.c = a.h b h O produto das medidas dos catetos é igual ao produto da medida da hipotenusa pela medida da altura relativa a essa hipotenusa. ∆ABC ≈ ∆BDA: c a = ® c2 = a.n n c A medida de um cateto ao quadrado é igual ao produto da medida da hipotenusa pela medida da projeção desse cateto sobre a hipotenusa ∆DCA ≈ ∆BDA: m h = ® h2 = m.n h n A medida da altura relativa à hipotenusa, ao quadrado, é igual ao produto das medidas das projeções dos catetos sobre a hipotenusa. 324 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I Há ainda uma relação que pode ser obtida a partir de duas dessas equações, observe: b2 = a . m c2 = a . m Adicionando membro a membro, temos: b2 + c2 = a . m + a . n b2 + c2 = a . (m + n) b2 + c2 = a . a b2 + c2 = a2 Esse resultado destaca a validade do teorema de Pitágoras em qualquer triângulo retângulo: O quadrado da hipotenusa é igual à soma das medidas dos quadrados dos dois catetos. Circunferência e círculo Preste atenção ao conceito de circunferência: Circunferência é o conjunto dos pontos de um plano cuja distância a um ponto dado desse plano é fixa. O ponto dado é chamado de centro e a distância fixa é o raio da circunferência. P R O O: centro da circunferência OP: raio da circunferência (R) circunferência Pela definição, a circunferência é o lugar geométrico constituído apenas pela linha formada pelos pontos que estão a mesma distância R do centro O. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 325 Geometria I Comprimento da circunferência Uma relação bastante útil na geometria é a que permite avaliar o comprimento de uma circunferência apenas a partir da medida do próprio raio. A medida do comprimento de uma circunferência de raio de medida R, representada por C, é dada por: C = 2πR em que π vale aproximadamente 3,14. A B P P A B P A B A B P C = 2πR Além da circunferência, outro conceito importante é o de círculo: Círculo é o conjunto dos pontos de um plano pertencentes a uma circunferência e interiores a ela. Círculo de raio R e centro em O R Área do círculo É possível provar que a medida da área de um círculo de raio R, representada por S, é dada por: S = πR2 Elementos da circunferência Além do raio, existem outros elementos importantes em uma circunferência, tais como diâmetro, corda e arco. Observe alguns conceitos importantes: 326 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I Reta secante a uma circunferência é toda reta que corta a circunferência em dois pontos distintos. Reta tangente a uma circunferência é toda reta que toca a circunferência num único ponto. Arco de uma circunferência é uma parte da circunferência delimitada por dois pontos pertencentes à circunferência. Corda de uma circunferência é qualquer segmento de reta que tenha extremidades na circunferência. Na figura a seguir, o segmento AB é o diâmetro da circunferência, sendo, portanto, uma das cordas de maior medida possível nessa circunferência. A O B Observe na figura a seguir que a reta s é secante à circunferência nos pontos C e D, e a reta t é tangente à circunferência no ponto P. Os dois pontos distintos C e D determinam a corda CD e os arcos CAD e CPD . C A D s (secante) t (tangente) P O ponto P é chamado de ponto de tangência ou ponto de contato da reta t com a circunferência. Pelas ilustrações, podemos concluir que qualquer reta secante a uma circunferência determina na circunferência uma corda e dois arcos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 327 Geometria I Elementos do círculo Existem dois elementos importantes a serem considerados em um círculo: o setor circular e o segmento circular. Para melhor compreender esses conceitos, é importante relembrar o conceito de ângulo central. Ângulo central é todo ângulo com vértice no centro de um círculo. A α ângulo central AÔB tem medida α α O B Não é difícil perceber que todo ângulo central corresponde a um arco e, reciprocamente, a todo arco, um ângulo central. Setor circular Setor circular é a região de um círculo delimitada por um ângulo central. R setor circular de ângulo α α O R A área de um setor circular pode ser obtida por meio de uma proporção relacionando o ângulo de 360°, referente à totalidade do círculo, com o ângulo do setor especificamente. Assim, sendo α o ângulo central de um setor circular de área Sset, pertencente a um círculo de raio R, temos: ângulo 360° α → → área πR2 Sset Um setor circular também pode ser identificado pelo comprimento do arco correspondente. 