O ENSINO DE GEOGRAFIA E AS CONTROVÉRSIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL Daniela Martins Cunha1 Romerito Valeriano da Silva2 1Professora e Coordenadora do curso de Geografia do Centro Universitário de CaratingaUNEC e professora do curso de Geografia da Faculdade de F.C.L. Santa Marcelina, FAFISM. Licenciada em Geografia- FUNEC/Caratinga, Especialista em Estudos Ambientais- PUC-MG/Belo Horizonte e Mestre em Extensão Rural pela UFV/Viçosa. [email protected] 2Professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais- CEFET MG. Licenciado em Geografia- FUNEC/Caratinga, Especialista em Estudos Ambientais pela PUC-MG/Belo Horizonte e Mestre em Meio Ambiente e SustentabilidadeFUNEC/Caratinga. [email protected]. RESUMO O trabalho trata da contradição existente sobre as reais causas do aquecimento global e das mudanças climáticas globais. Contextualiza tais temáticas com o processo de ensino aprendizagem da Geografia e, consequentemente do papel do professor enquanto mediador pedagógico. Possui os seguintes objetivos: realizar um levantamento dos principais dados e argumentos utilizados para sustentar as proposições e afirmações sobre as causas naturais e antrópicas do aquecimento global; apresentar a importância do ensino de Geografia e, consequentemente da Climatologia, no processo de compreensão e transmissão das reais informações sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas globais. Para a realização do mesmo foi realizado um levantamento e análise bibliográfica de obras que contenham importantes publicações sobre a temática. Por meio do trabalho, dentre outras considerações, é possível assinalar que as opiniões sobre as causas e conseqüências do aquecimento global e das mudanças climáticas são muito controversas e, em algumas situações, até mesmo tendenciosas. Assim, cabe ao professor apresentar aos seus alunos as duas proposições/versões e, ao mesmo tempo, as dúvidas e as certezas que pairam sobre ambas. INTRODUÇÃO O clima constitui um dos atributos naturais determinantes do processo de apropriação do espaço pelo homem. Existe uma relação de interdependência entre o clima e o homem. O clima determina e interfere várias atividades realizadas pelo homem como a ocupação do espaço agrícola, a arquitetura das construções, a escolha de vestuário e outros. Em contrapartida, certas ações antrópicas podem ocasionar interferências em alguns elementos climáticos como os índices de pluviosidade e as médias de temperatura. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 Todavia, uma dúvida que ainda circunda os debates sobre esta influência do homem sobre o clima diz respeito à escala em que elas ocorrem. Em relação aos fenômenos de micro e mesoescalas, há um consenso de que as atividades antrópicas, dentre elas a urbanização, o uso de combustíveis fosseis e a industrialização são capazes de gerar um clima urbano próprio caracterizado pelas Ilhas de Calor Urbano, pela poluição atmosférica e as conseqüentes chuvas ácidas e pela intensificação dos efeitos da inversão térmica. Por outro lado, os debates ficam muito acirrados quando se discute a atuação do homem nos fenômenos climáticos de macroescala, destacando-se as mudanças climáticas globais, e mais especificamente o aquecimento global. Estas controvérsias, por vezes, conduzem as aulas de Geografia e, por conseguinte o ensino de Climatologia e das interfaces desta com a questão ambiental a um cenário em que predominam muitas dúvidas e poucas certezas. Portanto, da contradição sobre as reais causas do aquecimento global e das mudanças climáticas globais e do cenário de ensino vivenciado no Ensino Médio e Superior surgiu o interesse por um trabalho de pesquisa que contemple as proposições possíveis sobre as causas do aquecimento global a serem tratadas no ensino de Geografia e, especificamente de climatologia. Assim, o trabalho possui os seguintes objetivos: Realizar um levantamento dos principais dados e argumentos utilizados para sustentar as proposições e afirmações sobre as causas naturais e antrópicas do aquecimento global; Apresentar a importância do ensino de Geografia e, consequentemente da Climatologia, no processo de compreensão e transmissão das reais informações sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas globais. Para a realização da pesquisa foi realizado um levantamento e análise bibliográfica de obras que contenham importantes publicações sobre a temática. Sendo importante enfatizar que como referência básica utiliza-se os dados do relatório do IPCC, o qual é a principal referência de estudos de mudanças climáticas globais pautado nas interferências antrópicas e as publicações do professor Molion, as quais se baseiam em causas naturais. E em obras que tratam da mediação pedagógica e do ensino de Geografia. