DANIELE LIMA DOS ANJOS-DCNT-TCC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DANIELE LIMA DOS ANJOS
TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE PARA PACIENTES EM TRATAMENTO
QUIMIOTERÁPICO AMBULATORIAL
FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DANIELE LIMA DOS ANJOS
TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE PARA PACIENTES EM TRATAMENTO
QUIMIOTERÁPICO AMBULATORIAL
Monografia apresentada ao Curso de Especialização
em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Doenças
Crônicas Não Transmissíveis do Departamento de
Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Catarina como requisito parcial para a obtenção do
título de Especialista.
Profa. Orientadora: Silvia M. Azevedo dos Santos
FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
FOLHA DE APROVAÇÃO
O trabalho intitulado “Tecnologia educativa em saúde para pacientes em tratamento
quimioterápico ambulatorial”, de autoria da aluna Daniele Lima dos Anjos, foi examinado e
avaliado pela banca avaliadora, sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em
Linhas de Cuidado em Enfermagem – Área Doenças crônicas não transmissíveis.
_____________________________________
Profa. Dra. Silvia M. Azevedo dos Santos
Orientadora da Monografia
_____________________________________
Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes
Coordenadora do Curso
_____________________________________
Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos
Coordenadora de Monografia
FLORIANÓPOLIS (SC)
2014
DEDICATÓRIA
Dedico estre trabalho aos meus pais, Raimundo e Gilza, pela força, pelo exemplo de
persistência e por me incentivarem sempre a continuar trilhando no caminho pela busca de
conhecimentos e enriquecimento profissional.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me dado discernimento para decidir que
caminho seguir, com coragem, paciência e sabedoria para percorrê-lo.
Aos meus familiares, que sempre me deram força e incentivo para continuar em
frente e concluir esta nova etapa de minha vida profissional.
À minha orientadora, Professora Doutora Sílvia Santos, por contribuir positivamente
para a construção desta obra.
Agradeço, ainda, aos gestores da instituição em que trabalho pela confiança em mim
depositada e apoio ao longo da realização dessa formação. Tenho orgulho em exercer minha
profissão nessa instituição e acredito que o trabalho ora apresentado em muito poderá contribuir
para a implementação de tecnologias de educação em saúde junto a pacientes em tratamento
quimioterápico.
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura
Estratégia de interação com leito – “Importante saber”
24
Estratégia de interação com leito – “Lembre-se”
24
01.
Figura
02.
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
LISTA DE TABELAS
Tabela 01.
Estrutura física da cartilha de orientações ao paciente em quimioterapia
27
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
RESUMO
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em tratamento quimioterápico
ambulatorial. 2014. 43 f. Monografia (Especialização em Linhas de Cuidados em Enfermagem –
Doenças Crônicas Não Transmissíveis) – Universidade Federal de Santa Catarina, 2014.
Este estudo, classificado na categoria de Tecnologia de Educação, teve como objetivo elaborar
material educativo na forma de cartilha com orientações destinadas a pacientes que realizarão
tratamento quimioterápico ambulatorial na Unidade de Atendimento de Alta Complexidade em
Oncologia (Unacon) do município de Tucuruí-PA. A construção do material se deu entre os
meses de novembro de 2013 e maio de 2014. Para isso, realizou-se uma revisão da literatura
científica sobre o tratamento quimioterápico antineoplásico e materiais educativos em saúde,
sendo selecionados 03 livros didáticos, 05 manuais/protocolos de outras instituições e 01
monografia. A cartilha elaborada contém as principais dúvidas apresentadas por pacientes
oncológicos submetidos ao tratamento quimioterápico e os conteúdos de interesse extraídos
foram organizados nas seguintes categorias: 1- Conhecimentos sobre o câncer; 2- Conhecimentos
sobre as formas de tratamento e 3- Conhecimentos sobre a quimioterapia. Dessa forma, percebeuse a relevância dos materiais educativos, pois eles favorecem o processo interativo entre
enfermeiro, paciente ou familiar, auxiliam no diálogo e proporcionam a valorização da
humanização da assistência. Ainda, por meio dos resultados encontrados, foi possível sugerir
ações para contribuir com o processo de estruturação dos serviços de oncologia em Tucuruí.
Palavras-chave: Câncer. Quimioterapia antineoplásica. Material educativo em saúde.