328 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I A R o comprimento l ldoéarco ÂB α O R B Nesse caso, a área também pode ser obtida por meio de uma proporção relacionando as medidas das áreas e dos comprimentos. Sendo l a medida do comprimento de um arco de um setor circular pertencente a um círculo de raio R, temos: área πR2 Sset → → comprimento 2πR l Segmento circular Segmento circular é a parte de um setor circular compreendida entre a corda e o arco relativos ao setor. A R l α O segmento circular relativo à corda AB R B A área de um segmento circular, representada por Sseg, pode ser obtida pela diferença entre as áreas do setor circular correspondente e do triângulo isósceles AOB, que tem R como dois de seus lados e a corda AB como terceiro lado. Assim, temos: Sseg = Sset – Striângulo Ângulo inscrito em uma circunferência Ângulo inscrito é a denominação dada a todo ângulo cujo vértice pertença a uma circunferência e cujos lados sejam secantes a ela. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 329 Geometria I Exemplo: A AVB é um ângulo inscrito na circunferência V B Existem duas propriedades importantes relacionadas a um ângulo inscrito de uma circunferência. Propriedade 1 A medida de um ângulo inscrito é igual à metade da medida do ângulo central correspondente. Exemplo: Na ilustração, a medida do ângulo inscrito APB é igual à metade da : medida do ângulo central AOB P α O B 2α ) = m(AOB) m(APB 2 A Propriedade 2 Ângulos inscritos em uma mesma circunferência, que são relativos a um mesmo arco, têm medidas iguais. α α α B Os ângulos inscritos “enxergam” o arco ÂB segundo o mesmo ângulo α A 330 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I Observe, na figura, que os três ângulos inscritos são relativos ao mesmo arco AB . Logo, de acordo com a propriedade 1, todos são relativos ao mesmo ângulo central de medida 2α, e, portanto, têm a mesma medida α. Uma consequência importante da propriedade 1 anterior é a que quando os extremos de um arco são os extremos de um diâmetro AB , cada um dos arcos é uma semicircunferência e a medida de cada um dos arcos é igual a 180°. Assim, se considerarmos um ponto qualquer P sobre uma das semicircunferências, podemos concluir que o ângulo APB mede 90°. Observe: P α A B 180º 180 ® a = 90. 2 Dessa forma, qualquer triângulo inscrito numa circunferência, que tenha um dos lados coincidindo com o diâmetro da circunferência, certamente será retângulo. Pela propriedade anterior, a = P A α O B Se o lado AB é diâmetro, o triângulo APB é retângulo em P Propriedades complementares 1. Dada uma reta t tangente a uma circunferência num ponto P, o raio com extremidade em P será sempre perpendicular à reta t. R P PO t O t Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 331 Geometria I 2. De um ponto P externo a uma circunferência, é possível traçar duas retas tangentes à circunferência. Se os pontos de tangência forem A e B, os segmentos PA e PB têm medidas iguais. P A B PA = PB Polígonos regulares Fique atento à seguinte definição: Polígonos regulares são aqueles que apresentam todos os lados congruentes e todos os ângulos congruentes. Dessa forma, por exemplo, o triângulo regular é o triângulo equilátero e o quadrilátero regular é o quadrado. Todos os polígonos regulares são inscritíveis, ou seja, admitem uma circunferência que passa pelos seus vértices. Essa circunferência é denominada circunferência circunscrita. Observe estas figuras: 332 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I Todos os polígonos regulares são circunscritíveis, ou seja, admitem uma circunferência que tangencia os lados do polígono nos respectivos