27/3/2009 EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO Aristóteles (384-322 a.C.) Platão (427-347 a.C) Xenofontes (440-335 a.C.) Mercantilismo( século XVI) Adam Smith Fisiocracia (século XVIII) Escola Clássica (1723-1790) Teoria Neoclássica (1870 – século XX) Karl Marx Prof. Dr. Daniel Bertoli Gonçalves UNESP – Sorocaba -SP 1 Teoria Keynesiana (1883-1946) John Keynes QUESTÕES FUNDAMENTAIS 2 Período recente (a partir de 1970) EVOLUÇÃO E “ESCOLAS” Qual a origem da riqueza? Qual a origem do “lucro”? O que determina o “valor” das coisas? O que é e quais as funções do dinheiro? É justa uma sociedade onde a riqueza não é distribuída de forma eqüitativa? Por que algumas economias crescem mais do que outras? Etc. Primórdios GREGOS Xenofontes: “econômico” (oikos = casa; nomos = lei) conhecimentos práticos de administração doméstica. Aristóteles: Crematística (Chrema, posse ou riqueza) aspectos práticos das transações comerciais (preços, moeda etc). ROMANOS: preocupações limitadas, mais voltados para a política do que economia. IDADE MÉDIA: comércio mediterrâneo; igreja defesa do “preço justo” e do „equilíbrio econômico”; moral cristã; formação de corporações e bancos. 3 4 MERCANTILISMO (1450-1750) MERCANTILISMO Primeira escola econômica. Apesar de não representar um conjunto técnico homogêneo, o mercantilismo tinha algumas preocupações explícitas sobre acumulação de riquezas de uma nação. O acúmulo de metais (ouro e prata) adquiri grande importância, e aparecem idéias mais elaboradas sobre a moeda. Considerava-se que o governo de um país seria mais forte e poderoso quanto maior fosse seu estoque de metais preciosos. Com isso, a política mercantilista acabou estimulando guerras, exacerbou o nacionalismo e manteve a poderosa e constante presença do Estado em assuntos econômicos. Preceitos 5 de administração pública para aumentar a riqueza da nação e do “Príncipe”; Reflete as diversas transformações de uma sociedade onde o comércio passa a ter um papel cada vez mais importante; Políticas comerciais e coloniais mercantilistas; Fortalecimento da unidade nacional e das metrópoles em detrimento às colônias. Referências: Colbert, Cantillion e Petty. 6 1 27/3/2009 CRIAÇÃO CIENTÍFICA DA ECONOMIA (1750-1870) FISIOCRACIA (SÉCULO XVIII) iniciais: “Quadro Econômico” (1758), de Quesnay; a “Riqueza das Nações” (1776), de Adam Smith. Fisiocracia (1760-1770): Quesnay “doutrina da ordem natural”; “interdependência entre atividades econômicas”; “distribuição”, “vínculos entre riqueza e trabalho”. Escola Clássica: Adam Smith, David Ricardo, Malthus, Stuart Mill, Say – “valor”, “origem da riqueza”, “distribuição da riqueza”. Marx: tradição clássica revista, criando uma tradição de pensamento crítico. 7 FISIOCRACIA A presença do governo era desnecessário devido às leis da natureza, que era suprema; A função do soberano era servir de intermediário para que as leis da natureza fossem cumpridas; A riqueza consistia em bens produzidos com a ajuda da natureza em atividades econômicas, como lavoura, pesca e a mineração. Escola francesa Acreditava que a terra era única fonte de riqueza Acreditava que havia uma ordem natural que fazia com que o universo fosse regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Providencia Divina (que justificava a nobreza) Dr. François Quesnay, autor da obra Tableau Économique, o primeiro a dividir a economia em setores. Transformação da obra no sistema de circulação monetária input-output criado no século XX pelo 8 economista russo, naturalizado norte-americano, Wassily Leontif, da Universidade de Harvard Marcos Laissez faire, laissez aller, laissez passer.