ANAIS RESILIÊNCIA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE THAÍS VIEIRA NOGUEIRA ( [email protected] , [email protected] ) UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ TALLITA ARAÚJO VIEIRA BARROS ( [email protected] , [email protected] ) UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FRANCISCO ROBERTO PINTO ( [email protected] , [email protected] ) UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ Resumo Este trabalho tem como objetivo verificar como se manifesta a resiliência dos profissionais de saúde. Para tanto foi realizada uma pesquisa bibliográfica, seguida de pesquisa empírica com 287 profissionais de saúde da cidade de Fortaleza/CE. O questionário utilizado na pesquisa empírica é composto por questões sócio-demográficas e pela Escala de Wagnild e Young (1993), traduzida e validada no Brasil por Pesce et al. (2005), e adaptada por Bacchi (2011). Os dados foram trabalhados no software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 20.0, módulos de Estatística Descritiva e ANOVA. Os resultados apontaram que a ocupação influencia diretamente a resiliência. Palavras-chave: Resiliência. Profissionais de Saúde. Introdução O desenvolvimento dos transportes e da comunicação aproxima as distâncias, tornando os mercados cada vez mais competitivos e exigindo dos trabalhadores novas habilidades e capacidade de adaptação. O indivíduo, inclusive ou principalmente no trabalho, passa por diversas situações e problemas que, quando resolvidos, acabam desenvolvendo aspectos de sua personalidade que podem torná-lo mais resiliente e mais capaz de lidar com menos estresse em situações iguais ou semelhantes. Quanto mais resilientes são os trabalhadores, maior é a capacidade de enfrentar as adversidades e exigências das suas atividades. Bueno (2012) afirma que as empresas têm procurado cada vez mais profissionais que sejam resilientes, ou seja, que saibam suportar as pressões existentes, que sejam flexíveis e criativos na resolução dos problemas e, com isso, saibam agir em épocas de crise. Ele ainda afirma que indivíduos resilientes aprendem com os erros e conseguem solucionar os problemas, além de servir de modelos aos demais funcionários. Os profissionais de saúde trabalham bastante, na maioria das vezes em situações estressantes, em contato direto com outros profissionais e, principalmente, os pacientes que estão em situação de debilidade física e emocional, dependem do seu conhecimento, da sua perícia, seu discernimento, da sua cordialidade e paciência. Para esses profissionais, a jornada de trabalho tende a ser maior e mais insalubre, porque geralmente trabalham em mais de uma instituição e também cumprem horários noturnos e plantões. 1/14 ANAIS Devido a isso, tais profissionais passam por várias dificuldades laborais nas condições e ritmo de trabalho, no excesso de carga horária, na falta de tempo para se atualizar e estudar, nas poucas ou na falta de opções para escolher tratamento mais adequado a cada caso, na falta de equipamentos e no sofrimento emocional compartilhado com os pacientes e seus familiares, dentre outros aspectos, que afetam os fatores de proteção que, conforme Branden (1998), são individuais, familiares e relacionados ao apoio do meio ambiente. Tendo em vista os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde, como exposto, esse estudo pretende responder ao seguinte questionamento: Diante das dificuldades que enfrentam no trabalho, em que nível está resiliência dos profissionais de saúde, segmentados por gênero, idade, tipo de instituição onde trabalha e cargo ou ocupação? A partir desse questionamento, foram elencadas as seguintes hipóteses: • H1: Entre os profissionais de saúde, as mulheres apresentam resiliência maior que os homens; • H2: O tipo de cargo ou ocupação influencia a resiliência dos profissionais de saúde; • H3: Os profissionais de saúde de instituição filantrópica apresentam níveis mais elevados de resiliência do que os profissionais de outros tipos de instituição. • H4: Os profissionais de saúde mais velhos são mais resilientes que os mais novos. Existem estudos sobre a resiliência dos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, mas não existem estudos comparando tais categorias profissionais, daí a importância deste trabalho. Além disso, exista relevância em estudar comportamentos individuais de profissionais dos quais a sociedade deseja e espera que tenham preparo para cuidar e tratar de pacientes com diversos tipos de enfermidades, muitas vezes em estado crítico, precisando tomar decisões que têm consequências em relação à vida e ao bem estar dos pacientes. Este artigo, então, tem por objetivo verificar o nível de resiliência dos profissionais de saúde segmentados por gênero, idade, tipo de instituição onde trabalha e cargo ou ocupação. Para atender ao objetivo, faz-se necessário: identificar o perfil dos profissionais de saúde, medir o nível de resiliência destes profissionais, de acordo com a escala de resiliência – proposta por Wagnild e Young, traduzida e validada por Pesce et al. (2005) e