AS POLÍTICAS PÚBLICAS NOS CURSOS DE MODALIDADE DE ENSINO EAD GT 05 Educação, Comunicação e Tecnologias 1 Mariângela Dias Santos José Carlos Santos2 Anne Emilie Souza de Almeida Cabral3 RESUMO: O presente texto tem como objetivo principal apresentar as políticas públicas de EAD nos cursos de ensino superior. No qual procura expor as mais variadas formas de pensar e ver a tecnologia como mediadora no processo de ensino aprendizagem nos cursos em EAD. Utilizouse como recurso metodológico a pesquisa bibliográfica analisando referências de teóricos como (IBÁNEZ, 1996), (MÓRAN, 1997), (PETERES, 2003), (LÉVY, 1999), (BONILLA, 2005) que refletem a especificidade da educação à distância e sua legislação. Foi utilizada a forma descritiva para expor as leis e decretos que fundamentam a organização, funcionamento e credenciamento dos cursos de graduação em instituições de ensino superior. A conclusão a que se chega é de que, no período contemporâneo, observa-se uma ampliação de cursos em EAD para os mais variados propósitos educacionais. Palavras-chave: Legislação Educacional, EAD, Ensino Superior. RESUMEN: Este trabajo tiene como objetivo presentar las principales políticas de la EAD en los cursos de educación superior. En que trata de exponer las diversas formas de pensar y de ver la tecnología como mediador en el proceso de enseñanza y aprendizaje en los cursos de educación a distancia. Se utiliza como un análisis de la literatura metodológica recursos teóricos como referencias (Ibáñez, 1996), (Moran, 1997), (Peteres, 2003), (Lévy, 1999) (Bonilla, 2005) que reflejan la especificidad de la educación distancia y su legislación. Se utilizó una forma descriptiva para exponer las leyes y decretos que sustentan la organización, el funcionamiento y la acreditación de programas de postgrado en instituciones de educación superior. La conclusión es que, en la época contemporánea, se produjo una expansión de los cursos de educación a distancia para diversos fines educativos. Palabras clave: Legislación Educativa, EAD, Educación Superior. 1 Mariângela Dias Santos é Mestre em Educação, Universidade Tiradentes (UNIT), Grupo de Pesquisa em História da Educação: intelectuais, instituições e práticas escolares, [email protected] 2 José Carlos Santos, Mestre em Educação, Universidade Tiradentes (UNIT), Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas, Gestão Sócio educacional, Formação de Professores (GPGFOP), [email protected] 3 Anne Emilie Souza de Almeida Cabral, Mestre em Educação, Universidade Tiradentes (UNIT), Grupo de Pesquisa em História da Educação: intelectuais, instituições e práticas escolares, [email protected] 2 INTRODUÇÃO Vivemos em um momento complexo e marcado pelo crescente uso das tecnologias digitais, principalmente no que diz respeito à comunicação e informação, o que tem encurtado distâncias, influenciando e acelerando as tomadas de decisões e os processos históricos. Esse uso tecnológico frequente vem adentrando no cotidiano das pessoas nos mais diversos campos da atividade humana. A educação, por sua vez, não poderia se encontrar afastada desse processo. A presença das tecnologias na educação é algo notório e inquestionável, principalmente quando se usa como recurso didático. Dentro deste contexto a Educação a Distância vem se apresentando no século XXI como uma ferramenta concreta que vem permitindo a educação superior ultrapassar os centros urbanos, levando formação continuada e permanente através do acesso as novas tecnologias. Deve-se considerar que a EAD é parte de um amplo e contínuo processo de mudança, que envolve não só a democratização do acesso a níveis crescentes de escolaridade e atualização permanente como a também a adoção de novos paradigmas educacionais, em que a aprendizagem esta voltada para a formação de sujeitos autônomos, capazes de buscar, criar e aprender ao longo de toda vida e de realizar intervenções no mundo o qual esta inserido. Diante das transformações presentes, aumentam as pressões por maior qualidade no processo educacional e espaços para a construção do saber, espaços estes que não mais se resumirão a sala de aula, mais um espaço de aprendizagem cujo ambiente favoreça ao desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar, crítico, criativo, aberto a diversidade cultural e é claro comprometido com o ambiente físico e social em que vivem. (SILVA, 2003). Analisando a realidade brasileira e as suas demandas nos cursos superiores, percebe-se que a Educação a Distância é a modalidade de educação mais viável e oportuna para atender as exigências impostas pela sociedade e ao fluxo de indivíduos em busca da qualificação. Vale ressaltar que a Educação a Distância é parte de um amplo e continuo processo de mudança, inclusive respaldada na LDB 9394/96 nos artigos 80 e 87, que inclui não só a democratização de acesso a níveis de escolaridade, como também a adoção de novos paradigmas educacionais. 