TOPOLOGIA DIFERENCIAL, VERÃO 2011, IME/UFG, LISTAS DE EXERCÍCIOS R. GARCIA Abstract. Listas preparadas baseadas na bibliografia usada no curso e experiência do professor no assunto. Sugestões e comentários favor contactar pelo endereço: ragarcia at mat.ufg.br 1. Primeira Lista 1) Seja O(n) = {A ∈ M (n, n) : AAt = I} o grupo ortogonal. i) Mostre que O(n) é uma subvariedade de M (n, n) e que sua dimensão é igual a n(n − 1)/2. ii) Obtenha parametrizações explı́citas de O(2). 2) Seja Gn,k o conjunto dos k−planos de Rn passando pela origem. i) Mostre que Gn,k é uma variedade C ∞ e exiba suas cartas locais. ii) Mostre que a aplicação ϕ : Gn,k → Gn,n−k , ϕ(E) = E ⊥ é um difeomorfismo de classe C ∞ . iii) Calcule a dimensão de Gn,k . iv) Seja A : Rn → Rn um isomorfismo linear conjugado a uma matriz diagonal. Mostre que A induz uma aplicação Ā : Gn,k → Gn,k , Ā(E) = A(E) e calcule os pontos fixos de Ā. Faça vários exemplos. 3) Seja f : R2 → R, f (x, y) = x3 + xy + y 3 + 1. i) Calcule os valores regulares de f e esboce as suas curvas de nı́veis. 4) Esboce as curvas de nı́veis da função f : R2 → R, f (p) = |p − p1 | + |p − p2 | + |p − p3 | onde pi = (ai , bi ) são pontos fixados. Analise uma diversidade de casos. Obs: |p − pi | = [(x − ai )2 + (y − bi )2 ]1/2 . 5) Seja f : M → M de classe C r tal que existe f −1 de classe C 1 . Mostre que f é um difeomorfismo C r . 6) Seja M n uma variedade diferenciável compacta de classe C ∞ . i) Exiba uma cobertura aberta finita Θi , (i = 1, . . . , p) de M com cada Θi ⊂ Ωi , Ωi homeomorfa a uma bola aberta de Rn e Θ̄i ⊂ Ωi . ii) Mostre a existência de funções C ∞ , fi : M → R tais que 0 ≤ fi ≤ 1, suppfi ⊂ Ωi e fi |Θi = 1. iii) Mostre que existe um mergulho ϕ : M → Rp(n+1) . 1 2 R. GARCIA iv) Ilustre a situação acima para M = S2 . 2. Segunda Lista 1) Mostre que existe uma imersão do toro “ furado”, i.e., S1 × S1 \ {p} em R2 . 2) Seja γ : S1 → R2 uma curva estritamente localmente convexa (curvatura k > 0). i) Mostre que a aplicação α(s, u) = γ(s) + uN (s) é uma imersão para |u| pequeno. Obs: {T, N } referencial de Frenet com |T | = |N | = 1, T ′ = kN . ii) Supondo γ possuindo cruzamentos normais, i.e., se γ(s1 ) = γ(s2 ) então γ ′ (s1 ) 6= γ ′ (s2 ), mostre que a curva αu : S1 → R2 , αu (s) = α(s, u) também possui cruzamentos normais para |u| pequeno. iii) Mostre que se |u| é grande então αu é uma curva regular localmente convexa. Quando αu é convexa? 3) Seja f : Rn → Rp , n ≥ p, real analı́tica (ou mesmo polinomial). Seja Σ ⊂ Rn o conjunto dos pontos crı́ticos de f . i) Mostre que se Σ 6= Rn então f −1 (f (Σ)) tem medida zero em Rn . ii) Mostre que se f for somente C ∞ então a conclusão do item i) pode ser falsa. 4) Seja A = [0, 1] ou R e C = {0} ∪ {1/n, n ∈ N}. i) Existe uma função f : A → R de classe C r , r ≥ 2, tal que os valores crı́ticos de f seja exatamente o conjunto C? Justifique. ii)Existe uma função f : A → R de classe C 1 tal que os valores crı́ticos de f seja exatamente o conjunto C? Justifique. 