avaliação do desenvolvimento do tomate cereja a partir da

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Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia
CONTECC 2014
Centro de Convenções Atlantic City - Teresina - PI
12 a 15 de agosto de 2014
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO TOMATE CEREJA A PARTIR DA
INCORPORAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA
ANA ELIDARLY DA CUNHA1*, MARIA ELIDAYANE DA CUNHA2, MARIA TEOBANETE DA
CUNHA3, RAFAEL DA SILVA DA CUNHA4, MARIA FRANCIMARIA DA CUNHA5
1
Técnica em Segurança do Trabalho, Centro de Profissionalização do Vale do Assú (CEPROVA), Assú-RN.
Fone: (84) 99601-2685, [email protected]
2
Graduanda em Engenharia Agrícola e Ambiental, UFERSA, Mossoró- RN. Fone: (84) 99931-5056,
[email protected]
3
Graduanda em Licenciatura em Computação e Informática, UFERSA, Mossoró- RN. Fone: (84) 99620-8787,
[email protected]
4
Graduand em Licenciatura em Computação e Informática, UFERSA, Mossoró- RN. Fone: (84) 99976-8481,
[email protected]
5
Graduanda em Licenciatura em Computação e Informática, UFERSA, Mossoró- RN. Fone: (84) 99902-4567,
[email protected]
Apresentado no
Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC’ 2015
12 a 15 de agosto de 2014 - Teresina-PI, Brasil
RESUMO: No Brasil, a produção de tomate cereja cv. (Lycopersicon esculentum L.) ocupa a segunda
posição no tangente aos aspectos econômico e social. O presente trabalho tem como objetivo, avaliar o
desenvolvimento do tomate cereja sob diferentes níveis de reposição hídrica e dosagens de adubação
orgânica. O experimento foi conduzido em casa de vegetação sob instalações pertencentes a
Universidade Federal Rural do Semi-Árido, no município de Mossoró/RN. Os tratamentos consistem
na combinação fatorial 3 x 3 com três de lâminas de irrigação (L1 = 80, L2 = 100 e L3 = 120% da ETo)
e três dosagens de adubação orgânica T1= solo + 10% de Bio Adubo, T2 = solo + 20% de Bio Adubo e
T3 = testemunha (sem adubação). O controle da lâmina de irrigação foi realizado manualmente, onde a
lâmina de reposição de água foi aplicada nos vasos de acordo com o tratamento adotado. O
desenvolvimento da cultura foi analisado através da: Altura de Planta (AP); Diâmetro do Caule (DC).
De modo geral, em resposta a incorporação de matéria orgânica ao solo, houve resposta significativa,
favorecendo assim um melhor desenvolvimento da planta.
PALAVRAS–CHAVE: Reposição hídrica, Evapotranspiração de referência, Incorporação de matéria
orgânica.
CHERRY TOMATO DEVELOPMENT ASSESSMENT OF THE MERGER FROM
ORGANIC MATTER
ABSTRACT: In Brazil, the tomato production cherry cv. (Lycopersicon esculentum L.) ranks second
in tangent to the economic and social aspects. This study aims to assess the development of tomato
under different levels of fluid and dosages of organic fertilizer. The experiment was conducted in a
greenhouse in premises belonging to the Universidade Federal Rural do Semi-Árido in the
municipality of Mossoró / RN. The treatments consist of 3 x 3 factorial combination with three water
depths (L1 = 80, L2 and L3 = 100 = 120% of ETo) and three doses of organic fertilization T1 = soil +
10% Bio Fertilizer, T2 = ground + 20% of Bio fertilizer and T3 = control (without fertilizer). The
control of the water depth was done manually, where the blade replacement water was applied in the
vessels in accordance with the treatment used. The crop development was analyzed by: Plant height
(AP); Stem diameter (DC). In general, in response to the incorporation of organic matter to the soil, a
significant response, thus favoring a better development of the plant.
KEYWORDS: Fluid replacement, reference evapotranspiration, incorporation of organic matter.
INTRODUÇÃO
O tomate teve sua origem na zona andina da América do Sul, limitado ao norte pelo Equador,
ao sul pelo Chile, ao oeste pelo Oceano Pacífico e a leste pela Cordilheira dos Andes, sendo
domesticado no México por tribos indígenas primitivas que habitavam a região e levado para Europa
no ano de 1544 (HOLCMAN, 2009).
