Clarissa Rezende Viana de Oliveira

Propaganda
CLARISSA REZENDE VIANA DE OLIVEIRA
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE PACIENTES DE UMA CLÍNICA-ESCOLA DE
PSICOLOGIA: INVESTIGAÇÃO SOBRE O USO DE FARMACOTERAPIA
ASSOCIADO AO PROCESSO TERAPÊUTICO.
Artigo apresentado ao curso de Graduação em
Psicologia da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Psicologia.
Orientadora: Profª. Drª. Graziela Furtado
Scarpelli Ferreira.
Brasília
2011
Dedico ao bem mais precioso que alguém
pode ter: um filho. A você, Eduardo.
AGRADECIMENTO
Agradeço aos meus pais, Sandra e Mércio, que confiaram sempre na minha capacidade e me
deram as melhores condições para um bom estudo e estrutura emocional para seguir em
frente.
Agradeço meus irmãos, Alisson, Edinho e Raquel pela força e coragem que passaram para
mim como irmã caçula. Vocês foram o meu espelho.
Agradeço ao Rafael, companheiro que está ao meu lado há alguns anos, me trazendo alegrias
e que juntos tivemos o grande amor de nossas vidas, nosso filho Eduardo.
Agradeço aos docentes de Psicologia pelo aprendizado e a minha formação, não só como
Psicóloga, mas sim como Clarissa, um ser gente, com todas as subjetividades e vivências. Em
especial, agradeço a professora Graziela, minha orientadora, que fazia de nossos encontros,
momentos de ensino, mas também de conversas, escuta e boas risadas.
Agradeço ao professor Luciano Espírito Santo pela oportunidade de poder fazer a pesquisa no
Centro de Formação em Psicologia Aplicada, por ter aceitado ser a minha banca e pelo grande
docente que ele representou para mim e que representa para o curso de Psicologia.
Agradeço à Deus por todas essas oportunidades que Ele me concedeu.
“Ser empático é ver o mundo com os olhos do
outro, e não ver o nosso mundo refletido nos
olhos dele” (Carl Rogers).
RESUMO
Referência: OLIVEIRA, Clarissa. Avaliação do perfil de pacientes de uma clínica-escola
de Psicologia: investigação do uso de farmacoterapia associado ao processo terapêutico.
Monografia (Psicologia) – Universidade Católica de Brasília, Taguatinga, 2011.
A associação entre terapias diversas, comprovadas empiricamente, para o tratamento de
psicopatologias tem sido bem vista aos olhos da comunidade acadêmica. Isso porque o
número crescente de transtornos psiquiátricos tem demandado dos profissionais da área de
saúde maior capacidade de articulação multi e interdisciplinar. Contudo, parece haver uma
banalização do uso de psicotrópicos nos diversos tratamentos psiquiátricos e, por vezes, os
diagnósticos psicológicos e psiquiátricos são divergentes. Dessa forma, esse projeto teve por
objetivo pesquisar, em uma Clínica–Escola de Psicologia da Universidade Católica de
Brasília, o contingente de pacientes submetido aos dois tratamentos (farmacoterapia e
psicoterapia). Além disso, essa pesquisa pretendeu determinar também, dentro desse montante
de pacientes medicados, quais psicotrópicos são os mais prescritos para essa comunidade (que
fazem psicoterapia na clínica-escola) e quais os principais diagnósticos pré-estabelecidos.
Para tanto, foram avaliados 70 prontuários dos pacientes que estavam em tratamento
psicoterápico no primeiro semestre de 2011. Foram observados também alguns aspectos
secundários dos prontuários, tais como: a especialidade médica do profissional que prescreveu
a medicação, se havia um diagnóstico satisfatório que justificasse o uso dos psicotrópicos
prescritos. Os dados avaliados indicaram que a maior parte dos pacientes atendidos é do
gênero feminino e está, em média, com 25 anos de idade. 56% da amostra estão fazendo uso
de algum medicamento, paralelo ao tratamento psicológico. Desse grupo, 90% estão fazendo
uso de psicotrópicos e, especialmente, de antidepressivos (50%). Assim, a despeito de apenas
40% dos pacientes possuírem um diagnóstico fechado que justifique o uso do psicotrópico, a
grande maioria dos atendidos faz uso de remédio controlado, especialmente da fluoxetina
(inibidor seletivo de recaptação de serotonina) e do clonazepam (benzodiazepínico). Vale
ressaltar outros dados importantes, tais como o de que 28% dessa amostra fazem uso de
benzodiazepínico e que apenas 31,4% dos medicamentos psicotrópicos foram prescritos por
psiquiatras. Dessa forma, apesar dos dados não serem tão alarmantes quanto o esperado, é
preocupante pensar que a população tem buscado, de forma cada vez mais intensa, apoio em
medicamentos psicotrópicos, a despeito de não terem nem mesmo um diagnóstico bem
estabelecido. Ademais, também é espantoso perceber o quão banalizado está o processo de
prescrição de psicotrópicos, haja visto que até mesmo médicos sem especialização na área de
psiquiatria estão indicando tais remédios para seus pacientes.
Palavras-chave: Farmacoterapia. Psicoterapia. Psicotrópico.
ABSTRACT
Referência: OLIVEIRA, Clarissa. Avaliação do perfil de pacientes de uma clínica-escola
de Psicologia: investigação do uso de farmacoterapia associado ao processo terapêutico.
Monografia (Psicologia) – Universidade Católica de Brasília, Taguatinga, 2011.
The association between various therapies, empirically proven, for the treatment of
psychopathology has been well regarded in the eyes of the academic community. That's
because the increasing number of psychiatric disorders has demanded of health professionals
greater ability to articulate and interdisciplinary. However, there seems to be a trivialization of
the use of psychotropic drugs in various psychiatric treatments and, sometimes, psychological
and psychiatric diagnoses are different. Thus, this project aimed to investigate in a ClinicSchool of Psychology, Catholic University of Brasilia, the number of patients subjected to
two treatments (pharmacotherapy and psychotherapy). Moreover, this research also sought to
determine, within that amount of patients treated, which are the most frequently prescribed
psychotropic for this community (who do psychotherapy in clinical school) and what the main
pre-established diagnoses. Thus, we evaluated medical records of 70 patients who were in
therapy in the first half of 2011. We also observed some secondary aspects of medical
records, such as specialty medical professional who prescribed the medication, had a
satisfactory diagnosis justifying the use of psychotropic drugs prescribed. Submitted data
indicate that most patients seen is female and is on average 25 years of age. 56% of the
sample are making use of a medication, parallel to psychological treatment. Of that group,
90% are making use of psychotropic drugs and especially of antidepressants (50%). Thus,
despite only 40% of patients have a diagnosis justifying the closed use of psychotropic drug,
the vast majority of those attended makes use of controlled medication, especially fluoxetine
(selective inhibitor of serotonin reuptake) and clonazepam (benzodiazepine). It is worth
mentioning other important data such as that 28% of the sample make use of benzodiazepines
and that only 31.4% of psychotropic medications were prescribed by psychiatrists. Thus,
although the data are not as alarming as expected, it is worrying to think that the population
has sought, so more and more intense support in psychotropic medications, despite not having
even a well-established diagnoses. Moreover, it is also amazing to realize how commonplace
is the process of prescription of psychotropic drugs, knowing that even physicians without
expertise in the field of psychiatry are indicating these medications for their patients.
Keywords: Pharmacotherapy. Psychotherapy. Psychotropic drug.