adaptada por Bacchi (2011) – e verificar se há diferença de médias entre os grupos segmentados como indicado acima. Tal escala já foi utilizada por outros pesquisadores brasileiros, com resultados significativos (e.g COUTO, 2007; CATUSSO, CAMPANO, TAVARES, 2010; BACHI, 2011; SILVA et al., 2012). Este trabalho está dividido em seis partes a contar desta introdução. O segundo segmento é a revisão teórica, onde são abordados a origem e o conceito do termo resiliência, bem como a contextualização da resiliência dos profissionais da saúde e seus principais desafios. A terceira parte apresenta os aspectos metodológicos utilizados nesta pesquisa. A quarta mostra a análise dos dados da pesquisa, bem como os resultados encontrados. Seguemse as considerações finais, onde também são mostradas as limitações deste trabalho, bem como sugestões de novas pesquisas para o aprofundamento do tema. Por fim, as referências que embasaram teoricamente este trabalho. 2/14 ANAIS 3 Revisão Teórica A literatura revisada para o embasamento deste trabalho encontra-se organizada na exploração de dois aspectos para o entendimento das análises, como é mostrado adiante. A necessidade de se trabalharem tais pontos proporciona uma maior maturidade para as bases teóricas e conhecimento das habilidades importantes exigidas dos profissionais de saúde. 3.1 Resiliência: origem e conceitos O termo Resiliência originou-se da Física e da Engenharia e significa a capacidade que um corpo tem de retornar ao seu estado anterior sem conservar qualquer deformidade após sofrer pressões externas (YUNES, 2003). Este conceito foi apropriado pela Psicologia e terminou por se agregar aos interesses de estudo da Gestão de Pessoas. Segundo Tavares (2001), a resiliência não é apenas uma característica individual, mas pode diferenciar organizações, fazendo-as mais competitivas, e até sociedades, construindo uma cultura de maior resistência a ameaças externas. Os indivíduos, quando expostos a situações de estresse, não têm como retornar ao estado original, pois, ao vivenciar uma experiência, esta será acrescida às experiências anteriores, se transformando em aprendizado ou em aversão. Se um indivíduo for frágil, se tornará mais fragilizado; se for mais forte, se tornará mais resiliente (AMPARO et. al., 2008). De uma forma positiva, resiliência, portanto, pode ser definida [...] como uma capacidade universal que possibilita a pessoa, grupo ou comunidade prevenir, minimizar ou superar os efeitos nocivos das adversidades, inclusive saindo dessas situações fortalecida ou até mesmo transformada, porém não ilesa (MOTA et al., 2006, p.58). Mellilo e Ojeda (2005) afirmam que o indivíduo não nasce resiliente e nem obtém essa capacidade de acordo com o seu desenvolvimento. Os autores acreditam que o desenvolvimento da resiliência está sujeito à qualidade da interação entre o ser humano e os demais que o cercam. Eles consideram a resiliência como subsídio à promoção e à manutenção da saúde mental. Segundo Silva (2006), a resiliência diminui a forma como se dá o estresse, a ansiedade, a depressão e a raiva e, ao mesmo tempo, eleva a saúde emocional. As pessoas mais resilientes possuem maiores chances de superar os desafios do mercado atual, pois são capazes de enfrentar qualquer tipo de dificuldade (PETTINELLI, 2009). No contexto organizacional, os indivíduos que sabem lidar com pressões e cumprir os prazos desafiadores, dentre outras situações adversas, conseguem superar os desafios com maior facilidade (TARAPANOFF, 2009). Portanto, quanto mais alto o nível de resiliência do indivíduo, maior é sua capacidade para superar as adversidades e pressões externas. Cada categoria profissional possui seus riscos e desafios e, consequentemente, isso influencia a forma como se desenvolve a resiliência de seus indivíduos. Alguns fatores podem influenciar positivamente a resposta da pessoa exposta a situações de pressão. Tais fatores de proteção ao indivíduo estão apresentados no QUADRO 1, adiante. De acordo com Branden (1998), as oportunidades percebidas pelas pessoas em situação de pressão também podem induzir a forma como elas lidam com as dificuldades, diminuindo seu impacto e as reações danosas sucessivas. Como já comentado, ninguém sai de uma situação de pressão na mesma condição que tinha antes do enfrentamento. Pode sair mais frágil ou mais fortalecido. Para o fortalecimento, é importante o tripé de fatores de proteção apresentado no QUADRO 1. 3/14 ANAIS TIPOS DE FATORES CARACTERÍSTICAS Autoestima positiva, autocontrole, autonomia, características de temperamento Fatores individuais afetuoso e flexível. Fatores familiares Coesão, estabilidade, respeito mútuo, apoio/suporte. Fatores relacionados ao Bom relacionamento com amigos ou pessoas significativas que assumam papel apoio do meio ambiente de referência segura e a faça sentir querida e amada. QUADRO 1 – Tipos de fatores de proteção do indivíduo. Fonte: Adaptado de Branden (1998) apud Bacchi (2011). 