Resfriado Comum

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Infecções De Vias Aéreas Superiores
São infecções leves, mas com altas taxas de incidência e transmissão.
Resfriado Comum
Definição: não têm sintomas de localização, pode ser considerada como um conjunto de infecções inespecíficas da
VAS. É uma doença aguda autolimitada causada principalmente por um vírus. Não desenvolve imunidade permanente
Etiologia: quase todas causadas por vírus: Rinovírus (30-40%) e pelo menos 50% dos resfriados em adultos, Influenza,
Parainfluenza, Coronavírus e Adenovírus. Os coronavírus e o vírus sincicial são responsáveis, cada um, por 10%.
Incidência e prevalência: é a doença + freqüente entre humanos e a causa isolada + comum de absenteísmo escolar e
laboral. A freqüência de resfriados varia com a idade. È comum em crianças com menos de 6 anos, inclusive entre as
que não freqüentam creches. Em climas temperados, os resfriados são epidêmicos durante os meses de inverno. Esta
curva epidêmica é provocada por ondas sucessivas de diferentes vírus que se movem através da comunidade.
Pode afetar de 3 -4 x um adulto ao ano e 6 – 8 X uma criança.
Manifestações: Provoca mais sintomas de vias aéreas altas. Síndrome catarral aguda por 1 semana aprox., rinorréia
(geralmente clara no início da doença, podendo se tornar esbranquiçada ou amarelo-esverdeada.), congestão nasal,
irritação da orofaringe, tosse e dor de garganta. Pode ocorrer também febre, mal-estar, podendo ou não ter espirros,
rouquidão, mialgia e fadiga (influenza e parinflu.) e conjuntivite (adenovírus). Acúmulo de secreções nos seio nasais e
voz anasalada.
Febre > que 38ºC é incomum em adultos e sua presença deve sugerir influenza ou uma complicação bacteriana do
resfriado.
Em crianças e lactentes há sintomas + específicos como, dilatação moderada dos linfonodos cervicais anteriores, febre
durante os 2 ou 3 primeiros dias.
As infecções bacterianas secundárias (otite média, sinusite e pneumonia) podem complicar os resfriados.
Diagnóstico: o autodiagnóstico geralmente é preciso. Testes laboratoriais, inclusive leucograma, não são úteis. O
diagnóstico diferencial inclui presença de um corpo estranho intranasal em crianças e uma rinite alérgica ou vasomotora
em adultos e crianças.
Tratamento: apenas sintomático. não fazer uso de ATB.
Prognóstico: Ótimo, doença autolimitada. Os sintomas geralmente desaparecem em 5 a 7 dias em adulto e de 10 a 14
dias em crianças e lactente..
Complicações: infecção bacteriana secundária, a mais comum é otite média supurativa bacteriana, que ocorre em cerca
de 5% dos resfriados em crianças da pré-escola – pode ser anunciada por febre secundária e dor de ouvido associada.
Sinusite bacteriana ocorre em 0,5% dos resfriados, especialmente em adultos – febre e/ou dor facial.
Pneumonia bacteriana é uma complicação rara.
A diferenciação de uma infecção viral primária e uma infecção bacteriana secundária não é fácil pq os vírus
respiratórios podem envolver o ouvido médio ou seios paranasias na ausência de infecção bacteriana.em pcte (adultos
ou crianças) com doença reativa das vias aéreas ou asma podem desenvolver sibilos (30 a 50%) e 50% desacerbam
crises de asma em crianças e 20% em adultos.
Transmissão: ocorre de pessoa-pessoa, através de mãos e partículas inilatórias maiores e menores (rinovírus) A
transmissão do influenza precisa de carga viral menor e possui menor período de incubação.
Prevenção: vacina não apresentam grande probabilidade de serem úteis devido à multiplicação dos imunossorotipos e à
ausência de uma imunidade sólida para a reinfecção com os outros vírus. Lavagem das mãos (?).
Sinusite
Definição: doença inflamatória que acomete os seios da face. Acomete em ordem de freqüência os seios maxilares,
etmoidais, frontais e esfenoidais. É uma complicação do resfriado comum (0,5%) e da rinite alérgica.
Etiologia: ocorre quando uma obstrução dos óstios dos seios ou uma deficiência do movimento ciliar pode resultar em
retenção de secreções dentro dos seios, causando os sintomas.
