Universidade do Estado de Santa Catarina Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica Doutorado em Engenharia Elétrica CAPÍTULO 1 MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA CONTROLE DE MÁQUINAS ELÉTRICAS (CME) Prof. Ademir Nied [email protected] Capítulo 1 - Máquinas de Corrente Contínua Introdução Modelagem Modelagem dinâmica Modelagem de regime permanente Controle da velocidade Exercício de aplicação 2 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO A Máquina de Corrente Contínua ainda encontra utilização como motor para acionamentos de velocidade controlada. Características positivas: 1. Desacoplamento inerente entre fluxo e conjugado 2. Controle simplificado da dinâmica da velocidade 3. Sistema linear Características negativas: 1. Máquina mais cara se comparada ao motor de indução 2. Presença de comutador e contatos deslizantes 3. Não podem ser aplicados em áreas classificadas – risco de explosão 4. Manutenção elevada 3 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Tanto geradores como motores usam a interação entre condutores em movimento e campos magnéticos (ou vice-versa) GERADORES ⇒ convertem energia mecânica em energia elétrica produzindo correntes em condutores que giram através de um campo magnético MOTORES ⇒ convertem energia elétrica em energia mecânica quando condutores que conduzem corrente são obrigados a girar por um campo magnético Assim, desde que haja movimento relativo entre condutor e campo magnético há produção de eletricidade A tensão obtida é conhecida como tensão induzida ou f.e.m. induzida e o processo para obtê-la é chamado indução 4 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO e = −N dφ (V ) dt φ = µHS µ = permeabilidade magnética do meio H = intensidade de campo S = secção da bobina 5 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO φ = µHS cosα ⇒ φ = Φ cosα ⇒ φ = Φ cos wt π e = NΦw sen wt = Emáx sen wt = Emáx cos( wt − ) 2 E = 4,44 NfΦ (valor eficaz) Portanto, o valor da tensão induzida depende dos seguintes fatores: Velocidade do condutor no campo magnético Intensidade do campo magnético Número de espiras 6 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Máquinas de Corrente Contínua As máquinas de corrente contínua, motores ou geradores, compõe-se, na grande maioria, de um indutor de pólos salientes, fixo à carcaça (estator) e um induzido rotativo semelhante ao indutor das máquinas síncronas de pólos salientes fixos e induzido rotativo Cortes esquemáticos de uma máquina de corrente contínua de 4 pólos: a) Corte transversal; b) Corte longitudinal 7 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO 8 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Gerador CC elementar com comutador 9 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO a) Distribuição espacial da densidade de fluxo no entreferro de uma máquina elementar CC; b) Onda da tensão entre as escovas 10 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Corte transversal de uma máquina CC de dois pólos 11 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO a) Desenvolvimento no plano da máquina CC; b) Onda de FMM; c) Onda equivalente em dente de serra da FMM, sua componente fundamental e a corrente retangular laminar equivalente 12 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO a) Seção transversal de uma máquina CC de quatro pólos; b) Planificação da corrente e da onda de FMM 13 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Solução baseada em Elementos Finitos para a distribuição do campo magnético em um gerador CC de pólos salientes: bobinas de campo excitadas, bobinas de armadura sem corrente 14 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO FMM da armadura e a distribuição de densidade de fluxo com as escovas na posição neutra e apenas a armadura excitada 15 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Distribuição da densidade de fluxo da armadura, do campo principal e da resultante com as escovas na posição neutra 16 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO 17 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO 18 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO 19 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO 20 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO 21 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO 22 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO 23 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO 24 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO 25 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Programas: - Princípio de geração em corrente alternada monofásica: acgera.exe - Comutação em máquinas de corrente contínua: MaqccV5.exe 26 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Representações esquemáticas de uma máquina CC 27 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Tensões retificadas de bobina e tensão resultante entre escovas em uma máquina CC – efeito de distribuir o enrolamento em diversas ranhuras 28 Capítulo 1 - INTRODUÇÃO Ligações do circuito de campo da máquina CC: a) excitação independente; b) em série; c) em derivação; d) composta 29 Capítulo 1 – MODELAGEM DINÂMICA Para reduzir a complexidade do problema da modelagem dinâmica, usualmente são assumidas as seguintes hipóteses simplificadoras: 1. As escovas são estreitas e a comutação é linear; 2. As escovas estão posicionadas de modo que a comutação ocorra quando os lados das bobinas de armadura estão na zona neutra, a meio caminho entre os pólos de excitação. Resultado => o eixo do campo da armadura é fixo e encontra-se em quadratura com o eixo do campo de excitação; 3. A saturação magnética é desprezada. Resultado => desconsideração do efeito desmagnetizante de reação da armadura. 30 Capítulo 1 – MODELO DE REGIME PERMANENTE A condição de regime permanente é uma situação onde as grandezas não apresentam variação temporal O modelo de regime permanente é desenvolvido a partir do modelo dinâmico do motor CC Desprezando a resistância de armadura, a velocidade do motor fica diretamente proporcional a tensão de armadura e inversamente proporcional a corrente de excitação => controle pela armadura e controle por enfraquecimento de campo Proteção contra ausência de excitação, do contrário o motor tenderá a alcançar velocidades elevadas provocando avarias no circuito da armadura 31 Capítulo 1 – CONTROLE DA VELOCIDADE A análise do sistema de equações de estados mostra que o motor CC com excitação independente caracteriza-se como um sistema linear perturbado pela carga => aplicação de métodos baseados na teoria do controle linear dão respostas dinâmicas absolutamente satisfatórias Desacoplamento natural entre o controle de conjugado e o controle do fluxo 32 Capítulo 1 – EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Um motor CC de 500 V, 100 HP, 2500 rpm e excitação independente tem os seguintes parâmetros: resistência de campo Rf=109 ohms, tensão de campo nominal Vf=300 V, resistância de armadura Ra=0,084 ohms, constante geométrica Kf=0,694 V/(A.rad/s). Considere que este motor CC esteja acionando uma carga cujo conjugado varia linearmente com a velocidade de modo que é igual ao conjugado nominal de plena carga (285 N.m) para uma velocidade de 2500 rpm. Assuma que o momento de inércia combinado do motor e da carga é igual a 0,92 kg.m2. A tensão de campo é mantida constante em 300 V. a) Calcule a tensão e a corrente de armadura requeridas para conseguir velocidades de 2000 rpm e 2500 rpm; b) Assuma que o motor está operando com um controlador por tensão de armadura e que a tensão de armadura é subitamente chaveada de seu valor correspondente a 2000 rpm para o de 2500 rpm. Calcule a velocidade e a corrente de armadura resultantes do motor em função do tempo; c) Assuma que o motor está operando com um controlador por corrente de armadura e que a corrente de armadura é subitamente chaveada de seu valor correspondente a 2000 rpm para o de 2500 rpm. Calcule a velocidade resultante do motor em função do tempo. 33