Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder Florianópolis, de 25 a 28 de agosto de 2008 Cinema e literatura: dois produtos culturais que constroem um discurso Daniela Garces de Oliveira (PUCRS); Sandra da Silva Careli (FAPA) Cinema, literatura, masculino, feminino, discurso ST 52 – Gênero em cena – abordagens da feminilidade e da masculinidade através do cinema e da literatura As investigações dos discursos de produtos culturais como cinema e literatura passam pela abordagem das concepções que os conceberam. Pensar o cinema apenas como arte ou somente como técnica pode causar o empobrecimento deste aporte cultural. No entanto defini-lo como mistério, na explicação de Godard é admitir os múltiplos discursos e olhares que a linguagem fílmica produz. Porém dentro dessa definição há algumas limitações. Godard propõe o mistério do cinema, sem no entanto aprofundar o discurso fílmico em sua análise1. Travestido pelo mistério, o cinema, na concepção de Godard estaria em outra esfera, subjetiva, imune a qualquer materialidade ou explicação que não a misteriosa realidade fílmica. Em posição diferenciada, Metz afima: [...] o filme tradicional se quer história, não discurso. Porém ele é discurso, se referido às intenções do cineasta, às influências que exerce sobre público, etc.; e é próprio desse discurso, o princípio mesmo de sua eficácia enquanto discurso, justamente apagar as marcas da enunciação e se disfarçar em história. O tempo da história, como se sabe, é sempre o “consumado”; assim também, o filme de transparência e narração plenária repousa em uma negação da falta, da busca, a que ele nos reenvia por sua outra face (sempre mais ou menos retrocessiva), sua face farta e repleta: realização formulada de um desejo não formulado.2 As palavras, os signos, a razão de certas tomadas em detrimento de outras, a escolha do diretor pode ser um sintoma de realidade. Sempre que se aponta a câmera para algum lugar você escolhe uma narrativa e não outra. As imagens em movimento passam por essa narrativa que representa o estoque de imagens que o sujeito tem armazenado. Entretanto, as formulações que caracterizam as narrativas dos filmes não são menos importantes do que a receptividade do espectador. Este espectador às vezes percebe o filme já num estado onírico. É na projeção que esse espectador percebe o estoque de imagens. Para além das imagens, o imaginário. E aqui nos utilizamos o conceito de Deleuze para imaginário, para quem imagem, imaginário, imaginação pertencem à representação de um objeto ou a reprodução mental de uma sensação3. Ainda falando da condição do espectador, relacionando a sua percepção ao estado onírico, pode-se colocar em relevo que é no sono, ou nesse estágio de percepção-alucinação que o poder de crítica pode estar em baixa. Porém há um controvertido elemento: o estímulo real. No estado 2 fílmico você recebe estímulos reais, mesmo que seu estágio seja comparado ao sono. Ainda que sua crítica esteja prejudicada pela imersão, há como perceber os tons que definirão as narrativas baseadas na elucidação do diretor. Ora, para que serve essa realidade? Poderíamos responder essa questão delimitando fronteiras dos ordenamentos da sociedade que passam por essa realidade. Os discursos sobre o feminino e o masculino passam por essa realidade, passam pelos olhares da sociedade, passam pelo olhar que foi construído pelo diretor através desses dois sujeitos. Todavia nesses apontamentos iremos tentar perceber como na linguagem literária e na linguagem fílmica isso acontece. Nessa perspectiva esse artigo busca perceber as diferentes conexões entre cinema e literatura, seus distanciamentos e seus entrecruzamentos para que a partir dessas concepções possamos perceber como os discursos sobre o masculino e o feminino são compreendidos e consolidados. Para tanto usaremos como exemplo as obras de Billie August e de Isabel Allende. Foi sobretudo na abordagem de novos objetos que a história passou a analisar filmes. Em diálogo com outras áreas do conhecimento, como a psicologia, a filosofia e a psicanálise pretendemos perceber esse sujeito-espectador. Em consonância a essa tendência