pontos médios. Essa circunferência é denominada circunferência inscrita. Exemplos: Quadrado circunscrito Pentágono regular circunscrito Hexágono regular circunscrito O raio da circunferência inscrita em um polígono é denominado apótema do polígono. r é o apótema Embora existam infinitos polígonos regulares, destacaremos o estudo do triângulo equilátero, do quadrado e do hexágono regular. Triângulo equilátero O triângulo equilátero é o único polígono regular composto por exatamente três lados congruentes possuindo, portanto, três ângulos internos de mesma medida. Observe um triângulo equilátero de lado medindo l, altura medindo h cujas circunferências inscrita e circunscrita possuem raios medindo r e R, respectivamente. l h R l r l Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 333 Geometria I Se a soma dos ângulos internos é igual a 180° e todos os ângulos são congruentes, então cada um dos ângulos internos mede 60°. Além disso, a bissetriz de qualquer ângulo interno passa pelo centro coincidente das circunferências inscrita e circunscrita, dividindo o ângulo interno em dois ângulos de 30°. l h r l R 60º 30º l A medida da altura do triângulo retângulo pode ser obtida utilizando razões trigonométricas: sen 60 = 3 h = ® 2 l h l h= l 3 2 A medida do raio da circunferência inscrita também pode ser obtida por meio de razões trigonométricas: tg 30 = r l 2 l 3 1 l 3 1 . =r = . ® r = .h 2 3 3 2 3 Por outro lado, também é possível escrever: sen 30 = r R 1 r = ® R = 2r ® 2 R 334 2 r = .h 3 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I A área de um triângulo qualquer é igual ao semiproduto das medidas da base e da altura correspondentes. base . altura 2 S= No caso do triângulo equilátero de lado l e altura h, temos: S= Se a medida da altura é igual a h = l.h 2 l 3 , então: 2 l l 3 S= . 2 2 Portanto, a medida da área de um triângulo equilátero é dada por: S= l2 3 4 Quadrado O quadrado é o quadrilátero composto por quatro lados congruentes possuindo quatro ângulos retos. Na próxima ilustração pode-se observar um quadrado de lado medindo l, diagonal d e as circunferências inscrita e circunscrita de raios r e R, respectivamente. d R r l l Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 335 Geometria I A medida da área de um quadrado de lado l é igual ao produto das medidas de dois quaisquer de seus lados, ou seja: S=l.l S = l2 A medida da diagonal pode ser obtida por meio do teorema de Pitágoras: D C d l 45º A l d2 = l2 + l2 ® d = 2l 2 B d2 = 2l2 ® ® d=l 2 Observe que a medida do raio da circunferência inscrita é igual à metade da medida de um lado, ou seja: r= l 2 A medida do raio da circunferência circunscrita é igual à metade da medida de uma diagonal: R= d l 2 ou R = 2 2 Hexágono regular O hexágono regular é um polígono regular composto por seis lados congruentes e seis ângulos internos iguais. 336 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I Na figura a seguir vemos um hexágono regular de lado l e as circunferências inscrita e circunscrita de raios r e R, respectivamente. l l l r α R Como todos os lados têm a mesma medida l, os seis arcos, determinados pelas cordas correspondentes aos lados, são congruentes. Portanto, a 360° medida do ângulo central α é dada por = 60°. Os lados adjacentes ao 6 ângulo α são congruentes e, portanto, os outros dois ângulos do triângulo também o são. Logo, os triângulos componentes do hexágono regular são triângulos equiláteros de modo que a medida da área do hexágono regular é igual a seis vezes a medida da área de um triângulo equilátero, ou seja: S=6. l2 3 4 Para encontrar a medida do apótema, observe a ilustração: l l R r R l A medida do raio da circunferência inscrita é igual à medida da altura de um dos seis triângulos equiláteros componentes do hexágono regular: r= l 3 2 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 337 Geometria I A medida do raio da circunferência circunscrita pode ser encontrada de forma imediata, pois se os triângulos são equiláteros, os lados congruentes, ou seja: R=l Resolução de questões 1. (Funrio) Na figura abaixo, ABCD é um quadrado. Se EF = 12cm e a altura do triângulo EFG, relativa ao lado EF, mede 6cm, a medida da área do quadrado ABCD, em cm2, é igual a: G D E A C B F a) 25. b) 20. c) 16. d) 12. e) 14. 