5) Seja f : R → R de classe C 2 . Mostre que para quase todo c ∈ R a função fc (x) = f (x) + cx possui somente pontos crı́ticos não degenerados (tipo Morse). 3. Terceira Lista 1) Seja f : U ⊂ R2 → R de classe C r , f (0) = 0 e U aberto tal que se (x, y) ∈ U então t(x, y) ∈ U para todo 0 ≤ t ≤ 1. i) Mostre que existem funções h e g de classe C r−1 tais que f (x, y) = xg(x, y) + yh(x, y) para todo (x, y) ∈ U . ii) Generalize o item i) supondo f (0) = ∇f (0) = 0. 2) Seja M ⊂ R2 uma curva fechada simples, regular e de classe C r . Defina as funções H, V : M × R2 → R, H(p, q) = |p − q|2 e V (p, q) = hp, qi. i) Calcule DH(p, q) e DV (p, q). ii) Analise as curvas de nı́veis H −1 (c) e V −1 (c). iii) Faça exemplos caracterizando os pontos crı́ticos de H, V e H + V . TOPOLOGIA DIFERENCIAL 3 3) Seja M ⊂ R3 uma superfı́cie de classe C r , r ≥ 4. Defina o conjunto parabólico P = {p ∈ M : K(p) = 0} onde K é a curvatura de Gauss de M . i) Formule corretamente e demonstre que: “ genericamente” no espaço de superfı́cies de classe C r com a topologia C r o conjunto P é formado de curvas fechadas mergulhadas. Faça exemplos. ii) Existe um gráfico G = {(x, y, h(x, y)), (x, y) ∈ R2 } de classe C r tal que o conjunto parabólico P numa vizinhança de 0 seja a curva plana y 2 = x3 , z = 0? Justifique. iii) Seja γ : S1 → R3 uma curva biregular (curvatura não nula). Mostre que existe uma superfı́cie regular M , imersa quando γ não for um mergulho, tal que γ(S1 ) ⊂ M e γ(S1 ) seja uma componente conexa do conjunto parabólico de M . 4) Seja f : M → M , f (p) = p0 (cte) e g : M → M , g(p) = p. Mostre que deg2 (f ) = 0 e deg2 (g) = 1. 5) Construa uma partição da unidade {ϕ1 , ϕ2 } de classe C ∞ associada a cobertura aberta de R2 definida por: U1 (ǫ) = {(x, y) ∈ R2 : y > −ǫ} e U2 (ǫ) = {(x, y) ∈ R2 : y < ǫ}. Dados f, g : R2 → R2 , f (x, y) = (1, x), g(x, y) = (−1, x) defina Fǫ = f ϕ1 + gϕ2 . i) Mostre que Fǫ é de classe C ∞ . ii) Calcule os zeros de Fǫ e com hipóteses adequadas mostre que Fǫ possui um único ponto singular p(ǫ), F (p(ǫ)) = 0 com det(Jac(Fǫ (p(ǫ)))) < 0 e limǫ→0 p(ǫ) = 0. iii) Fǫ é um difeomorfismo em qual região? iv) Esboce o retrato de fase de Fǫ . 6) Sejam u, v ∈ C = R2 tais que |u|2 + |v|2 = 1. Defina h(u, v) = (2Re(uv̄), 2I(uv̄), |u|2 − |v|2 ). i) Mostre que h : S3 ⊂ R4 → S2 ⊂ R3 é de classe C ∞ . ii) Mostre que para todo x ∈ S2 existe um aberto U ∈ x e um difeomorfismo ϕ : U × S1 → h−1 (U ) satisfazendo h(ϕ(y, z)) = y para todo y ∈ U e todo z ∈ S1 . iii) Calcule h−1 (x) para x ∈ S2 . iv) Dado Γ = {(cost, sent, 0)} calcule h−1 (Γ). 7) Existe uma estrutura diferenciável C ∞ no conjunto M = {(t, |t|), t ∈ R}? Justifique e faça desenhos. 