Cazuza Por Tamara do Prado Verotti, aluna bolsista PET MEC/SESu – Agenor de Miranda Araújo Neto ou como é carinhosamente conhecido, Cazuza, nasceu no dia 4 de abril de 1958 em Ipanema, Rio de Janeiro. Filho de João Araújo (diretor da Som Livre) e Lúcia Araújo, foi e ainda é, um dos maiores artistas que já passaram pela música brasileira, marcando toda uma geração, com suas letras fortes que expressavam exatamente quem era: genioso, boêmio, doce, explosivo, usuário de drogas, bissexual, portador do vírus HIV, sentimental e principalmente, poeta. Filho único, criado por sua avó materna, Dona Alice, Cazuza cresceu apaixonado pelas artes. Amante declarado de literatura (destaque especial: Clarice Lispector, Drummond, Vinicius de Morais e Kerouac), de teatro e de música (Cartola, Dalva de Oliveira, Jimi Hendrix, Janis Joplin). Frequentou o Colégio Santo Inácio durante sua vida escolar e teve uma infância muito tranquila. Os dias de paz de seus pais chegaram ao fim quando Cazuza entrou na adolescência (em plena década de 70), quando “sexo, drogas e rock’n roll” passaram a ser o lema de toda uma juventude. Durante esse meio tempo, até meados dos anos 80, Cazuza via-se desconectado do mundo, sem saber ao certo o que gostaria de fazer (muito cobrado por seu pai neste quesito). Começou então a faculdade de Comunicação, mas não gostou, fez curso de fotografia nos EUA que não vingou, chegou a trabalhar na Som Livre ajudando seu pai, que no fim, também não deu certo. Porém, só em 1981, Cazuza encontrou algum sentido em sua vida. Ele conhece o então desconhecido, “Barão Vermelho” e foi “amor à primeira vista”, como costumava dizer. Então, partiu rumo ao sucesso... Com músicas como: “Todo amor que houver nessa vida”, “Pro dia nascer feliz” (regravadas por Caetano Veloso e Ney Matogrosso, respectivamente), “Bete balanço” e “Maior abandonado”, o Barão tornou-se um sucesso nacional, tendo seu ápice no Rock in Rio de 1985. Neste mesmo ano, Cazuza anuncia sua saída da banda, (alegando que não estava mais dando certo, que as prioridades dele e o do grupo eram diferentes) e dá início à sua carreira solo que, continuou brilhando, com sucessos como “Exagerado”, “Codinome BeijaFlor”, “Vida louca vida”, “O nosso amor a gente inventa”, “Brasil”, “Blues da Piedade”, “O tempo não para”, “Ideologia”, “Burguesia”. Contudo, como tudo que é bom dura pouco, a trajetória de Cazuza não seria diferente, foi extremamente curta, ocasionada por “viver intensamente”, como gostava de dizer. Com muitas drogas, orgias, e pouco cuidado com sua saúde, em outubro de 1987 descobre que é portador do vírus HIV começando logo em seguida seu tratamento em Boston (EUA) e São Paulo, até que no dia 7 de julho de 1990, aos 32 anos, o cantor morre no Rio de Janeiro, sendo enterrado no Cemitério São João Batista. Sua morte ocasionou uma comoção nacional muito grande e serviu de alerta para toda uma geração sobre os riscos de se fazer sexo sem cuidado. Assim, sua mãe, Lucinha Araújo, criou o Instituto “Viva Cazuza”, que visa dar apoio às pessoas portadoras de HIV do estado do Rio de Janeiro. Afinal, o poeta não morreu, ele está vivo em nossos corações.