3 AS POLÍTICAS PÚBLICAS NOS CURSOS DE MODALIDADE DE ENSINO EAD As primeiras experiências em educação à distância foram singulares e isoladas. No entanto, já foram significativas para pessoas implicadas na questão religiosa. A exemplo há o apóstolo “São Paulo”, que escreveu suas famosas epístolas a fim de ensinar as comunidades cristãs da Ásia menor, como viver como cristãs. (PETERES, 2003. p.29). Para isso, ele usou as tecnologias da escrita e dos meios de transportes para a divulgação do seu trabalho missionário. Isso já era claramente uma substituição da pregação do ensino face a face por uma pregação de ensino assíncrona e mediada. Esse anacrônico de Peteres (2003) nos informa que desde tempos antigos já se incutia modelo de educação à distância, porém muito restrito. Entretanto, foi apenas em meados do século XIX, que pode ser identificada em todos os lugares. Essa expansão foi ocasionada por conta da industrialização, em que veio modificar as condições tecnológicas, profissionais e sociais de vida, trazendo assim a primeira abordagem geral acerca da educação à distância. No entanto, os sistemas educacionais da época não conseguiam adaptar-se a forte mudança de paradigma educacional, em que as necessidades não eram sequer identificadas e ao menos supridas. Ao notar essa situação, os empresários no início da revolução industrial, principalmente os editores, aproveitaram-se das lacunas no sistema educacional e resolveram lucrar com a produção e distribuição em massa de coleções didáticas através das novas tecnologias dos correios e das ferrovias. Assim, surgiram muitas escolas por correspondência em países como a Inglaterra, França, Alemanha e mais tarde em outros continentes. Essas práticas tornaram-se importantes porque ofereciam instrução àquelas pessoas que foram esquecidas pelo sistema educacional, sujeitos que desejavam ascender socialmente na vida, objetivando uma melhor qualidade de vida. Segundo Peteres (2003, p.31), dois aspectos desta forma particular de ensino a distância contribuíram para a sua importância, entre eles: o oferecimento de instrução via correspondência com o apoio do rádio, para as pessoas que moravam em áreas remotas; a oportunidade de informação para as pessoas que residiam longe dos seus países de origem, nas colônias, a exemplo dos colonos britânicos que não tinham o 4 acesso a universidade tradicional, dedicando-se aos estudos sozinhos no intuito de realizar os exames da Universidade de Londres. Essas atividades configuram-se em outra raiz da educação à distância e da educação superior aberta moderna. Mais adiante, nos anos 70, a educação à distância ganhou uma nova abordagem, modificando significativamente o cenário educacional. Esse fato é caracterizado pelo uso adicional de dois meios de comunicação de massa eletrônicos analógicos - o rádio e a televisão mais ainda o uso do vídeo, fitas cassete, assim como os centros de estudos. As novas tecnologias foram usadas de modo integrado e não apenas ocasionalmente. Neste mesmo período, as universidades contaram com o financiamento governamental que permitiu o desenvolvimento de materiais didáticos de alta qualidade. A produção em massa de materiais impressos foi suplementada pelas transmissões dos poderosos meios de comunicação (rádio-televisão). A fim de implementar suas políticas educacionais, os governos criaram universidades autônomas de uma única modalidade de ensino à distância que conferiam graus. As principais características desta proposta política foram: Progresso na criação e no acesso à educação superior para grupos maiores de adultos, experimentação pedagógica, o uso cada vez maior das tecnologias educacionais, a introdução e manutenção ao aprendizado aberto e permanente. Os resultados destes avanços tornaram a educação à distância ainda mais relevante do que antes. Neste momento, esta forma de aprendizagem passa a ser reconhecida e financiada pelos governos. Entre os anos de 1970 e 1980 a imagem da educação à distância nunca havia se tornado tão importante e tão valorizada. (PIMENTA, 1995). Até então, pode-se verificar três períodos na história da educação à distância. O primeiro momento, projetos singulares que criaram e testaram métodos para o aprendizado on-line. O segundo período representa a era da educação por correspondência promovida pela iniciativa privada e logo depois pelo Estado. E o terceiro período é a era da educação à