é possivel entender que é na linguagem fílmica que os sujeitos e seus papéis sociais são produzidos e no congelamento da imagem eternizados No advento da periodização de uma obra fílmica, nos discursos trazidos pelo cinema que evocavam uma época passou-se a entender abordagens literárias e abordagens fílmicas como metiê do historiador e a reconhecer seu valor histórico. Os domínios da história se alargaram, o olho do historiador precisava ser educado para novas perspectivas, principalmente no que tangenciava a imagem. Novas preocupações, novas perspectivas estão inscritas na história problema. O esforço de examinar documentos imagéticos, de estabelecer metodologia para tal intento faz parte das angústias vividas pelos historiadores que reivindicam visibilidade para outras documentações além das escritas. Sabe-se que literatura e cinema não são narrativas, puras e simples. Na literatura por vezes é fácil perceber a voz do narrador, porém cabe aqui estabelecer quais formas de escrita caracterizam algum apontamento como literatura. Mais que uma simples narrativa, a narrativa literária supõe uma qualidade rebuscada na escrita, pressupõe uma erudição para quem a constrói. É da ordem do imaginário a literatura. Contudo há alguns pontos que se deve colocar em relevo, um deles é que toda literatura é datada, há também àqueles que escrevem em seu tempo, mas só postumamente serão entendidos e, há aqueles que nunca o serão. Parafraseando Sartre que diz que “o escritor está em situações”, podemos também analisar a literatura como obra altamente subjetiva que também traz sua característica com as marcas das situações da escrita do autor, porém ainda produtora de discurso. Outro ponto a se considerar é que através da literatura podemos chegar a um passado ou 3 estabelecer paradigmas para os comportamentos de gênero. O pretérito da obra literária tem muitos sintomas de passado historicamente construído, com toda licença poética que lhe é possível, bem como nos discursos sobre o masculino e o feminino percebemos como esse prazer que é a leitura pode influenciar no comportamento de uma sociedade e gerar uma sensibilidade sobre esses sujeitos que a partir de vários elementos consolidam perfis. A imaginação, faculdade suprema do ser humano, tende a se manifestar mais ativamente nos romances. O ato de ler um romance abre espaço para que o imaginário se manifeste. Nesse caso, os sujeitos fazem parte de um estoque de imagens que fazem dos indivíduos construções nas quais estes podem se legitimar entre masculino e feminino. Merleau Ponty, para quem toda ciência se funda na percepção, quando fala da experiência da percepção no cinema, afirma: “[...] se agora, examinamos, o filme como um objeto a se perceber, podemos aplicar, em relação a isso, tudo o que acaba ser dito sobre a percepção em geral”4 e ainda que “[...] o sentido da imagem depende, então, daquelas que a precedem no correr do filme e a sucessão delas cria uma nova realidade, não equivalente à simples adição dos elementos empregados”5 O autor teoriza que cada um ao sentar e assistir a um filme o perceberá diferentemente. Portanto, na ordem da percepção há elementos demasiado subjetivos que irão se deparar com a percepção de cada um. Entrementes a percepção de cada cinéfilo produzirá diferentes discursos, os quais alguns podem se perpetuar. Merleau-Ponty ainda vai diferenciar o cinema da literatura dizendo: Daí concebe-se muitas vezes o filme como sendo a representação visual e sonora, a reprodução mais possível de um drama, o qual a literatura somente poderia sugerir com palavras, enquanto o cinema tem a sorte de poder fotografar. O equívoco se mantém porque existe, deveras, um realismo fundamental pertinente ao cinema: os intérpretes devem atuar com naturalidade, a direção deve ser a mais verossímil dentro das possibilidades, pois a “pujança do realismo proporcionada pelo cinema”, diz Leenhard, é “tal, que a menor estilização seria destoante”. Porém isso não implica estar o filme destinado a nos fazer ver e ouvir o que veríamos e ouviríamos caso assistíssemos de verdade à história que ele nos conta, nem, por outro lado, ser uma história edificante