3.2 Os Profissionais de Saúde A seguir, estão descritos as atribuições de cada profissional de saúde, seus principais desafios enfrentados no exercício de sua profissão e como se dá o processo de resiliência, foco deste trabalho. 3.2.1 Médicos De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina – CFM nº 1.627/2001, artigo 1º, o profissional médico trabalha com a promoção da saúde, com o diagnóstico e tratamento de enfermidades e sua prevenção e evolução. Os médicos estão diariamente expostos a pressões, que iniciam na vida acadêmica e continuam no decorrer da residência médica e do “dia-a-dia” da profissão. Rodrigues (2012) afirma que o desenvolvimento da Medicina acarretou consequências que também são consideradas responsáveis pelo desgaste emocional e físico do médico. Dentre os principais desafios aos quais os médicos estão expostos, há a sobrecarga de trabalho, escassez do sono, contato com a dor e sofrimento dos pacientes e familiares (principalmente quando o paciente não tem mais nenhuma possibilidade terapêutica), lidar com a falta de recursos dos hospitais e com as limitações do seu conhecimento, dentre outros. De acordo com Gonçalves e Benevides-Pereira (2009), os médicos são os profissionais mais propícios a cometer suicídio, principalmente os psiquiatras, anestesiologistas e oftalmologistas. Conforme as autoras, nos Estados Unidos, os médicos, na sua maioria mulheres, suicidam-se duas vezes mais que a população geral. Ainda de acordo com elas, em uma análise executada na Universidade de São Paulo, entre 1965 e 1985, o suicídio foi a segunda maior causa de morte entre os estudantes de Medicina. Tais adversidades são consequência do esgotamento provocado pelos desafios diários desta profissão. Dyrbie et al. (2010 apud RODRIGUES, 2012, p. 24-25) realizou um trabalho nos Estados Unidos com estudantes de Medicina, cujos resultados apontaram que “aqueles considerados resilientes desenvolveram menores escores para depressão e melhor Qualidade de Vida, menor índice de estresse e fadiga, quando comparados aos estudantes considerados menos resilientes (p<0,005)”. Por meio desse estudo, entende-se que quanto maior o nível de resiliência destes profissionais, menor a dificuldade para enfrentamento dos desafios constantes inerentes à profissão e menores os índices das consequências graves como suicídio e dependência química, dentre outros. 3.2.2 Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem Conforme afirma do Decreto 94.406/87, que regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, Enfermeiro é todo aquele (a) que possui nível superior, obtido ou revalidado no país, em Enfermagem, Obstetriz ou Enfermeira Obstétrica em instituição de ensino 4/14 ANAIS reconhecida pelo MEC. Aos enfermeiros cabe, privativamente, consulta de Enfermagem, “planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de Enfermagem”; “consultoria, auditoria, emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem”, dentre outras atividades. Enquanto aos Técnicos de Enfermagem compete executar atividades auxiliares, de nível médio técnico, assistindo ao Enfermeiro em suas tarefas, executando funções de assistência de Enfermagem (exceto as restritas ao Enfermeiro) e integrando a equipe de saúde. Aos auxiliares de Enfermagem cabe executar as atividades de nível médio atribuídas à equipe de Enfermagem, como o preparo do paciente para consultas, tratamentos e exames; execução de “tratamentos especificamente prescritos”, cuidar da higiene e conforto do paciente, dentre outros. O gerenciamento da equipe, a forma de lidar com o paciente e monitorá-lo, a alta jornada e carga horária de trabalho, as próprias atividades, sacrifício de tempo e lazer com a própria família, além das diferenças salariais, são alguns dos desafios e pressões enfrentados pelos profissionais de Enfermagem. Medeiros (2000 apud Belancieri et al., 2010) afirma que os salários das enfermeiras mulheres são 20% inferiores quando comparados aos enfermeiros homens. Tais desafios refletem na resiliência destes profissionais, uma vez que, dependendo da forma como lidam com estes obstáculos, o profissional pode aumentar ou reduzir a sua capacidade de resiliência. 3.2.3 Fisioterapeuta O Fisioterapeuta é um profissional de saúde, que possui nível superior e que está habilitado a diagnosticar distúrbios cinéticos funcionais, a prescrever condutas fisioterapêuticas, sua ordenação e indução no paciente, além do acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e das condições para alta do serviço. Além de oferecer o tratamento necessário para a recuperação da saúde do paciente, o Fisioterapeuta também atua na prevenção de distúrbios cinéticos funcionais. O Código de Ética dos fisioterapeutas afirma, no artigo primeiro: “O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional prestam assistência ao homem, participando da promoção, tratamento e recuperação de sua saúde” (COFFITO, 2013). Segundo Silva (2006, p.31), “a fisioterapia busca romper com o paradigma de profissão reabilitadora e massificada, procurando assumir um espaço importante na prevenção de patologias.” A autora ainda afirma que “as definições do campo profissional