I ERI-RJ – I Escola Regional de Inform•tica do Rio de Janeiro Instituto de Matem•tica, UFRJ, 13 a 15 de Abril de 2010 68 Um Simulador 3D para Destiladora de Petróleo Marcos Felipe Mury Gilio1, Thiago Silva-de-Souza1,2, Carlos H. Pinto Rodriguez2 1 Escola de Ciência e Tecnologia, Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), Duque de Caxias-RJ 2 Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGI), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro-RJ, Brasil {marcosfelipefile, thiagoein, cahen.ufrj}@gmail.com Resumo. A destilação é um processo de extrema importância para a indústria de petróleo. Tal processo é realizado por equipamentos complexos e caros. Para poupar tempo e recursos há a necessidade de ferramentas que simulem sua utilização e auxiliem no seu aprendizado. Este trabalho apresenta um simulador 3D de uma unidade de destilação de petróleo que permite visualizar todas as etapas do seu processo de destilação. 1 Introdução A destilação é um processo de separação de misturas baseado no fenômeno de equilíbrio líquido-vapor [Sardella 2005]. Existem diversos tipos de destilação que são aplicados dependendo da mistura a ser destilada. O petróleo é um exemplo de mistura que pode derivar uma série de produtos [Silva, Nóbrega e Hashimoto 2001]. Desta forma, o petróleo utiliza a destilação fracionada, um processo de aquecimento, separação e esfriamento dos produtos que, geralmente, é realizado por um aparelho sofisticado, denominado unidade de destilação. Dentre as mais utilizadas unidades de destilação destaca-se o microdestilador Fischer HMS-500 [Fischer 2006], de origem alemã, composto por uma série de elementos que permitem a realização da destilação fracionada. No entanto, sua operação não é trivial e seu uso consome recursos. Desta forma, há a necessidade de ferramentas que auxiliem no seu aprendizado e que simulem sua utilização de forma próxima à realidade, economizando tempo e material. Diante dessa necessidade este trabalho apresenta uma proposta de ferramenta 3D para simular o processo de destilação fracionada do microdestilador Fischer HMS-500. Tal simulador enfatiza a representação visual das etapas do processo de destilação desta unidade de destilação. Este artigo, portanto, está organizado em mais duas seções. A seção 2 descreve os componentes do simulador, bem como seu funcionamento, e a seção 3 apresenta as considerações finais deste trabalho. 2 Simulador 3D O simulador proposto neste trabalho representa o processo de destilação fracionada. A destilação fracionada compreende o aquecimento de uma mistura de mais de dois líquidos que possuem pontos de ebulição não muito próximos. Assim, a solução é 1 I ERI-RJ – I Escola Regional de Inform•tica do Rio de Janeiro Instituto de Matem•tica, UFRJ, 13 a 15 de Abril de 2010 69 aquecida e se separa, inicialmente, o líquido com menor ponto de ebulição [Oliveira e Cardozo 2003]. Neste processo, a solução é aquecida até se separar o líquido com o ponto de ebulição acima do primeiro líquido separado, e assim sucessivamente até a separação do líquido com maior ponto de ebulição. A destilação fracionada é usada, por exemplo, em indústrias petroquímicas para separar os diversos derivados do petróleo. Este simulador é baseado no microdestilador Fischer HMS-500. Este equipamento utiliza uma coluna denominada Spalthor, que consiste em uma haste de vidro por onde escoa o material condensado após a troca térmica com os outros componentes. 2.1 Materiais e Métodos O simulador 3D foi desenvolvido com a linguagem de programação Python e a biblioteca de componentes VPython. Python é uma linguagem de programação multiparadigma (procedural, orientada a objetos, orientada a aspectos), multiplataforma e de código aberto que já possui diversas bibliotecas de componentes [Lutz e Ascher 2003]. Dentre suas principais bibliotecas destaca-se a VPython, uma biblioteca de objetos gráficos 3D que podem ser redefinidos pelo programador. Para este simulador foram criados objetos a partir de objetos 3D da biblioteca VPython. Esses objetos têm a finalidade de representar visualmente os diversos componentes do microdestilador. 