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS .....................................................................................10
1.1 Sobre o tema ................................................................................................................................11
1.2 Justificativa ..................................................................................................................................12
1.3 Problematização ...........................................................................................................................13
1.4 Objetivos ......................................................................................................................................14
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...............................................................................15
2.1 O câncer e a quimioterapia antineoplásica ...................................................................................16
2.2 A educação em saúde no tratamento quimioterápico ...................................................................17
CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..............................................................19
3.1 Tipo de produto ............................................................................................................................20
3.2 Local de aplicação do produto .....................................................................................................20
3.3 Sujeitos-alvo ................................................................................................................................21
3.4 Técnicas de coleta de dados .........................................................................................................21
3.5 Análise dos dados ........................................................................................................................22
3.6 Procedimentos éticos ...................................................................................................................22
CAPÍTULO IV – RESULTADO E ANÁLISE DOS DADOS ................................................................23
4.1 Conhecimentos sobre o câncer .....................................................................................................25
4.2 Conhecimentos sobre as formas de tratamento ............................................................................25
4.3 Conhecimentos sobre a quimioterapia .........................................................................................26
CAPÍTULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................28
REFERÊNCIAS .........................................................................................................................................30
APÊNDICE ..................................................................................................... Error! Bookmark not defined.
CAPÍTULO I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
11
1.1 Sobre o tema
No Brasil a estimativa para o ano de 2014, também válida para o ano de 2015, aponta
para a ocorrência de aproximadamente 576 mil casos novos de câncer. Já no estado do Pará os
dados apontam cerca de 8.630 novos casos da doença (BRASIL, 2014). No âmbito estadual
destaca-se o aumento da incidência dos cânceres de próstata e de estômago na população
masculina e de mama e colo do útero na população feminina (BRASIL, 2011). Esses dados
reforçam a magnitude do problema do câncer no país e no Pará, e direcionam para a necessidade
de intensificações de ações de educação em saúde.
Dada a relevância deste sério problema de saúde pública, destaque deve ser reservado
às modalidades terapêuticas para o seu controle. Dentre estas, a quimioterapia sobressai-se como
uma das mais promissoras e importantes maneiras de combater o câncer. Para Bonassa e Gato
(2012, p. 1), “a quimioterapia antineoplásica, ou seja, a utilização d agentes químicos, isolados ou
em combinação, com o objetivo de tratar tumores malignos [...] é uma modalidade de tratamento
sistêmico da doença que contrasta com a cirurgia e radioterapia”
Além disso, para as autoras supracitadas, devido os efeitos tóxicos indesejáveis
produzidos pelos fármacos antineoplásicos, são comuns os tabus, as ideias preconcebidas e os
temores que desesperam os pacientes, afastando-os da possibilidade de cura. Assim, é
fundamental que o enfermeiro atue como multiplicador de informações corretas a respeito do
tratamento quimioterápico, dissipando dúvidas e desfazendo tabus, temores e preconceitos de
pacientes oncológicos, lançando mão de ferramentas essenciais às suas práticas diárias, como os
recursos tecnológicos (cartilhas, foders, livretos, panfletos, etc) facilitadores da relação
profissional – paciente.
O enfermeiro ao fazer uso de tecnologia educativa, utilizando-se de diferentes
estratégias pedagógicas e de comunicação, põe em prática uma função intrínseca à sua formação:
o papel de educador. Assim, destaca-se a relevância do presente estudo uma vez que o mesmo
refere-se à criação de tecnologia educativa em saúde para pacientes oncológicos em tratamento
quimioterápico, onde através do material informativo pretende-se orientar os pacientes acerca do
processo patológico do câncer e às modalidades terapêuticas existentes, especialmente a
quimioterapia antineoplásica.
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
12
1.2 Justificativa
O interesse em produzir tecnologia educativa em saúde destinada para pacientes com
diagnóstico de doença oncológica surgiu tendo como base o iminente início das atividades da
Unacon (Unidade de Atendimento de Alta Complexidade em Oncologia) no município de
Tucuruí - PA, construído nas dependências externas do seu suporte hospitalar, o HRT (Hospital
Regional de Tucuruí). As atividades têm previsão de início para 2014 e, inicialmente, será
realizado tratamento quimioterápico em nível ambulatorial, exigindo da equipe de enfermagem
qualidade e eficiência nos serviços prestados.
Autores como Soffiatti (2000) dizem que, após o diagnóstico de câncer, diante da
perspectiva de iniciar uma terapia quimioterápica, o paciente necessita que o enfermeiro, mais do
que nunca, mostre-se presente, ensinando e orientando as mudanças na prática diária,
incorporando novos cuidados, rotinas e desafios. Múltiplas são as mudanças que deverão ocorrer
no cotidiano da vida desse paciente e ele precisa ser apoiado e orientado especialmente quanto: a
dinâmica do tratamento quimioterápico, os efeitos colaterais esperados, a importância do
comparecimento nos dias marcados para as aplicações e para os retornos ambulatoriais, como
refere Frias (apud SOFFIATTI, 2000). À medida que o paciente se apropria de conhecimentos
acerca de sua doença e do tratamento amplia sua adesão ao mesmo e diminui seu estresse, o que o
fortalece e capacita para enfrentar a doença.
Assim, é clara a necessidade e importância do uso de ferramentas que possam
colaborar com a assistência de enfermagem aos pacientes em quimioterapia, pois, os materiais
educativos oferecidos a esta clientela destacam-se como mais um recurso para o esclarecimento
de dúvidas, o encorajamento e o enfrentamento da doença e tratamento proposto, bem como para
a difusão do conhecimento sobre o tratamento quimioterápico.