orientam-se para a patologia do movimento ou o tratamento de patologias por meio do movimento.” O fisioterapeuta realiza atividades pesadas durante o turno de trabalho, tais como: transferência de peso e equipamentos de e para os pacientes; exercício do trabalho em posições, muitas vezes, desconfortáveis; atendimento a vários pacientes simultaneamente (quando o atendimento é realizado em clínica), além da sobrecarga nos turnos de trabalho (para fisioterapeutas que possuem mais de um emprego), busca pela atualização profissional, dentre outras. Além disso, ainda há a preocupação humana e envolvimento emocional com o paciente, no que diz respeito à evolução do seu tratamento. Vale ressaltar que o fisioterapeuta não possui auxiliares capacitados para trabalhar juntamente com ele, o que aumenta ainda mais a sobrecarga de trabalho. Além do lado laboral e emocional, há ainda o lado familiar e financeiro. Muitos profissionais desta área trabalham bastante para manter seu próprio sustento e/ou sustento familiar com redução do tempo de lazer e com a família, a exemplo do que ocorre com os outros profissionais de saúde. 5/14 ANAIS 3.3 Resiliência: diferença entre grupos De acordo com Miller (2006), a cultura é o elemento mais importante para fazer com que a mulher seja vista como tendo maior vulnerabilidade, ou seja, a sociedade considera que a mulher é frágil e menos capaz de conseguir praticar determinadas ações. Cavalcanti (2007) afirma que, mesmo que as mulheres tenham conquistado muitos direitos e obtido progresso com isso, ainda são vistas situações de desigualdade entre os gêneros e os homens ainda continuam auferindo maior remuneração e tendo mais acesso à educação. O Censo de 2010 (IBGE, 2011) revela que, embora as mulheres constituam 51% da população nacional, elas recebem salários inferiores aos dos homens em todos os níveis de escolaridade. Tal realidade é mais expressiva nas remunerações mais elevadas. No mercado formal, o total de mulheres empregadas recebe 74% do rendimento médio dos homens ocupados e no mercado informal esta diferença é mais significativa chegando a 63% (IBGE, 2011). Trigueiro (2011) acredita que, por estarem mais suscetíveis a situações mais oprimentes que os homens, as mulheres tendem a desenvolver um comportamento mais resiliente. Este pressuposto indicou a formulação da primeira hipótese (H1). Carmeli et al. (2007) investigaram a relação da identificação do trabalhador com organizacional e o desempenho profissional. No seu modelo de verificação da identificação consideraram, entre outros aspectos, a importância dos níveis de remuneração e da imagem da organização para o empregado, este aspecto representado pela responsabilidade social corporativa. Isto levou, neste trabalho, ao questionamento sobre a influência exercida nos níveis de resiliência pelo tipo de cargo ou ocupação dos profissionais de saúde (H2) – considerando que os cargos são diferentemente remunerados – e pelo fato de o profissional trabalhar ou não numa organização filantrópica (H3) – considerando a imagem de responsabilidade social deste tipo de instituição. Na fase de vida adulta do indivíduo, o potencial de resiliência pode continuar a se fortalecer ou enfraquecer, dependendo da forma com que se desenvolvem e se estabelecem os afetos e novos núcleos familiares e, devido a isso, a intimidade afetiva com o cônjuge e os filhos torna-se indispensável. A competência e a satisfação com a ocupação, fundamentais neste momento da vida, podem estar fragilizadas se o indivíduo adulto estiver com seu nível de autoconfiança comprometido. A literatura sobre resiliência a respeito desse momento da vida se conduz mais para o modo de confrontar adversidades como mortes e doenças (ASSIS, 2006). Algumas pesquisas da área da Psicologia têm expressado que o grau de resiliência varia de acordo com a idade, indicando que quanto maior a idade mais resiliente se torna a pessoa. Em um estudo apenas com crianças, constatou-se que crianças mais velhas possuíam uma Capacidade de Iniciativa mais elevada, quando comparadas a crianças mais jovens, utilizando-se a Empatia e a Capacidade de Iniciativa como fatores de medição da resiliência, segundo a pesquisa de Cercconello (2000). Assim, constatam com a literatura (KLIEWER, 1991; LAFRANIERE; DUMAS, 1996) quando afirmam que crianças mais novas possuem uma experiência de vida limitada e, como consequência, possuem menor habilidade para lidar com as adversidades, devido a ainda estarem na fase de formação das habilidades cognitivas. Uma pesquisa realizada por Resende et al. (2010) com idosos também comprovou que quanto maior a idade, maior o nível de resiliência, expressado por convicções de independência e determinação. Daí, a inclusão da hipótese que supõe que profissionais de saúde mais velhos apresentam níveis de resiliência mais elevados (H4). 