2. (Esaf ) O raio do círculo A é 30% menor do que o raio do círculo B. Desse modo, em termos percentuais, a área do círculo A é menor do que a área do círculo B em: a) 51%. b) 49%. c) 30%. d) 70%. e) 90%. 338 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I 3. (Esaf ) Em um polígono de n lados, o número de diagonais determinadas a partir de um de seus vértices é igual ao número de diagonais de um hexágono. Desse modo, n é igual a: a) 11. b) 12. c) 10. d) 15. e) 18. 4. (Esaf ) Em um triângulo ABC qualquer, um dos lados mede 2cm e um outro mede 2cm. Se o ângulo formado por esses dois lados mede 45°, então a área do triângulo, em cm2, é igual a: a) 3-/3. b) 2/2. c) 2-/2. 3 d) 3 . e) 1. 5. (Esaf ) Fernando, João Guilherme e Bruno encontram-se perdidos, uns dos outros, no meio da floresta. Cada um está parado em um ponto, gritando o mais alto possível, para que os outros possam localizá-lo. Há um único ponto em que é possível ouvir simultaneamente Fernando e Bruno, um outro único ponto (diferente daquele) em que é possível ouvir simultaneamente Bruno e João Guilherme, e há ainda um outro único ponto (diferente dos outros dois) em que é possível ouvir simultaneamente João Guilherme e Fernando. Bruno encontra-se, em linha reta, a 650 metros do ponto onde se encontra Fernando. Fernando, por sua vez, está a 350 metros, também em linha reta, do ponto onde está João Guilherme. Fernando grita o suficiente para que seja possível ouvi-lo em qualquer ponto até uma distância de 250 metros de onde ele se encontra. Portanto, a distância em linha reta, em metros, entre os pontos em que se encontram Bruno e João Guilherme é: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 339 Geometria I a) 650. b) 600. c) 500. d) 700. e) 720. 6. (Esaf ) Um quadro retangular cobre exatamente 25% da área de uma parede, também retangular, que mede 3 metros de altura por 2 metros de largura. Sabe-se que as dimensões do quadro estão na mesma razão que as da parede, isto é, que sua altura está para sua largura assim como 3 está para 2. Assim, se quiséssemos que o quadro cobrisse exatamente toda a superfície da parede, deveríamos multiplicar a sua altura e a sua largura por: a) 2. b) 3. c) 4. d) 5. e) 6. 7. (Esaf ) Um feixe de quatro retas paralelas determina sobre uma reta transversal, A, segmentos que medem 2cm, 10cm e 18cm, respectivamente. Esse mesmo feixe de retas paralelas determina sobre uma reta transversal, B, outros três segmentos. Sabe-se que o segmento da transversal B, compreendido entre a primeira e a quarta paralela, mede 90cm. Desse modo, as medidas, em centímetros, dos segmentos sobre a transversal B são iguais a: a) 6, 30 e 54. b) 6, 34 e 50. c) 10, 30 e 50. d) 14, 26 e 50. e) 14, 20 e 56. 340 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I 8. (Esaf ) Um trapézio ABCD possui base maior igual a 20cm, base menor igual a 8cm e altura igual a 15cm. Assim, a altura, em cm, do triângulo limitado pela base menor e o prolongamento dos lados não paralelos do trapézio é igual a: a) 10. b) 5. c) 7. d) 17. e) 12. 9. (Esaf )As rodas de um automóvel têm 40cm de raio. Sabendo-se que cada roda deu 20 000 voltas, então a distância percorrida pelo automóvel, em quilômetros (km), foi de: a) 16km. b) 16πkm. c) 16π2km. d) 1,6 . 103πkm. e) 1,6 . 103π2km. 10.(Esaf ) Um hexágono é regular quando, unindo-se seu centro a cada um de seus vértices, obtém-se seis triângulos equiláteros. Desse modo, se o lado de um dos triângulos assim obtidos é igual a 3 m, então a área, em 2 metros, do hexágono é igual a: 9 3 . 4 7 b) . 3 a) c) 2 3 . d) 3 3 . e) 3 . 