Sumário
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 9
REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................................. 10
MÉTODOS. ......................................................................................................................................... 10
RESULTADOS. .................................................................................................................................... 17
DISCUSSÃO. ....................................................................................................................................... 26
CONCLUSÃO. ..................................................................................................................................... 29
REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................................... 30
9
1. INTRODUÇÃO
Os transtornos mentais têm sido motivo de investigação da humanidade
desde os tempos mais remotos da história. Desde o período das primeiras
civilizações, as questões emocionais sempre instigaram a curiosidade humana na
busca por explicações que justificassem as diferenças entre pessoas de um mesmo
grupo, bem como entre diferentes civilizações. Além disso, havia a necessidade de
tratar pessoas que se mostrassem alteradas emocionalmente e que apresentavam
claros sinais de sofrimento psíquico e, por muitas vezes, desadaptação social.
A urgência pela explicação desses estados, bem como pela compreensão dos
processos mentais demandou dos pesquisadores a investigação aprofundada de
medicamentos e alternativas de tratamento que fossem eficazes na remissão dos
sintomas apresentados pelos pacientes. Assim a descoberta de importantes
psicofármacos e a comprovação
da eficácia de numerosas técnicas
psicoterapêuticas nas últimas décadas marcaram um grande avanço no estudo de
transtornos mentais.
As formas tradicionais de atendimento, baseadas em hospitais psiquiátricos e
clínicas, ou com a prescrição exclusiva de psicofármacos ainda predominam como a
principal intervenção nos quadros de transtornos mentais. No entanto, o aumento do
uso e a banalização destas substâncias psicotrópicas também têm motivado vários
estudos que levam em conta a participação das psicoterapias de apoio, que
consideram três importantes dimensões: as drogas, o indivíduo e o meio.
É importante ressaltar que, atualmente, a associação entre a psicoterapia e o
uso de medicamentos já possui vasta literatura que comprova a eficácia dessa
parceria terapêutica. Contudo, o uso isolado de cada uma dessas terapias
(psicoterapia e farmacoterapia) também representa um fundamental meio de
atendimento ao paciente em sofrimentos psíquico. Aliás, de uma forma geral,
inicialmente, os pacientes costumam iniciar o tratamento de suas questões
afetivas/sociais pelo medicamento (ou seja, com a farmacoterapia). A despeito de
estarem bastante avançados, os estudos sobre os medicamentos continuam visando
resultados, para os tratamentos, que sejam cada vez melhores e cujos efeitos
colaterais sejam minimizados. Há, porém, ainda muita resistência no que se refere à
psicoterapia, isso porque além de demandar uma disponibilidade emocional e
financeira, a psicoterapia demora mais tempo para obter resultados, geralmente, do
que a farmacoterapia.
Nesse sentido, este projeto faz parte de um trabalho de conclusão do curso
de psicologia onde a pesquisadora associada tem por objetivo avaliar o contingente
de pacientes da clínica-escola de psicologia, da Universidade Católica de Brasília –
UCB (Centro de Formação em Psicologia Aplicada – CEFPA), que está em processo
psicoterapêutico e socioterapêutico associado ao uso de medicamento(s)
psicotrópico(s). Dessa forma, pretende-se identificar o número de pacientes que
fazem uso de psicofármacos concomitantes à psicoterapia para definir qual o perfil
da clientela atendida nessa clínica-escola e, assim, poder preparar melhor os
psicólogos em formação que farão os devidos atendimentos a esse público.
A importância desta pesquisa, então, é a de obter e formalizar informações
aos docentes de psicologia e psicoterapeutas em formação sobre quais
medicamentos estão sendo mais utilizados pelos pacientes em tratamento
10
psicoterápico, procurando assim, estarem mais atentos acerca da ação terapêutica
da droga, os mecanismos de ação, os efeitos colaterais que o paciente venha a ter.
Além de esclarecer o psicoterapeuta, como um efeito secundário, esse projeto
gerará cartilhas informativas sobre os medicamentos; estas poderão também ser
utilizadas pelos psicoterapeutas para dirimir dúvidas dos seus pacientes sobre
assuntos relativos aos medicamentos por eles utilizados. Por fim, esse projeto
possibilita ainda o estabelecimento de correlação entre os dados sociodemográficos
do público atendido e as principais medicações utilizadas.
A pesquisa foi utilizada no primeiro semestre de 2011, utilizando um
formulário composto pela pesquisadora contendo questões mistas com informações
necessárias para quantificar e qualificar o uso de substâncias psicotrópicas
concomitante à psicoterapia e processo socioterapêutico. A coleta de dados
contemplou 70 prontuários de pacientes que estão em processo terapêutico no 1º
semestre de 2011, incluindo todas as idades e gênero, encaminhados ou que vieram
por espontânea vontade, desde que estejam em atendimentos individuais.
1.2
OBJETIVO GERAL
Avaliar o contingente de pacientes de uma clínica-escola de psicologia que
estão em processo psicoterapêutico e socioterapêutico e que fazem uso
concomitante de medicamentos psicotrópicos.
1.3
Objetivos Específicos
•
Investigar qual a classe de medicamentos mais utilizada pelos
pacientes em atendimento psicoterápico.
•
Comparar dados sociodemográficos e tipos de substâncias
utilizadas para verificar correlação entre os dois fatores;
•
Criar cartilhas informativas sobre as substâncias mais utilizadas
para consulta dos terapeutas em formação.
2. REVISÃO DE LITERATURA
Na busca de uma opção mais adequada para tratar patologias psíquicas
existe grande discussão acerca do uso de psicoterapia e psicotrópicos. Hoje as duas
opções oferecem uma grande variedade e acessibilidade para a população que
precisa desses recursos (FREY; MABILDE; EIZIRIK, 2004).
A psicoterapia, enquanto prática do psicólogo tem o objetivo de analisar e
buscar intervenções para que o sujeito consiga elaborar seus sofrimentos acerca da
sua subjetividade e alterar comportamentos que irão trazer benefícios para si e para
sua rede social. O termo psicoterapia foi usado a primeira vez pelo médico Daniel
Tuke em 1872, porém a popularização da psicoterapia, como uma intervenção
positiva sobre a saúde mental dos pacientes, começou somente no século XX (BOA
MORTE, 2009). Atualmente, existem mais de 400 modalidades de psicoterapias,
11
apenas como prática privativa do psicólogo, espalhadas pelo mundo (WEYTEN,
2002 apud CFP-RJ, 2009). O Conselho Federal de Psicologia criou, no Brasil, a
resolução nº 10/00 que qualifica a psicoterapia como prática do psicólogo,
divulgando os principios pelos quais o psicólogo deve seguir, com o intuito de
aprimorar os serviços técnicos dos psicoterapeutas, quanto a defesa da população
usuária, seguindo normas éticas e legais da profissão.
Com o avanço das práticas psicoterápicas e das teorias que as embasam,
diversas facetas de propostas de intervenção surgiu na perspectiva de melhorar a
prática psicológica de atendimento às questões psíquicas. A exemplo disso,
Prochaska et al. (1992) propuseram um modelo de processo psicoterapêutico
estruturado em seis fases. A saber: 1) fase pré-contemplativa, em que o paciente
não tem consciência do seu problema e não sente vontade de modificar seu
comportamento; 2) a fase contemplativa: o paciente se dá conta dos problemas
existentes, mas não sabe como reagir; 3) a fase de preparação, na qual ocorre a
tomada de decisão de resolução das questões latentes; 4) a fase da ação: o
paciente investe tempo, dinheiro e esforço para a mudança; é a fase da terapia
propriamente dita; 5) fase da manutenção: o paciente procura manter o
comportamento mais adequado que ele descobriu por meio da psicoterapia e, por
fim, 6) a fase da estabilidade: o paciente elaborou de forma positiva as questões que
lhe incomodam e o cercam e buscar se manter em processo homeostático no que se
refere às questões trabalhadas.