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 O NATURAL E O ANTRÓPICO NO AQUECIMENTO GLOBAL Das relações existentes entre sociedade e natureza podem surgir diversos impactos ao clima ocasionados pela ação antrópica, os quais podem ser positivos ou negativos. Os impactos negativos transcritos em diversos livros didáticos e outras publicações são representados, principalmente, por eventos e/ou fenômenos climatológicos como as ilhas de calor urbano, as inversões térmicas, a alteração do efeito estufa, o buraco da camada de ozônio, o aquecimento global e as mudanças climáticas globais. O aquecimento global e as mudanças climáticas globais são assuntos que estão em voga tanto no cenário científico como na sociedade geral, sendo o foco de atenção das diversas mídias e de muitas organizações internacionais. No entanto, ainda existem muitas controvérsias sobre as verdadeiras causas e conseqüências destes fenômenos. Muitas pesquisas científicas apresentam o aquecimento como um fenômeno natural, outras pesquisas e instituições como a ONU, por intermédio dos relatórios publicados pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) o apresentam como uma conseqüência de uma série de atividades antrópicas que causam altas emissões de dióxido de carbono. De acordo com Cunha apud Barreto e Steinke (2008, p. 87), “o CO2 é um dos grandes contribuidores para a manutenção do Efeito Estufa, que é responsável por manter a temperatura média do planeta em torno de 15 ºC, temperatura ideal para a manutenção da vida como nós a conhecemos hoje”. No entanto, muitas organizações internacionais e cientistas atribuem à ação humana a emissão em maior quantidade de dióxido de carbono em relação aos níveis normais do planeta, fato que seria responsável pela criação do aquecimento global. Uma destas organizações é o IPCC, o qual foi criado com o intuito de fornecer a quem toma as decisões políticas e pessoas interessadas na mudança do clima uma fonte objetiva de informações sobre as mudanças climáticas. O painel não conduz nenhuma pesquisa nem monitora dados ou parâmetros relacionados às mudanças climáticas, seu papel é avaliar de maneira compreensiva, objetiva, aberta e transparente a literatura científica, técnica e socioeconômica mais recente produzida no mundo relevante ao entendimento do risco das mudanças climáticas de origem antrópica. Os relatórios do IPCC devem ser neutros e devem ter altos padrões científicos e técnicos (IPCC apud Barreto e Steinke, 2008, p. 88). Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 Conforme informações do 4º relatório (AR4) produzido pelo IPCC e divulgado em fevereiro de 2007 (apud ECOLATINA, 2010), “a concentração de dióxido de carbono, de gás metano e de oxido nitroso na atmosfera global tem aumentado marcadamente como resultado de atividades humanas desde 1750, e agora já ultrapassou e muito os valores da pré-industrialização determinados através de núcleos de gelo que estendem por centenas de anos”(Figura 1). Segundo as informações do mesmo relatório, é o aumento destes gases do Efeito Estufa e a conseqüente alteração neste último que tem ocasionado o aumento da temperatura média global. Atribuem o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, desde o período pré-industrial, ao uso dos combustíveis fósseis e, de forma menos significativa à mudança do uso do solo. Por outro lado, atribuem à agricultura, de forma mais significativa, o aumento da concentração de gás metano e de óxido nitroso. Figura 1- Concentração dos gases do Efeito Estufa (Dióxido de Carbono, Metano e Oxido Nitroso) do ano 0 a 2005. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 Fonte: IPCC, AR4, 2007. “O dióxido de carbono é o mais importante gás estufa antropogênico. A concentração global de dióxido de carbono tem crescido desde a época pré-industrial que era em torno de 280 ppm para 379 ppm em 2005. A concentração de dióxido de carbono na atmosfera excedeu em muito a faixa natural durante os últimos 650.000 mil anos (180 à 330 ppm) determinado através de núcleos de gelo. A taxa anual de crescimento da concentração de dióxido de carbono foi maior nos últimos dez anos (1995-2005 média: 1,9 ppm por ano)” (IPCC apud ECOLATINA, 2010, p. 3) (Figura 1). O gás metano teve sua concentração aumentada na atmosfera global de um valor do período pré-industrial de cerca de 715 ppb para 1732 no início da década de 1990 e em 2005 obteve o valor de 1774 ppb. Para o IPCC este aumento deve-se às atividades antropogênicas, predominantemente a agricultura e o uso de combustível fóssil. Já a concentração de óxido nitroso aumentou de um valor de cerca de 270 ppb para 319 ppb em 2005, sendo que, mais de um terço de toda a sua emissão está relacionada às atividades antropogênicas, principalmente a agricultura (IPCC apud ECOLATINA, 2010) (Figura 1). Para o IPCC o aumento na emissão destes gases de estufa é a causa das mudanças climáticas globais, as quais podem ser observadas e caracterizadas pelas mudanças na temperatura e no gelo do Ártico, mudanças na quantidade de precipitação em todo lugar, mudança dos padrões de vento e aspectos de clima extremo como as secas, a precipitação forte, as ondas de calor e a intensidade de ciclones tropicais. Existem, porém, vários cientistas que apresentam dados que contrariam as informações do IPCC sobre as causas antropogênicas do aquecimento global. Para Monte e Harrison Hieb (apud MOLION, 2010) mais de 97% das emissões de gás carbônico são naturais, provenientes dos oceanos, vegetação e solos, cabendo ao Homem menos de 3%, valor que seria responsável por uma minúscula fração do efeito estufa atual, cerca de 0,12%. Conforme MOLION (2010, p. 4-5), Em seu Relatório, o IPCC utilizou as concentrações medidas em Mauna Loa, Havaí, cuja série foi iniciada por Charles Kelling no Ano Geofísico Internacional (1957-58). Essa série foi estendida para os últimos 420 mil anos, utilizando-se as estimativas de concentração de CO2 obtidas das analises da composição química das bolhas de ar aprisionadas nos cilindros de gelo (“ice cores”), que foram retirados da capa de gelo na Estação de Vostok, Antártica, por perfuração profunda (superior a 3.600m). Jean Robert Petit e equipe publicaram os resultados de Vostok em 1999. Ao usar a serie de Mauna Loa, o IPCC deixa a impressão que cientistas não teriam se preocupado em medir a concentração de CO2 antes de 1957. Entretanto, em fevereiro de 2007, o biólogo alemão Ernst Beck catalogou um conjunto de mais de 90 mil medições diretas de CO2 de 43 estações do Hemisfério Norte, obtidas entre 1812 e 2004, por vários pesquisadores renomados, três dos quais ganhadores do Premio Nobel. (...) é Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 5 aparente que a concentração de CO2 ultrapassou o valor de 379 ppmv varias vezes no século passado, particularmente no período 1940-1942, antes do inicio das medições em Mauna Loa. Isso contraria a afirmação contida no Sumario do IPCC que a concentração de 379 ppmv, registrada em 2005, tenha sido a maior dos últimos 650 mil anos! O aquecimento ocorrido entre 1940-1942 está representado na figura 2. Neste período, no entanto, as concentrações de gases de efeito estufa antropogênicos decorrentes das atividades industriais, das atividades agrícolas e da queima de combustíveis fósseis eram muito inferiores do observado na atualidade. E, conforme Molion (2007) o próprio IPCC, concorda que o primeiro período de aquecimento 1920- 1946 podem ter tido causas naturais, como o aumento da produção de energia solar e a redução de albedo planetário. Figura 2- Desvios da temperatura média global com relação à média do período 1961-90. (Jones e colaboradores, 1999) Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 6 Fonte: Molion, 2007. O professor Molion (2010, p. 5) também cita o glaciologista Zbigniew Jaworowski, o qual afirma que “nunca foi demonstrado que a metodologia dos cilindros de gelo tenha produzido resultados confiáveis e que ela sempre tendeu a produzir concentrações 30% a 50% abaixo dos reais por vários motivos”. Dentre estes, cita-se o fato de que não é verdadeira a hipótese de que a composição química e isotópica original do ar na bolha permanece inalterada por milhares de anos. Molion apresenta também a variabilidade natural do clima, pois para ele não é apenas o efeito estufa