8) Faça vários exemplos de superfı́cies compactas em R3 e calcule o grau (mod 2) da aplicação normal de Gauss. 4 R. GARCIA 4. Quarta Lista 1) Mostre que não existe função suave f : S1 × S1 → S1 tal que f (x, x) = x e f (x, y) = f (y, x). 2) Seja M ⊂ R3 uma superfı́cie compacta orientada de gênero g. i) Construa campos de vetores em M e calcule a caracterı́stica de EulerPoincaré de M . ii) Calcule o número mı́nimo de curvas fechadas mergulhadas necessárias para desconectar M de modo que cada componente conexa seja difeomorfa a um disco. iii) Mostre que se M 6= S2 então existem duas curvas fechadas mergulhadas γ1 e γ2 tais que γ1 ∩ ⊤γ2 (interseção transversal) e #(γ1 ∩ γ2 ) = 1. iv) Dê exemplos de funções f : M → R possuindo exatamente 3 pontos crı́ticos. 3) Seja H = {a + bi + cj + dk, a, b, c, d ∈ R} o conjunto dos quatérnios (i2 = j 2 = k2 = −1, ij = k, jk = i, ki = j). i) Mostre que p(x) = x2 + 1 P possui infinitos zeros. ii) Mostre que p(x) = xn + αl xl , αl ∈ H, n ∈ N possui pelo menos uma raiz, i.e., existe x0 ∈ H tal que p(x0 ) = 0. 4) Para todo n ≤ 1, n ∈ Z, construa uma função f : R2 → R tal que Ind(∇f, 0) = n. 5) Seja G um grupo de Lie n−dimensional. Mostre que existem n campos de vetores linearmente independentes em G. 6) Mostre que Pn = Sn / ∼ (espaço projetivo real) é orientável se, e somente se, n é impar. 7) Demonstre o teorema de Hopf. Seja M n uma variedade diferenciável compacta, conexa, orientada e sem bordo. Duas funções f, g : M n → Sn são homotópicas se, e somente se, deg(f ) = deg(g). 8) Sejam f : M n → N n e g : N n → P n funções C ∞ . Mostre que com as hipóteses adequadas se tem deg(g ◦ f ) = deg(g).deg(f ). 9) Seja f : M n → R de classe C 2 tal que f −1 ([a, b]) só contenha pontos regulares de f . i) Mostre que f −1 (a) é difeomorfa a f −1 (b). ii) Mostre que f −1 ([a, b]) é difeomorfa a f −1 (a) × [a, b]. iii) Mostre que f −1 (−∞), a) é difeomorfa a f −1 (−∞), b). 10) Seja γ ⊂ R3 uma curva regular fechada e simples. i) Mostre γ ⊂ R3 é bordo de uma superfı́cie compacta orientada. TOPOLOGIA DIFERENCIAL 5 i) Supondo γ com curvatura não nula encontre uma superfı́cie M tal que M seja uma vizinhança tubular de γ e a curvatura Gaussiana de M seja positiva. 11) Sejam X e Y campos de vetores de classe C 1 na esfera S2 tais que os fluxos sejam comutativos, i.e., Xt ◦ Ys = Ys ◦ Xt , ou equivalentemente, o colchete de Lie [X, Y ] = 0. i) Mostre que existe p ∈ S2 tal que X(p) = Y (p) = 0. ii) Se no item i) os pontos singulares de X forem simples, i.e. se X(p) = 0 então DX(p) é um isomorfismo, então existem pelo menos dois pontos q 6= p tais que X(p) = Y (p) = X(q) = Y (q) = 0. 12) Calcule o ı́ndice do campo de vetores planar X definido por X(0) = 0 e X(z) = 2z 2 /kzk, z 6= 0. Qual é o ı́ndice de X n = X ◦| .