Em relação a outras perspectivas de tratamento das psicopatologias, tais
como a farmacoterapia, estas sempre foram práticas exclusivas da classe médica,
no entanto, cabe ao psicólogo ter conhecimento da função dos medicamentos,
especialmente de seus efeitos desejados e colaterais, para que ele possa criar
cartilhas informativas ao seu paciente acerca das dúvidas que ele tenha e até
mesmo ter conhecimento para concordar ou não com o medicamento prescrito.
Outras práticas alternativas para melhorar o sofrimento do sujeito ou como remissão
de sintomas (tais como Florais de Bach, massoterapia, uso de cristais e de
essências, búzios, cartas, tarôs), por não apresentarem os conceitos mínimos
exigidos pela prática científica e por não terem comprovação de beneces no uso
dessas terapêuticas, não é permitido ao exercício do psicólogo o uso dessas
terapias.
A interação da Psicoterapia e a Farmacoterapia pode ser percebida como
muito positiva por permitir a estruturação do tratamento e alivío dos sintomas de
alguns transtornos mentais. Enquanto os psicofármacos ajudam a equilibrar a
concentração, a memória, a percepção, por exemplo, a psicoterapia ajuda o
paciente a refletir nas questões pertinentes e por si só modificar o seu
comportamento diante de si e do ambiente no qual convive (FREY; MABILDE;
EIZIRIK, 2004). Existem vários dilemas sobre a associação entre a psicoterapia e a
farmacoterapia, já que há a crença de que não é necessária a terapia e/ou de que o
uso de medicamentos psicotrópicos obrigatoriamente gerará dependência e uso
abusivo. Essas falácias tendem a afastar a população, de uma forma geral, da busca
de ajuda profissional, reforçando mitos culturais de que as pessoas podem melhorar
sem o auxílio do profissional da área médica e/ou psicológica.
Por outro lado, os medicamentos psicotrópicos também constituem
ferramentas poderosas para acabar com o sofrimento psíquico, além das práticas
psicoterapêuticas. Eles produzem remissão de sintomas e prolongam vidas. Para
Avom (1995), os medicamentos facilitam a convivência entre o indivíduo e sua
enfermidade. Porém, esses psicotrópicos apresentam duas questões relevantes a
12
serem consideradas: a possibilidade do surgimento de doenças iatrogênicas,estas
causadas por efeitos adversos e complicações resultantes do tratamento
farmacoterápico, e, por outro lado, os constantes investimentos na descoberta de
melhores substâncias que trazem bem estar e menos reações adversas nas
pessoas. A introdução de novos medicamentos e o aumento da quantidade de
informação sobre as drogas, provocou o que se chama de explosão de informação,
que nem sempre é de boa qualidade. Como consequência dessa manobra da
indústria farmacêutica, os profissionais da área de saúde tem dificuldade de se
manterem atualizados. Para a solução deste problema, existe a formação de
farmacêuticos treinados como disseminadores de informação sobre tais
medicamentos.
Além disso, pode-se considerar que o uso abusivo de medicamentos causam
tanto males quanto o de drogas ilícitas, podendo causar dependência, síndrome de
abstinência e distúrbios comportamentais. O uso indevido de medicamentos e mais
particulamente dos psicotrópicos, é uma preocupação, pois ainda existem vários
tipos de medicamentos com efeitos colaterais e indesejáveis reações. É necessário
considerar ainda que a população de baixa renda, normalmente, faz uso de drogas
mais baratas e muitas vezes até conseguir uma consulta na rede pública, o
medicamento já foi interrompido; não houve o desmame correto e com isso, as
reações psiquicas e físicas como a dependência e a abstinência podem acontecer
(BITTENCOURT, 2008). Medicamentos anoregíxenos por exemplo, em sua grande
maioria, aumentam a concentração e provocam o emagrecimento, porém, muitas
vezes, incluem reações como ansiedade e irritabilidade. Usuários destas drogas
ficam prisioneiros do próprio tratamento e podem se tornar pacientes psiquiátricos e,
ao invés de fazer o efeito da perda de peso, a droga induz perda de qualidade de
saúde mental.
Na década de 1950, apareceram os primeiros psicotrópicos e, nas outras
décadas seguintes, as drogas entravam na prática ambulatória e aumentaram
também a polarização entre os campos “biológicos” e "psicológicos”. Com o avanço
do diagnóstico e das metodologias de pesquisa, a medicina passou, cada vez mais,
a ser baseada em evidências (FREY; MABILDE; EIZIRIK, 2004).
A partir dessa revolução psicofarmacológica, Rodrigues (2003) buscou formas
de investigar como e com que objetivo os recursos medicamentosos vem sendo
utilizados na contemporaneidade, já que as promessas dos medicamentos são tão
sedutoras como aconteceu com a fluoxetina, dada com a “pílula da felicidade”, que
foi lançada no final dos anos 80 como a primeira substância inibidora seletiva da
recaptação de serotonina, teoricamente tão eficaz como os antidepressivos
tricíclicos, mas pelo seu caráter de seletividade no sistema de neurotransmissão
serotoninérgico, demonstraram apresentar um número de efeitos colaterais e
potencial de toxicidade significativamente menor. O autor cita então, que a
“fluoxetina vulgariza o uso de antidepressivos“, pois a sua utilização passa a ser em
tão larga escala e os seus efeitos são mitificados e propalados pela mídia
(RODRIGUES, 2003).
Segundo Rodrigues (2003), o Manual de Diagnóstico e Estatística de
Doenças Mentais (DSM) marcou a opção tomada pela Psiquiatria de enxergar a
doença como algo em si, tendo como reafirmação a sua identidade médica. Com
isso, a doença não é mais compreendida como uma “experiência subjetiva de um
determinado indivíduo, mas sim como uma entidade nosológica que o acomete”. O
diagnóstico por muitas vezes é feito, sem levar em consideração que a experiência
subjetiva, a identidade e as relações totais do indivíduo não podem ser mensuradas
13
ou quantificadas, pois ela escapa de qualquer possibilidade de precisão, o paciente
é diagnosticado e o médico procurará o melhor tratamento, porém segundo
Rodrigues (2003), a medicação é colocada em primeiro plano e a psicoterapia fica
como um tratamento coadjuvante.
Baroni et. al. (2010), faz uma crítica em relação ao diagnóstico, não como um
direcionamento para reconhecer, discernir, distinguir, separar o que vem sendo
investigado, mas como uma forma rígida de colocar ao sujeito que ele tem tal
anormalidade, onde o paciente muitas vezes resiste em aceitar como sentença o
seu estado patológico, se colocando em uma identidade de doente e voltado à
medicalização passiva. Nesse sentido, o psicoterapeuta deve buscar formas de o
paciente processar essa questão da melhor maneira possível, trazendo também
assuntos relacionados ao seu sofrimento de um modo geral e/ou específico.
