Planejamento tomate IFRN IPANGUAÇU

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SUGESTÃO DE CUTIVO ORGÂNICO DO TOMATE CEREJA NO IFRN,
CAMPUS IPANGUAÇU:
PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
Saint Clair Lira Santos
Professor de Agronomia – IFRN, Campus Ipanguaçu
Ipanguaçu – RN
Setembro de 2009
CULTURA DO TOMATE CEREJA
O tomateiro é considerado a segunda hortaliça de importância econômica no
Brasil, sendo em função disso, explorado nas mais diversas regiões. No entanto, para
que os rendimentos sejam ótimos, esta cultura tem requerimentos específicos quanto às
condições climáticas (ALVARENGA, 2004)
Dentre as cultivares de tomate, tem sido crescente a demanda pela variedade
Cereja, mini-tomate de grande aceitação pelo consumidor. Tal variedade tem despertado
grande interesse aos agricultores devido aos valores compensadores
Como conversamos, o tomate cereja apresenta ótimas condições para o manejo
orgânico, pois apresenta, naturalmente, resistência a maioria das doenças que acomete
essa cultura. No entanto, faz-se necessário o uso integrado de diversas práticas
agroecológicas (sugeridas a seguir), bem como um planejamento prévio, principalmente
para produção do COMPOSTO ORGÂNICO a ser utilizado (por isso perguntei
inicialmente se teria esse tempo para o planejamento).
No campus de Ipanguaçu/RN, um segundo ciclo de tomate cereja, oriunda
(coletada) da região do seridó, está em desenvolvimento muito satisfatório
(produtividade média de 6 kg/planta). A espécie que estamos cultivando apresentou
diferenças do seu ambiente de coleta, mostrando frutos mais desenvolvidos e maior
produção, principalmente.
Consideramos, baseado no manejo que repetimos durante esse ano de
observação, que é possível uma ampliação da área (aulas práticas) com fins de
excedentes e geração de receitas à manutenção da Fazenda Escola.
Sem delongas... Faço as seguintes proposições e orientações, para a
PRODUÇÃO ORGÂNICA de tomate cereja.
ESTUDO PARA 1 HECTARE
1 – População/densidade: 12.500 plantas/ha
. espaçamento sugerido: 1,0m entre fileiras x 0,80m entre plantas
2 – Preparo do COMPOSTO ORGÂNICO
PRODUÇÃO DO COMPOSTO ORGÂNICO
PASSO l
Separe e prepare os materiais vegetais e animais a serem utiliza e escolha um local a meiasombra para a montagem do composto.
Passo 2 - AMONTOA
Material usado
Como fazer
Observações
Materiais vegetais
Fazer uma camada com cerca de 30
Quanto menor for o tamanho do material vegetal,
ricos em carbono
cm do material vegetal, em seguida
menor será o tempo de decompsição. Pode-se
(palhada, verde ou
uma camada de esterco de 10 cm de
acrescentar outros materiais enriquecedores do
seca) e materiais
esterco, seguindo esse processo até
composto, como cinza (1-2%), farinha de osso (1-
animais ricos em
1,60 m aproximadamente. (começar
2%), pó-de-rocha (1%), outros...
nitrogênio (estercos) com uma base de 1,40m de largura)
Passo 3 – UMEDECIMENTO DO MONTE
Molhar o monte, após cada camada,
Pode-se verificar a quantidade de água apertando
mantendo a umidade em tomo de
um pouco o material com a mão, se verter só um
60%
pouco de água estará bom.
Passo 4 - COBERTURA DO MONTE
Palha seca ou
Cobrir o monte formado e umedecido
capim.
para proteção contra o excesso de sol
e chuva.
Passo 5 - AERAÇÃO
Pá
Revolver o monte, semanalmente
para favorecer uma boa fermentação
aeróbica durante os primeiros 20 dias.
Passo 6 - AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA DE FERMENTAÇÃO
Barra de ferro.
Inroduza a barra de ferro no meio do Isso deve ser feito após os primeiros 20 dias. Caso a
monte. Para avaliar a temperatura, barra esteja quente, mas suportável, então ta tudo
retire a barra e segure-a uma altura de OK. Se estiver excessivamente quente, pode ser
2 palmos para baixo da superficie do necessário uma nova aeração. É normal que nos
composto.
primeiros 20 dias após a amontoa, a temperatura
fique. entre 60 e 70°C o que é normal para o inicio
da fermentação.
Saint Clair Lira Santos, Adaptado de Souza 2003.
3 - Preparo das mudas
. Obtenção da semente:
A partir de coleta de frutos já trabalhados na área (campus
IFRN Ipanguaçu (escolha de frutos bem formados, sadios, retirase as sementes estourando os frutos em peneira com água
corrente, esfrega-se levemente, coloca-se para secar à sombra.
4 - Produção das mudas:
Substrato: composto orgânico peneirado
Recipiente: copos descartáveis ou copos de jornal, ou sementeiras (canteiro
adubado com composto bem peneirado, com sementes plantadas e espaçadas de 5 e 5
cm. Manter a umidade do substrato com irrigação.
5 – Preparo dos berços (covas)
Abertura de 30 x 30 x 30 cm, com adubação de fundação (COMPOSTO
ORGÂNICO – 3 a 5 Kg/ berço);
6 – Transplantio (15 – 20 dias de plantio ou 4 a 5 folhas definitivas)
7 – Uso de cobertura morta e capinas
Usar palhada, material vegetal seco, tipo casca de debulha capim seco e morto,
etc, com fim de reduzir a temperatura próximo a planta, diminuir a perda de água por
evaporação, possibilitar o crescimento da área molhada e assim do sistema radicular..
Deve ser feita com um diâmetro de 50 cm.
A capina é importante principalmente na fase inicial da cultura, porém uma
cobertura morta bem feita pode diminuir a necessidade dessa ação. É de extrema
importância que se tenha muito cuidado com as ervas daninhas nos primeiros 15 dias.
8 – Tutoramento
Apesar do tomate cereja ser muito tolerante ao manejo “rasteiro – sem
condução”, recomendamos o tutoramento com fitilho para dar melhor qualidade de
frutos e maior rendimento.
Figura 01 – Plantio de Tomate tutorado em
Santa Catarina. 2004.
Figura 02 – Plantio de tomate cereja
silvestre, tutorado com fitilho.
Ipanguaçu/RN, 2009.
Como montar o tutoramento com fitilho:
1) Fixar com firmeza as estacas das principais (1,6m do solo) nas duas extremidades das
filas de plantas.
2) O arame de sustentação dos fitilhos, preso as estacas, deve manter os fitilhos
esticados e evitar que corram.
3) O tutoramento começa quando as plantas alcançam 30 cm de altura.
4) Os fitilhos devem ter aproximadamente 2,5m de comprimento (condução de uma
haste
por
planta)
ou
5m
para
a
condução
de
duas
hastes.
5) A amarração é feita em um piquete fincado ao solo próximo a planta ou na base da
planta, com laço firme mas sem estrangular o caule. Amarra-se uma extremidade na
base , a outra extremidade do fitilho é fixada no arame, deixando-o levemente esticado.
(no caso recomendamos conduzir as plantas com duas ou três hastes).
6) O fitilho é enrolado ao redor da haste, uma ou duas vezes por semana, acompanhando
o crescimento da planta.
9 – Adubação de cobertura
Esperar a Análise do solo (temos sugestão orgânica)
10 – Adubação foliar
Esperar a Análise do solo (temos sugestão orgânica)
11 – Colheita
Expectativa de Produção: 2,5 a 5,0 kg/planta, dependendo do manejo e das
adubações. O ciclo total com produção viável pode chegar até 120 dias com início de
produção em torno dos 70 dias.
12 - MANEJO DA IRRIGAÇÃO (ver com Professor Julho e outros necessidades
de ajustes)
Sistema: gotejamento
Necessidade total de água : estima-se 800mm de água para todo o ciclo (8.000 m3/ha)
Distribuição por período:
0 – 15 dias = 15% do total – 120mm = 1.200m3/ha = 80 lts / planta (aproximadamente)
15 – 30 dias = 20 % - 1600mm = 1.600m3/ha = 110 lts / planta no período
30 – 60 dias = 40 % - 320mm = 3.200m3/ha = 250 lts / planta no período
60 – 100 dia = 25 % - 200mm = 2.000m3/ha = 150 lts / planta no período
OBSERVAÇÃO:
Para a distribuição diária dentro do período
MANEJO DE PRAGAS E DOENÇAS
1º passo, contínuo e ininterrupto: MONITORAMENTO (Prof. Luciano
certamente dará sua excelente contribuição)
Traça e Broca do Tomateiro