{z . . ◦} X? 5. Quinta Lista 1) Dizemos que um par de retas em Rn são reversas quando não se interceptam ou não são paralelas. Uma curva regular γ em Rn é reversa quando todas as retas tangentes L : γ(t) + vγ ′ (t) são reversas, i.e., se t1 6= t2 então as retas tangentes Li : γ(ti ) + vγ ′ (ti ) são disjuntas e não paralelas. i) Mostre que a curva cúbica γ(t) = (t, t2 , t3 ) é reversa. ii) Mostre que não existe curva regular fechada em R3 reversa. iii) Mostre que genericamente toda curva regular em R4 é reversa iv) Mostre que a curva γ : S1 : R4 definida por γ(z) = (z, z 2 ) é reversa. v) Generealize o conceito de reversa para subvariedades de Rn como a seguir: Uma subvariedade M é totalmente reversa quando as retas tangentes Li ⊂ Tp M = pi +Tpi M , com p1 6= p2 , tem-se que L1 é reversa a L2 . Faça exemplos e intua (ou demonstre) que genericamente uma subvariedade de classe C r , M n ⊂ R4n+1 é reversa. vi) Obtenha mergulhos (ou imersões) explı́citos de S 2 e T 2 em Rn totalmente reversos. 2) Considere uma curva regular fechada γ : S1 → R3 e a sua tangente unitária T : S1 → S2 , T (s) = γ ′ (s)/|γ ′ (s)|. i) Mostre que se γ : S1 → S2 for de classe C r , r ≥ 3, i.e., γ é uma curva esférica, então γ é regularmente homotópica a T , i.e., γ é homotópica a T e a homotopia Ft : S1 → S2 é uma curva regular (imersa em geral). Faça exemplos ilustrando o resultado. ii) Mostre que quando T é uma curva mergulhada então S2 \ T (S1 ) tem duas componentes conexas com mesma área. 6 R. GARCIA 3) Considere duas curvas regulares γi : S1 → R3 com imagens disjuntas, i.e,, γ1 (S1 ) ∩ γ2 (S1 ) = ∅. Defina a aplicação Γ : S1 × S1 → S2 por Γ(s, t) = γ1 (s) − γ2 (t) . |γ1 (s) − γ2 (t)| i) Defina o entrelaçamento Lk(γ1 , γ2 ) como sendo o grau orientado de Γ. Calcule Lk(γ1 , γ2 ) onde γ1 (t) = (r1 cos t+a, r1 sin t, 0) e γ2 (t) = (r2 cos t, 0, r2 sin t). ii) Dizemos que os pares de curvas regulares {γ1 , δ1 } e {γ2 , δ2 } são regularmente homotópicas se existem homotopias Ft entre γ1 e γ2 e Gt entre δ1 e δ2 tais que Ft e Gt são curvas regulares. Mostre que se {γ1 , δ1 } e {γ2 , δ2 } são homotópicas então Lk(γ1 , γ2 ) = Lk(δ1 , δ2 ). iii) Expresse Lk(γ1 , γ2 ) em termos de uma integral envolvendo γi e suas derivadas. Mais precisamente, formule e interprete corretamente a seguinte fórmula integral Z Z [γ1 (s) − γ2 (t), γ1′ (s), γ2′ (t))] 1 dsdt. Lk(γ1 , γ2 ) = 4π γ1 γ2 |γ1 (s) − γ2 (t)|3 iv) Pesquise na literatura algoritmos para calcular o entrelaçamento de curvas (linking number) somente usando contagem com sinal dos cruzamentos normais de projeções adequadas das curvas espaciais em planos. 4) Seja M a faixa de Moebius parametrizada por F : [0, 4π] × [0, 3/4] → R3 F (θ, r) = (cos θ + r cos θ cos(θ/2), sin θ + r sin θ cos(θ/2), r sin(θ/2)). i) Calcule Lk(F (θ, 1/4), F (θ, 3/4)). ii) Calcule Lk(F (θ, 0), F (θ, 1/4)) 5) Mostre que toda superfı́cie compacta orientada de gênero p ≥ 0 é a fronteira regular de uma variedade tridimensional orientada. 