("deixai fazer, deixai ir, deixai passar“) Ideologia do Mercado Livre nas trocas comerciais. ESCOLA CLÁSSICA Adam Smith (1723-1790) Jean Baptiste Say (1768-1832) David Ricardo (1772-1823) Thomas Malthus (1706-1834) John Stuart Mill (1806-1873) Encorajava-se a agricultura e exigia-se que as pessoas empenhadas no comércio e nas finanças fossem reduzidas ao menor número possível; Os organicistas (fisiocratas) associaram conceitos de Medicina à Economia: circulação, fluxo, órgão e funções. 9 10 Escola Clássica ADAM SMITH (1723-1790) Autor da tese de que um impulso psicológico individual poderia ter efeito sobre a prosperidade ou a ruína econômica de um país. NOTA DE ADAM SMITH 11 Escola Clássica O economista escocês é quem ilustra a nova cédula de 20 libras que o tesouro britânico lançou na terça-feira 13 de março/07. É a primeira vez que uma personalidade da Escócia é homenageada. A cédula de Smith substitui a nota da rainha Elizabeth II 12 Escola Clássica 2 27/3/2009 ADAM SMITH (1723-1790) ADAM SMITH (1723-1790) Publica “A Riqueza das Nações” - 1776 Abrange questões econômicas, desde as leis de mercado e aspectos monetários, até a distribuição do rendimento da terra, concluindo com um conjunto de recomendações políticas. Teoria do Valor trabalho, que distingue dois valores de troca: em 1776 a obra “A Riqueza das Nações”; Pergunta Central: como uma sociedade de indivíduos livres e “egoístas” (pois buscam seu próprio interesse) pode funcionar? Resposta: a concorrência, através de preços livremente formados nos mercados gera a eficiência social. 13 um natural e daí o preço natural que corresponderia ao trabalho incorporado em cada bem. Outro → preço de mercado , o qual tenderia na média, a se aproximar do preço natural Escola Clássica ADAM SMITH (1723-1790) Escola Clássica ADAM SMITH (1723-1790) Assim: “Cada pessoa, em busca de melhorar a si mesma, sem pensar nas demais, depara-se com uma legião de outras pessoas com motivações semelhantes. Como resultado, cada agente do mercado, ao comprar e vender, é forçado a equiparar seus preços aos oferecidos pela concorrência.” No mundo da “livre concorrência” de Adam Smith, um vendedor que tiver um preço “acima do mercado”, não conseguirá vender seu produto; um trabalhador que pedir um salário “muito alto” não conseguirá trabalhar. O mercado tem duas funções centrais: Disciplinar a concorrência Garantir a melhor “alocação de fatores”: ou seja, os fatores de produção serão direcionados para a produção somente daquilo que a sociedade “quer comprar”. 15 16 Escola Clássica ADAM SMITH (1723-1790) Escola Clássica ADAM SMITH (1723-1790) Mercado atua como uma “mão invisível”; = “sistema auto-regulador”, baseado na flexibilidade de preços. É o laissez-faire. Outros Insights de Adam Smith: Mercado A divisão do trabalho aumenta a produtividade (ex.: fábrica de alfinetes); Comércio internacional é importante fonte de crescimento das nações. Limitações 14 Escola Clássica O Estado na economia deveria corresponder apenas à proteção da sociedade contra eventuais ataques e à criação e à manutenção de obras e instituições necessárias. Considerava-se que a causa da riqueza das nações é o trabalho humano e que um dos fatores decisivos para aumentar a produção é a divisão do trabalho, isto é, os trabalhadores deveriam especializarse em algumas tarefas A divisão do trabalho, decorre da tendência inata da troca, que finalmente é estimulada pela ampliação dos mercados de suas idéias: Nem sempre o mercado funciona como ele previu. O capitalismo transformou-se muito desde seu tempo. 