Tratamento de Skin Tears em População Idosa com Adaptic Touch™ Malha Não Aderente de Silicone: Uma Série de Casos Kimberly LeBlanc BScN RN MN CETN(C) IIWCC, Dawn Christensen BScN RN MScN CETN(C) IIWCC, Vida Johnston BScN RN WOCN CETN(C) Enfermeiros de Práticas Avançadas, Enfermeiros Especialistas Clínicos e Educadores com KDS Consultoria Profissional, Ottawa, Ontário, Canadá Introdução População Skin Tears As skin tears representam um tipo específico e desafiador de laceração que afeta os idosos, os recém nascidos e as populações criticamente e cronicamente doentes. Os profissionais de saúde devem compreender quais pacientes possuem o risco de desenvolver skin tears, como prevenir essas feridas e como tratá-las quando elas ocorrem (LeBlanc & Baranoski 2009, Baranoski, 2003). A skin tear é uma ferida causada por cisalhamento, fricção e/ou força bruta, resultando na separação de camadas da pele. A ferida pode ter espessura parcial (separação da epiderme da derme) ou espessura total (separação de ambas, epiderme e derme separadas das camadas subjacentes) (Thomas Hess, 2004). Mulher de 92 anos. Skin tears categoria III. Fotos tiradas no dia 8 (após consentimento) e no dia 45. Idosos Os que possuem maior risco são os idosos, com mais de 1,5 milhão de skin tears relatadas por ano em adultos nas unidades de saúde. O maior risco para os idosos é devido, em partes, à fragilidade do envelhecimento da pele, achatamento das células da camada basal e circulação comprometida (LeBlanc & Baranoski 2009, Baranoski, 2003). Se comparado com úlceras crônicas mais extensas, muitas vezes as skin tears são vistas como feridas menores e inconsequentes. Na realidade essas feridas são dolorosas e podem levar a complicações potenciais se não forem tratadas adequadamente (Cuzzell, 2002). As skin tears podem causar estresse para os pacientes e suas famílias, e muitas vezes são um desafio para o tratamento de feridas devido às mudanças físicas associadas ao envelhecimento e às doenças coexistentes. Homem de 95 anos. Skin tears categoria II. Fotos tiradas no dia 1 e no dia 41 Prevenção do Skin Tears em idosos A prevenção das skin tears, especialmente em idosos, representa um desafio clínico para os profissionais de saúde que trabalham com esta população. Mesmo o menor esbarrão pode resultar em uma skin tear (LeBlanc et al, 2008). A remoção de fitas adesivas ou curativos pode causar traumas para a pele frágil. Baranoski relata que as skin tears ocorrem com mais frequência nas extremidades superiores. Cerca de 80% das skin tears ocorrem nos braços e mãos, porém também podem aparecer em qualquer parte do corpo, e podem até ser confundidas com úlceras por pressão categoria II nas nádegas e nas costas (Baranoski , 2003). Os pacientes que são dependentes de cuidadores possuem maior risco para as skin tears. Estes pacientes se machucam frequentemente durante as atividades rotineiras como trocar de roupa, tomar banho, reposicionamento e transferência. Pacientes ambulatoriais independentes possuem o segundo maior risco, e nesse caso a maioria das skin tears ocorrem nas extremidades inferiores (White, Karam, Cowell, 1994). Como a prevenção das skin tears é o foco principal para gerir este problema, os profissionais de saúde que trabalham com a população idosa devem estar preparados para tratar essas feridas desafiadoras quando elas ocorrem. Na literatura recente tem havido um aumento na atenção dada a estas feridas, porém não houve nenhum padrão ouro desenvolvido para seu tratamento. Mulher de 82 anos. Skin tears categoria I. Fotos tiradas no dia 1 e no dia 43. Homem de 83 anos. Skin tears categoria II. Fotos tiradas no dia 1 e no dia 51. Ele havia sofrido outros dois skin tears. • Limpeza das skin tears com soro fisiológico e controle do sangramento. • Aproximação das bordas da ferida quando possível. • Uma fotografia digital inicial é feita com consentimento (feito por escrito pelo residente ou responsável). • Aplicação de Adaptic Touch™ Malha Não Aderente de Silicone. • Aplicação da cobertura secundária apropriada quando necessário, dependendo do exsudato da ferida e localização. • Troca de Adaptic Touch™ Malha Não Aderente de Silicone e cobertura secundária feita semanalmente dependendo das condições locais da ferida e a quantidade de exsudato. • Relato de cada troca de curativo. • Registro fotográfico do fechamento da ferida. 