6/14 ANAIS 4 Aspectos Metodológicos Segundo Vergara (2009), a metodologia pode ser definida quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, esta pesquisa pode ser definida como descritiva, haja vista que serão expostas as características de determinada população. Quanto aos meios, o presente artigo caracteriza-se como pesquisa de campo. O presente estudo é, ainda, de natureza quantitativa que, segundo Beuren (2008), se caracteriza pelo uso de instrumentos estatísticos, na coleta e no tratamento dos dados. Foi utilizado como instrumento de pesquisa um questionário estruturado dividido em duas partes. A primeira parte apresenta questões de natureza sociodemográfica, para registro de gênero, idade, tempo de profissão, tipo de instituição onde trabalha e ocupação, para caracterização dos respondentes e no intuito de testar as hipóteses suscitadas. A segunda parte apresenta a escala de resiliência, adotada a partir da Escala de Wagnild e Young (1993), traduzida e validada por Pesce et al. (2005) e adaptada por Bachi (2011). A escala é composta por 25 enunciados para os quais os respondentes assinalaram seu grau de concordância/discordância, por uma escala tipo Likert composta por (cinco) pontos com a seguinte correspondência: 1 = Discordo totalmente; 2 = Discordo pouco; 3 = Não concordo nem discordo; 4 = Concordo pouco; 5 = Concordo totalmente. Considerando a dificuldade de informações precisas sobre o universo dos profissionais de saúde considerados neste trabalho (Médicos, Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem e Fisioterapeutas) na cidade de Fortaleza, o cálculo da amostra utilizou a fórmula n = , onde • n = tamanho da amostra; • E = erro tolerado. Segundo Barbetta (2004) esta fórmula é utilizada como primeira aproximação do tamanho de amostra, quando o universo é conhecido, mas pode ser utilizada para cálculo da amostra quando o universo não é conhecido. Os dados deste trabalho se enquadram neste segundo caso. Inicialmente, foi fixado um erro tolerável de 5%. Pelo cálculo ( = ,) a amostra deveria alcançar o número de 400 respondentes. Porém, a pesquisa foi realizada em dois meses e não foi possível obter o número desejado de questionários, principalmente devido a dificuldades impostas por algumas instituições. Não era possível aplicar os questionários durante os turnos de trabalho dos profissionais e fora do local de trabalho ficou impossível acessar esses respondentes. A aplicação foi realizada nos meses de outubro e novembro de 2012, nos períodos de manhã, tarde e noite, em instituições localizadas na cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará. Duas pesquisadoras deram instruções aos profissionais, no seu local de trabalho, sobre como respondê-los. Estas interferiram o mínimo possível no processo de aplicação, esclarecendo dúvidas apenas quando solicitadas, procurando não emitir significados distintos daqueles atribuídos pelos sujeitos nem interferir nas suas escolhas. Cada respondente gastou em média 10 minutos para finalizar o preenchimento do questionário. Ao final do esforço de aplicação, foram obtidos 305 questionários. Após a transcrição dos dados obtidos e os primeiros tratamentos estatísticos, constatou-se a necessidade de excluir 18 questionários, principalmente por preenchimento incompleto. O 7/14 ANAIS total de questionários válidos foi de 287. Fazendo o cálculo inverso, o erro tolerável passou a ser menos de 6%, ou seja, próximo ainda do erro tolerável de 5%. Devido à maior quantidade de questionários ter sido obtida em uma entidade filantrópica, denominada aqui de Hospital 1, foi adotada a decisão de segmentar os respondentes em dois grupos (Hospital 1 e Demais Entidades), complementando a segmentação definida nas hipóteses formuladas, porque tornou possível comparar os níveis de resiliência de profissionais dessa entidade filantrópica como os de profissionais de outros tipos de instituição. A fim de responder ao problema de pesquisa levantado no início e testar as hipóteses formuladas, os dados foram trabalhados no software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 20.0, módulos de Estatística Descritiva e Análise de Variância (ANOVA). Os resultados alcançados a partir da análise dos dados são mostrados a seguir. 5 Análise dos Resultados A análise descritiva dos resultados mostrou que, quanto ao gênero, do total dos pesquisados, 76,1% são mulheres e apenas 23,9% são homens. Quanto à idade, houve predominância da faixa etária entre 31 e 44 anos (76%). Quanto ao estado civil, a maioria dos respondentes era de solteiros (51,6%) e casados ou com união estável (41,3%). No que diz respeito à ocupação, houve maior incidência de profissionais técnicos e auxiliares de Enfermagem (52,6%). Os demais percentuais podem ser visualizados na TAB. 1. Conforme já explicitado anteriormente, os profissionais foram separados por trabalharem ou não no Hospital 1. Do total de questionários, 51,2% foram respondidos por profissionais da instituição filantrópica, o que significa dizer que as demais entidades somaram 48,8%. TABELA 1 – Análise de frequência dos dados Frequência Gênero Feminino Masculino Idade Até 30 anos De 31 – 44 anos De 45 – 59 anos Acima de 60 anos Estado Civil Solteiro (a) Casado (a) / União Estável Separado (a) / Divorciado (a) Viúvo (a) Ocupação Médico (a) Enfermeiro (a) Técnico / Auxiliar de Enfermagem Fisioterapeuta Tipo de Entidade Filantrópica (Hospital 1) Demais entidades Fonte: Dados da pesquisa. 