17 Advogava a idéia de que todos os agentes em sua busca de lucrar o máximo acabam promovendo o bem estar de toda a comunidade. (mão invisível) Não aceitação do Estado na Economia: 18 Escola Clássica 3 27/3/2009 JEAN BAPTISTE SAY (1768-1832) Retornou a obra de Smith, ampliando-a e organizando-a; Subordinou o problema das trocas de mercadorias a sua produção; Lei de Say: “a oferta cria sua própria procura” Crença de que um mercado livre sempre se ajustaria automaticamente O aumento da produção transformar-se-ia em renda dos trabalhadores e empresários, que seria gasta na compra de outras mercadorias e serviços; Rejeitou completamente a perspectiva da produção ou a abordagem da teoria do valor trabalho Iniciou a teoria do valor utilidade, afirmando que a capacidade humana, com a ajuda do capital, dos 19 agentes naturais e das propriedades, juntos criavam todo o tipo de utilidade, que é a fonte primária do valor DAVID RICARDO (1772-1823) Partindo das idéias de Smith, desenvolveu alguns modelos econômicos; A teoria da renda da terra e do lucro, onde ele discute a renda auferida pelos proprietários de terras mais férteis; Teoria do valor trabalho, só se interessava pelas mercadorias que podiam ser reproduzidas livremente; Determinação de preços com diferentes composição de capital Distribuição da renda e a teoria do valor trabalho; Impossibilidade da superprodução Teoria das vantagens comparativas e o comércio internacional; Inaugurou o raciocínio matemático. Escola Clássica DAVID RICARDO (1772-1823) 20 Escola Clássica DAVID RICARDO (1772-1823) Durante toda a sua vida, David Ricardo atacou os terras-tenentes por causa da atividade economicamente inútil de cobrar alugueis dos trabalhadores rurais sem contribuírem para o crescimento da nação inglesa. Os Princípios de economia política, publicada em 1820, é de difícil entendimento, devido ao elevado raciocínio das teses econômicas e da política econômica expostas neste livro, que foi usado por muitos anos nas universidades da Inglaterra 21 22 Escola Clássica Escola Clássica THOMAS MALTHUS (1766-1834) JOHN STUART MILL (1806-1873) Primeiro economista a sistematizar uma teoria geral sobre a população; Excesso populacional: enquanto a população crescia em progressão geométrica, a produção de alimentos seguia em produção aritmética; Advogou o adiamento de casamentos, a limitação voluntária de nascimentos nas famílias pobres, e aceitava as guerras como uma solução para interromper o crescimento populacional; Viveu em uma época tumultuada, de intensos conflitos de classe e a Revolução Industrial; Teoria da superprodução. 23 Escola Clássica Sintetizador do pensamento clássico; Consolida o exposto por seus antecessores, e avança ao incorporar mais elementos institucionais e ao definir melhor as restrições, vantagens e funcionamento de uma economia de mercado; Tentativa de integrar a teoria do valor trabalho e a perspectiva utilitarista; Precursor da escola econômica neoclássica marshalliana; defende reformas liberais e intervenção governamental Tinha estilo elegante e judicioso Distribuição e trocas Salários: maneira de aumentar os salários era através da educação 24 Escola Clássica 4 27/3/2009 KARL MARX (1818 – 1883) ESCOLA MARXISTA 25 KARL MARX (1818 – 1883) Contribuições Marx descreveu o capitalismo dos grandes cartéis e dos crescentes conflitos entre “capital e trabalho”; Smith: “ordem e o progresso” versus Marx: “desigualdade e instabilidade”; Em Marx o crescimento no capitalismo é cheio de “armadilhas” (sem os mecanismos de auto-correção de Smith); As crises econômicas seriam recorrentes e gerariam: Concentração/centralização de capitais: as empresas menores e mais frágeis seriam eliminadas a cada crise. Os conflitos “capital x trabalho” se agravariam com a crescente “proletarização”. Karl Marx (1818-1883) Friedrich Engels (1820-1895) 26 KARL MARX (1818 – 1883) OS SALÁRIOS E A “MAIS-VALIA” Centrais: Conceito de exército de reserva industrial Tecnologia como motor da concorrência (e, para Marx, a fonte da expropriação do trabalho não-pago – a MAIS-VALIA); Leitura histórica do capitalismo; Introduziu os conceitos fundamentais do socialismo; Apresentou a polêmica lei de tendência e a derrocada final do capitalismo. 