6) Mostre que duas curvas conexas regulares γi , γ1 ∩ γ2 = ∅ em R3 são cobordantes, i.e., existe uma superfı́cie orientada W ⊂ R3 tal que ∂W = γ1 ∪ γ2 . Estenda o resultado acima para curvas com várias componentes conexas (links). 7) Um campo de linhas (1-planos) diz-se orientável quando existe um campo de vetores cujas órbitas são as as variedades integrais do campo de linhas. i) Dê exemplos de campos de linhas não orientáveis em R2 \ {0}. ii) Mostre que todo campo de linhas em R3 \ {0} é orientável. iii) Dê exemplos de campos de linhas (sem singularidades) no toro S1 × S1 não orientáveis. 8) Considere o campo de 2-planos D em R3 gerado por X = (1, 0, yz) e Y = (0, 1, 0). i) Encontre uma variedade integral de D passando pela origem. TOPOLOGIA DIFERENCIAL 7 ii) Existe variedade integral de D passando pelo ponto (0, 0, 1)? iii) O campo de 2-planos D é involutivo? 9) Considere os campos de vetores X = (y, −x) e Y = (x, −y). Calcule explicitamente os fluxos de X e Y e mostre que os mesmos não são comutativos. 10) Um campo de vetores X em Rn é chamado completo quando o fluxo Xt : Rn → Rn é definido para todo t ∈ R. i) Mostre que o fluxo de X(x, y) = (ex , y) não é campleto. ii) Dê exemplos de campos de vetores X e Y ambos completos mas que X + Y não seja completo. iii) Mostre que um campo limitado X, i.e., |X(p)| ≤ c, é completo. 11) Sejam X e Y campos de vetores em Rn e denote por γp a órbita de X passando pelo ponto p. Denote por Xt e Yt os fluxos de X e Y . i) Mostre que [X, Y ] = hX para alguma função h se, e somente se, Yt (γp ) = γYt (p) . Interprete o resultado geometricamente. ii) Se p é um ponto singular isolado de X e [X, Y ] = hX mostre que Y (p) = 0. 8 R. GARCIA 6. Sexta Lista 1) Seja (a, b, c, d) ∈ S3 e considere a matriz 2 a − b2 − c2 + d2 2ab − 2cd 2ac + 2bd 2ab + 2cd −a2 + b2 − c2 + d2 −2ad + 2bc R= 2 2 2 2 2ac − 2bd 2ad + 2bc −a − b + c + d i) Mostre que R é uma matriz de rotação com det(R) = 1 e que R : S3 → SO(3) é um recobrimento duplo. ii) Mostre que P3 R (espaço projetivo) é difeomorfo a SO(3). iii) Mostre que T1 S2 (fibrado tangente unitário de S2 ) é difeomorfo a SO(3). iv) Seja V3,2 = {(u, v), u, v ∈ S2 e hu, vi = 0}. Mostre que V3,2 é uma variedade difeomorfa a P3 R. 2) Calcule os valores e pontos crı́ticos da aplicação f : R2 → R2 onde fǫ (x, y) = (x2 − y 2 + ǫx, 2xy + ǫy). Faça figuras dos conjuntos e represente f graficamente. 3) Dado uma curva regular plana fechada (localmente convexa com curvatura positiva) de classe C 5 tal que a sua curvatura seja uma função de Morse. i) Mostre que a sua evoluta é uma curva que possui pelo menos dois pontos de cúspides localmente equivalentes a (t2 , t3 ). ii) Dê exemplo de uma curva regular fechada tal que sua evoluta possua exatamente dois pontos de cúspides. iii) Dê exemplo de curva singular fechada no plano que possua um número ı́mpar de cúspides. 