8/14 Percentual (%) 218 69 76,1 23,9 9 218 54 6 3,1 76,0 18,8 2,1 147 118 17 5 51,6 41,3 5,7 1,4 76 39 151 21 26,5 13,6 52,6 7,3 147 140 51,2 48,8 ANAIS Primeiramente, optou-se por analisar a confiabilidade da escala de resiliência utilizada. O alpha de Cronbach do conjunto foi de 0,695. Tal valor foi superior a 0,6, o que torna os dados desta pesquisa confiáveis (CORRAR, PAULO e DIAS FILHO, 2011). O segundo passo foi substituir os missing values da escala dos questionários respondidos pela média de cada variável, o que foi possível por não haver nenhum caso com mais de 10% de não-respostas. Para obtenção de um único índice individual de resiliência, foi necessário calcular a média das respostas de cada indivíduo, considerando as 25 questões da escala utilizada, procedimento já adotado por BACCHI (2011). Depois de realizados os procedimentos descritos anteriormente, e para testar as hipóteses, passou-se à fase de verificação de diferenças estatisticamente significantes entre as médias dos respondentes, segmentando-os por gênero, ocupação, tipo de entidade onde trabalha predominantemente e idade. Para isso, foi utilizada a Análise de Variância (ANOVA), cujos resultados encontram-se nas tabelas apresentadas adiante. A primeira hipótese foi formulada de acordo com o gênero, para saber se existe diferença significativa de resiliência entre homens e mulheres profissionais de saúde. Pelos resultados, a hipótese pode ser rejeitada, visto que as médias não são significativamente diferentes, dado que a significância obtida foi de 0,533 (CORRAR, PAULO e DIAS FILHO, 2011)., conforme TAB 2. A constante exigência por competências e habilidades para a execução de funções nos trabalhos são as mesmas para ambos os gêneros, fato este que talvez possa explicar este resultado. TABELA 2 – ANOVA – Resiliência X Gênero Gênero Feminino Masculino Fonte: Dados da pesquisa. Média 4,0278 3,9837 Desvio padrão 0,50974 0,50445 F 0,390 Sig 0,5333 O mesmo procedimento ocorreu com a hipótese 2, para verificar se há diferença significativa de resiliência entre os profissionais de saúde, considerando o tipo de ocupação. Conforme mostra a TAB. 3, essa hipótese não pode ser rejeitada, visto que a significância calculada foi de 0,009, ou seja, inferior a 0,05 (CORRAR, PAULO e DIAS FILHO, 2011). A TAB.3 também mostra que a média dos Técnicos/Auxiliares de Enfermagem (4,0945) desta amostra é maior que a dos enfermeiros (4,0761), médicos (3,8872) e fisioterapeutas (3,8474), o que torna os técnicos e auxiliares de Enfermagem mais resilientes que os demais profissionais respondentes, diferentemente do que se esperava quando a hipótese foi formulada com base na remuneração. É possível que a maior proximidade desses profissionais com os pacientes e seus familiares desenvolva mais mecanismos de resiliência, em comparação aos demais profissionais de saúde dentro de hospitais. TABELA 3 – ANOVA – Resiliência X Ocupação Ocupação Médico (a) Enfermeiro (a) Técnico/Auxiliar de Enfermagem Fisioterapeuta Fonte: Dados da pesquisa. Média 3,8872 4,0761 Desvio padrão 0,45616 0,55536 4,0945 0,52145 3,8474 0,34915 9/14 F 3,913 Sig 0,009 ANAIS A hipótese 3, conforme mostra TAB. 4, também pode ser rejeitada, devido à significância calculada ter retornado o valor de 0,128. Embora haja diferença entre as médias, sendo maior para os respondentes que trabalham no hospital filantrópico, essa diferença não é estatisticamente significante (CORRAR, PAULO e DIAS FILHO, 2011). Isso significa dizer que não foram encontradas evidências de que o fato de trabalharem em hospital filantrópico, com imagem de responsabilidade social sedimentada, represente um diferencial positivo na construção da resiliência desses profissionais. TABELA 4 – ANOVA – Resiliência X Tipo de Entidade Tipo de Entidade Média Desvio padrão Filantrópica 4,0635 0,57188 (Hospital 1) Demais entidades 3,9724 0,42523 F 2,325 Sig 0,128 Fonte: Dados da pesquisa. A última hipótese, referente à idade, também foi rejeitada, já que a ANOVA não encontrou diferença estatisticamente significante entre as médias calculadas, apresentados por faixas etárias. TABELA 5 – ANOVA – Resiliência X Idade Idade Média Desvio padrão Até 30 anos 3,9982 0,57774 De 31-44 anos 3,9916 0,38641 De 45-59 anos 4,1312 0,62332 Acima de 60 4,1390 0,54104 F 1,039 Sig 0,376 Fonte: Dados da pesquisa. Embora haja diferença entre as médias das faixas etárias, tendo a maior média a faixa etária de 45 a 59 anos, não há como afirmar que os profissionais de saúde mais velhos possuem nível de resiliência superior aos mais novos, devido o nível de significância que foi de 0,376, ou seja, superior a 0,05 (CORRAR, PAULO e DIAS FILHO, 2011). Apesar das pesquisas de alguns autores afirmarem que pessoas mais velhas são mais resilientes que as mais novas – Resende et al. (2010), por exemplo, atribuem esse fenômeno às convicções de independência e determinação – os dados da amostra pesquisada permitiu a refutação da hipótese 4. 