influencia da matéria orgânica no desenvolvimento do tomate

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Congresso Técnico Científico da Engenharia e da
Agronomia
CONTECC’ 2015
Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza - CE
15 a 18 de setembro de 2015
INFLUENCIA DA MATÉRIA ORGÂNICA NO DESENVOLVIMENTO DO TOMATE
CEREJA EM AMBIENTE PROTEGIDO
*ROBERTO VIERA PORDEUS 1; JOAQUIM ODILON PEREIRA1; RUTILENE RODRIGUES
CUNHA 1; RUBEM SMITH ALMEIDA LIMA1; RODRIGO BENJAMIM FERNANDES2;
1
Universidade Federal Rural do Semi-Árido-UFERSA, *[email protected],
[email protected]. [email protected], [email protected],
Empresa Agrícola HORTVIDA, [email protected],
Apresentado no
Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC’ 2015
15 a 18 de setembro de 2015 - Fortaleza-CE, Brasil
RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo avaliar o desenvolvimento morfológicos do tomate
cereja na região Oeste do estado do Rio Grande do Norte sob diferentes níveis de reposição hídrica e
dosagens de adubação orgânica. O experimento foi conduzido, em casa de vegetação cultivado em
vasos plásticos de 10 L, na Universidade Federal Rural do Semi-Árido, no município de Mossoró-RN.
Os tratamentos consistem na combinação fatorial 5x3, cinco lâminas de água: L1 = 70, L2 = 80, L3 =
90, L4 = 100 e L5 = 120% da ET0 e três dosagens de adubação orgânica: T1 = solo + 10% de Bio
Adubo, T2 = solo + 20% de Bio Adubo e T3 = testemunha (sem adubação). O desenvolvimento da
cultura foi analisado através da: Altura de Planta (AP). Os dados coletados foram submetidos à análise
de variância pelo teste F e, quando significativo, feito à análise de regressão ao nível de 0,05 de
probabilidade. De um modo geral a incorporação de matéria orgânica na cultura do tomate cereja
contribuiu para o seu desenvolvimento e verificou-se efeito significativo da interação dos fatores,
principalmente no crescimento da planta. Quando analisado o efeito isolado da matéria orgânica
(adubação) na cultura do tomate cereja, observaram-se efeitos positivos sobre todas as lâminas
estudadas.
Palavras-chave: Reposição hídrica; Lycopersicon esculentum L.; Bio adubo.
INFLUENCE OF THE ORGANIC MATTER IN THE DEVELOPMENT OF CHERRY
TOMATO IN PROTECTED ENVIRONMENT
ABSTRACT: The present study had for aim to evaluate the morphological development of cherry
tomato in West region of the Rio Grande do Norte state in different hydric replacement levels and
dosages of organic fertilization. The experiment was conducted in a greenhouse, cultivated in plastic
pails of 10 L, at the Federal Rural University of the Semiarid – UFERSA, in the city of Mossoró-RN.
The treatments consists in 5x3 factorial combination, five water laminas: L1 = 70, L2 = 80, L3 = 90,
L4 = 100 and L5 = 120% of ET0 and three dosages of organic fertilization: T1 = soil + 10% of Bio
Adubo, T2 = soil + 20% of Bio Adubo and T3 = attestant (without fertilization). The development of
culture was analyzed using the following variables: Plant Height (PH). The collected data were
subjected to analysis of variance by F test and, when significant, it was done regression analysis at 5%
probability. In general, the incorporation of organic matter on culture of cherry tomato contributed to
the development it and it was found significant effect on the interaction of factors, mainly on the plant
growth. When analyzed the isolated effect of organic matter (fertilization) on culture of cherry tomato,
it were observed positive effects on all laminas studied.
Keywords: Hydric replacement; Lycopersicon esculentum L.; Bio adubo.
INTRODUÇÃO
A prática de aplicação de adubos orgânicos é uma alternativa para propiciar melhor rendimento
e qualidade da cultura. Diversos autores tem relatado melhoria na produção e qualidade de hortaliças,
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utilizando a adubação orgânica, no alface (LUZ et al., 2010b; OLIVEIRA et al., 2010b), no coentro
(ALVES et al., 2005) e na rúcula (OLIVEIRA et al., 2010b). No entanto, ainda são escassas
informações acerca do tomate do grupo cereja, relativas à combinação de irrigação com adubação
orgânica. Sendo assim, estudos realizados acerca deste assunto, será de grande relevância no sentido
de ampliar o conhecimento sobre a referida cultura.
Devido a elevada aceitação pelo mercado consumidor, tem-se observado crescente demanda
pelas variedades de tomate cereja, (MEDEIROS et al., 2011). Além disso, tal variedade tem
despertado grande interesse aos produtores devido aos valores compensadores e por apresentar
elevado lucro de mercado (MAIA et al., 2013; SILVA et al., 2011a). Mediante a essa demanda, vem
se intensificando o número de pesquisas visando o estudo sobre esse grupo de hortaliças (ROCHA,
2009; GOMES et al., 2011).
Contudo, para o adequado desenvolvimento da planta, com características de qualidade e
produção satisfatórias, é essencial o fornecimento de água na quantidade ideal e no momento
oportuno. Além de propiciar bons rendimentos e alta lucratividade econômica, a água é um dos
principais fatores que influenciam nas características de crescimento, desenvolvimento e produção
desta holerícola, (SILVA et al., 2013). Segundo Santana et al. (2009), a deficiência hídrica é
responsável por afetar a produção do tomateiro, e que a mesma responde negativamente tanto ao
excesso de umidade quanto ao déficit hídrico.