Rodrigues (2003) coloca três pontos sobre o uso e desuso de medicamentos
psicotrópicos. O primeiro ponto é que de que nenhuma pesquisa e nenhum clínico
sério irá apoiar que uma substancia farmacológica será capaz de afirmar ao paciente
que o seu estado de humor ou vontades retornará da mesma maneira que ele tinha
ou deseja ter. Outro ponto que o autor coloca, é se o paciente faz uso da
farmacoterapia, é importante considerar os fatores sociais e políticos do indivíduo,
tematizando o que está em questão nas vivências do indivíduo e usando o
medicamento como apoio em diminuir sintomas e dar auxílio ao seu sofrimento. O
terceiro ponto é o papel desempenhado pela mídia, que aproxima muito das
promessas milagrosas e na maioria delas são propagandas que mostram um ideal
de tranqüilidade e serenidade que a medicação promete devolver, além das imagens
serem acompanhadas com fotos de flores ou paisagens bucólicas, mostrando uma
harmonização do homem com a natureza.
Além dos antidepressivos que vem sendo utilizados em grande escala, outro
medicamento que muitas vezes administrado com associação a outras substancias
são os benzodiazepínicos, drogas com atividades ansiolíticas que tem efeitos
sedativos, hipnóticos e relaxantes para pessoas com sintomas de ansiedade e
dificuldades para dormir. O problema desta droga é o seu uso prolongado, podendo
levar ao desenvolvimento de tolerância, dependência e abstinência, onde muitas
vezes não há controle médico para tal, o desmame não é feito corretamente e o
paciente em alguns casos não são informados sobre o que a droga pode acarretar
(NOTO; ORLANDI, 2005).
Outra droga que vem sendo usada de forma banal e avassaladora é o
Metilfenidato, mais conhecido como Ritalina, o estimulante mais consumido no
mundo, tanto para o tratamento do transtorno de déficit atenção e hiperatividade,
como para melhorias cognitivas em pessoas saudáveis (ORTEGA ET AL, 2010).
Porém o que mais impressiona é o uso dessas drogas em crianças que são
encaminhadas pela escola, por se mostrarem desatentas e inquietas para seguirem
uma rotina escolar. Nesses casos, se a criança for diagnosticada com o TDAH, o
tratamento psicoterápico associado à farmacoterapia tem se mostrado útil, além de
outras intervenções psicológicas nesse contexto, mas o que ocorre muitas vezes é
um diagnóstico desfavorável para se fazer o uso de Ritalina e crianças acabam
usando sem necessidade (SANTOS; VASCONCELOS, 2010). Vale ressaltar que o
uso de medicamentos, seja ele de qualquer classe e/ou tipos são importantes e
necessários para o paciente, principalmente como remissão dos sintomas, mas o
que está em questão é o uso banal e falta de informação medicamentosa, e a
psicoterapia como opção de segundo plano.
14
Outro problema encontrado é a resistência do paciente em usar o
medicamento prescrito ou pelo fato de que as pessoas usam e param os
psicotrópicos por conta própria, por causa dos efeitos adversos que ela venha
causar. O papel do psicoterapeuta é reforçar ao paciente a importância do uso
correto, se necessário, e levar o cliente a reflexão e conscientização em aderir ao
tratamento. As autoras Leite e Vasconcellos (2003) colocaram várias questões
acerca da não adesão ao medicamento, e o primeiro ponto a se pensar é a falta de
acesso ao medicamento, já que o mercado farmacêutico está concentrado nos
países economicamente mais ricos e voltado à classe econômica mais abastarda.
Com isso, os altos custos dos medicamentos dificultam o seu uso e as autoras
também falam da não adesão mesmo quando o medicamento é fornecido
gratuitamente, pois exigem um grande empenho por parte do paciente em ir
consultar freqüentemente, buscar os medicamentos no tempo certo, além de
precisar adaptar a alimentação, horário e ritmo diário para cumprir o tratamento.
Outro fator citado pelas autoras para a não adesão é a própria doença, pois quando
é prescrito o medicamento, logo o paciente correlaciona o seu estado e compreende
a sua enfermidade, a ponto de criar resistências e dizer que não precisa de tal
tratamento. Rosa e Elkis (2007) falam sobre a não adesão ao tratamento para
controle adequado em pacientes com esquizofrenia, já que a doença causa tanto
sofrimento para o indivíduo e para a família, além de muitos pacientes terem
comprometimento nas relações sociais de variadas maneiras. Weiden et al. (1995
apud ROSA; ELKIS, 2007) em uma pesquisa com sobre a adesão de tratamentos
para esquizofrenia, relataram “a não adesão de 23% dos pacientes em um mês,
42% em seis meses e 46% em 12 meses após a internação.” Considerando esse
número, sabe-se que a falha na adesão é um dos principais determinantes do
prognóstico, aumentando assim a chance de recaídas e internações em alguns
casos.
Durante anos, psicanalistas acreditavam que a neurose era somente um
problema psicológico, entendendo o tratamento biológico como inapropriado, já que
causaria apenas o desaparecimento dos sintomas e por isso a medicação não agiria
a favor da cura. Hoffman (1990, apud FREY; MABILDE; EIZIRIK, 2004) entendeu a
necessidade de um padrão singular de tratamento, uma vez que “os transtornos
mentais ocorreriam permanentemente sob uma matriz psicológica e biológica.”
Marmor e Karasu (1981, 1982 apud FREY; MABILDE; EIZIRIK, 2004) chegaram a
conclusão de que as medicações eram mais úteis no alívio dos sintomas a curto
prazo, dando mais espaço ao paciente se tornar mais acessível à exploração
psicoterapêutica. Os autores concluíram, ainda, que cada modalidade teria
diferentes efeitos, já que as drogas entrariam na parte dos sintomas e a psicoterapia
influenciaria nas relações interpessoais e no ajustamento social, com efeitos mais
tardios e prolongamentos.
Donovan e Roose (1995, apud FREY; MABILDE; EIZIRIK, 2004) fizeram um
estudo ilustrando a realidade do uso de psicotrópicos e psicoterapia, com o objetivo
de responder quantos pacientes tomaram medicação durante o uso do tratamento
psicanalítico. Os autores enviaram questionários a todos os analistas do Centro de
Treinamento e Pesquisa Psicanalítica de Columbia nos Estados Unidos e o
resultado mostrou que 62% dos pacientes usavam psicotrópicos.
Desta forma, receitar remédios durante a psicoterapia pode trazer “rico
material do mundo interno do paciente a ser examinado no campo psicoterápico”
(FREY; MABILDE E EIZIRIK, 2004, P. 122). Existe uma falsa crença de que um
psicotrópico pode ser prescrito com ou sem uma psicoterapia formalmente
15
organizada, visto que uma relação psicoterápica é criada sempre que um indivíduo,
em sofrimento mental, procura um médico e este lhe prescreve uma droga, já
fazendo parte de uma relação interpessoal.
Com isso, é importante ressaltar então que farmacoterapia deve ser feita
sempre com cautela, dando prioridade à psicoterapia, e se possível e necessário, a
associação entre a psicoterapia e o uso de medicamentos, para que os resultados
de um tratamento sejam os melhores possíveis. Além disso, deve-se considerar
sempre o uso de critérios como adequação na utilização de psicotrópicos, da
administração, da verificação de reações e dos efeitos colaterais, além do desmame
apropriado.
O interesse de ser feito ou não a combinação da psicoterapia com o
tratamento de doenças psiquiátricas com psicofármacos começou a partir de 1950.