6 Considerações Finais O estudo da resiliência, de certa forma, são recentes, principalmente quando se trata da comparação entre os grupos de ocupação dos profissionais de saúde. O que não permite, contudo, classificar este trabalho como exploratório. No que diz respeito ao gênero, tipo de entidade onde trabalha predominantemente e idade, não há como afirmar, a partir da amostra utilizada para este trabalho, se há um grupo mais ou menos resiliente que o outro, devido ao índice de significância dos três fatores serem 10/14 ANAIS superiores a 0,05. Com relação a ocupação foi possível verificar que os profissionais de Enfermagem são mais resilientes que as demais ocupações. Portanto, apenas a hipótese 2 pode ser confirmada. Nesta hipótese, diferentemente do que se pressupunha, as pessoas com menor remuneração foram as que se revelaram mais resilientes. Esperava-se que os profissionais com maiores ganhos apresentassem maiores índices de resiliência, porque supostamente desfrutam de melhor qualidade de vida. Surpreendentemente, o resultado contrariou esta expectativa, indicando que no segmento de saúde a maior proximidade com os problemas talvez desenvolva mecanismos de autoproteção, desenvolvendo a resiliência dos profissionais. Este foi, certamente, o principal achado da pesquisa e passa a ser um pressuposto a ser investigado por outros pesquisadores. De forma geral, o estudo da resiliência fornece subsídios para o estudo e o entendimento do comportamento humano na sociedade e nas organizações onde estão inseridos. As empresas podem valer-se do conhecimento da resiliência de seus funcionários, de forma a compreender o seu comportamento e antecipar a sua possível forma de reagir aos desafios inerentes à própria profissão, ao tipo de organização na qual estão inseridos e à ocasião à qual estão submetidos. Com esse conhecimento, é possível que se trabalhe na promoção da resiliência dos profissionais, tornando a própria organização mais resiliente e capaz de enfrentar as adversidades do ambiente em que atua, atendendo às expectativas e necessidades dos seus públicos. O presente estudo teve algumas limitações, como o tamanho da amostra e a concentração geográfica. Na aplicação dos questionários, registrou-se uma dificuldade no entendimento da frase “Eu posso estar por minha conta se eu precisar”. Tal item gerou dúvida em alguns respondentes, tendo sido necessário esclarecer que o item se refere à capacidade que o indivíduo possui, ou não, de se sustentar financeiramente. A principal dificuldade, contudo, foi a obtenção de resposta aos questionários. Durante o expediente, houve resistência dos gestores em autorizar a aplicação, além da recusa de alguns profissionais devido a uma possível “perda de tempo” em suas atividades e responsabilidades no hospital. Fora do expediente foi impossível acessar os profissionais, principalmente pela dificuldade de localização. Apesar das dificuldades encontradas, constatou-se que a aplicação do instrumento utilizado neste trabalho possibilita às organizações melhor conhecerem a resiliência dos seus profissionais e analisá-la de diferentes formas. Com base nos resultados deste estudo, verificam-se lacunas que podem ser preenchidas por outras pesquisas, seja com ampliação do tamanho da amostra, seja pela aplicação do estudo em outras regiões, com a variação para outros tipos de profissionais ou, ainda, utilizando outras variáveis independentes, como tempo de profissão e renda familiar, por exemplo. Apesar das limitações, os resultados alcançados nesta pesquisa com os profissionais de saúde aponta um norte para futuras pesquisas, como comentado no parágrafo anterior, cabendo ressaltar a necessidade de investigar com outros públicos a influência que têm os rendimentos (pessoais e familiares) e o enfrentamento das adversidades, para o desenvolvimento da resiliência das pessoas. 11/14 ANAIS Referências AMPARO, D. M. do. et al. Adolescentes e jovens em situação de risco psicossocial: redes de apoio social e fatores pessoais de proteção. Estudos de Psicologia (Natal) [online]. vol.13, n.2, 2008. ASSIS, S. G; PESCE, R. P; AVANCI, J. Q. Resiliência: enfatizando a proteção dos adolescentes. Porto Alegre: Artmed, 2006. ATO MÉDICO. O que é Medicina? Disponível em: <http://www.atomedico.org.br/index2.asp?opcao=oquee>. Acesso em: 19. Fev. 2013. BACCHI, G. Entre o tripalium e a resiliência: um estudo sobre a correlação entre o assédio moral e a resiliência. 2011. Dissertação (Mestrado em Administração) – Centro de Estudos Sociais Aplicados, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2011. BARBETTA, P. A. Estatística Aplicada às Ciências Sociais. 5. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2004. BELANCIERI, M. F.; BELUCI, M. L.; SILVA, D. V. R. da; GASPARELO, E. A. A resiliência em trabalhadores da área da enfermagem. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 27, n. 2, p. 227-233, abr./jun. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v27n2/a10v27n2.pdf>. Acesso em: 15. Fev. 2013. BRANDEN, N. Auto-estima: como aprender a gostar de si mesmo. São Paulo: Saraiva, 1998. BUENO, C. Pessoas resilientes têm a capacidade de dar a volta por cima; você é uma delas? Net, São Paulo, Set. 2012. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/saude/ultimasnoticias/redacao/2012/09/07/pessoas-resilientes-tem-a-capacidade-de-dar-a-volta-por-cimavoce-e-uma-delas.htm>. Acesso em: 20. dez. 2012. BRASIL. Decreto nº 94.406/87. Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem, e dá outras providências. Brasília, 1987. Disponível em: < http://novo.portalcofen.gov.br/decreto-n-9440687_4173.html>. Acesso em: 19 Fev. 2013. ________. Decreto Lei n. 938, de 13 de outubro de 1969. DOU nº.197 de 14/10/69 retificado em 16-10-1969. Leis e atos normativos das profissões do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional. Brasília,1969. p 3.658. Disponível em: <http:// www.coffito.org.br>. Acesso em: 19. Fev. 2013. CARMELI, A.; GILAT, G.; WALDMAN, D. A. The Role of Perceived Organizational Performance in Organizational Identification, Adjustment and Job Performance. Journal of Management Studies, v. 44, n. 6, p. 972-992, Set. 2007. CATUSSO, R. L.; CAMPANA, A. N. N. B; TAVARES, M. C. G. C. F. A Resiliência e a imagem corporal de adolescentes e adultos com mielomeningocele. HU Revista, Juiz de Fora, v. 36, n. 1, p. 37-45, jan./mar. 2010. Disponível em: < www.seer.ufjf.br/index.php/hurevista/article/download/838/329>. Acesso em: 29 dez. 2012. COFFITO - CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL. Definição do conceito de Fisioterapia e atribuição dos Fisioterapeutas. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=27>. Acesso em: 19. Fev. 2013. CORRAR, L. J.; PAULO, Luiz; DIAS FILHO, J. M. (Org.). Análise multivariada. São Paulo: Atlas, 2011. COUTO, M. C. P. P. Fatores de risco e de proteção na promoção de resiliência no envelhecimento. 2007. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. 12/14 ANAIS GONÇALVES, M. B.; BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. Considerações sobre o ensino médico no Brasil: consequências afetivo-emocionais nos estudantes. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 33, n. 3, p. 493-504. 2009. IBGE. Censo Demográfico 2010. Publicado em 2011. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/default_censo_2010.shtm>. Acesso em: 22 Jan. 2013. KLIEWER , W. Coping in middle childhood: relations to competence, type A behavior, monitoring, blunting, and locus of control. Developmental Psychology, v. 27, n. 4, p.689697, jul. 1991. LAFRENIERE, P. J.; DUMAS, J. E. Social competence and behavior evaluation in children ages 3 to 6 years: the short form (SCBE-30). Psychological Assessment, v.8, n. 4, p.369-377, dez. 1996. MELLILO, A.; OJEDA, E. N. S. Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Porto Alegre: Artmed, 2005. MOTA, D. C. G. D.; BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. GOMES, M. L.; ARAÚJO, S. M. Estresse e resiliência em doença de chagas. Aletheia, Canoas, v. 24, p. 57-68, jul./dez. 2006. Disponível em: < http://pepsic.bvsalud.org/pdf/aletheia/n24/n24a06.pdf>. Acesso em: 2 out. 2012. PESCE, R. P. et al. Adaptação transcultural, confiabilidade e validade da escala de resiliência. Cadernos de saúde pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 2, p. 436-448, mar./abr. 2005. PETTINELLI, M. L. Dar a volta por cima. In: TARAPANOFF, F. Dar a volta por cima. Melhor de Gestão de Pessoas, São Paulo, v. 255, fev. 2009. Disponível em: < http://www.revistamelhor.com.br/textos/255/artigo223485-1.asp>. Acesso em: 19 Jan. 2013. PROGRAMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE. Resolução nº 1.627/2001 do CFM. Brasília. Disponível em: <http://pnass.datasus.gov.br/documentos/normas/89.pdf>. Acesso em: 19. Fev. 2013. RESENDE, M. C. et al. Envelhecer atuando: bem-estar subjetivo, apoio social e resiliência em participantes em grupo de teatro. Fractal: Revista de Psicologia, Niterói, v. 22, n. 3, p. 591-608, set./dez. 2010. RODRIGUES, R.T. S. Resiliência e Características de Personalidade de médicos residentes como proteção para o Burnout e Qualidade de vida. 2012. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, 2012. SILVA, J. S. da; FERREIRA, T. C.; PINTO, F. R.; NOGUEIRA, T. V. Resiliência dos discentes de Administração segmentados por faixa etária, religiosidade e gênero. In: SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO, 15., 2012, São Paulo. Anais... São Paulo: SEMEAD, 2012. SILVA, P. L. A. Percepção de fontes de estresse ocupacional, coping e resiliência no Fisioterapeuta. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Saúde) – Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2006. TARAPANOFF, F. Dar a volta por cima. Melhor de Gestão de Pessoas, São Paulo, v. 255, fev. 2009. Disponível em: < http://www.revistamelhor.com.br/textos/255/artigo2234851.asp>. Acesso em: 19 Jan. 2013. TAVARES, J. A resiliência na sociedade emergente. In: TAVARES, José (Org.). Resiliência e educação. São Paulo: Cortez, 2001, p. 43-76. 13/14 ANAIS 14/14