Pode ser infectada por vírus, bactérias e fungos. É a quinta causa de uso de ATB.
*Sinusite Aguda: dura menos de 4 semanas e geralmente é conseqüência de um resfriado comum.
Etiologia: rinite alérgica, resfriado comum, obstrução por pólipo, viagens aéreas, irritantes químicos, fibrose cística,
doença granulomatosa, intubação nasotraqueal.
Causas mais comuns:
vírus: rinovírus, parainfluenza e influenza.
bactérias: S.pneumoniae e Haemophylus influenzae.
fungos: Mucorales e aspergillus (mais em imunocomprometidos).
Manifestações: corrimento e congestão nasal, dor facial à compressão e cefaléia. Pode haver tosse, espirros, febre,
halitose, dor de dente, dor ocular, ulcerações nasofaríngeas, epistaxe. A secreção nasal pode ser amanrela a amarelaesverdeada. Febre > que 38ºC ou ainda febrícula.
Tumor de Pott: sinusite frontal que causa tumefação de tecidos moles e edema com cacifo sobre o osso frontal.
Complicações: abscesso cerebral e meningite.
Diagnóstico: sinusite bacteriana aguda é rara com sintomas por menos de 7 dias. Esse diagnóstico é reservado para
pacientes com dor nasal e facial e corrimento nasal purulento por mais de 7 dias. RX de seios da face e TC de crânio.
Pode-se obter um aspirado dos seios paranasais para cultura e antibiograma. Transiluminaçãos.
Tratamento:
- leve e < 7 dias: descongestionantes nasais, lavagem nasal com soro fisiológico e corticóides nasais para os crônicos.
- graves > 7 dias: ATB Amoxicilina (S. pnemoniae e H. influenzae) de baixo espectro por 7-14 dias.
Faringite Aguda
Definição: Dor de garganta - se viral não dói tanto para engolir, se bacteriana, apresenta febre alta. É a infecção por
estreptococo beta-hemolítico do grupo A (S. pyogenes) que pode evoluir para a febre reumática ou glomerulonefrite
agudas.
Etiologia: rinovírus (20%), coronavírus (5%), influenza, parainfluenza e adenovírus. outros: HSV (herpes), CMV, EBV.
A faringite bacteriana aguda é geralmente causada pelo S. pyogenes em crianças de 5-15 anos. Outras bactérias como
Neisseria gonorrheae, Corynebacterium diphteriae, Yersinia enterocolítica e Treponema pallidum.
Manifestações: Rinovírus e coronavírus são menos graves e apresentam secreção. O influenzae pode ser grave e
associado à mialgia, febre, cefaléia e tosse. Apresentam secreção exsuativa. Adenovírus apresenta também conjuntivite.
Presença de úlceras rasas e vesículas no palato por HSV também causa exsudato faríngeo. Já o Coxsackie está associado
a pequenas vesículas no palato mole e úvula e depois rompem formando úlceras brancas e rasas. Uma faringite
exsudativa com febre, linfadenopatia generalizada e esplenomegalia geralmente é mononucleose infecciosa causada por
EBV ou CMV.
Manifestações de laringite por estrepto: dor intensa na garganta, febre, calafrios e dor abdominal, membrana faríngea
hiperemiada, com hipertrofia de amígdalas e exsudato além de adenopatia cervical dolorosa. Não costuma haver coriza,
tosse.
Diagnóstico: cultura de swab da garganta (incapaz de diferenciar colonização de infecção), cultura para HSV, EBV,
CMV, M. pneumoniae. Qdo causada por EBV o hemograma apresenta linfocitose > que 50% e nas causadas por
bactérias, desvio à esquerda.
Tratamento:
- ATB se for causada por S. pyogenes diminui o risco de febre reumática, mas não o de glomerulonefrite. Penicilina
benzatina IM em dose única (Benzetacil) ou penicilina oral por 10 dias, Eritromicina, amoxicilina..
- Influenza: oseltamivir e zanavir (ativos contra A e B) e amantadina, rimantadina
- HSV: aciclovir
- Outros vírus: tratamento sintomático.
O comum é tratar os sintomas com analgésicos, líquido e repouso.
Complicações: glomerulonefrite aguda, otite média, mastoidite, sinusite, bacteremia e pneumonia.
Laringite
Definição: infecção viral que envolve a laringe. Ocorre em pessoas de qualquer idade.
