maciço pedra vermelha - TWiki

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GEOLOGIA
ANA FÁBIA MIRANDA DE MATTOS
MAGMATISMO GRANÍTICO NO NÚCLEO SERRINHA:
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E LITOGEOQUÍMICA DO
MACIÇO PEDRA VERMELHA
Salvador
2010
ANA FÁBIA MIRANDA DE MATTOS
MAGMATISMO GRANÍTICO NO NÚCLEO SERRINHA:
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E LITOGEOQUÍMICA DO MACIÇO
PEDRA VERMELHA.
Monografia apresentada ao Curso de Geologia,
Instituto de Geociências, Universidade Federal da
Bahia, como requisito parcial para obtenção de grau
de Bacharel em Geologia.
Orientador: Prof. Dra. Débora Correia Rios
Co-orientador: Msc. Márcio Mattos Paim
Salvador
2010
_________________________________________________________________________________
M425
Mattos, Ana Fábia Miranda de.
O magmatismo granítico no núcleo Serrinha: geologia, petrografia e
litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha / Ana Fábia Miranda de Matos. Salvador, 2010.
98f. : il.
Orientadora: Profa. Dra. Débora Correia Rios.
TFG (Trabalho Final de Graduação) – Graduação em Geologia, Instituto de
Geociências, Universidade Federal da Bahia, 2010.
1. Petrologia - Serrinha (BA). 2. Granito. 3. Magmatismo. I. Rios, Débora
Correia. II. Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências. III. Título.
CDU: 552.3 (813.8)
__________________________________________________________________________
Elaborada pela Biblioteca Shiguemi Fujimori,
Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia.
TERMO DE APROVAÇÃO
ANA FÁBIA MIRANDA DE MATTOS
MAGMATISMO GRANÍTICO NO NÚCLEO SERRINHA:
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E LITOGEOQUÍMICA DO
MACIÇO PEDRA VERMELHA
MONOGRAFIA APROVADA COMO REQUISITO PARCIAL PARA A
OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM GEOLOGIA, UNVRSIDADE
FEDERAL DA BAHIA, PELA SEGUINTE BANCA EXAMINADORA:
BANCA EXAMINADORA:
Profa. Dra. Débora Correia Rios
Doutora em Geologia pela Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal da Bahia
Dr. Basílio Elesbão da Cruz Filho
Doutor em Geologia pela Universidade Federal da Bahia
Serviço Geológico do Brasil – CPRM
Profa. Dra. Olga Maria Fragueiro Otero
Doutora em Geologia pela Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal da Bahia
Salvador, 06 de julho de 2010
“Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois sem
Ele, nada seria possível.
Ao meu filho Ivan, razão e inspiração para tudo o que foi
feito aqui.
Em especial a minha tia Nice, pelo amor e dedicação
incondicional a mim e ao meu filho”.
i AGRADECIMENTOS
Como sou muito esquecida, antecipo-me pedindo desculpas a todos que infelizmente por
ventura eu tenha esquecido de mencionar nesses agradecimentos.
Agradeço a Deus, por ser meu guia durante toda a vida.
À Dra. Débora Rios, pela paciência na orientação e pela credibilidade em minha pessoa,
que tornou possível a conclusão desta monografia.
Ao meu co-orientador Márcio Paim, por todo aprendizado que obtive em campo.
Aos professores Haroldo Sá, Cícero Paixão e Amalvina, pelo aprendizado e esclarecimentos
no dia-a dia.
Ao meu amigo e companheiro Márcio, pelo apoio e inspiração, no amadurecimento, e pelas
palavras (às vezes duras) que me faziam perceber que desistir não era a solução.
Agradeço aos amigos do IGEO, Tati, Michele e Janaina, (pelas dicas na petrografia), Thiago
e Cleiton (as dicas do Arcgis), André (Deco) e Eula, pelos momentos de descontração
necessários, tornando os momentos finais do curso mais felizes.
Agradeço ao Geólogo Carlos Galvão, pessoa muito importante durante essa caminhada,
tanto na vida profissional quanto na vida acadêmica, sua paciência e confiança, sempre
serviram de incentivo para mim.