distância pela universidade aberta. Para Peteres (2003, p. 33), esta última etapa em especial “atraiu a atenção mundial e tornamos testemunhas de um avanço inesperado deste método na educação superior”. É necessário enfatizar que a importância crescente deste método de ensinar, está intimamente relacionada às tecnologias utilizadas em cada etapa: escrita, meios 5 impressos, transportes por meio de aviões, ferrovias, carros, transmissão das “velhas mídias” como o rádio e a televisão, assim como pelas “novas mídias” em especial o computador. (LÉVY, 1999). Para Moran (2000), a Educação à Distancia “é o processo de ensinoaprendizagem, mediado por tecnologias, em que professores e alunos estão separados espacial e temporalmente.” Apesar de não estarem normalmente juntos, fisicamente, os mesmos agora, poderão estar conectados, interligados por tecnologias, com a internet, utilizando os seguintes recursos: rádio, correio, TV, Cd-room, telefone e tecnologias semelhantes. O ensino à distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que pode ser de massa e que substitui a interação pessoal entre professor e aluno na sala de aula, como meio preferencial do ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem autônoma dos estudantes (ARETIO, apud IBÁNEZ, 1996, p. 10). Desde o surgimento da EAD até os dias atuais, diferentes meios e tecnologias de informação e comunicação foram incorporados como suporte às propostas pedagógicas, tais como: impressos, rádio, televisão e Internet, promovendo uma flexibilização do espaço e do tempo que oportuniza a formação adequada dos alunos. Ao ressaltar a modalidade de educação à distância em nível superior, é preciso acrescentar que esta modalidade foi oficializada apenas 2007 pela Secretaria de Educação a Distância – MEC. A criação destes cursos tornam-se uma aliada na expansão da oferta de cursos de nível superior. A fim de oficializar a organização destes cursos, a LDB 9.394/96 e o Decreto 5.622/2005 tornaram-se um referencial norteador para subsidiar os atos legais de implantação destes cursos perante os atos legais do Poder Público. Esse Decreto define que a Educação à Distância se caracteriza como uma modalidade de ensino que utiliza os meios tecnológicos para o processo de ensino e aprendizagem. Tem metodologia, gestão e avaliação diferenciadas. E mesmo sendo à distância, ela tem que seguir alguns critérios que são obrigatórios como: avaliações de estudantes; estágios obrigatórios; defesa de trabalhos de conclusão de curso e atividades relacionadas a laboratórios de ensino. 6 A fim de complementar as ações deste Decreto, foi instituído o Decreto n. 5.800 em que apresentada às diretrizes de como deve dispor o Sistema de Ensino da Universidade aberta (UAB), estruturando a modalidade de educação à distância. No artigo 1º deste último Decreto são apresentados os objetivos da UAB, logo apresentam as seguintes objeções para a abertura de cursos nesta modalidade, I - oferecer, prioritariamente, cursos de licenciatura e de formação inicial e continuada de professores da educação básica; II - oferecer cursos superiores para capacitação de dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; III - oferecer cursos superiores nas diferentes áreas do conhecimento; IV - ampliar o acesso à educação superior pública; V - reduzir as desigualdades de oferta de ensino superior entre as diferentes regiões do País; VI - estabelecer amplo sistema nacional de educação superior à distância; e VII - fomentar o desenvolvimento institucional para a modalidade de educação a distância, bem como a pesquisa em metodologias inovadoras de ensino superior apoiadas em tecnologias de informação e comunicação. Todas essas objeções permitem credibilizar à oferta desta modalidade nas instituições de ensino superior, portanto são evidenciados pontos relevantes acerca da estrutura física, administrativa, pedagógica e jurídica. A fim de que estes cursos tenham validade nacional e que seus diplomas sejam entregues conforme a legislação educacional pertinente. Ainda no Decreto 5.800 de 8 de junho de 2006, explicita que os cursos de educação à distância devem ter o mesmo tempo de oferta dos cursos presenciais, e as disciplinas com as mesmas cargas horárias. Todo esse rigor, organização, criação, oferta e desenvolvimento baseiam-se com a LDB 9.394/96, regulamentando-se a partir da modalidade de educação nacional. A mesma concepção do presencial se mantém presente nos cursos à distância, com a junção do ensino, pesquisa e extensão. A educação à distância no Brasil tem trazido grandes mudanças, principalmente para as pessoas que não tinham acesso a educação presencial, por falta de tempo ou por não terem condições de pagar um curso mais caro. Essa modalidade de ensino está abrangendo cada vez mais o sistema de educacional brasileiro. Muitas escolas, universidades e empresas estão utilizando a EAD para facilitar o acesso à educação. 