que controla o clima, inclui também outros processos físicos internos ao sistema terra-atmosfera-oceano, como, por exemplo, as alterações na freqüência de ocorrência de eventos El Niño- Oscilação Sul (ENOS). Pois, “o evento El Niño de 1997/98, considerado o evento mais intenso do século passado, produziu anomalias de temperatura do ar de cerca de 0,8ºC, enquanto a La Niña de 1984/85, um resfriamento de -0,5ºC” (Molion, 2010, p. 8) . Além dos controladores internos, ele cita os controladores externos como a variação da produção de energia do Sol, as mudanças dos parâmetros orbitais da Terra e a Tectônica de Placas. E, são essas considerações, principalmente as que dizem respeito a variabilidade natural do clima, dentre outras, que o professor Molion, baseado em estudos de outros pesquisadores e em suas próprias pesquisas, utiliza para contradizer a versão do IPCC de que o aquecimento global de 0,7ºC e as mudanças climáticas globais seja decorrente das emissões de gases de efeito estufa antropogênico. E, em meio a este cenário de controvérsias, onde as causas antrópicas e as causas naturais do aquecimento global e das mudanças climáticas se contradizem e buscam sua reafirmação enquanto hipótese verdadeira entra as interfaces e a contextualização dada à temática pelo ensino de Geografia, o qual será tratado no próximo tópico. O ENSINO DE GEOGRAFIA E O AQUECIMENTO GLOBAL Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 7 O ensino da climatologia constitui um importante tópico de ensino, dentre muitos outros, que fazem parte do universo da Geografia. Pois, de acordo com Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 15), “a climatologia constitui o estudo científico do clima. Ela trata dos padrões de comportamento da atmosfera em suas interações com as atividades humanas e com a superfície do Planeta durante um longo período de tempo. Esse conceito revela a ligação da Climatologia com a abordagem geográfica do espaço terrestre, pois ela se caracteriza em um campo do conhecimento no qual as relações entre sociedade e natureza configuram-se como pressupostos básicos para a compreensão das diferentes paisagens do Planeta e contribui para uma intervenção mais consciente na organização do espaço”. Nota-se que no ensino de climatologia a inter-relação homem e natureza assumem um papel importante no processo de compreensão, caracterização e alteração do arranjo espacial, sendo o clima e os impactos sofridos por este pela ação antrópica, um importante aspecto a ser considerado nas diversas escalas. Neste cenário de conflito de opiniões sobre as causas do aquecimento global e das mudanças climáticas é possível situar um ensino de Geografia que, por vezes, pauta-se em livros didáticos que abordam a questão de forma unilateral e em professores que não conhecem a fundo as corroborações de cada lado, não permitindo aos estudantes a compreensão de ambas as versões das causas e conseqüências do aquecimento global e das mudanças climáticas. Ainda sobre o livro didático e a relação do professor com este, Vesentini (1995, p. 167) atenta-nos para o fato de que O professor pode e deve encarar o manual não como o definidor de todo o seu curso, de todas as suas aulas, mas fundamentalmente como um instrumento que está a seu serviço, a serviço de seus objetivos e propostas de trabalho. Trata-se de usar criticamente o manual, relativizando-o, confrontando-o com outros livros, com informações de jornais e revistas, com a realidade circundante. Ao invés de aceitar a “ditadura” do livro didático, o bom professor deve ver nele (assim como em textos alternativos, em slides ou filmes, em obras paradidáticas etc) tão somente um apoio ou complemento para a relação ensino-aprendizagem que visa a integrar criticamente o educando ao mundo. Além da visão critica acerca do livro didático e demais textos a serem utilizados em sala de aula, é importante que o professor considere que o “saber prévio é instrumento para o dialogo de interlocutores” (Kimura, 2008/2009. p. 40), assim no processo ensino aprendizagem é preciso estabelecer uma ponte no qual sejam valorizados os conhecimentos de ambos os lados. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 8 O ensino/aprendizagem da Geografia deveria ser planejado no todo, compreendendo os diferentes níveis de ensino, atendendo às diferenças, aos interesses e às necessidades das diversas clientelas, considerando o desenvolvimento intelectual e visando a formação de uma cidadania responsável, consciente e atuante (OLIVEIRA, 2002, p. 217). No contexto desta temática de ensino é muito importante que o professor confronte idéias e demonstre as versões de ambos os lados, a fim de que o aluno, por meio da pesquisa e do debate busque por ele mesmo, a aprendizagem. É também prioritário que o professor assuma o papel de agente da mediação pedagógica, que ele promova um dialogo permanente de acordo com o que acontece no momento; troque experiências; debata duvidas, questões ou problemas; apresente perguntas orientadoras; oriente nas carências e dificuldades técnicas ou de conhecimento quando o aprendiz não conseguir encaminha-las sozinho; garanta a dinâmica do processo de aprendizagem; proponha situações-problema e desafios; desencadeie e incentive reflexões; crie intercâmbio entre a aprendizagem e a sociedade real onde nos encontramos, nos mais diferentes aspectos; colabore para estabelecer conexões entre o conhecimento adquirido e novos conceitos; faça a ponte com outras situações análogas; coloque o aprendiz frente a frente com questões éticas, sociais, profissionais por vezes conflitivas; colabore para desenvolver critica com relação à quantidade e à validade das informações obtidas; coopere para que o aprendiz use e comande as novas tecnologias para suas aprendizagens e não seja comandado por elas ou por quem as tenha programado; colabore para que se aprenda a comunicar conhecimentos seja por meio de meios convencionais, seja por meio de novas tecnologias (MASETTO, 2000). CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio do trabalho é possível assinalar que as opiniões sobre as causas e conseqüências do aquecimento global e das mudanças climáticas são muito controversas e, em algumas situações, até mesmo tendenciosas. Assim, cabe ao professor apresentar a seus Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 9 alunos as duas proposições/versões e, ao mesmo tempo, as duvidas e as certezas que pairam sobre ambas. Por outro lado, é de suma importância que o professor enfatize e delimite quais os problemas ambientais são realmente causados pelo homem e quais as medidas necessárias para se mitigar tais problemas. Pois o homem tem sua parcela de responsabilidade no processo de uso e ocupação do espaço, sendo nítida e certa as interferências negativas que ele pode realizar no clima, considerando a micro e a mesoescala. Além disto, ressalva-se a importância do ensino da Geografia no processo de promoção do debate e da articulação das idéias sobre o assunto. O assunto não pode ser simplesmente transmitido ao estudante de forma simplória. Cabe ao professor alimentar no aluno a visão crítica e analítica sobre o tema para que o mesmo adquira o interessa pela busca e aquisição da aprendizagem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, Marcelo Miller; STEINKE, Ercília Torres. As controvérsias sobre o aquecimento global e um parecer preliminar da abordagem do tema em sala de aula no Distrito Federal. Anais do VI Simpósio de Climatologia Geográfica, Alto Caparaó, Minas Gerais, 2008. p. 84-98. ECOLATINA. Relatório do IPCC/ONU. Novos cenários climáticos. Disponível em www.ecolatina.com.br/pdf/IPCC-COMPLETO.pdf. Acessado em 15 de abril de 2010. KIMURA, Shoko. Romper o círculo da espiral. Boletim Geográfico, Maringá, v. 26/27, n. 1, p. 39-46. 2008/2009. MASETTO, Marcos T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, José M.; MASETTO, Marcos T; BEHRENS, Marilda A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000. MENDONÇA, F. DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia. Noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. MOLION, Luiz C. Baldicero. “Desmistificando o Aquecimento Global”. Disponível em: www.alerta.inf.br/files/molion_desmist.pdf. Acessado em 15 de abril de 2010. OLIVEIRA, L. de. O ensino/aprendizagem de Geografia nos diferentes níveis de ensino. In: PONTUSCHKA, N. N.; OLIVEIRA, A. U. de (orgs.). Geografia em Perspectiva. São Paulo: Contexto, 2002. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 10 VESENTINI, J. W. A questão do livro didático no ensino da Geografia. In: VESENTINI, J. W. (org.). Geografia e ensino. Textos críticos. 4. ed. Campinas, SP: Papirus, 1995. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 11