Segundo Liden e Manns (1980), somente depois da longa aplicação dos
psicofármacos, em especial nos neurolépticos e depressivos, foi que surgiu uma
discussão sobre os estudos das doenças e as causas sobre os vários princípios,
gerando características polêmicas.
Encontram-se vários problemas acerca da realização de estudos das
combinações entre psicofármacos e psicoterapia, já que se exige um arranjo de
ensaios que possibilita a determinação dos efeitos das duas medidas para cada
droga, para cada patologia e para qualquer abordagem de terapia e sua possível
interação.
Faz-se necessário que o psicólogo enquanto psicoterapeuta saiba os
fundamentos da psicologia e os embasamentos da psicofarmacologia para que ele
prossiga de forma clara e até mesmo elaborando diagnósticos pré-definidos. Salim
(1987) coloca
que
é
necessário saber a
psicofarmacocinética e
psicofarmacodinâmica em sua totalidade, onde a primeira estuda a absorção,
distribuição e eliminação dos psicotrópicos, bem como sua metabolização e ligação
com proteínas e tecidos, além dos seus efeitos terapêuticos, colaterais e tóxicos.
Sendo assim, para Salim (1987), “um dos alvos da psicofarmacocinética é
determinar a ‘janela terapêutica’ de uma droga.” Já a psicofarmacodinâmica, estuda
os efeitos bioquímicos e fisiológicos e os mecanismos de ação das drogas,
interessando as modificações comportamentais que elas provocam no sujeito.
Linden e Manns (1980) reiteram a idéia de que a combinação de
psicofármacos e psicoterapia é mais efetiva que a psicoterapia isolada em pacientes
com patologia grave, porém não mais ativas nesses pacientes que a
psicofarmacoterapia isolada. O autor cita a experiência de observadores
psicoterapeutas Koegler e Brill (1967 apud LINDEN; MANNS, 1980), que
desaprovam os psicofármacos, porém várias discussões acerca deste tema mostram
alguns autores como May (1971 apud LINDEN; MANNS, 1980), que acredita que a
combinação não tem melhores efeitos que uma medida isolada e que “a psicoterapia
não melhora os efeitos do medicamento”, enquanto os psicofármacos já conseguem
melhorar os efeitos da psicoterapia. Para alguns psicólogos, esses resultados são
decepcionantes, porém a psicoterapia tem o seu resultado a um prazo maior de
tempo, comparado a farmacoterapia que age na ação da melhoria dos sintomas em
curto prazo.
A Organização Mundial de Saúde - OMS (2004) fala sobre a questão do
excesso do consumo e da dependência de substâncias psicoativas e, para isso,
existem vários tipos de tratamentos para conseguir se livrar de dependências
farmacológicas. Para a OMS (2004), o tratamento mais eficaz passa pelas terapias
comportamentais, mas também existem outros tratamentos, como o tratamento de
16
substituição, em que as substâncias simulam de algum modo os efeitos das
sustâncias psicoativas, tirando alguns dos seus efeitos mais prejudiciais.
A terapia comportamental para o tratamento de farmacodependências procura
substituir a vontade de consumir substâncias, pela motivação em envolver-se em
outros comportamentos. A OMS (2004) dá o exemplo do condicionamento utilizando
o princípio do reforço positivo e punição para controlá-lo. Já as terapias cognitivocomportamentais auxiliam as pessoas a desenvolverem novas associações de
estímulo-resposta que não provocam no consumo de substancias e são utilizados
para o sujeito desaprender o comportamento relacionado com a dependência e
aprender respostas mais adaptativas.
3. MÉTODOS
3.1
AMOSTRA
•
Participaram dessa pesquisa 70 dos 133 prontuários dos pacientes em
atendimento psicoterápico e socioterapêutico na clínica-escola Centro de Formação
em Psicologia Aplicada (CEFPA) da Universidade Católica de Brasília. Foram
inseridos na pesquisa os prontuários de pacientes em atendimento no 1º semestre
de 2011, incluindo todos os tipos de pacientes, de qualquer gênero e idade (adultos,
adolescentes e crianças), sejam eles encaminhados ou não e sem qualquer
distinção da escolha de qualquer abordagem ou modalidade de psicoterapia, desde
que estejam em processo psicoterapêutico individual. Foram excluídos dessa
pesquisa, prontuários de pacientes que não estavam freqüentando a psicoterapia ou
que estivessem afastados do processo psicoterápico por quaisquer motivos. Não
foram computados e nem lidos prontuários que não apresentaram termo de
consentimento livre esclarecido (termo de compromisso do CEFPA).
3.2 Instrumento
•
O instrumento utilizado foi construído pela pesquisadora com base nas
informações necessárias a serem obtidas para quantificar e qualificar o uso de
substâncias psicotrópicas associadas à psicoterapia. O formulário foi composto por
questões mistas (10 questões objetivas e 9 subjetivas). As questões eram
concernentes a dados sócio demográficos, queixa inicial, psicoterapias anteriores,
início do tratamento na clínica-escola, diagnóstico, uso prévio e/ou atual de
psicotrópicos/drogas ilícitas, medicamentos utilizados, ação terapêutica, freqüência
de uso, efeitos colaterais e princípio ativo de eventuais medicamentos utilizados,
conforme documento anexo
3.3 Procedimento
•
Após consentimento da Coordenação do Centro de Formação em
Psicologia Aplicada (CEFPA) para aplicar o instrumento, a pesquisadora trabalhou
com os prontuários em sala apropriada dentro da clínica-escola. Cada formulário
que foi preenchido e identificado por um número correspondente e a pesquisadora,
respeitando as normas e éticas da profissão, não saiu do local nem com os
prontuários e nem com os formulários preenchidos, pois o primeiro era devolvido à
17
secretaria da clínica e o instrumento utilizado era recolhido pela professora
orientadora de TCC, dentro de uma pasta apropriada e confidencial. Os dados
preenchidos foram tratados respeitando o sigilo profissional, pois não constava
identificação de nomes, modalidades e abordagens da psicoterapia e
psicoterapeutas, e, a identidade do paciente em cada prontuário coletado, foi
mantida em segredo, onde a pesquisadora foi devidamente orientada pela
coordenação do CEFPA e Orientadora do TCC. Vale ressaltar que somente foram
considerados prontuários nos quais o paciente, antes de começar o atendimento
psicoterápico, tinha assinado um Termo de Compromisso, concordando e estando
ciente de que as informações provenientes dos atendimentos poderiam ser
utilizadas para fins de ensino e pesquisa, assegurados o sigilo profissional, a não
identificação do usuário e o seu bem estar e privacidade, conforme a determinação
do Código de Ética Profissional do Psicólogo. Essa pesquisa não previa nenhum
contato com o paciente, apenas com os prontuários, reduzindo riscos possíveis.
Como benefício, essa pesquisa levantou dados desconhecidos, até a presente data,
em relação ao público atendido pela clínica-escola de psicologia da Universidade
Católica de Brasília e o uso de farmacoterapia. Com esses dados, a clínica-escola
poderá ter folders explicativos sobre as principais substâncias utilizadas pelos
pacientes, bem como promover uma melhor preparação dos psicólogos em
formação para atenderem de forma mais aprimorada a demanda do local.
3.4 Análises dos dados
•
Após coletados, os dados foram tratados por meio de análise
estatística descritiva. Dados quantitativos foram considerados para análise do
programa Excel, de modo a também categorizar melhor as questões dispostas no
instrumento utilizado.
