História Em agosto de 1963, o pastor Martin Luther King Jr. fez um discurso his- tórico. Combatendo o racismo da sociedade norte-americana, ele usou uma imagem interessante para definir o episódio da Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776: uma espécie de cheque, levado ao banco por mãos negras, voltou com a marca de “fundos insuficientes”. O discurso foi um protesto contra este estelionato, pois os afrodescendentes ainda lutavam por seu 4 de julho, 187 anos depois da ruptura com a Inglaterra. Em defesa do voto feminino, mulheres recorreram a argumentos semelheantes, assim como os conservadores do século XXI do Tea Party invocam o espírito da Independência ao proclamar suas ideias e projetos. KARNAL, Leandro. Sonhando com o inimigo. Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. Edição 74. Novembro 2001, p. 64, adaptado. Em 1776, a realidade das 13 colônias era de profunda variedade religiosa, econômica e social e não havia nada próximo de um país. Feita a independência, sobre enorme diversidade, restava o desafio de construir uma nação, produzindo símbolos e significados para a sua unidade. O discurso de Martin Luther King e de outras minorias, bem como o de grupos republicanos conservadores como o Tea Party, inedicam que existe nos EUA uma A) incompatibilidade de interesse, indicada na escolha do modelo federalista de governo, cuja autonomia dos estados acabou inviabilizando a existência de um sentimento bnacionalista entre os norte-americanos. B) desconfiança sobre os valores liberais, uma vez que um interpretação extremada dessas teorias típicas do século XVIII levaram os EUA a uma profunda crise tanto em 1929 quanto em 2008. C) disputa constante pelos significados dos ideais iluministas presentes nas palavras dos “pais fundadores”, que vão desde as reivindicação de direitos civis à recusa da presença do Estado na economia. D) divisão política entre o norte e o sul dos EUA, que não foi superada pela Guerra Civil e que ainda obstrui a conquista efetiva de direitos constitucionais por parte dos negros, perpetuando o racismo no país.