Sobre este aspecto, Moreira, Nóbrega e Silva (2003, p. 185) corroboram relatando
que “o material escrito é um instrumento que facilita o processo educativo uma vez que permite
ao leitor, destinatário da comunicação, uma leitura posterior possibilitando-lhe a superação de
eventuais dificuldades, através do processo de decodificação e de rememorização”.
Diante do exposto, é possível inferir que o processo educativo proposto por este
trabalho poderá contribuir positivamente para o enriquecimento das consultas de enfermagem
realizadas pelo enfermeiro, pois deverá incentivar os profissionais a trabalharem com a prática da
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
13
aprendizagem colaborativa, crítica e reflexiva dentro de um contexto educativo. Além disso,
contribuirá para a obtenção de resultados favoráveis no tratamento de pacientes que serão
atendidos na Unacon Tucuruí, pois acredita-se que um paciente bem informado, que compreende
o que está acontecendo com sua saúde e o porquê de todas as ações e procedimentos realizados,
tende a aderir mais facilmente à terapêutica instituída, resultando em melhoria de sua qualidade
de vida e em maiores possibilidades de cura.
1.3 Problematização
Atualmente verifica-se o aumento da incidência de mortes por neoplasias no Brasil
(BRASIL, 2008). Paralelamente a esse aumento observa-se a baixa aderência e/ou abandono aos
regimes terapêuticos propostos. Em relação ao tratamento quimioterápico, de acordo com
Soffiatti (2000), isso ocorre porque a notícia de necessidade de terapia quimioterápica
antineoplásica é recebida pelo paciente como um choque, em consequência da situação de
desconhecimento do processo patológico e terapêutico.
Diante do impacto do diagnóstico, os pacientes e familiares chegam abalados para a
consulta de enfermagem em oncologia. Neste momento, percebe-se que há maior dificuldade em
assimilar de forma eficiente as informações transmitidas verbalmente. Com isso, esses pacientes
enfrentam muitos questionamentos relacionados com um novo conviver e adaptação às condições
impostas pela rotina do tratamento quimioterápico, assim precisam de mais tempo e suporte
educativo para processarem tantas mudanças. Verifica-se, dessa forma, que a educação em saúde
constitui-se em aspecto extremamente relevante para essa fase de adaptação.
Tendo como base o problema descrito e ainda considerando a atual estruturação dos
serviços de enfermagem que serão desenvolvidos na Unacon Tucuruí pela direção e profissionais
atuantes no HRT (no qual estão incluídos os programas de educação em saúde), evidencia-se o
potencial da troca comunicativa e a necessidade de um material educativo impresso que subsidie
esse processo comunicacional. Assim, as informações verbais dadas pelo enfermeiro durante as
consultas poderão ser levadas pelos pacientes e familiares, de forma a contribuir para a extensão
do processo educativo para além da área hospitalar.
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
14
1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivo geral
Elaborar material educativo na forma de cartilha com orientações destinadas a pacientes que
realizarão tratamento quimioterápico ambulatorial na Unacon do município de Tucuruí.
1.4.2 Objetivos específicos
 Abordar de forma clara e em linguagem de fácil compreensão os principais temas
geradores de dúvidas ao público alvo relacionados ao câncer e à quimioterapia antineoplásica;
 Apresentar à direção do HRT o material educativo para posterior validação do
mesmo e sua incorporação às consultas de enfermagem que serão realizadas na Unacon Tucuruí;
 Oferecer aos enfermeiros que atuarão na Unacon Tucuruí um instrumento de
cunho científico para facilitar e subsidiar suas ações junto aos pacientes oncológicos em
tratamento quimioterápico.
CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
16
2.1 O câncer e a quimioterapia antineoplásica
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 tipos diferentes de doenças que
têm em comum o crescimento desordenado de células anormais com potencial invasivo.
Ademais, sua origem se dá por condições multifatoriais, que podem agir em conjunto ou em
sequência para iniciar ou promover a carcinogênese (BRASIL, 2014).
As opções de tratamento oferecidas aos pacientes oncológicos deverão ser baseadas
em metas realistas e tangíveis de acordo com cada tipo de câncer. Como terapêutica são
utilizadas a cirurgia e a radioterapia, como modalidade de tratamento localizado, e a
quimioterapia antineoplásica e terapias que utilizam moduladores genéticos, como métodos de
tratamento sistêmicos (SMELTZER et al, 2009).
Segundo Soffiatti (2000), o conceito de quimioterapia para as mais variadas
neoplasias tem sua origem há, pelo menos 1.500 anos, remontando às civilizações egípcia e
grega. A partir do final do século XIX, com a descoberta e sintetização de novas drogas e sua
associação houve o vislumbre de encarar o câncer como uma doença potencialmente curável. Em
contraposição a esta evolução na pesquisa, os pacientes ficaram sujeitos a uma exposição a doses
maciças de medicações citotóxicas que podem desencadear efeitos adversos dos mais variados,
inclusive com risco de morte. Isto levou à reflexão de levar em consideração os riscos e
benefícios.
