Fundamentos de Epidemiologia

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Fundamentos de Epidemiologia
1 – Definição – do grego epi = sobre, demos = população. Do ponto de vista etimológico
seria o estudo das epidemias. É estudo da freqüência, distribuição espacial e cronológica de
qualquer processo mórbido ou estado fisiológico dos indivíduos de uma comunidade e a
relação dos fatores que intervêm na causalidade desses estados; incluindo as condições
externas que envolvem e influem nos indivíduos ou são influenciados por elas.
2 – Ciências que Apóiam a Epidemiologia – inúmeras ciências participam de sua área de
trabalho, trazendo a contribuição específica de cada uma, dessa forma: Clínica Médica,
Antropologia,
Demografia
Populacional,
Estatística,
Microbiologia,
Parasitologia,
Bioquímica, Biofísica, Ecologia, Biologia, entre outras.
3 – Métodos Epidemiológicos – são quatro os métodos epidemiológicos:
3.1 – Estudo Individual – é realizado quando se quer detectar um caso suspeito, notificação,
portador–são, e outros.
Exemplos: poliomielite, sarampo, rubéola, foco de Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST), entre inúmeras outras.
3.2 – Estudo de Surto Epidêmico ou Epidemia – no caso de uma determinada doença
atingir uma parte ou mesmo toda a população. Este estudo é denominado investigação
epidemiológica.
3.3 – Estudo Preconcebido, ou Estudo em Massa – quando existe detecção de uma
determinada doença através de métodos e técnicas especiais, tais como medida da pressão
arterial, teste tuberculínico, teste da glicofita, e outros.
3.4 – Estudo Analítico dos Dados Pré–Existentes – tem por finalidade, avaliar e fazer
comparações, concluindo planos necessários ao combate das enfermidades.
4 – Alguns Termos Epidemiológicos:
4.1 – Agente Infeccioso – é o elemento capaz de produzir uma infecção ao penetrar num
organismo hospedeiro. Como exemplos: vírus, bactérias, fungos, protozoários, helmintos,
rickettsias, entre outros.
4.2 – Contaminação – é quando um agente infeccioso encontra–se presente na superfície do
corpo humano ou de um objeto qualquer.
4.3 – Contato – é a pessoa que teve de uma forma ou de outra, contato com o indivíduo
doente e, portanto, com possibilidade de ter contraído a doença (no caso de doenças com
transmissão direta).
4.4 – Desinfecção – é a destruição de agentes patogênicos situados na superfície corporal ou
dos objetos, através da aplicação de meios físicos ou químicos.
4.5 – Desinfestação – é a destruição ou morte de parasitos situados na superfície corporal do
indivíduo, suas vestimentas, ou mesmo no ambiente.
4.6 – Endemia – é a presença praticante constante de uma determinada doença, mais ou
menos intensa, atingindo parte da população de uma certa região. Neste caso, a doença
permanece com a sua incidência mais ou menos constante durante vários anos e praticamente
ocorre com certo “equilíbrio” entre a doença e a população exposta.
4.7 – Epidemia – é a ocorrência, numa coletividade ou região, num curto espaço de tempo, de
casos de uma mesma doença, em número que ultrapassa nitidamente a incidência esperada, ou
aparecimento de um único caso em uma área indene (onde não existe a doença).
4.8 – Fonte de Infecção – é qualquer elemento animado ou inanimado, responsável pela
passagem do agente infeccioso de forma direta para o hospedeiro.
4.9 – Infecção – é a penetração, desenvolvimento reprodução de um agente infeccioso num
organismo.
4.10 – Infestação – é o desenvolvimento e reprodução de parasitos na superfície corporal, nas
vestimentas ou no ambiente.
4.11 – Letalidade – expressa o número de óbitos existentes com relação a uma determinada
doença e relacionada com a população.
4.12 – Morbidade – é o número de pessoas doentes relacionados com a população.
4.13 – Mortalidade – expressa o número de óbitos existentes numa determinada população
num certo intervalo de tempo.
4.14 – Pandemia – é uma epidemia de grandes proporções, atingindo um grande número de
pessoas em vários países ou em continentes, e no mesmo espaço de tempo.
4.15 – Patogenicidade – é a capacidade que possui um agente etiológico em produzir doença.
4.16 – Período de Incubação – é o período compreendido entre a penetração do agente
infeccioso no hospedeiro até o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas da doença.
4.17 – Portador – é o indivíduo (homem ou animal) infectado com um agente infeccioso
específico de uma doença, não apresentando nenhum tipo de sintoma.