4) Considere uma superfı́cie regular orientada em R3 de classe C ∞ parametrizada localmente por α. Denote por k1 e k2 as suas curvaturas principais e r1 = 1/k1 e r2 = 1/k2 os raios de curvatura associados. Defina a superfı́cie média β(u, v) = α(u, v) + r1+r2 2 N (u, v), sendo N o vetor normal unitário. i) Supondo (0, 0) um ponto umbı́lico isolado transversal de α mostre que β possui uma singularidade em (0, 0). ii) Mostre que genericamente os pontos singulares de β são localmente equivalentes ao guarda-chuva de Whitney w(u, v) = (u, uv, v 2 ). iii) Esboce a superfı́cie média do toro de revolução e do elipsoide x2 /a + y 2 /b + z 2 /c = 1, a ≥ b ≥ c > 0. 5) Seja M 2 uma variedade bidimensional com bordo tal que M admite uma função de Morse f com exatamente três pontos crı́ticos não degenerados (dois máximos e uma sela, ou um máximo, um mı́nimo e uma sela) e tal que ∂M = f −1 (c), sendo c valor regular. TOPOLOGIA DIFERENCIAL 9 i) Mostre que o disco D 2 = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 1} admite uma função de Morse com as propriedades acima. Faça desenhos. ii) Mostre que nas condições descritas acima M 2 é difeomorfa a D 2 . 6) Sejam X e Y campos de vetores comutantes, i.e, [X, Y ] = 0 em D 2 × S1 tais que em ∂(D 2 × S1 ) = S1 × S1 eles sejam ortogonais e linearmente independentes e tendo esta fronteira (toro) como conjunto invariante para os fluxos de X e de Y . i) Mostre que existe p0 ∈ D 2 × S1 tal que X(p0 ) e Y (p0 ) são linearmente dependentes. ii) Nas condições anteriores X ou Y possui ponto singular em int(D 2 × S1 )? 7) Seja M compacta e conexa e f : M → N uma submersão. Seja q ∈ N fixado. i) Mostre que {M, N, f, f −1 (q)} é um espaço fibrado tendo N como base e f −1 (q) como fibra. ii) Mostre por um exemplo que i) não é verdadeiro quando M não for compacta (independente da topologia de N ). 8) Seja f : S2 → S2 um difeomorfismo e X um campo de vetores em S2 . Suponha que f ∗ X = X, isto é (f ∗ X)(p) = Df (p)−1 (X(f (p))) = X(p). i) Denotando o fluxo de X por Xt mostre que Xt ◦ f = f ◦ Xt . ii) Mostre que existe p ∈ S2 tal que p é simultaneamente ponto periódico de f e ponto singular de X. 9) Esboce as superfı́cies de nı́veis das seguintes funções e analise os tipos topológicos (conexidade, etc.) dos nı́veis. i) f (x, y, z) = x2 ± y 2 + z 3 ii) g(x, y, z) = x2 + y(z 2 ± y 2 ) iii) h(x, y, z) = x2 ± yz 2 iv) r(x, y, z) = x2 + y 2 ± z 2 + xyz v) p(a, b, c) = −4a3 b2 − 27b4 + 16a4 c− 128a2 c2 + 144acb2 + 256c3 (resultante do polinômio x4 + ax2 + bx + c). 10) Seja M uma superfı́cie compacta e orientada. Mostre que f admite uma função de Morse possuindo exatamente um ponto de máximo, um ponto de mı́nimo e tal que as separatrizes de selas do campo gradiente de f sejam disjuntas. Faça figuras. 