defi departamento de física Laboratórios de Física www.defi.isep.ipp.pt Coeficientes de atrito estático e cinético Instituto Superior de Engenharia do Porto – Departamento de Física Rua Dr. António Bernardino de Almeida, 431 4200-072 Porto. Tel. 228 340 500. Fax: 228 321 159 Laboratórios de Física DEFI-NRM-0030b Versão: 01 Data: 26/09/2008 Coeficiente de atrito estático e cinético DEFI-NRM-0030b DEFI-NRM-0033 Coeficientes de atrito estático e cinético Objectivos: • • Determinação dos coeficientes de atrito estático e cinético; Aplicação das leis de Newton. Introdução teórica Forças de atrito estático e cinético Habitualmente, o termo atrito designa a resistência ao movimento entre superfícies r materiais em contacto. Empiricamente, descrevem-se as forças de atrito Fa entre superfícies sólidas como sendo: 1ª independentes da área da superfície de contacto, e 2ª directamente proporcionais à componente normal da força de contacto entre as superfícies. Considerando então que a intensidade da força de atrito é proporcional à intensidade da r r força de reacção normal da superfície, Fa ∝ N (ou, mais simplesmente, Fa ∝ N ), (1) Fa = µN Onde a letra grega µ (miú) é uma constante de proporcionalidade, adimensional, designada por coeficiente de atrito. r Quando uma força F é aplicada a um bloco, paralelamente à superfície em que este se encontra pousado, e não ocorre movimento, dizemos que a força aplicada é equilibrada por r uma força oposta de atrito estático Fae que é exercida no bloco através da superfície de contacto. À medida que aumenta a intensidade da força aplicada, F , a força de atrito estático aumenta também de intensidade até atingir um valor máximo dado por: Faemáx = µ e N onde µ e (2) r é o coeficiente de atrito estático e Faemáx tem a mesma intensidade, a mesma direcção e sentido oposto ao da menor força que é necessário aplicar ao bloco, paralelamente à superfície de contacto, para que ele entre em movimento. Assim, é habitual escrever-se Fae ≤ µ e N , uma vez que a força de atrito estático é uma força solicitada, respondendo apenas na medida necessária para impedir o movimento, até ao valor máximo µ e N . Departamento de Física Página 2/2 Laboratórios de Física DEFI-NRM-0030b Versão: 01 Data: 26/09/2008 Coeficiente de atrito estático e cinético r Quando a intensidade da força aplicada F ultrapassa, ainda que ligeiramente, o valor máximo da força de atrito estático, o corpo entra em movimento, com a resistência de uma r nova força de atrito: a força de atrito cinético (ou dinâmico), Fac , de intensidade: (3) Fac = µ c N onde µ c se designa por coeficiente de atrito cinético ou dinâmico. Habitualmente, para um dado par de superfícies, µ c < µ e , ou seja, é necessário exercer uma força maior para pôr um corpo em movimento do que para mantê-lo em movimento. Apesar de, habitualmente, 0 < µ < 1 , ambos os coeficientes de atrito podem apresentar valores superiores à unidade. Os valores de µ e e µ c dependem do material que constitui as superfícies em contacto, bem como do grau de rugosidade das mesmas. r N r Fa r µe N r F r µc N r Fa r P Regime estático Regime cinético r F 0 Figura 1 - Esquema das forças aplicadas a um corpo assente sobre um plano horizontal (esquerda); diagrama ilustrativo da variação da intensidade da força de atrito com a intensidade da força aplicada (direita). Material Necessário • • • • • Bloco de madeira, com faces forradas; Massas marcadas; Régua ou fita métrica; Balança; Cronómetro. r N r Fa r T r P Figura 2 - Esquema de forças aplicadas no bloco em plano horizontal. Departamento de Física Página 3/3 Laboratórios de Física DEFI-NRM-0030b Versão: 01 Data: 26/09/2008 Coeficiente de atrito estático e cinético Procedimento Determinação dos coeficientes de atrito estático 1. Determine ou verifique a massa do bloco de madeira, m B , e do prato de suporte das massas, m P . 2. Limpe cuidadosamente as superfícies do bloco e do plano, prenda uma das extremidades do fio ao bloco e fixe na outra o prato de suporte das massas, passando pela roldana na extremidade do plano. 3. Com a face de madeira do bloco em contacto com o plano, adicione massas ao prato de suporte até que o bloco comece a mover-se. Determine, com a maior precisão possível, o valor mínimo da massa suspensa que põe o bloco em movimento. Sugestão: pouse o bloco na zona central do plano e, sem o pressionar de encontro a este, liberte-o apenas ao fim de 2-3 segundos. Então, se o bloco se mover, a massa m colocada no prato é possivelmente demasiado elevada; se não se mover, m é demasiado baixo. Se se mover cerca de metade das vezes, a massa m está próxima do valor correcto. 4. Repita o passo 3, adicionando à massa m B do bloco, cargas mC disponíveis. 