27 KARL MARX (1818 – 1883) PROPRIEDADE PRIVADA E ASSALARIAMENTO Para Marx, o valor da força de trabalho (SALÁRIO) se baseia nos insumos de trabalho necessários à subsistência e ao treinamento dos trabalhadores (manutenção). As condições impostas no sistema capitalista obrigam os trabalhadores a vender, em cada jornada, mais tempo de trabalho do que o necessário para pagar suas exigências de manutenção, o que cria um excedente de trabalho não pago que é apropriado pelo capitalista: a MAIS-VALIA. Marx chama a atenção para o fato de que os capitalistas, uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, podem lançar mão de duas estratégias para ampliar sua taxa de lucro: estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama de mais-valia absoluta; ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele 28 chama de mais-valia relativa. KARL MARX (1818 – 1883) Enquanto a sociedade não tinha propriedade privada não existiam classes sociais determinadas. A partir do momento em que a sociedade passou a entender que a produção social era de direito de pessoas ou de famílias isoladamente, a propriedade privada estava instaurada. Na industrialização, a propriedade privada e o assalariamento separam o trabalhador dos meios de produção; como conseqüência, separam o trabalhador do fruto do seu trabalho que foi apropriado pelo capitalista. Essa expropriação cria um exército de reserva industrial (trabalhadores disponíveis), que acaba pressionando 29 para baixo tanto os salários quanto as condições de trabalho. O CAPITALISMO E A LUTA DE CLASSES O modo de produção capitalista, enquanto se reproduz em proporções cada vez maiores, reproduz também em idênticas proporções e em número crescente a classe dos operários privados de propriedade – proletariado. A acumulação do capital não faz mais do que reproduzir esta relação (dominação/exploração) numa escala igualmente progressiva: com mais concentração de renda por um lado, e, com mais assalariados por outro. A acumulação do capital promove ao mesmo tempo aumento do proletariado e da exploração do trabalhador assalariado. O que recria o proletariado não é apenas a pobreza natural, mas 30 a pobreza artificialmente provocada. 5 27/3/2009 KARL MARX (1818 – 1883) VALOR-TRABALHO POR KARL MARX Criticava a abordagem pragmática da ciência econômica e propõe-se um enfoque analítico, em que a Economia interage com os fatos históricos e sociais; Mercadorias - “Valor trabalho”: valor de uso e valor de troca, foi influenciado pelo teoria de valor trabalho de Ricardo; Acreditava no trabalho como determinante do valor, mas era hostil ao capitalismo competitivo e à livre concorrência, pois afirmava que a classe trabalhadora era explorada pelos capitalistas Mais-valia, troca e a esfera da circulação; Trabalho, força de trabalho e a definição de capitalismo. 31 REAÇÃO NEOCLÁSSICA (1870-1929) Segundo essa teoria, o valor econômico de uma mercadoria (ou, mais exatamente, de uma mercadoria "reproduzível" grande parte dos teóricos do valor trabalho deixam de lado mercadorias não reproduzíveis, como obras de arte, etc.) é determinado pela quantidade de trabalho que, em média, é necessário para a produzir, incluindo aí todo o trabalho anterior para produzir suas matérias primas, máquinas, etc.). Por esta teoria o preço de uma mercadoria reproduz a quantidade de tempo de trabalho nela colocado, sendo o trabalho o único elemento que realmente gera valor. Num exemplo clássico entre os teóricos do valor-trabalho, a razão porque um diamante é mais valioso que um copo de água (mesmo que o copo de água possa ter mais utilidade) é porque dá, em média, mais trabalho, encontrar e extrair um diamante do que um copo de água. 32 TEORIA NEOCLÁSSICA Retorno aos princípios