4. RESULTADOS
Diante da coleta de dados dos 70 prontuários, percebe-se que mais da
metade das pessoas que fazem psicoterapia são do sexo feminino (69%), sendo que
31% do gênero masculino (Figura 01), e uma média de idade de 25,13 anos.
18
Figura 01. Porcentagem de pessoas do sexo masculino ou feminino da
amostra (N = 70).
Em relação ao estado civil dos pacientes, 70% a maioria dos pacientes dessa
amostra é formada por solteiros (70%). O que condiz com a condição de 64% da
amostra não possuir filhos (vide Figuras 02 e 03). Os resultados indicaram ainda que
dos 36% de pacientes que possuem filhos, a média é de 1,84 filhos por pessoa.
Figura 02. Porcentagem relativa ao estado civil da amostra (N = 70).
19
Figura 03. Porcentagem de pacientes com filhos na amostra (N = 70).
Ainda sobre as informações sócio-demográficas, a maioria dos pacientes tem
o ensino fundamental incompleto (32,9%) e a segunda maior porcentagem vem do
Ensino Médio completo (22,9%), vide Figura 04. Além disso, 69% não exercem
nenhuma profissão remunerada. Dos 31% de pacientes que trabalham 0,8% da
amostra está afastada das atividades laborais pelo Instituto Nacional de Seguridade
Social – INSS (Figura 05).
Figura 04. Porcentagem referente ao nível escolar dos pacientes informado
nos prontuários (N = 70).
20
Figura 05. Porcentagem de pessoas da amostra que trabalham (N = 70).
Em relação ao encaminhamento dos pacientes, 69% são encaminhados,
destes, 30% são encaminhados por médicos. Em segundo lugar (22,9%), os
encaminhamentos são realizados pela Justiça (Conselho Tutelar, SEMA, Juizados).
Nesse fator, a escola ficou somente com 1,4% da responsabilidade (Figura 06).
Figura 06. Porcentagem de encaminhamentos distribuída pelos órgãos
responsáveis (N = 48).
21
Os resultados indicaram que 56% da amostra fazem uso de medicamentos,
sejam eles psicotrópicos ou não (Figura 07). Desses pacientes que fazem uso de
remédios, 72% são do gênero feminino e, apenas, 28% são homens. Há que se
ressaltar, também, que dos medicamentos utilizados, somente 10% não são
psicotrópicos e o restante (90%) são medicamentos psicoativos controlados (Figura
08).
Figura 07. Porcentagem de pessoas da amostra que fazem uso de qualquer
medicamento (N = 70).
Figura 08. Porcentagem de medicamentos usados versus psicotrópicos (N =
39).
Diante das classes dos psicotrópicos utilizados, o maior uso ficou para os
antidepressivos (50%) e os ansiolíticos (28,6%), sendo que 11,4% dessa amostra
usam antipsicóticos. Os estimulantes e estabilizadores de humor são os menos
22
usados pelos pacientes (7,1% para cada classe de psicotrópicos), vide Figura 09. Na
classe dos estimulantes, apareceu somente como uso, o Metilfenidato, conhecido
como Ritalina.
Figura 09. Porcentagem da classe de psicotrópicos utilizados (N = 39).
Na classe dos antidepressivos, o maior uso ficou para os Inibidores Seletivos
de Recaptação de Serotonina (ISRS), com 54,2% da administração. Em segundo
lugar (28,5%), ficaram os antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos (ADTT). Os
antidepressivos Atípicos, inibidores seletivos da recaptação de serotonina e
noradrenalina (ISRSN) e os não especificados ficaram com 5,7% do uso para cada
classe (Figura 10).
Dentre os ISRS, o mais usado é a Fluoxetina (12,9%), seguido da Paroxetina
(8,6%). Já para os antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos, o psicotrópico mais
usado foi a Amitriptilina (8,6%), vide Figuras 11 e 12.
Na classe, dos benzodiazepínicos, o medicamento mais usado foi o
Clonazepam (12,9%) e, em segundo lugar, o Cloxazepam (7,1%). O Diazepam e
Nitrazepam foram usados por 1,4% dos pacientes (Figura 13).
Nos antipsicóticos/neuropléticos, 4,3% usam o Gardenal, 1,4% usam a
Risperidona e 2,9% para a Carbamazepina e para o Haldol (Figura 14).
Em relação à prescrição, os resultados apontam que o especialista que mais
prescreveu os medicamentos foi o psiquiatra (31,4%), seguido do neurologista
(10%), vide Figura 15. Da amostra, apenas 40% dos pacientes possuem diagnóstico
especificado. Além disso, vale ressaltar que das 39 pessoas que usam
medicamentos, 17 delas não tem diagnóstico, apesar de fazerem uso de
medicamentos psicotrópicos, que equivale a 43,59% dessa amostra.
23
Figura 10. Porcentagem da classe dos antidepressivos utilizados pelos
pacientes (N = 38).
Figura 11. Porcentagem de antidepressivos ISRS utilizados (N = 19).
24
Figura 12. Porcentagem de antidepressivos ADTT utilizados (N = 10).
Figura 13. Porcentagem de ansiolíticos BDZs utilizados (N = 17).
25
Figura 14. Porcentagem de antipsicóticos utilizados (N = 8).
Figura 15. Porcentagem relativa à classe médica que prescreveu os medicamentos
(N = 39).
26
5. DISCUSSÃO
Os resultados dessa pesquisa apontam para uma maioria de prontuários de
mulheres analisados. Isso significa que, de acordo com a amostra, mais pessoas do
gênero feminino estão em processo psicoterapêutico na clínica-escola da
Universidade Católica de Brasília – UCB. Em concordância com esses achados vale
ressaltar uma das características mais fortes da modernidade está, justamente, na
oposição entre o presente e o passado, na qual a mulher vem exercendo vários
papéis sociais e sua saúde mental vem sendo afetada pelo seu contexto de vida e
fatores externos como aspectos socioculturais, econômicos, de infra-estrutura e/ou
ambiental. Para Kohen (2000 apud PEGARANO; CALDANA, 2008), do ponto de
vista epidemiológico, as mulheres apresentam índices mais altos de depressão,
desordens afetivas, distúrbios de ansiedade generalizada, além de fobias e
desordens alimentares, e, para a autora, algumas necessidades vem sendo
descuidadas na área da saúde mental da mulher, como a atenção voltada na
gravidez, no cuidado pós-parto, nas responsabilidades de trabalhar, ser esposa e
boa mãe.
Assim, não é de se estranhar que o adoecimento do gênero feminino seja
maior, pois a sociedade não elaborou novas soluções consensuais para os
problemas modernos; na verdade, houve abertura para novas experimentações
como formas de “tentar equilibrar a vida pública e privada, a participação no
mercado de trabalho e na produção doméstica de valores de uso, a liberdade
individual e a responsabilidade para com os filhos, a igualdade e a diferenciação de
papéis” (Durham 1983 apud SOARES; CARVALHO, 2003). Por outro lado, há que
se considerar, que talvez se trate também de uma questão de gênero: o homem
parece ser mais resistente a procurar ajuda para questões emocionais.
Os resultados obtidos apontaram ainda para um público relativamente jovem
(25,13 anos em média) que buscou psicoterapia. Esse dado pode justificar a baixa
quantidade de pacientes com filhos (35% da amostra) e a quantidade de pessoas
que exercem alguma atividade remunerada (31%). Há que se ressaltar, contudo, a
grande quantidade de pacientes que está sendo medicada (56% da amostra) e dos
psicotrópicos que estão sendo tomados (90% dos pacientes da amostra que fazem
uso de qualquer medicamento).