Sobre os efeitos adversos que podem ser ocasionados por esta modalidade de
tratamento, dependendo do tipo de droga utilizada, Passos e Crespo (2011) listam os principais,
sendo eles: mielodepressão (leucopenia, trombocitopenia e anemia), alterações gastrintestinais
(náuseas
e
vômitos),
mucosite,
anorexia,
diarreia,
constipação,
cardiotoxicidade,
hepatotoxicidade, toxicidade pulmonar, neurotoxicidade, alterações na reprodução e sexualidade,
alterações metabólicas e do sistema renal e urinário, alterações de pele e anexos (local: drogas
irritantes e vesicantes; sistêmica: eritema, urticária, hiperpigmentação, fotossenssibilidade,
alterações nas unhas), alopecia, fadiga.
Outro aspecto relevante que a equipe de enfermagem deve estar atenta em relação à
administração de antineoplásicos refere-se ao risco de extravasamento de quimioterápicos, que é
o “escape de drogas do vaso sanguíneo para os tecidos circunjacentes” (BONASSA; GATO,
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
17
2012, p. 393). Assim, há a necessidade de observação severa quanto ao aparecimento dos sinais e
sintomas deste risco e, especialmente, quanto à adoção de medidas de prevenção.
No que se refere à classificação da quimioterapia em relação ao grau de neoplasia,
tipo de tumor e comprometimento geral do paciente, Oliveira (2011) expõe que esta modalidade
pode ser do tipo curativa, paliativa, potencializadora, neo-adjuvante, adjuvante. Já em relação à
classificação das drogas antineoplásicas, Passos e Crespo (2011) referem que podem ser do tipo
vesicante (capaz de causar dor, inflamação e flictemas no local, podendo levar à morte e necrose
tissular), esfoliante (capaz de causar inflamação e desprendimento da pele), irritante (capaz de
causar inflamação, irritação ou dor), inflamatória (capaz de causar inflamação leve ou moderada),
neutra (não causa inflamação ou danos). Informações estas de extrema relevância para o
conhecimento da equipe de enfermagem.
Diante da complexidade que envolve o uso de quimioterápicos, é imprescindível que
os pacientes submetidos a esta modalidade terapêutica estejam totalmente informados acerca das
questões inerentes ao tratamento. Para tal, o enfermeiro é considerado elemento-chave na difusão
do conhecimento, sendo que este profissional deve estar preparado e capacitado para atender às
necessidades da clientela oncológica e tornar mais fácil o enfrentamento deste sério problema de
saúde pública.
2.2 A educação em saúde no tratamento quimioterápico
A educação em saúde representa um importante instrumento facilitador para a
capacitação da comunidade, contribuindo para a promoção da saúde, mudança de comportamento
e estimulação do autocuidado (SOUSA, 2012). Para este autor, abordagens mais modernas têm
destacado o uso da tecnologia educativa na saúde, onde a tecnologia se manifesta como objetos e
recursos antigos e atuais (como os materiais educativos/informativos) que têm a finalidade de
aumentar e melhorar o tratamento e o cuidado por meio da prática em saúde, manifestando-se
também na forma de conhecimentos e habilidades em saúde associadas com o uso e a aplicação
dos recursos e objetos usados pelos profissionais.
Nesta perspectiva, define-se material educativo impresso como folhetos, panfletos,
folder, livreto, cartilha, cuja proposta é proporcionar informação sobre promoção da saúde,
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
18
prevenção de doenças, modalidades de tratamento e autocuidado (MOREIRA; NÓBREGA;
SILVA, 2003).
Kaplún (apud Sousa, 2012, p. 26) complementa as ideias expostas quando refere que
o desenvolvimento de atividades educativas, bem como a construção e validação de
tecnologias voltadas à promoção da saúde de indivíduos e coletivos tem sido uma
constante entre as ações de enfermagem ao longo dos anos. Deste modo, destaca-se a
importância da tecnologia educativa como instrumento mediador de mudança de
comportamento no campo da educação em saúde. A partir desse entendimento, observase uma variedade de materiais educativos que são empregados no cotidiano das práticas,
a exemplo de cartazes, folders, manuais, cartilhas, vídeos, com o objetivo de auxiliar na
adoção de posturas mais salutares. Estes materiais não só ofertam informação, mas
também facilitam a experiência do aprendizado, e de mudança, podendo proporcionar
práticas para o autocuidado.
O processo de educação quando aplicado nas consultas de enfermagem ao paciente
oncológico em quimioterapia proporciona um momento de troca de experiência entre o usuário e
profissional de saúde e, consequentemente, redução da ansiedade relacionada ao tratamento.
Além disso, contribui para dirimir outras dúvidas comuns que ocorrem neste período, objetivando
a superação do paciente para que ele possa conviver com a doença e a terapêutica instituída.