básicos das ciências econômicas. Revolução Marginalista: “recursos escassos x usos alternativos”; “valor de utilidade”. O “neoclassicismo” ou “marginalismo” desloca a temática da discussão do valor e distribuição da tradição clássica (“valor-trabalho”) para a visão do valor utilidade e dos custos de produção. Destaques: Escola Austríaca (Menger, Jevons, BöhmBaverk); Escola de Viena (Walras e o “equilíbrio geral”); Marshall e a Escola de Cambridge (“equilíbrio parcial”). Em oposição, surgem a Escola Histórica Alemã e as escolas da tradição marxista. Privilegiou aspectos microeconômicos da teoria; Crença na economia de mercado e em sua capacidade auto reguladora fez com que os teóricos econômicos não se preocupassem tanto com a política e o planejamento macroeconômico; Sedimentaram o raciocínio matemático explícito inaugurado por Ricardo, procurando isolar os fatos econômicos de outros aspectos da realidade social; Para eles, o Estado não deveria se intrometer nos assuntos do mercado, deixando que ele fluísse livremente, ou seja, o Liberalismo econômico. 33 34 TEORIA NEOCLÁSSICA TEORIA NEOCLÁSSICA- ALFRED MARSHALL Matemático que se tornou economista, publicou Princípios de Economia Política; Utilizava a Matemática aplicada como meio de investigação e análise de fenômenos econômicos, e o raciocínio lógico e as aplicações práticas como meio de exposição desses mesmos fenômenos. Foi fundador do grupo tradicional de economia neoclássica do século XX, que combina sua defesa do capitalismo laissez-faire com uma grande flexibilidade, que admite pequenas reformas, visando ao funcionamento menos cruel do sistema econômico; Incluiu o elemento tempo na teoria econômica Com a introdução do fator tempo, na distinção entre longos períodos e curtos períodos, Marshall conseguiu determinar a importância tanto do custo de produção (para longos períodos) como da utilidade marginal (para curtos períodos), na formação do valor das mercadorias. 35 Passou a considerar que os preços são determinados simultaneamente por fatores de custos e de demanda. Outros teóricos importantes foram: William Jevons, Léon Walras, Eugene Bohm-Bawerk, Joseph Schumpeter, Vilfredo Pareto, Arthur Pigou e Francis Edgeworth. Evolução da microeconomia; O comportamento do consumidor é analisado profundamente. Satisfação do consumo; Teoria marginalista; Interação de muitos mercados simultaneamente; Teoria do desenvolvimento econômico; Teoria do capital e dos juros; Teoria quantitativa da moeda. 36 6 27/3/2009 DOUTRINA UTILITARISTA NEOCLÁSSICOS na Inglaterra David Hume, James Mill, e Jeremy Bentham Ligado ao hedonismo, Sustenta que os atos humanos não deve ser julgados e justificados moralmente apenas pelas suas intenções, mas também por seus resultados e conseqüências práticas, desde que não nocivos em si. Acreditavam na possibilidade de harmonia e interesses, desde que elaborados as instituições próprias ao seu adequado equacionamento. TEORIA MARGINALISTA NEOCLÁSSICOS Com exceção do marxismo, a partir de 1870 os economistas aos poucos deixaram de considerar a economia como uma disciplina eminentemente política e centraram sua reflexão no estudo da teoria e dos problemas práticos, deixando de lado qualquer outra incursão no terreno da ideologia. A teoria econômica seria seu campo específico e natural de trabalho, enquanto à economia política corresponderia a aplicação de suas análises e contribuições. Desenvolve-se O marginalismo constitui a corrente teórica mais importante desse período. Sua principal característica foi o abandono da teoria clássica do valor-trabalho, substituída pelo conceito de utilidade. 