4.18 – Profilaxia – é o conjunto de medidas capazes de prevenir, erradicar ou controlar, as
doenças ou fatos prejudiciais aos indivíduos vivos.
4.19 – Reservatório da Infecção – é qualquer matéria orgânica animada ou inanimada, onde
se multiplica um agente infeccioso.
4.20 – Resistência – é o conjunto de mecanismo corporais que servem de defesa contra a
invasão ou multiplicação de agentes infecciosos ou contra o efeito de seus produtos tóxicos.
4.21 – Surto Epidêmico – é uma epidemia restrita a um pequeno número de pessoas de uma
dada região, ou seja, uma epidemia localizada em que a doença atinge um número restrito de
pessoas de uma certa localidade.
4.22 – Viabilidade – é a capacidade que possui um agente infeccioso de viver fora do seu
hospedeiro, ou seja, no meio externo.
4.23 – Virulência – é a capacidade que possui um agente infeccioso de desenvolver casos
graves ou fatais.
5 – Mecanismo de Transmissão dos Agentes Infecciosos:
5.1 – Introdução – o hospedeiro mamífero pode ser considerado como um conjunto de
superfícies corporais. Para se estabelecerem no hospedeiro, os agentes infecciosos devem
ligar–se ao mesmo, ou penetrar através de uma destas superfícies. A superfície externa,
revestida pela pele, assim como os pelos, protege e isola o organismo do mundo exterior,
formando uma camada externa córnea, seca e relativamente impermeável. Em outras regiões
do corpo, entretanto, pode haver um contato mais íntimo e com isso, um maior intercâmbio
com o mundo exterior. Desse modo, os tratos digestório, respiratório e urogenital, onde ocorre
absorção de alimentos, trocas gasosas e liberação de excretas urinárias e sexuais, o
revestimento consiste de uma ou mais camadas de células vivas. Nos olhos, a pele é
substituída por uma camada transparente de células vivas, a conjuntiva. Todas essas
superfícies corporais possuem mecanismos de defesas e purificação bem desenvolvidos e a
penetração dos agentes patogênicos sempre se defrontará com estes mecanismos. Portanto, os
microorganismos bem–sucedidos possuem mecanismos eficientes que lhes permitem fixar–se
e freqüentemente ultrapassar estas superfícies corporais ou barreiras. Quando os micróbios ou
outros tipos de patógenos são transmitidos a um novo hospedeiro, antes eles devem ser
eliminados do organismo que os mantêm. E dessa maneira, ou os elementos patogênicos são
liberados em grande quantidade nas secreções e excreções, ou estarão presentes no sangue
para a ingestão, quando serão transmitidos por agulhas, artrópodes hematófagos e outros
mecanismos mais. Um agente infeccioso pode transmitido do seu reservatório para um outro
hospedeiro através de vários mecanismos de transmissão que relatar–se–á a seguir.
5 – Tipos de Transmissão:
5.1 – Por Contágios:
5.1.2 – Contágio Direto – através do relacionamento físico. Eis alguns exemplos: beijo,
relação sexual, aperto de mão, entre outros.
5.1.3 – Contágio Indireto – através do contato com objetos contaminados (fômites) pelo
doente. Por exemplo, a roupa do corpo e de cama, lenços, toalhas, brinquedos, copos, talheres,
pratos e objetos variados.
5.1.4 – Por Contágio de Gotículas – ao tossir, rir ou falar, o indivíduo infectado pode
transmitir o agente infeccioso para outras pessoas através das secreções da boca, nariz e
garganta.
5.2 – Por Meio de Veículos de Transmissão – através da água, alimentos, produtos
biológicos e farmacêuticos contaminados.
5.3 – Por Meio do Ar:
5.3.1 – Através da Poeira – os micróbios podem permanecer na poeira em suspensão.
5.3.2 – Através de Aerossóis – devido às gotículas de secreção que permanecem suspensas
no ar.
5.4 – Por Meio de Vetores – os insetos transmitem micróbios através da picada, das patas
contaminadas ou depósito de fezes na pele e nos alimentos.
Nota – este texto é, na realidade, uma breve introdução, por isso queremos esclarecer aos
interessados no assunto, que para obter o texto na íntegra (total), basta solicitá-lo, que
atenderemos todos os pedidos e enviaremos os mesmos pelos Correios e Telégrafos; portanto,
entre em contato conosco através dos nossos telefones ou e-mail.
À Direção.
Maceió, Janeiro de 2.012
Autor: Mário Jorge Martins.
Prof. Adjunto de Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
(UNCISAL).
Mestre em Parasitologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Médico da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
Mestre em Parasitologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Médico da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
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