Neste momento, a oferta de um material informativo, como uma cartilha, é considerada uma
ótima estratégia utilizada pelo enfermeiro para que o conhecimento adquirido ali seja garantido
mesmo após o paciente ter saído do ambulatório de quimioterapia.
Para o desenvolvimento desse tipo de material educativo Sousa (2012, p.14) fala que:
“é necessária uma abordagem com uma linguagem acessível para facilitar o entendimento e
cooperação no tratamento, incentivando o paciente a enfrentar as mudanças advindas com a
doença e a alcançar o bem-estar (...)”. Além disso, para Moreira, Nóbrega e Silva (2003) um
material bem escrito ou uma informação de fácil entendimento melhora o conhecimento e a
satisfação do paciente, desenvolve suas atitudes e habilidades, facilita-lhes a autonomia, promove
sua adesão, torna-os capazes de entender como as próprias ações influenciam seu padrão de saúde
e favorece sua tomada de decisão.
Assim, apesar de algumas restrições e limitações para o uso de material impresso
devido a baixa escolaridade de determinada parcela populacional, esse recurso é amplamente
utilizado para se veicular mensagens de saúde e para se facilitar o processo ensino-aprendizagem
no contexto oncológico. Ademais, essa estratégia é capaz de estimular o paciente e seu familiar a
deixarem o papel de sujeitos passivos e passarem a interagir com a equipe expondo dúvidas,
angústias e sentimentos durante o tratamento.
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
19
CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
20
3.1 Tipo de produto
O produto gerado por este estudo constitui-se em um material educativo, portanto, a
tecnologia que melhor define o resultado é a Tecnologia de Educação.
Prado et al (2009) referem que as tecnologias de educação apontam formas de
colaborar com a formação de uma consciência para a vida saudável. Ainda, enriquecendo a ideia
deste estudo, os mesmos autores citam as tecnologias de processos de comunicação, sendo os
meios utilizados pelos profissionais como forma terapêutica e na prestação de informações.
Assim, ao se fazer uso das tecnologias de comunicação não verbal, nesse caso a
escrita, é possível contribuir com a disseminação de informações que certamente irão auxiliar
terapeuticamente para um viver mais saudável dos pacientes oncológicos em tratamento
quimioterápico. Além disso, esse material será mais uma ferramenta para auxiliar os profissionais
em suas práticas educativas.
3.2 Local de aplicação do produto
O material educativo elaborado será aplicado na Unacon do município de TucuruíPA, localizada à Avenida dos Amazônidas, s/n – Vila Permanente.
Entende-se por Unacon o hospital dotado de instalações físicas, condições técnicas,
equipamentos e recursos humanos adequados à prestação de assistência especializada de alta
complexidade para o diagnóstico e tratamento das neoplasias mais prevalentes no país, como os
cânceres de colo de útero, mama, próstata, estômago, cólon e reto (BRASIL, 2008).
A instituição será referência de atendimento para a população residente nos
municípios da região do lago formado pela usina hidrelétrica de Tucuruí, contribuindo
principalmente para o equilíbrio da demanda e assistência oncológica no Pará, que, atualmente,
sobrecarrega a capital. Ainda, funcionará em regime ambulatorial, nos turnos da manhã e da
tarde, de maneira que os pacientes com necessidade de atendimento de urgência e emergência
fora do horário habitual serão recebidos no HRT, o suporte hospitalar da Unacon.
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
21
Com início das atividades previsto para 2014, a unidade, inicialmente, oferecerá
apenas tratamento quimioterápico aos pacientes oncológicos. A ala destinada à quimioterapia
apresenta disponibilidade de 13 poltronas para a acomodação dos pacientes durante a infusão dos
quimioterápicos, sendo 02 destas de emergência.
A construção deste trabalho se deu entre os meses de novembro de 2013 e maio de
2014.
3.3 Sujeitos-alvo
O produto deste estudo será destinado tanto aos pacientes adultos com diagnóstico de
câncer que realizarão tratamento quimioterápico ambulatorial na Unacon Tucuruí quanto aos
profissionais enfermeiros que estarão envolvidos no atendimento a esses pacientes.
Pacientes com indicação para outras modalidades terapêuticas serão redirecionados
para outras unidades de tratamento no Estado.
3.4 Técnicas de coleta de dados
Para que os objetivos propostos por este trabalho fossem atendidos, realizou-se uma
revisão da literatura científica sobre o tratamento quimioterápico antineoplásico e materiais
educativos em saúde. Camelo et al (2009) assinalam que a principal vantagem da pesquisa
bibliográfica reside no fato de que ela permite investigar uma ampla gama de fenômenos por
meio da busca em materiais já elaborados, possibilitando o aprimoramento de ideias e conceitos.