7 Porém, as pessoas que queiram fazer um curso à distância, tem que ter motivação, disciplina e principalmente saber utilizar os recursos tecnológicos em prol do seu aprendizado. A EAD chega com soluções, oportunidades e perspectivas que, pelo modelo presencial, seria difícil ou impossível atingir. Os diferentes métodos e tecnologias, inseridos no contexto educacional, o reconhecimento formal da validade e da qualidade dos cursos à distância, bem como a adesão de um grande número de IES a essa modalidade têm incentivado um crescente reconhecimento do valor e contribuído em muito para o aumento da credibilidade por meio não apenas do aumento do número de oferta de cursos, mas também do reconhecimento da necessidade legislativa. (LITWIN, 2001). Com relação à avaliação do desempenho do estudante o Decreto 5.622 traz no artigo 4°, que esta deve acontecer que para fins de promoção, conclusão e obtenção de diploma e certificados, em que o graduando devera cumprir as atividades programadas e avaliações presencias. Como também explica que, aos alunos que desejarem realizar transferência de uma modalidade a outra ou aproveitamento de disciplinas respeita-se o rigor administrativo dos cursos de modalidade presencial. Por tanto, não existe distinção entres ambas modalidades, tendo apenas como ponto diferenciado que é a metodologia de aprendizagem, em que o aluno torna-se responsável pela sua aprendizagem, pois ele mesmo define seus horários de estudo. Estes decretos foram criados a fim de explicar como devem proceder as instituições que tenham EAD, portanto ilustra explicações sobre os mecanismos de criação, organização, oferta e desenvolvimento do curso na modalidade em EAD. Sobre o ato de credenciamento para a oferta de cursos e programas na modalidade à distância, o artigo 9º do Decreto n. 5.622, informa que é destinado às instituições de ensino, públicas ou privadas. Podendo ser ofertado cursos em níveis de graduação, especialização, mestrado, doutorado e educação profissional tecnológico. Logo, o pedido de credenciamento da instituição deverá ser formalizado junto ao órgão responsável, mediante o cumprimento dos seguintes requisitos: ter habilitação jurídica, regularidade fiscal e capacidade econômico-financeira, conforme dispõe a legislação em vigor; possuir um histórico de funcionamento da instituição de ensino, quando for o caso; apresentar um plano de desenvolvimento escolar, para as instituições 8 de educação básica, que contemple a oferta, à distância, de cursos profissionais de nível médio e para jovens e adultos; ter um plano de desenvolvimento institucional, para as instituições de educação superior, que contemple a oferta de cursos e programas a distância; apresentar o estatuto da universidade ou centro universitário, ou regimento da instituição isolada de educação superior; ter um projeto pedagógico para os cursos e programas que serão ofertados na modalidade à distância; garantir um corpo técnico e administrativo qualificado; apresentar corpo docente com as qualificações exigidas na legislação em vigor e, preferencialmente, com formação para o trabalho com educação a distância; apresentar, quando for o caso, os termos de convênios e de acordos de cooperação celebrados entre instituições brasileiras e suas co-signatárias estrangeiras, para oferta de cursos ou programas a distância; descrição detalhada dos serviços de suporte e infra-estrutura adequados à realização do projeto pedagógico. Em relação ao artigo 12º inciso X ainda deste decreto, é explicitado em suas alíneas a, b, c, d que as instituições devem proporcionar aos ingressantes de seus cursos instalações físicas e suporte, infra-estrutura tecnológica de suporte e a disponibilização de um atendimento remoto aos estudantes e professores; ter com laboratórios científicos, quando for o caso para cursos que necessitem de aulas práticas; pólos de educação à distância, para a execução descentralizada de funções pedagógicoadministrativas do curso, quando for o caso; bibliotecas adequadas, inclusive com acervo eletrônico remoto e acesso por meio de redes de comunicação e sistemas de informação, com regime de funcionamento e atendimento adequados aos estudantes de educação à distância. Já o artigo 14º, diz que o credenciamento tem o prazo de validade de até cinco anos, podendo ser renovado mediante novo processo de avaliação. A instituição credenciada deverá iniciar o curso autorizado