Nos últimos 20 anos sua produção global duplicou, tornando-o a segunda hortaliça mais
cultivada no mundo, com uma produção de 125 milhões de toneladas (ROCHA, 2009). Em termos
nacionais, o Brasil ocupa a nona colocação, com uma produção total na ordem de 3,87 milhões de
toneladas em 2008, em uma área total de produção de 61 mil há. O estado de Goiás, maior produtor
seguido de São Paulo, possui uma área de 11.234 há com uma produção de 770.804 toneladas,
representado assim, 20% da produção mundial (IBGE, 2008).
No nordeste brasileiro, a cultura do tomate é explorada principalmente por pequenos
produtores rurais, sendo os maiores produtores os estados de Pernambuco, Bahia e Ceará IBGE
(2006). O cultivo de tomate tem-se expandido nos últimos anos em ambiente protegido, especialmente
nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, com o propósito de melhorar a produtividade e a qualidade dos
produtos agrícolas, a fim de oferecer regularidade na produção (REIS, 2013).
A prática de aplicação de adubos orgânicos é uma alternativa para propiciar melhor
rendimento e qualidade da cultura. Diversos autores tem relatado melhoria na produção e qualidade de
hortaliças quando utilizando a adubação orgânica no alface (LUZ et al., 2010b; OLIVEIRA et al.,
2010b), no coentro (ALVES et al., 2005) e na rúcula (OLIVEIRA et al., 2010b).
De acordo com o exposto acima, o trabalho objetiva avaliar o efeito da incorporação de
matéria orgânica e diferentes níveis de reposição hídrica no solo, a fim de verificar o desenvolvimento
do tomate cereja. Para a obtenção dos resultados os dados coletados foram submetidos à análise de
variância pelo teste F e quando significativo, feito a análise de regressão ao nível de 0,05 de
probabilidade.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em ambiente protegido, em casa de vegetação, em instalações
pertencentes a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), cujas coordenadas geográficas
são latitude 5°12’48’’S, longitude 37°18’44’’W e altitude 37 m acima do nível do mar. O
delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso. O ensaio consiste de uma combinação
fatorial de 9 tratamentos, combinados em um arranjo de 3 x 3 (lâmina x adubação), analisados em um
esquema de blocos casualizados (3 blocos) com três repetições, num total de 27 plantas espaçadas em
1,0 m entre fileiras e 0,33 m entre plantas. Para a aplicação dos tratamentos foram realizadas as
determinações das doses de adubação orgânica conforme as sugestões da proposta da pesquisa. As 27
plantas foram distribuídas em três bancadas experimentais, com capacidade para 9 plantas por
bancada.
Os tratamentos compostos a partir da combinação dos fatores lâmina x adubação, sendo eles
três lâminas de água (água de abastecimento) (L1 = 80% ETo; L2 = 100% ETo e L3 = 120% ETo), da
evapotranspiração (obtidas através do tanque classe A), e três doses de adubação orgânica com BIO
ADUBO (A1 = Adubação orgânica 10%; A2 = Adubação orgânica 20% e A3 = Testemunha sem
adubação).
Os parâmetros de desenvolvimento avaliados no experimento foram Altura da Planta,
determinada a partir da distância vertical entre a superfície do solo e o ápice da planta, cujo
procedimento foi repetido para todas as plantas do experimento, e o Diâmetro Caulinar, medido com o
auxílio de um paquímetro digital a uma altura de aproximadamente 1 cm do colo da planta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao avaliar a Altura da Planta (AP) é notório que a mesma foi influenciada pela aplicação
conjunta da lâmina de irrigação e adubação orgânica, adotados no experimento, aos 30, 45, 60, 75 e 90
DAT (Tabela 1) constatando-se efeito significativo a 1% (p < 0,01). Porém, houve resposta
significativa ao nível de 1% de probabilidade para o fator adubação orgânica aos 15 DAT de forma
isolada. Em estudos realizados, foram encontrados resultados contrários, sendo constatado que na
primeira avaliação, realizada aos 30 dias após o transplantio, não houve diferença significativa entre os
tratamentos para a altura de plantas pelo teste F ao nível de 5% de probabilidade. Tal ação pode ter se
desencadeada mediante o fato de que nos tratamentos, durante a primeira avaliação, foram aplicadas as
mesmas lâminas de água para todos os tratamentos nos primeiros 10 dias, visando maior uniformidade
no desenvolvimento inicial das mudas (LIMA, 2014).