A fim de identificar os textos que abordem o tema em questão, foram coletados dados
por meio de instrumentos como livros didáticos; manuais/protocolos de outras instituições,
monografias; sites especializados, como o do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e de outros
hospitais que lidam com o tratamento do câncer; e artigos científicos nacionais disponíveis na
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas seguintes bases: Scientific Electronic Library Online
(Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). Para a busca
dos artigos foram utilizados os seguintes descritores: câncer, quimioterapia antineoplásica,
tecnologia educativa em saúde, cartilha educativa, orientações para quimioterapia.
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
22
3.5 Análise dos dados
Durante a pesquisa para a elaboração da cartilha foram selecionados 03 livros
didáticos, 05 manuais/protocolos de outras instituições e 01 monografia.
Posteriormente, procedeu-se à leitura cuidadosa com análise do material selecionado,
extraindo os conteúdos de interesse e os agrupando por eixos temáticos, conforme o que se
pretendia abordar na construção do material educativo. Num segundo momento buscou-se
adequar a linguagem científica para a mais próxima do entendimento da população leiga,
objetivando apresentar de forma clara e objetiva as informações. Um terceiro momento foi a
análise crítica e reflexiva acerca da forma com que os conteúdos preparados seriam organizados e
a lógica de sua apresentação, o que é melhor discutido no próximo capítulo.
A cartilha foi confeccionada utilizando-se o programa Microsoft Power Point 2010.
3.6 Procedimentos éticos
A realização deste trabalho teve como resultado a geração de um produto educativo,
portanto, por não se tratar de uma pesquisa com seres humanos, o projeto não foi submetido ao
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e não foram utilizados dados relativos aos sujeitos ou
descrições sobre as situações assistenciais.
Apesar disso, obedeceu-se o respeito às citações dos autores consultados para a
elaboração do projeto e produto final.
CAPÍTULO IV – RESULTADO E ANÁLISE DOS DADOS
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
Neste tópico serão apresentados e analisados os dados filtrados a partir da leitura
do material selecionado, partindo do pressuposto da necessidade de conhecimento dessas
orientações pelos pacientes oncológicos que serão atendidos na Unacon Tucuruí. Para facilitar
a criação da cartilha educativa, os conteúdos de interesse foram extraídos e organizados nas
seguintes categorias:
1- Conhecimentos sobre o câncer;
2- Conhecimentos sobre as formas de tratamento;
3- Conhecimentos sobre a quimioterapia.
Optou-se por iniciar a cartilha com uma apresentação do material, a fim de que os
pacientes se familiarizem com as informações que irão receber ao realizarem a leitura e
conheçam o objetivo do seu fornecimento. Além disso, a presença do sumário facilita a
observação e busca dos temas tratados na cartilha.
É válido enfatizar que foi adotada uma linguagem simples e coloquial para a
elaboração do material educativo, pois acredita-se que a “produção de um material didático
precisa ser cuidadosa em relação à linguagem de seus textos, qualquer que seja o nível do curso
ou grau de escolaridade de seu público-alvo” (SOUZA, 2012, p.41).
Nesse contexto, Salles e Castro (2010), apontam que o enfermeiro tem a
responsabilidade de prestar informações claras aos pacientes oncológicos ou aos seus
responsáveis, sempre considerando os diferentes níveis de escolaridade e conhecimento de cada
um, oferecendo alternativas terapêuticas e de cuidado, mostrando os riscos e benefícios inerentes
a cada uma delas e certificando-se de que houve a compreensão dos conteúdos prestados, o que
pode ser facilitado pelo uso de material informativo.
Utilizou-se, ainda, a estratégia de interação com o leitor, pois, como refere o autor
supracitado, é necessário aproximar ao máximo o público-alvo com os assuntos abordados,
sempre na intenção de atraí-los para um diálogo, utilizando-se de expressões como “você sabe
como se cuidar?”, “atenção”, “lembre-se”, “importante saber”, etc., de maneira que estas além de
chamar a atenção do leitor, proporciona maior adesão à tecnologia educativa.
Figura 01: Estratégia de interação com o leitor –
“Importante Saber”
Figura 02: Estratégia de interação com o leitor –
“Lembre-se”
24
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
4.1 Conhecimentos sobre o câncer
Esta categoria corresponde à página 04 da cartilha e reúne informações práticas
sobre a definição do câncer, tipos de câncer e principais fatores de risco.
A importância de o paciente saber mais sobre sua patologia, qualquer que seja ela,
está no fato de que o conhecimento é capaz de desmitificar crenças, tabus e ideias
preconcebidas, favorecendo o sucesso do tratamento. Complementando esta temática, Sousa
(2012, p. 57) em seu trabalho sobre a Insuficiência Renal Crônica (IRC) diz que
o conhecimento sobre a IRC é importante para o desenvolvimento do autocuidado,
pois ajuda no tratamento e com isso preveni invalidez ou morte. O conhecimento
sobre a doença renal crônica (DRC), as necessidades de bem-estar e o tratamento
para esse agravo possibilita ao cliente: entendimento e aceitação, favorecendo
comportamentos de autocuidado; maior adesão às intervenções terapêuticas,
inclusive de enfermagem; diminuição das intercorrências durante o procedimento
dialítico e, consequentemente, promoção de sua qualidade de vida, mesmo
convivendo com a DRC.