37 TEORIA MARGINALISTA NEOCLÁSSICOS 38 VALOR-UTILIDADE - NEOCLÁSSICOS comprovaram que o valor é atribuído conforme a utilidade e a raridade do bem ou serviço em questão. Segundo os marginalistas, o valor de um bem não depende em última análise da quantidade de trabalho a ele incorporado, mas sim da utilidade da última unidade produzida desse bem (utilidade marginal). 39 TEORIA MARGINALISTA NEOCLÁSSICOS O valor da utilidade marginal se define como sendo o valor, para o consumidor, representado por uma unidade adicional de alguma mercadoria. Para exemplificar: para um consumidor que esteja com fome, a primeira fatia de pão tem uma utilidade enorme. Essa utilidade vai decrescendo à medida que se vai adicionando mais unidades. A décima fatia de pão já representará uma utilidade bem menor que a primeira. A trigésima fatia de pão terá uma utilidade quase nula e a centésima poderá até ter uma utilidade marginal negativa se causar, em nosso 40 consumidor, uma indigestão. OPOSIÇÕES AO NEOCLASSISMO As teorias marginalistas possibilitaram um conhecimento profundo das economias de livre mercado e constituíram o vínculo entre a escola clássica e a economia moderna. As principais escolas marginalistas foram a de Viena, representada principalmente pelo austríaco Karl Menger; a de Lausanne, que teve como principais teóricos o francês Léon Walras e o italiano Vilfredo Pareto; e a de Cambridge, cujo fundador, o britânico Alfred Marshall, procurou conciliar as teorias clássicas e as marginalistas. 41 Escola Institucionalista Economia do Bem-Estar Thorstein Veblen (1857-1929) – rejeitou o conceito neoclássico de que o homem, na esfera econômica, seria racionalmente dirigido e calculista, afirmando que o mesmo sofre influências das instituições predominantes, e possui o hábito da “exibição emulativa”, "consumo conspícuo“ (afirmação de status perante outros indivíduos), e da busca por imitar os padrões de consumo da classe mais rica. Arthur C. Pigou (1877-1959) - desafiou a tradição neoclássica relativamente à substituição da ação industrial privada pelo Estado, na esfera econômica. Para ele certos empreendimentos não lucrativos para os empresário privados eram muito necessários à comunidade. Debates das décadas de 1920 e 1930 42 Crise do pós-guerra e Crise das bolsas de 1929 evidenciaram a insuficiências das teorias vigentes para a solução dos problemas 7 27/3/2009 TEORIA KEYNESIANA TEORIA KEYNESIANA John Maynard Keynes em 1933 publicou: Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda Preocupava-se com implicações práticas da teoria econômica; A teoria de Keynes consegue mostrar que a combinação das políticas econômicas adotadas até então não funcionava naquele momento; 43 KEYNES E O CAPITALISMO O objetivo de Keynes, ao defender a intervenção do Estado na economia não é, de modo algum, destruir o sistema capitalista de produção. Muito pelo contrário, segundo o autor, o capitalismo é o sistema mais eficiente que a humanidade já conheceu (incluindo aí o socialismo). O objetivo é o aperfeiçoamento do sistema, de modo que se una o altruísmo social (através do Estado) com os instintos do ganho individual (através da livre iniciativa privada). Segundo o autor, a intervenção estatal na economia é necessária porque essa união não ocorre por vias naturais, graças a problemas do livre mercado (desproporcionalidade entre a poupança e o investimento e o "Estado de Ânimo" ou, como se diz no 45 Brasil, o "Espírito Animal", dos empresários). CRISE ESTRUTURAL DO CAPITALISMO A instabilidade econômica começa a se manifestar no fim da década de 1960 e irrompe com força na década de 1970, causada por: dois choques sucessivos nos preços mundiais do petróleo. endividamento excessivo a que se submeteram os países subdesenvolvidos em seu afã de tentar superar a crise petrolífera. taxas de lucratividade continuamente decrescentes e um mercado de ações moribundo nos Estados Unidos. alta contínua da inflação nos países