1. Fechamento completo de 6 das 6 feridas dentro de 51 dias de tratamento com a cobertura Adaptic Touch™. Coberturas secundárias incluíram espuma com ou sem alginato, dependendo da quantidade e aspecto do exsudato e da localização do ferimento. 2. A terapia de compressão não foi necessária no tratamento de pacientes com skin tears nos membros inferiores. 3. Os pacientes não sentiram qualquer dor com a aplicação. 4. Não houve sinais nem sintomas de infecção nos locais das feridas. 5. Os enfermeiros não relataram problemas com a aplicação do produto. 6. As enfermeiras relataram menor tempo de cuidados com a ferida, já que o produto não adere na pele frágil e, portanto, levou menos tempo para a remoção dos curativos. 7. As enfermeiras relataram um aumento no conforto do paciente durante as trocas de curativos. Conclusão Mulher de 87 anos. Skin tears categoria II. Fotos tiradas no dia 1 e no dia 43. Referências 1. LeBlanc, K., Baranoski, S. 2009. Prevention and Management of Skin Tears. Advances in Skin and Wound Care. 22(7) 325-331. 2. LeBlanc, K., Christensen, D., Orstead, H., Keast, D. 2008. Beast Practice Recommendations for the Prevention and Treatment of Skin tears. Wound Care Canada. 6(8) 14-32. 3. Baranoski, S. 2003. Skin Tears. Nursing Oct. 14. 4. Baranoski, S. 2003. How to Prevent and Manage Skin Tears. Advances in Skin and Wound Care. 16(5) 268. 5. Thomas Hess, C. 2004. Skin IQ. Advances in Skin and Wound Care 17(6) 277. 6. Cuzzell, J. 2002. Wound Assessment and evaluation: Skin tear protocol. Dermatology Nursing. 14(6).405. 7. O’Regan, A. 2002. Skin Tears: A review of the Literature. World Council of Enterostomal Therapists Journal. 22(2). 26-31. 8. White, M., Karam, S., Cowell, B. 1994. Skin tears in frail elders. A practical approach to prevention. Geriatric Nurse. 15(2). 95-9. Protocolo Resultados Estudo de caso Através do formato de estudo de caso, este pôster revisa uma opção de tratamento disponível. Trata-se do uso do Adaptic Touch™ Malha Não Aderente de Silicone para o tratamento das skin tears em seis pacientes idosos que vivem em asilos. Suas feridas variaram de skin tear parcial a total. Esses estudos de caso irão incluir fotos tiradas em avaliações iniciais e finais, o protocolo de tratamento, os problemas encontrados, os resultados dos pacientes e as implicações para o futuro. Seis pacientes idosos, dois do sexo masculino e quatro do sexo feminino, entre 79 e 95 anos de idade foram identificados com a classificação Payne-Martin para skin tears em categorias I, II e III (O'Regan 2002) para suas feridas de menos de vinte e quatro horas de duração, que foram tratadas com a malha de contato não aderente. Classificação: Instrumento de Payne & Martin para Skin Tears (O’Regan 2002): Categoria I: Skin tears sem perda de tecido - Tipo linear (espessura total): epiderme e derme são puxadas em uma só camada a partir de suas estruturas de apoio. A ferida possui uma aparência de incisão. - Tipo retalho (espessura parcial): epiderme e derme são separadas. O retalho pode ser completamente aproximado ou aproximado para expor não mais do que 1 milímetro da derme. Categoria II: Skin tears com perda de tecido parcial - Tipo de perda de tecido escassa (scant): 25% ou menos do retalho epidérmico é perdido. - Tipo de perda de tecido de moderada a grande: mais de 25% do retalho epidérmico é perdido. Categoria III: Skin tears com perda total do tecido - O retalho epidérmico está ausente Mulher de 79 anos. Skin tears categoria III. Fotos tiradas no dia 4 (após consentimento) e no dia 45. Mulher de 82 anos, antes e depois da aplicação de Adaptic Touch™ Embora a prevenção das skin tears seja o foco principal para seu tratamento, os profissionais de saúde que trabalham com a população idosa devem estar preparados para cuidar dessas feridas desafiadoras quando eles ocorrerem. Na literatura recente tem havido um aumento na atenção dada a estas feridas, porém não houve nenhum padrão ouro desenvolvido para o seu tratamento. Através do formato de estudos de caso, este pôster destacou uma opção de tratamento disponível para as skin tears. Os resultados demonstram a necessidade de mais estudos sobre os benefícios das coberturas não aderentes no tratamento de skin tears e sobre o custo benefício.