Observa-se a importância de estudos da demanda hídrica da cultura do tomate cereja de modo a
viabilizar, economicamente sua produção e seu desenvolvimento sob diferentes níveis de reposição
hídrica, bem como diferentes dosagens de adubação orgânica.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em ambiente protegido, em casa de vegetação, na Universidade
Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), no Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas
(DCAT), localizada na BR 110, km 47, no município de Mossoró-RN, cujas coordenadas geográficas
são: latitude: 5°12’48’’S; longitude: 37°18’44’’W e altitude: 37 m acima do nível do mar. A cidade de
Mossoró-RN tem clima do tipo BSwh’i, segundo a classificação climática de Koppen, considerado
como quente e seco, com precipitação pluviométrica bastante irregular, média anual de 673,9 mm;
temperatura de 27oC e umidade relativa do ar média de 68,9% (CARMO FILHO: OLIVEIRA, 1995).
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso. O ensaio consiste de uma
combinação fatorial de 15 tratamentos, combinados em um arranjo de 5x3 (lâmina x adubação),
analisados em um esquema de blocos casualizados (5 blocos) com cinco repetições num total de 75
plantas espaçadas em 1,0 m entre fileiras e 0,33 m entre plantas. Para a aplicação dos tratamentos
foram realizadas as determinações das doses de adubação orgânica conforme as sugestões da proposta
da pesquisa. As 75 plantas foram distribuídas em cinco bancadas experimentais, com capacidade para
15 plantas por bancada.
Os tratamentos compostos a partir da combinação dos fatores, lâmina x adubação, sendo cinco
lâminas de água (água de abastecimento), (L1 = 70% ET0; L2 = 80% ET0; L3 = 90% ET0; L4 = 100%
ET0; e L5 = 120% ET0), da evapotranspiração, obtidas através do tanque classe A, e três doses de
adubação orgânica com Bio Adubo (A1 = Adubação orgânica 10%; A2 = Adubação orgânica 20% e
A3 = Testemunha, sem adubação).
Os parâmetros de desenvolvimento avaliados no experimento foram: Altura da Planta,
determinada a partir da distância vertical entre a superfície do solo e o ápice da planta, tal
procedimento foi repetido para todas as plantas do experimento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado da análise de variância das leituras da altura das plantas feitas quinzenalmente estão
apresentados na Tabela 1, Observou-se que a altura da planta foi influenciada pela aplicação conjunta
da lâmina de irrigação e da Matéria orgânica, adotados, aos 15, 30, 45, 60, 75 e 90 DAT constatandose resposta significativa a 1% de probabilidade (p < 0,01), no entanto, não ocorreu resposta
significativa da interação entre os fatores aos 15 DAT (p > 0,05). Quando analisado o efeito dos
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fatores de forma isolada, ocorreu resposta significativa ao nível de 1% de probabilidade, para o fator
Matéria Orgânica (MO) aos 15 DAT.
Tabela 1. Resumo da análise de variância e quadrados médios para a Altura da Planta (AP) do tomate
cereja em função da lâmina de irrigação e adubação orgânica. Mossoró - RN, 2015.
Quadrado médio
Fonte de
Altura da Planta (AP)
variação
GL
15 DAT
30 DAT
45 DAT
60 DAT
75 DAT
90 DAT
LI
4
16,373ns
115,103ns
740,247**
864,20**
0,1272** 0,1580**
MO
2
917,373** 5181,063** 2254,373** 29108,413** 1,1297** 1,3303**
MO x LI
8
14,178ns
206,301**
812,057**
678,230**
0,0933** 0,1514**
ns
ns
Bloco
4
3,822
53,487
229,580ns
778,487ns
0,0556 ns 0,0912ns
Resíduo
56
10,768
70,221
157,894
184,722
11,66
0,0396
CV (%)
14,08
18,62
17,26
12,36
11,66
12,57
ns
não significativo pelo Teste F; ** significativo a 1% de probabilidade pelo Teste F; * significativo a
5% de probabilidade pelo Teste F.
Quando comparado a maior lâmina de irrigação em relação a menor, observou-se redução no
crescimento da planta na ordem de 5,75%, enquanto, quando comparou-se a lâmina de irrigação
correspondente a 100% da evapotranspiração, os resultados revelaram crescimento na ordem de
17,05% em relação a menor lâmina de irrigação (0,7ET). A redução do crescimento da planta com a
aplicação excedente deve-se provavelmente a falta de aeração do solo, fato este, observado durante
experimento com saturação do solo.
CONCLUSÕES
A incorporação de matéria orgânica contribui de forma decisiva no desenvolvimento do tomate
cereja, Na irrigação do tomate cereja, o excesso de água prejudica mais do o déficit.
REFERENCIAS
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OLIVEIRA, E. Q.; SOUZA, R. J.; CRUZ, M. C. M.; MARQUES, V. B.; FRANÇA, A. C.
Produtividade de alface e rúcula, em sistema consorciado, sob adubação orgânica e mineral.
Horticultura Brasileira, v. 28, n. 1, p. 36-40, 2010b.
ROCHA, Marcelo de Queiroz. Crescimento, fenologia e rendimento do tomate cereja em cultivo
hidropônico. 2009. 129 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-graduação em Sistemas de
Produção Agrícola Familiar, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2009.
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SILVA, J. M. da; FERREIRA, R. S.; MELO, A.S. de; SUASSUNA, J.F.; DUTRA, A. F.; GOMES, J.
P. Cultivo do tomateiro em ambiente protegido sob diferentes taxas de reposição da
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