3 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 341 Geometria I Dica de estudo O bom desempenho em Geometria plana exige a resolução de muitos exercícios para que o raciocínio visual se desenvolva. Assim, embora algumas pessoas tenham mais facilidade que outras, a habilidade na resolução de problemas geométricos é obtida progressivamente. Estude bem os triângulos e o círculo. Com eles, outras figuras poderão ser mais bem compreendidas. Referências BOYER, Carl B. História da Matemática. 12. ed. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 1996. GAERTNER, Rosinete (Org.). Tópicos de Matemática para o Ensino Médio. Blumenau: FURB. (Coleção Aritthmos 2.) LIMA, Elon Lages. Meu Professor de Matemática e outras Histórias. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática. (Coleção do Professor de Matemática.) LIMA, Elon Lages et al. A Matemática do Ensino Médio. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2001. v. 1. LINTZ, Rubens G. História da Matemática. Blumenau: FURB, 1999. v. 1. TAHAN, Malba. O Homem que Calculava. 40. ed. Rio de Janeiro: Record, 1995. Gabarito e CDG 1. Os triângulos EFG e DCG são semelhantes, pois os ângulos FEG são congruentes, bem como os ângulos EFG e DCG . G D l 6- l C l E 342 l A 12 B F Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I Logo, podemos escrever: 12 6 = l 6 -l 6l = 12 . (6 - l ) ® 6l = 72 -12l ® 6l + 12l = 72 ® 18l = 72 ® l=4 Assim, a medida da área do quadrado é dada por: S = l2 S = 42 S = 16cm2 Resposta: C 2. Sejam Ra e Rb as medidas dos raios dos círculos A e B, respectivamente. Se a medida de Ra é 30% menor que a medida de Rb, então: Ra = (1- 0,30) . Rb Ra = 0,70 . Rb A medida da área do círculo A é dada por: Sa = π.(Ra)2 Sa =π. (0,70. Rb)2 Sa = (0,70)2. π. (Rb)2 Sa = 0,49 . Sb O resultado indica que a área do círculo A é 49% da área do círculo B. Logo, o circulo A possui área 51% menor que a do círculo B. Resposta: A Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 343 Geometria I 3. Se um polígono convexo possui n lados, então também possui n vértices. De cada vértice podem ser traçadas diagonais para todos os demais vértices, com exceção do próprio vértice e dos dois vértices vizinhos. Assim, de cada vértice podem ser traçadas exatamente (n – 3) diagonais. Raciocinando dessa forma, é possível obter a quantidade de diagonais de um polígono convexo de n vértices. Se de cada um dos n vértices podem ser traçadas (n – 3) diagonais, então a quantidade de diagonais seria dada pelo produto do número de vértices pela quantidade de diagonais que poderiam ser traçadas de cada um deles: n . (n – 3) Entretanto, a diagonal traçada do vértice A para o vértice C, por exemplo, é a mesma que a diagonal traçada do vértice C para o vértice A. Por esse motivo, para encontrar a quantidade de diagonais, é necessário dividir por dois o produto do número de vértices pelo número de diagonais que podem ser traçadas de cada vértice, pois não se deve contar duas vezes a mesma diagonal. Portanto, a quantidade de diagonais de um polígono convexo de n lados, representada por D, é dada por: D= Logo, se um hexágono possui n = 6 vértices, o número de diagonais é dada por: D= n . (n - 3) 2 6 . (6 - 3) =9 2 Se o polígono que se deseja encontrar possui nove diagonais partindo de cada um dos próprios vértices, então o polígono deve possuir uma quantidade de lados n tal que: n–3=9 n = 12 Resposta: B 344 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I 4. Observe a figura: 2 h 45º 2 Utilizando a razão seno no ângulo de 45° do triângulo destacado, temos: sen 45 = h = 2 . sen 45 ® h 2 h= 2 . 2 ® 2 h = 1cm A área do triângulo, representada por S, pode ser calculada pelo semiproduto das medidas da base pela altura, ou seja: S= 2.h 2 S=h Substituindo-se h = 1cm, temos: S = 1cm2 Resposta: E Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 345 Geometria I 5. Observe a figura na qual estão destacadas pelos pontos F, J e B as posições de Fernando, João Guilherme e Bruno, respectivamente. 