Medicamentos psicotrópicos são modificadores seletivos do Sistema Nervoso
Central e segundo a Organização Mundial de Saúde, eles podem ser classificados
em ansiolíticos e sedativos; antipsicóticos e/ou neuropléticos; antidepressivos;
estimulantes psicomotores; psicomiméticos e potencializadores da cognição.
Essa pesquisa indicou que várias classes de psicotrópicos são prescritas por
médicos, principalmente psiquiatras (vide Figura 15), sendo que a maior classe de
psicotrópicos usados é a de antidepressivos e seguida dos ansiolíticos. Contudo, é
preocupante o fato de que parte desses medicamentos tem sido receitada por outras
especialidades, como por exemplo, clínicos gerais (4,3%). O termo “Clínico Geral” é
popularmente utilizado para designar o médico que não fez especialização. Segundo
Mari e Jorge (2003 apud ANDRADE; ANDRADE; SANTOS, 2004), o clínico geral é o
profissional que mais atua em saúde mental no Brasil, o que é um erro, já que ele
tem o conhecimento acadêmico do curso de medicina, mas não se especializou em
psiquiatria, que é o médico mais indicado para prescrever medicamentos
psicotrópicos. Em geral, o paciente apresenta ao clínico geral as suas queixas
através de um sintoma orgânico e acredita que o médico tem a expectativa de ouvir
27
sua queixa somática. Com isso, um clínico mal preparado tem mais “dificuldades de
diagnosticar um transtorno mental, quando mascarado pelas queixas somáticas”
(ANDRADE; ANDRADE; SANTOS, 2004). Isto pode refletir no consumo abusivo dos
medicamentos controlados.
Existem várias classes de antidepressivos, sendo que os primeiros
antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos (ADTT) e inibidores de monaminaoxidase
(IMAO) já existiam nos anos 80. Os IMAOS e os ADTTs surgiram trazendo bastantes
efeitos colaterais como sedação, confusão, perda da coordenação motora e ganho
de peso. Com isso, apareceram necessidades de surgir outras classes de
antidepressivos como aconteceram com os inibidores seletivos da recaptação de
serotonina (ISRS), os atípicos, e mais adiante, os inibidores seletivos da recaptação
de serotonina e noradrenalina (ISRSN). Todos esses medicamentos chegaram ao
mercado farmacêutico trazendo menos efeitos colaterais que os tricíclicos e os
IMAOS e, por isso, fazem parte dos medicamentos mais utilizados (MORENO;
MORENO; SOARES, 1999).
Essa pesquisa indicou, corroborando os achados da literatura, que o maior
uso de antidepressivos é o da classe dos ISRS (54,2%). Essa classe de
medicamentos é resultado de pesquisa para encontrar remédios tão eficazes como
os ADTTs, mas com menos problemas de tolerabilidade e segurança. Os ISRSs
inibem de forma seletiva a recaptação de serotonina, potencializando a
neurotransmissão serotonérgica e pela sua função seletiva, esses medicamentos
apresentam perfil mais tolerável dos efeitos colaterais, existindo também diferenças
nas reações adversas entre os principais ISRSs.
Da classe de antidepressivos ISRS, o representante mais usado, apontado na
pesquisa, foi a Fluoxetina, o primeiro antidepressivo desta classe que apareceu no
final dos anos de 1980. Esse resultado da pesquisa corrobora com o autor
Rodrigues (2003), que faz uma crítica às promessas dos medicamentos, mostrandose tão sedutoras como aconteceu com a fluoxetina; nomeada como “a pílula da
felicidade” há época. Esse autor cita que a “fluoxetina vulgariza o uso de
antidepressivos”, pois a sua utilização passa a ser em tão larga escala que seus
efeitos são mitificados e propalados pela mídia (RODRIGUES, 2003). Em relação a
outras classes de antidepressivos, a pesquisa aponta que nenhum médico
prescreveu os IMAOs. Assume-se que esse achado pode estar correlacionado ao
fato de que essas são drogas que causam bastantes efeitos colaterais e exigem dos
pacientes restrição alimentar. Além disso, deve-se considerar que existem outros
antidepressivos mais novos no mercado e mais toleráveis para administração.
Ademais, outro antidepressivo que pouco foi prescrito é a Venlafaxina, um inibidor
seletivo da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN). Trata-se de uma
droga recente no mercado, com boa tolerabilidade e baixa incidência de efeitos,
porém o valor desse medicamento ainda é alto, o que acaba dificultando seu uso
para pessoas de baixa renda.
Ressalta-se que, nessa pesquisa, foram considerados dados de pessoas que
estão em processo psicoterapêutico em uma clínica-escola de cunho social; ou seja,
de baixo custo. Inclusive, no instrumento original dessa pesquisa, a renda familiar
seria computada para efeito de possível análise correlacional entre classe
social/renda familiar e uso de medicamentos, mas esse fator foi descartado por
ausência de informações necessárias nos prontuários avaliados.
A pesquisa apontou um grande uso das pessoas por parte do ansiolítico, mais
especificamente somente os benzodiazepínicos (BDZs). Para Nordon et al. (2009),
os benzodiazepínicos são psicotrópicos que deveriam ser utilizados em casos de
28
ansiedade aguda, insônia recorrente e convulsões, mas não é o que ocorre, pois é a
terceira classe de drogas mais prescritas no Brasil. São drogas não indicadas para
tratamento a longo prazo e geralmente diminuem o seu efeitos ansiolítico ao longo
do tempo (em geral 3 a 4 meses), pois produzem tolerância. Os BDZs podem causar
dependência, abstinência e tolerância e, para Orlandi e Noto (2005), os perfis
principais dos usuários crônicos dos benzodiazepínicos são formados por idosos em
busca do efeito hipnótico e/ou por mulheres da meia idade, que procuram um efeito
ansiolítico. Essa perspectiva da literatura está em conformidade com os achados
dessa pesquisa, pois como segunda classe de medicamentos utilizados, os BDZs
também são mais utilizados por mulheres. O Clonazepam apareceu na pesquisa
como o medicamento mais usado na classe dos BDZs (12,9%), que além da sua
função sedativa, ela apresenta ação anticonvulsivante, relaxante muscular e
tranqüilizante. Além disso, ele é normalmente prescrito para casos de síndrome do
pânico, distúrbio bipolar e depressão.
Vale ressaltar também o significativo uso de antipsicóticos indicado na
pesquisa (11,4%). Os antipsicóticos podem ser usados como estabilizadores de
humor como foram apontado na pesquisa, em que se fez uma diferenciação do
medicamento Carbamazepina para pessoas que usam o remédio como
antipsicótico/neuroléptico e outros pacientes usam como estabilizador de humor. Os
antipsicóticos são medicamentos inibidores das funções psicomotoras e atenuam
também os distúrbios neuropsíquicos, alguns com funções sedativas, outros atuam
nos sintomas psicóticos e ainda alguns com ações anticonvulsivantes. Vale ressaltar
que os antipsicóticos podem causar reações adversas como o ganho de peso, já
que eles e os estabilizadores de humor aumentam o apetite e estimulam a
preferência por alimentos doces e gordurosos. Além disso, o paciente com
superatividade das vias neuronais de dopamina costumam não sentir fome; com os
medicamentos antipsicóticos, que atuam como antagonista de um receptor
dopamina, diminuindo sua ativação, pode acontecer do paciente sentir mais fome e
vontade de ingerir líquidos adocicados.
