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CANAL MANDIBULAR: FREQUENCIA DE SUA BIFURCAÇAO EM
RADIOGRAFIAS PANORAMICAS DO ACERVO DA UNISUL DO ANO DE
2003 A 2013.
Michelle Bloemer Michels1; Glaúcia Faraco de Medeiros (orientadora)2
INTRODUÇÃO
O canal mandibular tem sido objeto de estudos para melhor entendimento da sua
localização, dimensões, relações com os e dentes e possíveis variações anatômicas
tendo em vista as possíveis complicações cirúrgicas relacionadas a problemas com sua
estrutura nervosa em procedimentos como inserção de implantes ou osteotomias 1 .
Para Langlais e colaboradores2 o canal mandibular pode ter variação em sua
forma, podendo apresentar-se ovalado, circular ou piriforme ou apresentar um segundo
canal mandibular, chamado de Canal Bífido.
Muitos cirurgiões desconhecem a presença desta alteração anatômica não
conseguindo visualizá-la nas tomadas radiográficas panorâmicas o que pode levar ao
erro no planejamento cirúrgico e por consequência complicações trans e pós cirúrgicas
3,4
.
A imagem na radiografia panorâmica pode auxiliar o cirurgião dentista na
identificação de variações anatômicas do canal mandibular contribuindo para a redução
dos problemas de técnicas anestésicas e ou acidentes cirugicos quer seja na remoção de
um dente ou colocação de implantes.
Palavra- chaves: canal mandibular. Bifurcação de canal. Radiografia panorâmica
OBJETIVOS
O objetivo do presente estudo foi verificar a presença de variantes anatômicas do
canal mandibular nas radiografias panorâmicas presentes na UNISUL do ano 2003 a
2013.
_____________________
1
Acadêmico de Odontologia da Unisul. Bolsista do PUIC.
Professora em Radiologia e Estomatologia da Unisul.
E-mail: [email protected]
2
MÉTODOS
De acordo com os critérios de inclusão: radiografias realizadas no período entre
2003 e 2013; e exclusão: radiografias que não atenderam ao controle de qualidade, 331
radiografias provenientes dos prontuários da Clínica de Odontologia da UNISUL
fizeram parte da amostra.
As radiografias foram analisadas pelo aluno pesquisador com o auxilio de um
negatoscópio de mesa iluminado com duas lâmpadas de 15 Watts utilizando-se uma
máscara preta ao redor da radiografia em ambiente com luminosidade apropriada. A
imagem radiográfica da mandíbula incluindo côndilo, ápices dos dentes na região
posterior, canal mandibular, forame mentual e base da mandíbula foram decalcadas em
uma folha de papel vegetal. A seguir a mandíbula foi analisada segundo a classificação
de Nortjé e colaboradores ³. Nas radiografias com presença de canal bífido foi utilizada
a classificação de Langlais e colaboradores 2.
A análise estatística descritiva dos dados foi realizada.
O projeto foi aprovado pelo CEP – UNISUL e registrado sob nº 12.305.4.02.III
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das 331 radiografias panorâmicas analisadas, 114 eram provenientes de
pacientes do sexo masculino enquanto 217 do sexo feminino.
De acordo com a classificação de Nortjé e cols³ a classificação mais
frequentemente encontrada foi a do tipo 4 (242 radiografias,73,1%). Ou seja, não foi
possível identificar o canal ou este apresentava-se duplicado ou assimétrico. Embora
este valor possa ser bem diferente do encontrada na literatura cujo resultado foi de
34,6% pode ser justificado por questões raciais5 pela falta do dente referência3.
Quando comparados os resultados de nossa pesquisa com os de outros trabalhos
publicados³, observa-se que percentual muito semelhante foi encontrado nos canais tipo
2 e tipo 3. Enquanto os resultados desta pesquisa evidenciaram 30,9% dos canais tipo 2
e 2,7% no tipo 3; trabalhos publicados demonstram 20,35% e 2,7% respectivamente³.
Com relação a variável sexo segundo Nortjé e cols³ observou-se que 13,6% das
mulheres apresentavam canal mandibular do tipo 2 (canal único, intermediário). Os
canais bífidos foram classificados segundo Langlais e cols2. Apenas 13 (5,3%)
radiografias apresentaram bifurcações valor superior ao encontrado por Nortjé e cols³,
em 1978; 0,9% em 3612 radiografias e por Langlais e cols.², 57 casos (0,95%) em 6 mil
radiografias panorâmicas; mas muito próximo ao encontrado por de Durst & Snow6
que de 1024 radiografias panorâmicas encontraram 85 (8,3%)
bifurcações. Tal
diferença entre os nossos achados e os de Langlais e cols.2 pode ser decorrente do
tamanho reduzido de nossa amostra.
Da mesma forma que Zografos e cols7 não encontramos diferença estatística
entre os sexos segundo a classificação de Langlais e cols2 .
CONCLUSÕES
Os resultados da pesquisa indicaram que a maioria dos canais mandibulares
possuem assimetria, estão ausentes ou duplicados. Sendo que a duplicação foi muito
pouco observada.
REFERÊNCIAS
1. Madeira MC. Anatomia da face. São Paulo: Sarvier, 1995
2. Langlais RP, Broadus R, Glass BJ. Bifid Mandibular canals in panoramic
radiographs. JADA. 1985; 110(6): 923-6.
3. Nortjé CJ, Farman AG, Grotepass FW. Variations in the normal anatomy of
the inferior dental (mandibular) canal: a retrospective study of panoramic
radiographs from 3612 routine dental patients. Br J Oral Surg. 1977;
15(1):55-63.
4.
Neves SF, Anatomical variations of the mandibular canal in panoramic
radiographs: report of clinical cases. Int J Dent, Recife, 8(1): 45-49,
jan./mar.,2009;
5. Heasman PA. Variation in the position of the inferior dental canal and its
signifi cance to restorative dentistry. J Dent. 1988;16(1):36-9.
6. Durst JH, Snow JE. Multiple mandibular canals oddities or fairly common
anomalies? Oral Surg Med Oral Pathol. 1980; 49(3):272-3.
7. Zografos J, Kolokoudias M, Papadakis E. The types of the mandibular canal.
Hell Period Stomat Gnathopathoprosopike Cheir. 1990; 5(1):17-20.
FOMENTO
O trabalho teve a concessão de Bolsa pelo Programa de Iniciação de Pesquisa da
UNISUL. PUIC- UNISUL.
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