que sugere alguma concepção geral da vida.6 Percebe-se que Merleau-Ponty não advoga as questões pelas quais nos debruçamos nesses apontamentos, há para esse autor a concepção de cinema como arte mais complexa que a literatura, porém é nesse autor que o elemento percepção aparece com significações para nosso intento. No entanto essa percepção se mostra sim em conceber discursos que deveras oprimem e criam papéis para cada indivíduo e que nos fazem verificar o real através da percepção. Enquanto na literatura há uma ambiente pelo qual somos guiados a sentir os personagens de uma obra, o cinema envolve todos os sentidos e preenche sensações com imagem e som. São imaginários diferentes que preenchem sentidos diferentes, daí o princípio também de analisá-los de forma distinta. 4 A marca, explícita ou implícita, dos discursos sobre papéis femininos e masculinos na história, literatura ou cinema são fontes para pensar os sujeitos construídos. Para tanto é necessário compreender as diferenças essenciais desses instrumentos portadores de historicidade, relacionados a imaginário e realidade. As verdades que estabelecemos com relação aos gêneros passam pelos produtos culturais do nosso tempo, entre os quais se coloca nosso estoque de imagens. A verdade que tecemos através dos anos está inscrita numa obviedade que nos foi sinalizada. A modernidade assinala a marca da opressão, pois é na modernidade que irão se criar as normas de condutas masculinas e sobretudo as femininas, e é na modernidade que irá se destinar a mulher o ambiente privado. É da ordem dos afetos que as vezes nos projetamos nos filmes, nas literaturas nas quais nos deparamos7. Portanto há que se dizer que essas vozes que ouvimos quando lemos, assistimos, colaboram para os sintomas dos discursos. Nas obras “A Casa dos Espíritos”, livro de Isabel Allende8 e filme de Billie August9, os discursos literários e fílmicos se cruzam. Porém devemos destacar suas diferenças, sabendo que são produtos culturais distintos e que se apresentam de modo antagônicos10. Parece claro se saber que uma obra literária não se traduz fielmente num filme, sobretudo pelo tempo, que no cinema teria outra concepção. Ora, o filme não pode ter na sua íntegra ambientes, personagens, eventos próprios de uma obra literária. As vezes até se percebe uma certa tentativa de se manter muitos elementos que sugerem fidelidade a obra. Porém não é o intento de um filme. Fazse necessário perceber quais supressões serão feitas pelo diretor e que estarão no cerne do discurso que busca implementar. No caso específico de “A Casa dos Espíritos” são claras as pretensões levadas a cabo por Billie August: pouco destaque às perspectivas políticas das personagens (feminismo, engajamentos sociais,...) e aos aspectos políticos do processo chileno inclusive subtraindo de personagens alusivos a personalidades do período (o “candidato”, Salvador Allende; o “líder do corpo militar”, General Pinochett e o “poeta”, Pablo Neruda)11. Em outras palavras Billie August opta por deixar a política, a história e o realismo mágico12 fora de sua adaptação. Já na obra de Allende o envolvimento das personagens com as questões políticas se coloca nos pequenos detalhes, como, por exemplo, nas ações das personagens femininas que com suas ações de “amor e compaixão” parecem conduzir os acontecimentos em direção ao socialismo13. Dessa forma Allende atribui às pequenas ações femininas no cotidiano um papel revolucionário e ativo que as lapida enquanto seres sociais Isso na obra literária está relacionado à purificação feminina sendo obtida pelo vivido a cada geração e expresso nos nomes das personagens: Nívea, Clara, Blanca e Alba. O olhar que o espectador terá sobre aquele momento histórico foi guiado pela adaptação que Billie August projetou nas telas. Diferente da autora que conduz a narrativa na perspectiva do realismo mágico e com um forte apelo político, a centralização da narrativa no filme foi focada na 5 perspectiva romântica das personagens. Necessário se faz considerar o direcionamento da obra cinematográfica para o mercado norte-americano, audiência pouco permeável a críticas ao envolvimento