Etiologia: rinovírus, influenza, parainfluenza, adenovírus, vírus sincicial, Coxsackie, coronavírus e RSV, estrepto A, C.
diphteriae, M. catrrhalis, Mycobacterium tuberculosis, Histoplasma, Blastomyces, Candida, Coccidioides e
Cryptococos, herpesvírus tipo I. Pode acontecer ainda pelo vírus do sarampo.
Manifestações: estridor, rebaixamento do timbre da voz ou afonia, rinorréia, tosse seca, dor de garganta, ao eliminar
secreções respiratórias e muitas vezes com febre, dependendo do agente infectante. Tosse eritema laríngeo difuso e
edema com ingurgitamento vascular das pregas vocais e os linfonodos regionais têm um leve aumento e dor à palpação.
Pode haver sibilos.
Tratamento: há tratamento antiviral contra influenza A e B e herpes simples. O comum é tratar os sintomas com
analgésicos, líquido e repouso. Não se usa ATB.
Crupe ou Laringotraqueobronquite
Definição: Doenças respiratórias agudas predominantemente virais, caracterizada por edema acentuado da região
subglótica da laringe (laringotraqueobronquite). Acomete mais crianças menores de 6 anos de idade principalmente <2
anos pq possuem VA estreita, causando “tosse de cachorro”.
Etiologia: vírus influenza, parainfluenza, vírus sincicial respiratório, adenovírus, coronavpirus, enterovírus e
herpesvírus tipo I.
Quadro clínico: regride após 5 a 10 dias. Estritor inspiratório, rouquidão e uma tosse estridente, refletem edema agudo e
intenso e as secreções exsudativas mucóides da laringe. E a obstrução associada da parte subglótica da via aérea
superior. Podem vir acompanhados de tosse, febre, taquipnéia, roncos, estertores e sibilos. Algumas crianças podem
desenvolver insuficiência respiratória e pneumonia.
Tratamento: há tratamento antiviral contra influenza A e B e herpes simples. O comum é tratar os sintomas com
analgésicos, líquido e repouso, corticóides em casos graves de crupe. E ATB não estão indicados.
Epiglotite
Pode ocasionar obstrução completa da via respiratória, podendo ser fatal (emergência pediátrica).
Etiologia: HiB em crianças e estrepto A (+ comum), S. pneumoniae, Haemophilus parainfluenzae e S. aureus em
adultos. Não há por vírus.
Manifestações: mais comum em crianças com sintomas em menos de 24h de febre, dor de garganta, taquicardia,
toxemia, salivação quando inclinado para a frente. Em adultos pode se apresentar como dor de garganta intensa,
estridor, dispnéia e salivação por até 2 dias.
Diagnóstico: o exame físico pode apresentar estridor respiratório e retração da parede torácica. Visualização por
laringoscopia por fibra óptica mostrando a epiglote edemaciada e "vermelho-cereja". Há leucocitose de leve a
moderada, com predominância de neutrófilos e hemoculturas positivas.
Tratamento: manter via aérea e enviar amostras de sangue, iniciar ATB IV contra os microorg. mais prováveis.
recomenda-se o uso de um beta-lactâmico com um inibidor de beta-lactamase ou uma cefalosporina de 2ª ou 3ª geração.
Rifampcina profilática em crianças em contato com doentes.
Prevenção em crianças: vacina contra HiB.
Bronquite Aguda
Definição: infecção viral que envolve os brônquios. Ocorre em pessoas de qualquer idade. Pode acompanhar a laringite.
Etiologia: influenza, micoplasma, pertussis, clamídia, bodetela pertusis e parapertusis.
Quadro clínico: Tosse com ou sem expectoração, com erosão do epitélio respiratório.e febre são as características
principais. A expectoração é levemente mucóide ou aquosa e branca. Pode haver rouquidão, dor torácica subesternal
não pleurítica, mal-estar, roncos e estertores.
Tratamento: há tratamento antiviral contra influenza A e B e herpes simples. O comum é tratar os sintomas com
analgésicos, líquido e repouso. Dependendo do agente etiológico respondem a ATB.
Síndrome de Influenza
Definição: doença respiratória febril aguda de VAS e VAI com sinais e sintomas sistêmicos com mortalidade
significativa e complicações pulmonares. È um vírus agressivo, Tem efeito citopático, agride o epitélio causando
erosão. Podem causar epidemia mundial (pandemia), associadas à enorme morbidade, perda econômica e muitas vezes,
mortalidade substancial. A enfermidade é mais grave e freqüente em tabagistas.