2.2 Descrição do Simulador O simulador é dividido em duas partes: 1) uma tela de visualização e 2) um painel de controle. A primeira exibe o microdestilador em 3D e permite rotacioná-lo; o segundo é composto por diversos elementos que controlam a operação da unidade de destilação. A Figura 1 apresenta a tela inicial do simulador. Figura 1: Tela do simulador 3D. 2 I ERI-RJ – I Escola Regional de Inform•tica do Rio de Janeiro Instituto de Matem•tica, UFRJ, 13 a 15 de Abril de 2010 70 A unidade está munida por um Agitador Magnético que está localizado acima da mesa, no lado esquerdo, e possui uma manta de aquecimento e um mecanismo de elevador para ajustar o Balão de Destilação à boca no final da Coluna. O Balão de Destilação se mantém em repouso do lado esquerdo acima da Manta de Aquecimento e abaixo da Coluna. No seu fundo possui uma Barra Magnética para homogeneização da carga, seu interior está preenchido com 70% (setenta por cento) de seu espaço com a carga para ser destilada e à esquerda existe um termopar para verificar a temperatura do fundo do balão. A Coluna se encontra acima do Balão de Destilação e é composta em seu interior por um recheio o qual por meio dele a coluna recebe o nome de Coluna Spalthor. No topo da coluna existe um termopar, à esquerda, para verificar a temperatura do topo da Coluna e um vidro interno que em conjunto com o Eletrodo repousado em cima da Coluna recebe o nome de Válvula Solenóide. Ao lado esquerdo da Coluna existem tubos internos para a passagem do produto que será coletado até o gotejador. Abaixo do gotejador localiza-se uma válvula chamada MV2. Esta válvula foi projetada para abrir (verde) e fechar (vermelho) o fluxo da amostra que será coletada. Existe um Frasco Coletor Intermediário abaixo da MV2 para receber a amostra fracionada. Ao redor deste frasco está fixado um sensor, que devido a sua posição, emite um feixe de luz que determina a quantidade de amostra que dará início à automação das válvulas. À direita, imediatamente ao lado da válvula MV2, está localizada a válvula MV3 que se acopla a um conector unindo-o ao Frasco Coletor Intermediário, foi projetada para abrir (verde) e fechar (vermelho) e dar passagem ao nitrogênio para pressurizá-lo e ajudar a “empurrar” a amostra para o Frasco Coletor Final. Exatamente abaixo do Frasco Coletor Intermediário está fixada a válvula MV4, assim como na MV2 ela foi projetada para abrir (verde) e fechar (vermelho) para dar passagem à amostra que será coletada. Abaixo desta válvula estão localizadas duas agulhas que, quando abertas, descem até o Frasco Coletor Final para esvaziar o Frasco Coletor Intermediário. Acima da mesa e à direita do Agitador Magnético se encontra o Carrossel. O Carrossel rotaciona os Frascos Coletores, que são colocados em suas respectivas posições em cima da bandeja para que possam ser cheios um a um a cada injeção da válvula MV4. A Figura 2 mostra a válvula MV4 acionada e os frascos do carrossel sendo preenchidos. 3 I ERI-RJ – I Escola Regional de Inform•tica do Rio de Janeiro Instituto de Matem•tica, UFRJ, 13 a 15 de Abril de 2010 71 Figura 2: Preenchimento dos frascos do carrossel. 3 Considerações Finais Este artigo apresentou uma ferramenta 3D para simulação do processo de destilação fracionado, tendo como modelo o microdestilador Fischer HMS-500. Tal simulador permite representar todos os passos do processo de destilação fracionada, com recursos gráficos que possibilitam o aprendizado do processo de destilação. Este trabalho, no entanto, possui limitações. Tais limitações podem ser exploradas em trabalhos futuros. Dentre as principais sugestões de trabalhos vale destacar a utilização de equações matemáticas para simular a destilação de acordo com o produto a ser destilado, bem como, garantir a eficácia e precisão tanto nos resultados apresentados pelo simulador. Referências Bibliográficas Fischer. (2006). Fischer Labodest HMS 500 AC Manuals / Operating Instr. Bonn (Germany): Fischer Labor und Verfahrenstechnik. Lutz, M.; Ascher, D. (2003). Learning Python. 2. ed. Sebastopol (USA): O’Reilly. Oliveira, J. E.; Cardozo, J. (2003). Química Orgânica Experimental I. São Paulo: UNESP. Disponível em: <http://labjeduardo.iq.unesp.br/orhexp1/>. Acesso em: dez. 2009. Sardella, A. (2005). Curso Completo de Química. 3. ed. São Paulo: Ática. Silva, E. R.; Nóbrega, O. S. Hashimoto, R. S. (2001). Química: Conceitos Básicos. São Paulo: Ática. 4