estadunidense em golpes e atitudes antidemocráticas que se verificaram na América Latina. Com vistas a esse mesmo público receptor, o diretor e roteirista introduziu na narrativa a concepção do “homem que se constrói pelos seus próprios meios”, perspectiva ideológica profundamente arraigada na identidade nacional norte-americana e base para várias ações individuais e políticas estatais verificáveis nessa nação, o que permite com mais facilidade a identificação dos espectadores ao discurso veiculado. Por questões temporais a adaptação da obra literária também se verificou no que se refere a abordagem das gerações em torno das quais a narrativa se desenrola. Das quatro presentes no livro apenas três são retratadas no filme14. Essa supressão cria inconsistências narrativas perceptíveis apenas à conhecedores do processo histórico chileno ou a leitores da obra literária. As marcas de gênero presentes nas duas narrativas apresentam distinções bem nítidas. Num primeiro aspecto se pode destacar as marcas de temporalidade na narrativa. Na obra literária a sucessão de tempo é marcada pelo arranjo geracional sendo esse frequentemente entremeado por numerosos “flash backs”. No filme a narrativa segue apenas a seqüência cronológica dos eventos. Um segundo aspecto a ser destacado, e complementar ao acima, se refere ao foco da narrativa. Enquanto na obra cinematográfica, a narrativa acompanha os eventos que marcam a vida de Esteban Trueba no livro essa é efetivada por personagens femininas - inicialmente por Clara depois por Blanca e por fim por Alba – permitindo o relato em uma perspectiva íntima e diretamente feminina. Segundo Davenport: Cada mujer en La casa de los espíritus se destaca del resto de su generación por su independencia. La novela es considerada una obra feminista en parte a causa del contraste que hace con Cien años de soledad de Gabriel García Márquez, novela que se trata del linaje de una familia importante a través de las historias de los hombres. En la obra de Allende, las vidas de los hombres giran alrededor de las vidas de las mujeres que constituyen el eje central del texto15. Uma terceira marca de gênero nas narrativas consiste na denuncia ao patriarcalismo da sociedade na qual as personagens coexistem. José Batista com relação a esse ponto defende que “O Chile, por ser de tradição patriarcal, desenvolveu uma cultura social de maior enfoque nos direitos e liberdade do homem. E Allende discute e questiona esta peculiaridade chilena”16. Junto a isso se encontra a forma como os papéis desempenhados por homens e mulheres são apresentados. Esteban Trueba é apresentado como racional, como poderoso latifundiário, patriarca da família com domínio sobre a materialidade, e Clara constituída como possuidora de liberdade espiritual e afetiva e com domínio sobre a casa e sobre suas emoções, sentimentos esses que não são compartilhadas com o marido. A questão da sexualidade discutida através do homossexualismo e da virgindade também se 6 faz presente. Enquanto no filme a questão da virgindade é tratada na perspectiva de honra que orienta os padrões culturais na área ibero-americana, no livro a perspectiva da libertação manifesta opção que envolve o corpo se faz presente: Rosa, Férula y Pancha García experimentan la virginidad como una condición física. Clara, Blanca y Tránsito Soto lo experimentan como una condición interna, asociada más con la integridad psíquica que la condición sexual. Las primeras representan la virgen sacrificada al altar del poder patriarcal. Rosa es envenenada accidentalmente por un enemigo ideológico de su padre Severo. Pancha es violada por Trueba, y Férula sacrifica su naturaleza apasionada por las restricciones sociales […] Clara, Blanca y Tránsito Soto, por otro lado, experimentan la virginidad como una condición completamente disociada del acto sexual. Las tres se entregan libremente a la sexualidad, Clara sin amor, Blanca sin preocupaciones de clase, y Tránsito Soto con ambición. [...] el estado virginal se asocia solamente con la independencia, la integridad y el afecto singular, florecen y continúan la historia. En esta forma Allende también desconstruye