Etiologia: vírus influenza A (H e N), B e C. Os vírus A e B são importantes patógenos humanos.
H - hemaglutinina é o local em que o vírus se liga ao receptor celular. Seus anticorpos são os principais determinantes
da imunidade ao vírus.
N- neuraminidase degrada o receptor e libera o vírus da cél. infectada após a replicação. Seus anticorpos limitam a
disseminação viral e contribuem para a redução da infecção.
Epidemiologia: os surtos mais extensos e graves são causados pelo vírus A (H5N1- gripe aviária). As epidemias
ocorrem mais no inverno nas zonas temperadas e as infecções ocorrem o ano todo. No vírus B os surtos são menos
extensos e menos graves, sendo mais encontradas em creches e asilos.
Patogenia: a infecção do epitélio respiratório é transmitida por aerossóis provenientes de espirros e tosses e por contatos
das mãos. O vírus se reproduz em 4-6h nas células e causa necrose e descamação das céls. A gravidade da doença é
proporcional à qtde. de vírus expelida nas secreções. Os sintomas sistêmicos se devem à produção de citocinas (TNFalfa, IFN-alfa e IL-6). Em geral, a excreção do vírus cessa 2-5 dias após o aparecimento dos sintomas.
Manifestações: início abrupto com febre (38-40ºC), calafrios, cefaléia (generalizada ou frontal), mialgia (+ em pernas e
região lombossacra) , artralgia, mal-estar, tosse, dor de garganta, desconforto subesternal fotofobia e queimação nos
olhos. A febre baixa em 2-3 dias. Achados físicos de rubor, pele quente e ressecada, sudorese, linfadenopatia cervical
leve, roncos, sibilos e estertores dispersos. Dispnéia, hiperpnéia, cianose e sintomas de consolidação indicam
complicações pulmonares.
Os sintomas sistêmicos predominam no início e os sintomas respiratórios também estão presentes no início, mas são
superados pelos sintomas sistêmicos. À medida que os sintomas sistêmicos diminuem os achados respiratórios se
tornam + evidentes. Tosse é o achado + evidente e perturbador.
Mulherres no 2º ou 3º trimestre de gravidez podem ter as complicações aumentadas
Complicações: mais freqüentes em maiores de 64 anos e pacientes com doenças crônicas. Pneumonia primária (causada
pelo vírus) é a menos comum e a mais grave, causa escarro com sangue, febre persistente, cianose e possui achados
radiológicos semelhantes a SARA. Tem preferência por cardiopatas e principalmente com estenose mitral.
Pneumonia secundária (causada por S. pneumoniae, S. aureus e Haemophilus influenzae) ocorre após 2-3 dias da
melhora dos sintomas com reaparecimento da febre com sinais típicos de pneumonia. Ocorre mais em doentes
pulmonares crônicos, cardiopatas e idosos.
Pneumonias mistas apresentam Influenza A e uma das bactérias ocorrendo mais em doentes pulmonares e cardíacos
crônicos
Outras complicações: piora de DPOC e exacerbação de bronquite crônica e asma, miosite, rabdomiólise, mioglobinúria,
miocardite, pericardite, encefalite, síndrome do choque, piora das funções renal, pulmonar e cardíaca. Em crianças pode
ocorrer sinusite e otite média e síndrome de Reye (relacionanda com AAS).
Diagnóstico: swabs da orofaringe, lavados nasofaríngeos ou escarro em cultura, testes virais rápidos,
imunofluorescência e IH. Diagnóstico diferencial com pneumonia (fazer RX)
Tratamento: Acetaminofeno para alívio da cefaléia, mialgia e febre. Repouso e hidratação nos casos mais leves.
Amantadina e Rimantadina contra vírus A e Zamavir e Oseltamivir para influenza A e B.
Profilaxia: vacina de vírus inativado derivado do influenza A e B que circularam durante a estação prévia. Protege 5080% contra a influenza. Não deve ser usada em alérgicos a ovo. Sugere-se vacina para indivíduos maiores de 6 meses,
com alto risco, crianças (6-26m) e maiores de 60 anos. A vacina deve ser administrada no início do outono e
anualmente. Há quimioprofilaxia com amantadina e rimantadina.
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