A pesquisa indicou que dos 56% dos pacientes que usam qualquer tipo de
medicamento, 90% deles usam psicotrópicos, sejam eles associados ou uso isolado de um
só medicamento psicoativo. O mais interessante desta pesquisa é que das 39 pessoas que
usam medicamentos, 17 delas não têm diagnóstico, o que equivale a 43,59%. Esses
resultados coadunam com a idéia da banalização do uso dos medicamentos, já que elas
estão sendo dedicadas a medicar qualquer sinal de sofrimento psíquico, com sintomas
isolados, sendo rotulado como patologia cujo tratamento é a administração de
psicofármacos. Para Ferraza et. al. (2010) a noção de medicalização remete a um fenômeno
complexo e multifacetado que pode ser compreendido como o processo pelo qual o modo
de vida do indivíduo é apropriada pela medicina e interfere nas construções de conceitos e
regras. Para os autores, o saber psiquiátrico vem definindo novas rotulações e novas formas
de tratamento para o sofrimento psíquico que se tornaram parte da linguagem cotidiana.
Essa prescrição de medicamentos, seja ela com diagnóstico estabelecido ou não, pode ser
explicada pelo conjunto de interesses envolvidos na indústria farmacêutica e o médico, onde
existe pouca ou nenhuma relação com a saúde do paciente, já que o médico é
recompensado financeiramente através da fidelidade do paciente em estar com ele por
conta da prescrição do medicamento e o laboratório farmacêutico ganha também com a
fidelização do médico. Pode-se considerar, então, que os resultados que mostram alguns
pacientes usuários de medicamentos psicotrópicos sem diagnóstico fechado, mostram que a
escuta da existência e história do paciente diante de qualquer desconforto, acaba sendo
descartada, levando em conta somente os sintomas descritos pelo paciente, em que em
muitos casos, não se faz necessário o uso de remédios e sim, o esclarecimento para o
encaminhamento à psicoterapia, para que o paciente consiga elaborar e externalizar a sua
29
angústia, o sofrimento e qualquer desconforto psíquico. Correlacionando com os resultados
da pesquisa o autor Rodrigues (2003) fala sobre o Manual de Diagnóstico e Estatística
de Doenças Mentais (DSM) que foi fundamental para enxergar a doença como algo
em si, tendo como reafirmação a sua identidade médica. Com isso, a doença não é
mais compreendida como uma “experiência subjetiva de um determinado indivíduo,
mas sim como uma entidade nosológica que o acomete”. Porém, segundo o autor, o
diagnóstico quando feito, não leva em consideração que a experiência subjetiva, a
identidade e as relações totais do indivíduo não podem ser mensuradas ou
quantificadas, pois ela escapa de qualquer possibilidade de precisão, o paciente é
diagnosticado e com isso,o médico procurará o melhor tratamento farmacológico e a
psicoterapia fica como tratamento coadjuvante.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada conseguiu alcançar os objetivos propostos, mostrando
quais medicamentos são mais utilizados na clínica escola e mais ainda, avaliar o
perfil destes pacientes em tratamento psicoterápico. Esta pesquisa direciona para
outras pesquisas, voltadas neste contexto, em que todos os prontuários serão
avaliados no próximo semestre, buscando melhores resultados acerca das
literaturas citadas, corroborando ou não para a pesquisa realizada, possibilitando,
ainda, uma análise correlacional mais aprofundada, via SPSS, para verificar as
possíveis relações diretamente proporcionais dos perfis dos pacientes usuários de
psicotrópicos.
30
REFERÊNCIAS
ANDRADE, M.; F.; ANDRADE, C.; G.; A.; SANTOS, V. Prescrição de psicotrópicos:
avaliação das informações contidas em receitas e notificações. Rev. Bras. Cienc.
Farm., São Paulo, v. 40, n. 4, dez. 2004.
BARONI, D.; P. ;M.; VARGAS, R.;F. ;S.; CAPONI, S. ;N. Diagnóstico como nome
próprio: Psicol. Soc., Florianópolis, v. 22, n. 1, abr. 2010.
BOA MORTE, S.; V.; R. A aliança entre a psicoterapia e a psicofarmacoterapia
sob a ótica da psicoterapia cognitivo comportamental. Disponível em<
www.perspectivasonline.com.br> Acesso em: 12 mar.2011.
CARVALHO, L.; F.; DIMENSTEIN, M. A mulher, seu médico e o psicotrópico: redes
de interfaces e a produção de subjetividade nos serviços de saúde. Interações, São
Paulo, v. 8, n. 15, 2003.
CARDOSO, E.; R.; G.. A formação profissional do psicoterapeuta. São Paulo:
Summus, 1985. 114 p.
CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA-RJ . 2009 Ano da psicoterapia. Rio de
janeiro: Ano 6 nº 23. Julho/agosto de 2009. pag 3.
FREY, B.; MABILDE, L.; EIZIRIK, C. A integração da psicofarmacoterapia e
psicoterapia de orientação analítica: uma revisão crítica. Porto Alegre, V. 26, n. 2,
p.118 – 123, 2004.
LINDEN, M.; Marianne M. Psicofarmacologia para psicólogos. São
Paulo:E.P.U,1980.132 p.
LEITE, S.; N.; VASCONCELLOS, M.; P.; C. Adesão à terapêutica medicamentosa:
elementos para a discussão de conceitos e pressupostos adotados na literatura.
Ciênc. saúde coletiva, São Paulo, v. 8, n. 3, 2003.
31
ORLANDI, P.; NOTO, A.; R. Uso indevido de benzodiazepínicos: um estudo com
informantes-chave no município de São Paulo. Rev. Latino-Am. Enfermagem,
Ribeirão Preto, v. 13, n. spe, out. 2005.
ORTEGA, Francisco et al . A ritalina no Brasil: produções, discursos e práticas.
Botucatu, v. 14, n. 34, set. 2010.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Neurociências: consumo e dependência a
substâncias psicoativas. Disponível em <http://www.who.int> Acesso em: 10 maio de
2011.
PAGE, C.; CURTIS, M.; SUTTER, M.; WALKER, M.; HOFFMAN, B. Farmacologia
Integrada. São Paulo: MANOLE, 2004.
PEGORARO, R.; F.; CALDANA, R.; H.; L. Mulheres, loucura e cuidado: a condição
da mulher na provisão e demanda por cuidados em saúde mental. Saude soc., São
Paulo, v. 17, n. 2, Junho, 2008.
ROSA, M.; A.; ELKIS, H.. Adesão em esquizofrenia. Rev. psiquiatr. clín. 2007,
vol.34, suppl.2 [citado 2011-05-09], pp. 189-192.
ROCHA, D.; DEUSDARA, B. Análise de conteúdo e análise do discurso: o
lingüístico e seu entorno. DELTA, São Paulo, v. 22, n. 1, 2006.
RODRIGUES, J.;T.;. A medicação como única resposta: uma miragem do
contemporâneo. Psicol. estud. vol.8, n.1 p. 13-22,2003.
SALIM, J. Noções de psicofarmacoterapia prática. São Paulo: EPU:EDUC, 1987.
132 p.
SOARES, J.; S.; CARVALHO, A.; M. Mulher e mãe, "novos papéis", velhas
exigências: experiência de psicoterapia breve grupal. Psicologia em
estudo.Maringá, v. 8, n. spe, 2003.
Download