11) Seja γ uma curva regular fechada (subvarieade imersa) no plano possuindo somente cruzamentos transversais e inflexões simples (localmente do tipo (x, ax3 ), a 6= 0). Denote por N + o número de retas tangentes Lx,y a γ em dois pontos distintos x, y ∈ γ e tal que nas vizinhanças de x e y, γ está contida num mesmo semiplano determinado por Lx,y . Denote por N − o número de retas 10 R. GARCIA tangentes Lx,y a γ em dois pontos distintos x, y ∈ γ e tal que nas vizinhanças de x e y, γ está contida em semiplanos distintos determinado por Lx,y . Denote por D o número de cruzamentos transversais e I o número de pontos de inflexões de γ. i) Mostre que a propriedade N + , N − , D e I finito é genérica no espaço de curvas fechadas C 3 com a topologia C 3 . ii) Suponha uma curva γ possuindo N + , N − , D e I finito e além disso que não tangências triplas e nem tangências duplas passando pelos pontos de cruzamento transversal e ou de inflexão. Mostre que N + = N − + D + I/2 (fórmula de Fabricius-Bjerre-Halpern). iii) Generalize e formule corretamente a fórmula acima para curvas esféricas. 12) Reflita sobre a afirmação de um artigo de V. Arnold: “ The number of topologically different Morse functions on S2 with 10 such critical points equals 17746.” i) Considere a esfera S2 = R2 ∪ {∞} e um polinômio p ∈ R[x, y] de grau 2k tal que a parte homogênea de p de grau 2k seja positiva definida. Supondo p de Morse e tendo que o ∞ é ponto de máximo mostre que o número de selas de p é igual a 2k2 − 2k. Faça exemplos com k = 2, i.e, dê exemplo de polinômios de grau 4 de Morse no plano com 4 selas. ii) Seja f (x, y, z) = xyz definida na esfera S2 , (x2 + y 2 + z 2 = 1). Faça uma pequena deformação em f para obter um função de Morse com 14 pontos crı́ticos. 13) Imersão de Tn \ {p} → Rn . i) Sejam Tn = S1 ×. . .×S1 parametrizado por θ = (θ1 , . . . , θn ) e ϕ : Tn ×I → Rn+1 , I = (−1, 1), um mergulho definido por ϕ(θ, t) = (f1 (θ, t), . . . , fn+1 (θ, t))) tal que fn+1 (θ, t) > 0. Então mostre que ψ : Tn+1 × I → Rn+2 definido por ψ(θ, θn+1 , t) = (f1 (θ, t), . . . , fn (θ, t), fn+1 (θ, t) cos θn+1 , fn+1 (θ, t) sin θn+1 ) é um mergulho. ii) Seja S = {θ, θi = 0, para algum i = 1, . . . , n} e seja h : Tn → R definida por sin θn sin θ1 . . . sin θn sin θ2 . . . sin θn + + ··· + . n n−1 2 2 1 Considere o mergulho ϕ : Tn × I → Rn+1 . Mostre que para ǫ > 0 pequeno a aplicação Ψ : Tn → Rn definida por Ψ(θ) = (f1 (θ, ǫh(θ)), . . . , fn (θ, ǫh(θ))) é uma imersão de uma vizinhança tubular de S em Rn , i.e, uma imersão de Tn \D n em Rn , onde D n é um disco mergulhado. iii) Mostre que a função ϕ definida indutivamente por f1 (θ1 , t) = (1 + t) cos θ1 , f2 (θ1 , t) = (1 + t) sin θ1 + 2, f3 (θ1 , θ2 , t) = ((1 + t) sin θ1 + 2) cos θ2 , f4 (θ1 , θ2 , t) = ((1 + t) sin θ1 + 2) sin θ2 + 4 é um mergulho. iv) Analise a imersão de T2 \ D 2 em R2 usando o mergulho definido em iii). Quais são as singularidades desta aplicação Ψ(θ, ǫ). h(θ) =