Assim, constata-se que a falta de conhecimento por parte dos pacientes pode gerar
dificuldade na compreensão do tratamento e seus efeitos colaterais, bem como no
enfretamento da patologia, culminando muitas vezes no abandono do mesmo.
4.2 Conhecimentos sobre as formas de tratamento
Esta categoria corresponde à página 05 do material, e nela foram selecionadas
informações simples sobre a terapêutica do câncer, que, de acordo como Bonassa e Gato
(2012), é composta basicamente por três modalidades: a cirurgia (sendo o tipo de tratamento
mais antigo, objetivando eliminar o tumor e levar à cura, podendo ser associada à radioterapia
e quimioterapia), a radioterapia (na qual o tratamento é por meio da radiação, aplicada
diretamente na área afetada), e a quimioterapia (tratamento que utiliza agentes químicos com
a finalidade de destruir as células cancerígenas ou inibir seu crescimento e proliferação).
O enfermeiro, por estar em constante contato com o paciente, exerce um
importante papel de educador junto a ele, fornecendo-se informações relacionadas à
terapêutica proposta (BARBOSA; FILHO, 2008). Destarte, é essencial que o paciente tome
conhecimento de todas as possíveis formas de se tratar o câncer e saiba em qual(s)
modalidade(s) será submetido, pois o tratamento indicado para cada paciente vai depender das
características específicas do tumor que apresenta, sua localização, tamanho, presença ou não
de metástase (BONASSA; GATO, 2012).
25
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
4.3 Conhecimentos sobre a quimioterapia
Foram reunidos nesta categoria, correspondente às páginas 06 a 21, conteúdos
relativos à quimioterapia antineoplásica, como sua definição, tempo de tratamento, formas de
administração, efeitos colaterais, sinais e sintomas de alerta e outras orientações relevantes ao
sucesso do tratamento.
Bonassa e Gato (2012, p. 254) afirmam que “o paciente e seu cuidador devem ser
informados sobre todos os aspectos da terapia biológica ou antineoplásica, incluindo efeitos
físicos e psicológicos, reações adversas, riscos e benefícios”. Além da necessidade de serem
informados sobre esses aspectos, Costa e Leão (2011) sugerem que os pacientes em
tratamento quimioterápico devem ser estimulados ao autocuidado, pois, a quimioterapia é
uma forma de tratamento que causa diversas toxicidades no organismo humano, carecendo de
intervenção não apenas medicamentosa, mas também de cuidados que podem ser tomados
pelo próprio paciente.
O estudo realizado por Barbosa e Filho (2008) mostrou um déficit de
conhecimento no que se refere à quimioterapia e que as principais dúvidas dos pacientes
entrevistados eram sobre os efeitos colaterais da terapêutica, reforçando o fato de eles
interferirem na vida cotidiana. Além disso, deve-se levar em consideração que, com a
tendência atual da desospitalização, o tratamento quimioterápico é realizado nos serviços
ambulatoriais, e os efeitos colaterais acabam surgindo em casa, cabendo ao próprio paciente,
familiar ou cuidador realizarem os cuidados necessários (SALLES; CASTRO, 2010). Desta
maneira, sendo os efeitos colaterais uma das maiores causas de abandono do tratamento, fazse necessário propiciar informações direcionadas primordialmente ao seu controle.
Assim, levando em consideração o exposto e as informações contidas no material
educativo elaborado, o paciente em quimioterapia conhecerá os principais aspectos relativos
ao seu tratamento, com ênfase nos efeitos colaterais das medicações e, principalmente, saberá
o que fazer diante desses efeitos e quando procurar o serviço de urgência, sendo estas umas
das prioridades no tratamento oncológico: incluir o paciente em seu plano terapêutico.
A tabela a seguir apresenta, de forma simplificada, a estrutura física da cartilha de
orientações ao paciente em quimioterapia:
26
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
Tabela 01 – Estrutura da cartilha de orientações ao paciente em quimioterapia
TEMA
CONTEÚDO
Nº DE
PÁGINAS
Sumário
Temas tratados na cartilha e numeração das
páginas
01
Apresentação
Objetivos da cartilha
01
O que é o câncer?
Definição do câncer, principais tipos de
câncer no Pará e causas/fatores de risco
01
Quais as formas de
tratamento?
Definição das modalidades terapêuticas
atuais para o câncer
01
O que é quimioterapia?
Definição do tratamento medicamentoso
01
Como é aplicada a
quimioterapia?
Forma de administração dos quimioterápicos
01
Quais reações posso ter
durante o tratamento?