desenvolvidos Surge um forte movimento, no sentido de reduzir o poder regulatório dos Estados nacionais na economia, apoiados nos pressupostos 47 neoclássicos. Não existem forças de auto-ajustamento na economia (discordando da lei de Say: "a oferta cria sua própria demanda") Para ele o livre mercado pode, durante os períodos recessivos, não gerar demanda bastante para garantir o pleno emprego dos fatores de produção devido ao "entesouramento" das poupanças. Nessa ocasião seria aconselhável que o Estado “intervisse” criando déficits fiscais para aumentar a demanda efetiva e instituir uma situação de pleno emprego. Isso geraria um aumento da capacidade produtiva da economia, de forma suficiente para garantir o pleno emprego, mas em excesso provocaria um aumento da inflação 44 O ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL Seguindo o modelo norte-americano e as idéias keynesianas, países como Inglaterra, França e Alemanha criam o Estado do Bem-Estar Social (WELFARE-STATE), um sistema que garantia aos cidadãos saúde, educação e aposentadoria. Esse modelo começa a desmoronar na década de 1970, com o agravamento da crise estrutural do capitalismo, abrindo as portas para uma nova doutrina econômica chamada NEOLIBERALISMO. 46 CRITICAS A TEORIA KEYNESIANA Os monetaristas → associados à Universidade de Chicago e tem como economista de maior destaque Milton Friedman. Denunciaram a inflação como sendo o resultado do aumento da oferta de moeda pelos bancos centrais. Responsabilizaram os impostos "elevados" e os tributos "excessivos", juntamente com a regulamentação das atividades econômicas, como sendo os culpados pela queda da produção e do aumento da inflação. propunham para a crise seria a redução gradativa do poder do Estado, com a diminuição generalizada de tributos, a privatização das empresas estatais e redução do poder do Estado de fixar ou "autorizar" preços. Diminuindo ou neutralizando a força dos sindicatos, haveria novas perspectivas de emprego e investimento. 48 8 27/3/2009 CRITICAS A TEORIA KEYNESIANA PÓS KEYNESIANOS Os keynesianos admitiram que seria difícil conciliar o pleno emprego e o controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações dos sindicatos com os empresários por aumentos salariais. Os fiscalistas recomendam o uso de políticas fiscais ativas e acentuado grau de intervenção do governo Realizaram uma releitura da obra de Keynes, procurando mostrar que ele não negligenciou o papel da moeda e da política monetária. Enfatizam o papel da especulação financeira e, como Keynes, defendem um papel ativo do Estado na condução da atividade econômica 49 O NEOLIBERALISMO O NEOLIBERALISMO O Neoliberalismo vem procurando resgatar a total independência da esfera econômica; O Estado pode até garantir certa igualdade política, mas não deve se intrometer no mercado econômico. Na prática, o neoliberalismo tem como característica primordial o afastamento do Estado em relação à gestão de diversos setores da economia. Diferencia-se do liberalismo clássico quanto à circulação internacional de bens e capitais (globalização). O NEOLIBERALISMO 50 No neoliberalismo há a preocupação em se formar blocos econômicos que sob justificativa de maior facilidade na circulação da produção cria verdadeiras fortalezas protecionistas em torno das economias mais fortes. Esse é o atual modelo de Estado praticado no Brasil, EUA, e muitos países Europeus, com algumas variações. (Socialdemocratas) 51 52 NEOCLÁSSICO O MERCADO defendido pelas correntes político-econômicas neo-liberais dominantes de hoje é aquele onde teríamos: Liberdade aos agentes econômicos Leis (trabalhistas, tributárias, ambientais...) mais brandas Baixa intervenção Estatal na economia Estado fora do setor produtivo Estado fora do setor de serviços fiscais, 53 9