5. Represente um gráfico (utilizando por exemplo a ferramenta MO Excel, ou similar) com a intensidade da força necessária para pôr o bloco em movimento r r = ( mP + m ) g = Faemáx em ordenada, e a intensidade da reacção normal do plano r r sobre o bloco ( N = ( mB + mC ) g = P ) em abcissa. {F } { } 6. Recorrendo à ferramenta que estiver a utilizar, faça o ajuste linear dos pontos experimentais, determinando por regressão linear a equação da recta que melhor representa os resultados obtidos. (Nota: inclua o ponto (0,0)). 7. Recorrendo à equação (2), determine através do declive da recta obtida em 6 o valor do coeficiente de atrito estático para o par de superfícies madeira-madeira, e a incerteza que lhe está associada. 8. Repita os passos 3 a 7 pousando agora no plano as outras superfícies. Departamento de Física Página 4/4 Laboratórios de Física DEFI-NRM-0030b Versão: 01 Data: 26/09/2008 Coeficiente de atrito estático e cinético Determinação dos coeficientes de atrito cinético 9. Quando o bloco se move com uma velocidade constante, a sua aceleração é zero. Nesse caso, a força aplicada F = (m P + m )g é simétrica da força de atrito cinético Fac = µ c N . Com a face de madeira do bloco em contacto com o plano, adicione massas ao prato de suporte até que, dado um pequeno toque, o bloco comece a mover-se com velocidade constante. Determine, com a maior precisão possível, o valor mínimo da massa suspensa que põe o bloco em movimento uniforme. Sugestão: pouse o bloco no extremo do plano oposto à roldana de forma que, dando-lhe um pequeno toque, ele deslize ao longo de todo o plano. Faça a observação da velocidade na zona central do plano, na qual o bloco se deve mover com velocidade constante. 10. Repita o passo 9, adicionando à massa m B do bloco, cargas mC de 100, 200, 300, 400 e 500g. (Nota: poderá ser necessário utilizar fita adesiva para fixar as cargas ao bloco.) 11. Represente um gráfico (utilizando por exemplo a ferramenta MO Excel, ou similar) com r {F r = ( mP + m ) g = Fac } - a intensidade da força necessária para que o bloco adquira, depois de estimulado, um movimento uniforme - em ordenada e a intensidade da reacção normal do plano sobre o bloco, r {N r = ( mB + mC ) g = P , em abcissa. } 12. Recorrendo à ferramenta que estiver a utilizar, faça o ajuste linear dos pontos experimentais, determinando por regressão linear a equação da recta que melhor representa os resultados obtidos. (Nota: inclua o ponto (0,0)). 13. Recorrendo à equação (3), determine através do declive da recta obtida em 12, o valor do coeficiente de atrito estático para o par de superfícies madeira-madeira, e a incerteza que lhe está associada. 14. Repita os passos 11 a 13, pousando agora no plano as outras superfícies. Determinação dos coeficientes de atrito cinético por aplicação das leis de Newton Se o bloco se mover agora com uma determinada aceleração, a mesma será proporcional à resultante das forças responsáveis pelo movimento sendo a massa em movimento a constante de proporcionalidade. R = ( m p + m) g − µ c N = ( m p + m + m B + mC ) a (4) 15. Transferindo massas do bloco para o prato suspenso (para manter a massa total constante) determine o tempo que leva o sistema a percorrer uma distância conhecida para determinar a sua aceleração. 16. Utilize as ferramentas à sua disposição para calcular o coeficiente de atrito cinético. Departamento de Física Página 5/5 Laboratórios de Física Coeficiente de atrito estático e cinético DEFI-NRM-0030b Versão: 01 Data: 26/09/2008 Outras informações Deverá registar todas as medidas que efectuar, bem como as características dos aparelhos de medida utilizados. Todos os cálculos deverão estar indicados de forma clara, utilizando unidades consistentes para as várias grandezas. Referências Bibliográficas • Physics Laboratory Experiments (5th edition), Jerry D. Wilson, 1998, Houghton Mifflin Company, U.S.A. • Laboratory Experiments in College Physics (7th edition), Cicero H. Bernard & Chirold D. Epp, 1995, John Wiley & Sons, Inc. Departamento de Física Página 6/6 Laboratórios de Física Coeficiente de atrito estático e cinético – Anexo A DEFI-NRM-0030b Versão: 00 Data: 26/09/2008 DEFI-NRM-0030b Coeficiente de atrito estático e cinético Anexo A Curso: Ano: Disciplina: Turma: Data da realização: Grupo #: Data de entrega: Tabelas Tabela 1: Registo dos Aparelhos de Medição Aparelhos Unidades Nº Mec.: Nome: Nº Mec.: Nome: Nº Mec.: Nome: Resolução Erro de Leitura -i- Laboratórios de Física DEFI-NRM-0030b Coeficiente de atrito estático e cinético – Anexo B DEFI-NRM-0030b Versão: 00 Data: 26/09/2008 Coeficiente de atrito estático e cinético Anexo B Questões sobre os conceitos de: • • Determinação dos coeficientes de atrito estático e cinético; Aplicação das leis de Newton. Questões 1. Qual o efeito da força de atrito sobre a variação da energia cinética? 2. O que é uma força conservativa? O trabalho do Peso de um corpo permite dizer que este é uma força conservativa? Nº Mec.: Nome: Nº Mec.: Nome: Nº Mec.: Nome: - ii -