Principais reações e condutas: náuseas e
vômito; diarreia; intestino preso; sensação de
estomago muito cheio; alterações na pele e
unhas; queda de cabelos e pêlos do corpo;
alterações na boca; fraqueza, cansaço e
anemia; problemas com a coagulação;
infecção
09
Quando devo procurar um
hospital com urgência?
Sinais e sintomas de alerta
01
Dicas e orientações
importantes
Informações relevantes sobre o ciclo
menstrual, atividades sexuais, gravidez,
ingestão de bebidas alcoólicas, prática de
atividades físicas, terapias complementares,
preparo dos alimentos e proteção das veias.
04
Anotações
Espaço destinado às anotações, lembretes,
marcação do dia de administração do
quimioterápico.
01
Referências
Lista da literatura consultada
01
Fonte: Dados da pesquisa.
27
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
CAPÍTULO V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
28
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
29
O câncer vem sendo caracterizado como um grave problema crônico de saúde pública,
com caráter cada vez mais estigmatizante e associado frequentemente com os mais diversos fatores
deletérios ao ser humano.
Diante do cenário atual em que o atendimento oncológico ambulatorial está cada vez
mais difundido, este estudo mostrou a necessidade de somar esforços para garantir aos pacientes as
informações necessárias ao enfrentamento de sua patologia, respeitando, principalmente, sua
capacidade de compreensão, objetivando torná-los menos ansiosos e apreensivos sobre seu tratamento
e incentivando o autocuidado para a garantia da continuidade da assistência em casa.
Através dos meios de veiculação de notícias e mesmo pela experiência prática
profissional é notória a dificuldade e escassez de recursos físicos, humanos, estruturais e materiais na
maioria dos serviços de saúde, incluindo a oncologia. Isso põe em risco a prática educativa, tornandoa monótona, desestimulante e repetitiva para o profissional e para os pacientes. É neste ponto que é
evidenciada a relevância dos materiais educativos, pois eles favorecem o processo interativo entre
enfermeiro, paciente ou familiar, auxiliam no diálogo e proporcionam a valorização da humanização
da assistência.
Um ponto positivo verificado com este estudo foi a existência de vários materiais acerca
do tema em estudo, sejam eles pesquisas de campo ou manuais e protocolos disponibilizados por
diversas instituições de saúde que lidam com o tratamento do câncer. Cabe aos profissionais de saúde,
em especial ao enfermeiro, selecionar os conteúdos necessários e úteis aos pacientes oncológicos e
transmiti-los da maneira mais clara possível, sendo este o foco deste trabalho.
Tendo em vista os resultados obtidos, conclui-se que os objetivos propostos por este
estudo foram alcançados, sendo possível o desenvolvimento de sugestões para os gestores da Unacon
Tucuruí, a fim de contribuir para o processo de estruturação do serviço de enfermagem na unidade,
por meio das ações: após a aprovação da cartilha elaborada realizar o processo de validação da
mesma, por meio da avaliação pelo público alvo (tanto pacientes quanto os profissionais envolvidos);
elaborar programa de treinamento especializado para equipe de enfermagem, pois, é necessário que o
enfermeiro esteja capacitado para abordar todos os assuntos pertinentes junto ao paciente e atualizar
frequentemente a cartilha educativa; e criar comissões para a elaboração de outros manuais, normas,
rotinas e protocolos assistenciais relacionados à quimioterapia, a fim de padronizar as atividades
realizadas e orientar a população quanto ao serviço oferecido na unidade oncológica.
ANJOS, D. L. Tecnologia educativa em saúde para pacientes em quimioterapia antineoplásica ambulatorial.
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REFERÊNCIAS
BARBOSA, L. G.; FILHO, P. C. P. T. Conhecimento de pacientes oncológicos sobre a
quimioterapia. Cienc Cuid Saude, v. 07, n. 03, p. 370-375, jul-set, 2008. Disponível em: <http://
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abr. 2014.
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farmacêuticos. 4 ed. São Paulo: Atheneu, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva
(INCA). Estimativa 2014: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva.
Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa
2012: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2011. 118 p.
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para o controle do câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 3 ed. Rio de Janeiro:
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revisão de literatura. Rev. Eletr. Enf. Ribeirão Preto (SP), v. 11, n. 04, p. 1018-1025, 2009.
Disponível em: <http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n4/v11n4a28.htm>. Acesso em: 04 abr. 2014.
COSTA, R. B. C.; LEÃO, S. S. (orgs). Manual prático para consulta de enfermagem em
quimioterapia antineoplásica. Maceió: Edufal, 2011.
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OLIVEIRA, S. M. B. Manual prático para assistência de enfermagem na administração de
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PRADO, M. L. Produções tecnológicas em enfermagem em um curso de mestrado. Texto
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31
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<http://www.ufpi.br/subsiteFiles/picos/arquivos/files/TCC%20NOVO.pdf >. Acesso em: 20 de
fev. 2014.
APÊNDICE
Apêndice A – Cartilha de orientações ao paciente em quimioterapia
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34
35
36
37
38
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40
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