No 06 Setembro/2011 Centro de Farmacovigilância da UNIFAL Site: www2.unifal-mg.edu.br/cefal Email: [email protected] Tel: (35) 3011 1830 Equipe editorial: prof. Dr. Ricardo Rascado; profa. MsC. Luciene Marques; Cristina Montanari; Matheus Araújo; Rafaela Guardia USO INDISCRIMINADO DAS ANFETAMINAS A anfetamina surgiu no século 19, tendo o coração e os sistemas orgânicos a funcionarem em sido sintetizada pela primeira vez na Alemanha, em alta velocidade, resultando em aceleração do 1887. Cerca de 40 anos depois, a droga começou a batimento cardíaco e aumento da pressão sanguínea, ser usada pelos médicos para aliviar fadiga, alargar e consequentemente levando o indivíduo em estado as passagens nasais e bronquiais e estimular o de euforia. Sua ação sobre os centros de controle do sistema nervoso central. hipotálamo leva a inibição do apetite. Em 1965, ocorreu uma epidemia na Suécia, depois que a droga passou a ser Além, do efeito anorexígeno, elas podem fornecida pelo serviço nacional de saúde. Milhares provocar também agitação psicomotora, insônia, de pessoas se aproveitaram do fato de a anfetamina irritação, nervosismo, ansiedade, tremores, boca ser seca, gosto metálico, náuseas e alterações do hábito distribuída gratuitamente para consumir quantidades abusivas da sua substância, até que ela intestinal. Devido a sua ação, o “rebite” é comumente foi tornada ilegal algum tempo depois. Existem várias drogas que pertencem ao utilizado por motoristas, na intenção de se grupo das anfetaminas. Estas são drogas sintéticas manterem acordados para cumprirem com seus que de deveres e realizarem viagens longas; por estudantes, medicamentos por vários laboratórios e apresentam que utilizam as famosas “bolinhas” para obterem o diferentes nomes fantasia. efeito de excitação em festas e raves, e por são comercializadas sob a forma Em estado puro, as anfetaminas têm a forma de cristais amarelados, indivíduos que buscam com sabor intragavelmente amargo. Geralmente acompanhamento médico. emagrecer, sem o ingeridas por via oral em cápsulas ou comprimidos No Brasil, a anfetamina é uma das de cinco miligramas, as anfetaminas também podem causadoras de farmacodependência. Segundo a ser consumidas por via intravenosa (diluídas em OMS, estas drogas deveriam ser reservadas para água destilada) ou ainda aspiradas na forma de pó. pacientes que sofrem de ansiedade clínica bem As Anfetaminas são conhecidas por sua definida, pois bastam três meses de uso, para que atividade estimulante do sistema nervoso central, sejam criadas dependência química e síndrome de através de uma intensificação da norepinefrina - um abstinência à retirada abrupta do medicamento. neuro-hormônio – produzem efeitos semelhantes aos produzidos pela adrenalina no cérebro, levando É grande o uso indevido de anorexígenos anfetamínicos pela população. Entre as mais utilizadas destaca-se o femproporex ou Referências Bibliográficas: cianoetilanfetamina, mas também são utilizados Metilfenidato, Mazindol e Metanfetamina, sendo esta retirada do mercado brasileiro, porém ainda encontrada graças à importação ilegal de outros países sul-americanos. Algumas pesquisas demonstram que até 70% de uma dose de femproporex pode se biotransformar no organismo em anfetamina livre, o que caracteriza a sua elevada ação e capacidade de causar danos e dependência no indivíduo usuário de tal substância. Há uma lei específica para o controle nas vendas das anfetaminas (ANVISA - Resolução CFM nº 1.477, de 11 de julho de 1997), mesmo assim, há pesquisas que demonstram que este fármaco tem sido amplamente utilizado de forma indevida, uma vez que é fácil adquirir este produto pela internet ou em outros lugares que realizam a venda de forma ilegal. Dessa forma, há um aumento nas chances dos consumidores adquirirem medicamentos sem procedência e sem a devida informação, podendo causar danos irreparáveis a saúde, ou levar até a morte. Diante dos “benefícios” ocasionados pelo uso das anfetaminas, é notável que esse aumento geral da capacidade é apenas ilusório, já que esta acaba com o fim do efeito da droga, levando o usuário a extrapolar os reais limites do corpo, o que acaba sendo nocivo para a sua saúde. MARIZ, Saulo Rios and SILVA, Ovandir Alves. Identificação de anfetamina em amostras de cabelo por imunofluorescência polarizada. Rev. Bras. Cienc. Farm. [online]. 2003, vol.39, n.1, pp. 55-61. ISSN 1516-9332. www.cebrid.epm.br/folhetos/anfetaminas_.htm www.anvisa.gov.br/legis/resol/1477_97cfm.htm www.drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/formulasmilagrosas/ http://www.fef.unicamp.br/departamentos/deafa/qvaf/livros/ alimen_saudavel_ql_af/vinhedo/diagnostico_vinhedo_cap16 .pdf http://oficina.cienciaviva.pt/~pw020/g/anfetaminas.htm