Thursday, 08 October 2009

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Os alunos de História e Geografia do MYP4 estudaram ao longo deste bimestre a
importância do café para a economia brasileira ao longo de todo século XIX e início de
século XX. A cidade de São Paulo tornou-se o principal centro dessa dinâmica
econômica e o seu desenvolvimento como metrópole está diretamente relacionado ao
café. A partir da leitura da reportagem "O nascimento de uma metrópole" públicado
na Revista História Viva (https://goo.gl/Lp5l5Y) os alunos realizaram pesquisas e
produziram artigos para identificar as consequências desse crescimento de São Paulo.
O artigo abaixo é da aluna Sofia Neves:
Em que medida o café impulsionou a divisão espacial em São Paulo?
O comércio do café em São Paulo no final do século XIX significou uma nova
base econômica, que sem dúvida impulsionou uma explosão urbana, marcada pela
migração de fazendeiros, agora enriquecidos, que foram se instalar na capital Paulista.
Esta expansão da lavoura cafeeira em várias regiões paulistas, levou a um rápido
crescimento da população, e fez com que a cidade passasse por imensas
transformações econômicas e sociais. A cidade de São Paulo não era mais um terreno
expansivo pontilhado com fazendas, mas agora havia se tornado um símbolo da
urbanidade e modernidade, que até hoje se destaca mundialmente, mas é marcado
por um constante contraste sócio-espacial.
Graças a nova economia gerada pelo café, fazendeiros, ou ‘Barões do
café’ uma ‘nova’ classe social, instalaram se na cidade em meados do século XIX,
posicionando se em áreas mais elevadas, e expandindo e criando negócios e serviços
aos seus arredores. Em 1887 o impacto das riquezas geradas nos cafezais já era óbvia
na capital, que agora estava marcada por prédios que simbolizavam inovação e
modernidade. Esta nova metrópole global havia erguido elegantes casarões ou
mansões, construções urbanas imensas, arranhacéus, e havia importado artes e
culturas européias, e sua população cresciam exponencialmente. Hoje em dia
ainda é fácil ver todos os marcos deixado pela cidade rica e os cafeicultores, desde o
teatro municipal, o palácio da justiça, a pinacoteca do estado, até a estação da luz.
Mas toda a expansão mal planejada que foi o esboço da cidade que vemos hoje em
JARDIM EUROPA – Rua Bélgica, 399 – Jardim Europa 01448-030, São Paulo-SP, Brasil – Tel. +55 11 3905-6200 – Fax: +55 11 3905-6211
PINHEIROS – Rua Joaquim Antunes, 678 – Pinheiros 05415-001, São Paulo-SP, Brasil – Tel. +55 11 3728-8050 – Fax: +55 11 3728-8051
dia, deixou cicatrizes e fronteiras sócias espaciais que permanentemente afetaram a
dinâmica urbana da cidade.
No século XX a explosão na população se fez ainda mais sentida, aumentado por 65% a
população Paulista, e como resultado o preço de imóveis no centro viu um incremento
de 450%, levando a uma segregação involuntária, e o afastamento de outras classes
sociais. As famílias agricultoras que ocupavam o centro, Higienópolis, os Campos Elísios
e a Avenida Paulista recebiam uma diferença de renda enorme dos grupos que eles
afastaram e marginalizaram às regiões menos elevadas, perto dos rios, e como
resultado de décadas disto, foram criadas barreiras espaciais. Agora é fácil perceber
aonde classes econômicas mais baixas, ou com renda menor, foram deslocadas; as
periferias das cidades, onde a falta de dinheiro e atenção levou a casas e famílias
abarrotadas com amenidades e serviços desprovidos. Esta segregação urbana se
expandiu a áreas de lazer, como clubes, localizados em regiões mais ‘nobres’que
exigem uma taxa de entrada extremamente alta, para garantir a entrada de classes
com rendas mais altas, e garantido que as barreiras espaciais sejam barreiras sociais
também.
Concluindo, a metrópole movimentada que conhecemos hoje não se compara a
pequena cidade rural de agricultores do século XVIII. Foram os cafeicultores, mas
principalmente o café, que criou a cidade que conhecemos hoje, um centro urbano
econômico, com parques, praças, shoppings, hotéis de luxo, museus e muito mais.
Todas estas construções, localizadas em torno do centro da capital expandindo em
torno dos primeiros ‘Barões do café,’permanecem até hoje, e desde então esta divisão
de centro e periferia acompanham a cidade. É possível afirmar que a contribuição da
economia cafeeira para criar estas fronteiras é absolutamente indiscutível, que desde
hoje mostram os contrastes no espectro econômico e social de uma sociedade
moderna.
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