Uso de armadilhas luminosas (balde com água e sabão, com lâmpada
dependurada acesa durante a noite);
Óleo de nim (repelente – a dose varia com a idade e infestação 20 a 60
ml/costal de 20 lts);
Urina de vaca 0,5 a 1,0% (100 a 200 ml/costal de 20lts)
Doenças fúngicas e bacterianas

Tratamento preventivo e curativo com calda bordaleza
Calda Bordalesa
É obtida pela mistura de uma solução de sulfato de cobre com uma suspensão de cal
virgem ou hidratada, para controle de doenças de origens fúngicas e bacterianas.
- Ingredientes
(Para preparar 10 litros de calda a 1%)
• 100g de sulfato de cobre em pedra moída ou socada
• 100g de cal virgem
• 10 litros de água
- Modo de preparo
O sulfato de cobre deve ser colocado em um saco de pano poroso, deixado
imerso em 5 litros de água por 24 horas, para que ocorra total dissolução dos cristais.
Em outro vasilhame procede-se a queima ou extinção da cal em pequeno volume
d’água; a medida que a cal reagir, vai-se acrescentando mais água até completar 5
litros.
Em um terceiro recipiente de cimento-amianto ou plástico, devem ser
misturados vigorosamente os dois componentes ou acrescentar-se o leite de cal à
solução de sulfato de cobre, aos poucos, agitando fortemente com
uma peça de
madeira.
É necessário coar antes das pulverizações. Nesta fase a calda já está pronta
para uso, não havendo necessidade de diluição.
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, M. A. R. Tomate: produção em campo, em casa-de-vegetação e em
hidroponia. Lavras: Editora UFLA, 2004. 400 p.
CARVALHO, C.R.L.; AZEVEDO FILHO, J.A.; MELO, A.M.T.; MORGANO, M.A.
Avaliação de atributos de qualidade de tomates silvestres do tipo cereja pela
técnica de PCA. Horticultura Brasileira, v.20, n.2, julho, 2002. Suplemento 2.
SOUZA, J.L.; RESENDE, P. Manual de Horticultura Orgânica. Viçosa: Aprenda
Fácil, 2003. 564 p.
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