100 J 100 400 B 250 400 250 F Observe que os círculos com centros nos pontos F, J e B correspondem às regiões em que é possível ouvir os gritos de Fernando, João Guilherme e Bruno, respectivamente. Esses três círculos são tangentes externamente dois a dois, pois existe um único ponto em que é possível ouvir simultaneamente duas dessas pessoas. Logo, a distância entre Bruno e João Guilherme é dada por: BJ = 400 + 100 BJ = 500m Resposta: C 6. Sejam a e b as medidas da altura e da largura do quadro, em metros, respectivamente. Então: a 3 = b 2 a = 1, 5 b a = 1,5 . b 346 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I A área da parede retangular, representada por Sp, é igual ao produto das medidas da altura pela largura: Sp = 3 . 2 Sp = 6m2 Se o quadro cobre exatamente 25% da área da parede, então a área do quadro, representada por Sq, é dada por: Sq = 0,25 . 6 Sq = 1,5m2 Por outro lado, a área do quadro é igual ao produto das medidas da altura pela largura: Sq = a . b 1,5 = a . b Substituindo a = 1,5 . b, temos: 1,5 = 1,5 . b . b 1 = b2 Como a medida b não pode ser negativa, conclui-se que: b = 1m Então, a altura do quadro é dada por: a = 1,5 . b a = 1,5 . 1 a = 1,5m Logo, se multiplicássemos por x, x > 0, as medidas da altura e da largura do quadro, as dimensões seriam iguais a 1,5x (altura) e 1x (largura). Para que a área do quadro, após multiplicarmos a altura e a largura por um determinado número x seja igual à área da parede deveríamos ter: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 347 Geometria I 1,5x .1x = 6 1,5x 2 = 6 x2 = 6 1, 5 x2 = 4 x=2 Resposta: A Outra forma de solucionar essa questão seria considerar a semelhança existente entre as figuras retangulares constituídas pela parede e pelo quadro: 2 Sp 2 Sp æ3 ö æ2 ö =ç ÷ =ç ÷ ® Sq èa ø èb ø 2 2 æ3 ö æ2 ö 4 =ç ÷ =ç ÷ ® èa ø èb ø 2 2 æ3 ö æ2 ö =ç ÷ =ç ÷ ® 0 , 25 . Sp èa ø èb ø 3 2 2= = ® a b a = 1,5 e b = 1 Assim, se multiplicarmos por dois cada uma das dimensões do quadro, teremos as dimensões da parede: 1,5 . 2 = 3m (altura) e 1 . 2 = 2m (largura) A resposta é a da alternativa (A). 348 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I 7. Observe a ilustração em que estão destacadas as medidas das transversais na reta A e as medidas a serem determinadas x, y e z, na reta B: A B 2 x y 10 90 z 18 Utilizando o teorema de Tales, temos: x y z = = 2 10 18 Utilizando propriedades das proporções e, ainda, observando que x + y + z = 90, temos: x y z x+y +z 90 = = = = =3 2 10 18 2 + 10 + 18 30 Particularizando as proporções, temos: x = 3 ® x = 2 . 3 = 6m 2 y = 3 ® y = 10 . 3 = 30m 10 z = 3 ® z = 18 . 3 = 54m 18 Resposta: A Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 349 Geometria I 8. Observe a figura na qual estão destacados o trapézio ABCD, a correspondente medida da altura, GF, o triângulo CDE, e a respectiva altura EG, todas as medidas em cm: E h D C G 8 15 A F B 20 ^ ^ Os triângulos ABE e DCE são semelhantes, pois os ângulos EAB e ED C são ^ ^ congruentes, bem como os ângulos ABE e DC E, uma vez que as bases de qualquer trapézio situam-se em retas paralelas. Logo, pode-se escrever: AB EF = DC EG 20 15 + h = 8 h ® 5h = 2 . (15 + h) ® 5h - 2h = 30 ® h= 30 3 ® ® 5 15 + h = 2 h ® 5h = 30 + 2h ® 3h = 30 ® h = 10cm Resposta: A 9. A medida do comprimento de uma circunferência de raio R é dada por: C = 2πR 350 Considerando-se que as rodas do automóvel são perfeitamente circulares, em 20 000 voltas a distância percorrida pelo automóvel é dada por: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Geometria I D = 20 000 . C D = 20 000 . 2πR Substituindo-se a medida do raio, temos: D = 40 000 . π . 40 D = 1 600 000π cm Observando-se que 1km = 100 000cm, temos: D= 1600 000 p km 100 000 D = 16pkm Resposta: B 10.Observe a ilustração na qual um hexágono regular é composto por seis triângulos equiláteros, cada um deles com medida do lado l, em metros: l l l l l l l l l l l l A área de um dos triângulos equiláteros que compõem o hexágono regular é dada por: ST = l2 3 4 Logo, a área do hexágono é dada por: SH = 6 . l2 3 4 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 351 Geometria I Substituindo a medida do lado por 3 , temos: 2 2 6 æ 3ö SH = . ç ÷ . 3 4 è 2ø 3 3 SH = . . 3 2 2 SH = 9 3 cm2 4 Resposta: A 352 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br