no prazo de até doze meses, a partir da data da publicação do respectivo ato, ficando vedada, nesse período, a transferência dos cursos e da instituição para outra mantenedora. Caso a implementação de cursos autorizados não ocorra no prazo definido, os atos de credenciamento e autorização de cursos serão automaticamente tornados sem efeitos. Bem como, se for identificadas deficiências, irregularidades ou descumprimento das condições originalmente estabelecidas, mediante ações de supervisão ou de avaliação de cursos ou instituições credenciadas para educação à distância, o órgão competente do respectivo sistema de ensino determinará, em ato próprio, observado o 9 contraditório e ampla defesa, a instalação de diligência, sindicância ou processo administrativo, ainda suspensão do reconhecimento de cursos superiores ou da renovação de autorização de cursos da educação básica ou profissional, seguido de intervenção, desativação de cursos e ou descredenciamento da instituição para oferta de educação à distância. Por fim, a responsabilidade pela oferta dos cursos ou programas a distância, no que diz respeito a implantação de pólos de educação a distância, seleção e capacitação dos professores e tutores, matrícula, formação, acompanhamento e avaliação dos estudantes, emissão e registro dos correspondentes diplomas ou certificados ficarão a cargo da instituição promovedora dos cursos. Ao cumprir todas as ações previstas nas leis, decretos e portarias sobre a EAD, os diplomas e certificados de cursos e programas à distância, expedidos por instituições credenciadas e registrados na forma da lei, terão validade nacional. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao findar a produção desse texto, percebe-se que um dos grandes desafios é entender adequadamente essa legislação a fim de dar a segurança e garantir a qualidade a todos os processos, segundo a intenção do legislador. Ao estudar a legislação, notamos o quanto ela abre caminhos para interpretações, o que pode ser visto como positivo: entretanto, para que ela seja satisfatória e integrada ao contexto educacional é essencial o conhecimento dos direitos, deveres e das consequências das violações, cometidas por aqueles que, de alguma forma, devem segui-la e optam por não fazê-lo. Esse novo cenário educacional vem apresentando uma crescente inserção dos métodos, técnicas e tecnologias de educação à distância, o que tem atraído um grande número de estudantes em busca de ingressar no ensino superior. Ao apropriar-se desse contexto, é notório que o modelo atual de sociedade é na chamada “sociedade em rede” que está presente desde a década de 70, em que o conhecimento fica disponível e acessível nos mais diferentes espaços, construídos por diferentes sujeitos. (LIBÂNEO, 2007). A partir desse novo modelo de sociedade é que o paradigma educacional adequou-se, possibilitando o acesso à informação por meio das novas tecnologias 10 digitais virtuais, o modelo de educação tradicional centrado no docente praticamente não atende mais as necessidades dos envolvidos no processo. O professor e o aluno tornam-se atores principais, sendo o professor aquele que desperta confiança, motivação, entusiasmo, orienta os caminhos e mostra as possibilidades; e o aluno aquele que questiona, produz, contribui e constrói sua aprendizagem baseado nas suas vivências e interesses. Considerando que a mediação pedagógica em EAD vai além do estar entre discente e conteúdo, é também estar junto dialogando, aprendendo a aprender dentro de um universo de possibilidades, para construir, criar e por fim atingir um mesmo objetivo: a aprendizagem. Pensando assim, foi que as práticas pedagógicas presentes nos cursos de modalidade a distância permitem a democratização do acesso a informação e as variadas formas de produção e disseminação do conhecimento. Isto porque, os estudantes de classe social menos favorecidas social e economicamente podem ter acesso e usufruir destas tecnologias e seus benefícios. Com isso, o desafio moderno a ser enfrentado pelas instituições educacionais, consiste em entender que a tecnologia, com todas as suas possibilidades e técnicas, fortalece o sistema educacional e aponta para uma nova sociedade. Enfim, percebemos o quanto a Internet abre novos horizontes para o processo educativo e põe em cheque todo o processo formal de ensino que vigora até então. REFERÊNCIAS BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. 3. Ed. Campinas: SP: autores associados, 2009. BONILLA, Maria Helena. Escola aprender: para além da sociedade da informação. Rio de Janeiro: Quartet Editora, 2005. BRASIL. 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