Tabela 1. Resumo da análise de variância e quadrados médios para a Altura da Planta (AP) de tomate
cereja em função da lâmina de irrigação e adubação orgânica. Mossoró– RN, 2015.
Fonte de
variação
Quadrado médio
Altura da Planta (AP)
15 DAT
30 DAT
45 DAT
60 DAT
75 DAT
90 DAT
4
16,373ns
115,103ns
740,247** 864,20**
0,1272** 0,1580**
LI
2
917,373** 5181,063** 2254,373** 29108,413** 1,1297** 1,3303**
MO
8
14,178ns
206,301**
812,057** 678,230**
0,0933** 0,1514**
MO x LI
4
3,822ns
53,487ns
229,580ns
778,487ns
Bloco
0,0556 ns 0,0912ns
56
10,768
70,221
157,894
184,722
11,66
0,0396
Resíduo
14,08
18,62
17,26
12,36
11,66
12,57
CV (%)
ns
não significativo pelo Teste F; ** significativo a 1% de probabilidade pelo Teste F; * significativo a 5% de
probabilidade pelo Teste F.
GL
Quando analisado o Diâmetro do Caule (DC), verificou-se que este não foi afetado
significativamente pela interação entre os fatores lâmina de irrigação e doses de adubação, com
exceção aos 75 DAT onde constatou-se resposta significativa ao nível de 1% de probabilidade (p <
0,01). Por outro lado, quando avaliou-se a matéria orgânica de forma isolada, constatou-se resposta
significativa ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01) em todos períodos, enquanto que quando
avaliou-se as lâminas de irrigação, estas só apresentaram significância para o quinto período aos 75
DAT. Pires et al. (2009), ao avaliar o efeito de seis níveis de reposição hídrica, tanto para o
desenvolvimento quanto para a produção do tomateiro, cultivado em ambiente protegido, observaram
que não houve efeito significativo dos tratamentos em relação ao diâmetro da haste nas avaliações de
43 e 99 DAT. Em contrapartida, Santana et al. (2010), constatou resultados contrários, pois ao estudar
os níveis de reposição hídrica no solo, encontraram maior diâmetro de caule no tratamento com 100%
de reposição de água, aos 55, 70, 85 e 100 DAT, onde o excesso de água e o déficit hídrico
promoveram menores valores de diâmetro caulinar independente da data de coleta no experimento.
Tabela 2. Resumo da análise de variância e quadrados médios para o Diâmetro do Caule (DC) de
tomate cereja em função da lâmina de irrigação e adubação orgânica. Mossoró– RN, 2015
Fonte de
variação
Quadrado médio
Diâmetro do Caule (DC)
15 DAT
30 DAT
45 DAT
60 DAT
75 DAT
90 DAT1
4
0,360ns
2,503ns
2,078ns
0,816ns
5,063** 10,603 ns (105,431ns)
LI
2
27,599** 63,074** 77,440** 82,816** 81,782** 14,758** (382,408ns)
MO
1
8
0,291ns
1,833ns
1,174ns
0,906ns
3,018**
0,638ns (109,678ns)
MO x LI
ns
ns
ns
ns
1
ns
4
0,471
0,273
1,424
0,823
0,487ns (98,825ns)
Bloco
0,933
1
56
0,240
1,303
1,045
1,122
0,922
0,596 (108,375)
Resíduo
1
8,00
15,10
11,91
11,69
9,70
23,08 (91,35)
CV (%)
ns
não significativo pelo Teste F; ** significativo a 1% de probabilidade pelo Teste F; * significativo a 5% de
probabilidade pelo Teste F. 1Valor transformado, √ ( Y + 0.5 ).
GL
CONCLUSÕES
Altura da Planta foi influenciada pela aplicação conjunta da lâmina de irrigação e adubação
orgânica aos 30, 45, 60, 75 e 90 DAT. Aos 15 DAT, houve resposta significativa ao nível de 1% de
probabilidade de forma isolada.
O Diâmetro do Caule não foi afetado significativamente pela interação entre os fatores,
apresentando interação apenas aos 75 DAT. Os demais apresentaram resposta isolada.
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