el enlace tradicional entre virginidad física y el valor de cambio de la mujer como mercancía sexual […]17. Esse texto buscou inicialmente, a partir de aporte teórico específico, discutir os pressupostos envolvidos na constituição dos discursos cinematográfico e literário, para por último exemplificar por meio das obras homônimas “A Casa dos Espíritos” as implicações dessas diferentes linguagens. Não se trata aqui de um juízo de mérito, mas no instigante mapear das implicações técnicas e ideológicas que permeiam tais construções. Bibliografia A CASA dos espíritos. Direção: Billie August. Produção: Bernd Eichinger. Intérpretes: Meryl Streep, Glenn Close, Jeremy Irons, Winona Ryder, Antonio Banderas, Vanessa Redgrave, Maria Conchita, Armin MuellerStahl, Jan Nicklas, Sarita Choudhury e outros. Roteiro: Billie Augus. [S.l.]: Bavarian Film, 1993. DVD, son., color. ALLENDE, Isabel. A casa dos espíritos. 14. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992. AUERBACH, Erich. Mimésis: la représentation de la réalité dans la littérature ocidentale. Paris: Gallimard, 1987. BACCEGA, Maria Aparecida. Palavra e discurso: história e literatura. São Paulo: Ática, 2003. BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. São Paulo: Hucitec, 2002. BARTHES, Roland. “Historie/littérature”. In: _____________. Sur racine. Paris: Le Seuil, 1963. BATISTA , José Geraldo. A identidade cultural na pós-modernidade. In: CONGRESSO DE LETRAS: discurso e identidade cultural, 5, 2005, Caratinga. Anais ... Caratinga: Centro Universitário de Caratinga, 17 e 21 de maio de 2005, p. 199-204. 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In: XAVIER, Ismail (org.) A experiência do cinema: antologia. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983, p. 143 8 ALLENDE, Isabel. A casa dos espíritos. 14. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992. 9 A CASA dos espíritos. Direção: Billie August. Produção: Bernd Eichinger. Intérpretes: Meryl Streep, Glenn Close, Jeremy Irons, Winona Ryder, Antonio Banderas, Vanessa Redgrave, Maria Conchita, Armin Mueller-Stahl, Jan Nicklas, Sarita Choudhury e outros. Roteiro: Billie Augus. [S.l.]: Bavarian Film, 1993. DVD, son., color. 10 Similitude que se pode estender a adaptações é “A Obra em Negro”, romance de Marguerite Youcernar e filme de André Delvaux, assim como “Os Sonhadores”, romance de Gilbert Adair e filme de Bernardo Bertolucci. Poderíamos citar outros tantos casos que ocorreram de adaptações. Porém aqui se foi citado apenas estes para exemplificar os fatores que limitam as obras em adaptações fílmicas. 11 DAVENPORT, Laura. Las testigos: la historicidad en las novelas de Isabel Allende, Laura Restrepo y Angeles Mastretta. In: CHRESTOMATHY: Annual Review of Undergraduate Research, School of Humanities and Social Sciences, School of Languages, Cultures, and World Affairs. Charleston: College of Charleston,, Volume 5, 2006, p. 104. 12 Por realismo mágico compreende-se a técnica narrativa que adiciona identidade cultural e misticismo para os acontecimentos que envolvem o texto ficcional e seus personagens. Nessa tendência literária a noção de tempo aparece distorcida. CASIANO, Cassandra. Isabel Allende’s the house of the spirits: from book to film. Tallahassee: Florida State University, 2005, p. 32. 13 Essa perspectiva foi aprofundada no trabalho de CASIANO, op cit., p. 26. 14 Nívea foi rapidamente abordada e caracterizada somente como uma dona de casa da elite de época. Blanca e Alba foram unificadas na figura da primeira, o mesmo acontecendo com o filho de Esteban Trueba e seu neto, Esteban Garcia. 15 DAVENPORT, op. cit., p. 109, grifos da autora. 16 BATISTA, José Geraldo. A identidade cultural na pós-modernidade. In: CONGRESSO DE LETRAS: discurso e identidade cultural, 5, 2005, Caratinga. Anais ... Caratinga: Centro Universitário de Caratinga, 17 e 21 de maio de 2005, p. 200. 2 8 17 FRASER, Barbara Kelly. El doble momento: la visión moral de la historia en la casa de los espíritus de Isabel Allende. Victoria: University of Victoria, 2001. 127f. Dissertação (Mestrado em Artes) - Department of Hispanic and Italian Studies, Victoria, p. 46-47.