Aos colegas do GPA (Claudio, Ana Carla, Zilda e Acácia), por me acolherem no grupo.
ii RESUMO
O Maciço Granítico Pedra Vermelha (MGPV) é um corpo intrusivo de formato
circular, com aproximadamente 30 Km2 e aflora nas proximidades do município de Monte
Santo, Bahia. Geologicamente o MGPV está situado na porção norte no Núcleo Serrinha,
um antigo bloco siálico constituído por um embasamento Arqueano Paleoproterozóico sobre
o qual se depositaram uma sequência vulcanossedimentar, ambas intrundido por diversos
corpos graníticos.
Intrudindo rochas metabásicas, o MGPV é o único corpo desta natureza que ocorre
na porção norte do NSer. Com base na disposição espacial das rochas, nas relações de
campo, e na análise macrotextural, individualizou-se, no MGPV, dois fácies: (i) fácies núcleo
e (ii) fácies borda.
O Fácies de Núcleo (FN) representa um conjunto de rochas monótonas, sendo poucas
às variações texturais e/ou modais observadas. As rochas deste fácies são compostas por
biotita monzogranitos isotrópicos, hololecocrático a leucocrático, de coloração cinza clara
e/ou avermelhada, com textura fanerítica fina a média.
O Fácies de Borda (FB) é mais abundante no maciço, representando cerca de 60% do
volume total do corpo. Esta fácies apresenta-se circundando o núcleo isotrópico e suas
rochas aparentam estar gnaissificadas. Em campo, essas rochas apresentam feições
texturais complexas, que se assemelham às texturas migmatíticas do tipo dobradas e
schilieren, e feições sugestivas de mistura de magmas.
Adicionalmente, avaliaram-se as rochas metabásicas da encaixante imediata,
classificadas com hornblenda-gabro melanocráticos, cuja mineralogia principal é dada por
hornblenda e plagioclásio.
Os estudos litogeoquímicos no MGPV, contudo, não permitiram individualizar
diferenças significantes entre as rochas dos dois fácies.
iii Geoquimicamente, as amostras analisadas posicionam-se no campo dos granitos e
granodioritos, sub-alcalinos peraluminosos. Elas apresentam dualidade potássico-sódica,
indicativa de sua natureza shoshonítica.
O padrão linear de alguns elementos químicos em diagramas discriminantes tipo
Harker, tais como feições observadas em campo, sugerem a presença de mistura de
magmas, contudo não há dados suficientes para avaliar quem seriam os componentes desta
mistura. Quanto às encaixantes, apresentaram um padrão com tendências curvilíneas
sugestivas de cristalização fracionada.
Os dados apresentados indicam o caráter shoshonítico das rochas do MGPV, o que,
aliado à idade de 2.07 Ga apresentada por Rios et al. (2005) para as rochas do centro do
MGPV, reforçam uma colocação tardi a pós tectônica deste maciço.
Palavras-chave: Núcleo Serrinha, Granito, Shoshonítico.
iv ÍNDICE
Dedicatória.....................................................................................................
Agradecimentos .............................................................................................
Resumo ..........................................................................................................
Índice .............................................................................................................
Índice de Figuras ............................................................................................
Índice de Tabelas ...........................................................................................
Índice de Anexos ............................................................................................
Capítulo 1 – Introdução. ................................................................................
i
ii
iii
iv
vii
xi
xi
1
1
Introdução.....................................................................................................
2
1.1
Localização e Acessos. ..................................................................................
2
1.2
Breve Histórico. ............................................................................................
3
1.3
Aspectos Fisiográficos. .................................................................................
3
1.4
Objetivos Gerais e Específicos ......................................................................
6
1.5
Patrimônio Geológico ..................................................................................
6
1.6
Justificativas e Motivações ..........................................................................
6
1.7
Estruturação do TFG......................................................................................
8
Capítulo 2 – Geologia Regional. ....................................................................
9
2
Geologia Regional ........................................................................................
10
2.1
Panoramas da Geologia no Estado da Bahia...................................................
10
iv
2.2
2.3
Aspectos Geológicos no Núcleo Serrinha......................................................
12
2.1.1 Embasamento Arqueano. ..........................................................................
12
2.1.1.1 Complexo Santa Luz. ..............................................................................
12
2.1.1.2 Complexo Uauá .......................................................................................
14
2.1.1.3 Granitos Arqueanos..................................................................................
14
2.1.2 As sequências Vulcanossedimentares Paleoproterozóicas .............................
14
2.1.1.4 Grupo Capim...........................................................................................
16
2.1.1.5 Greenstone Belt do Rio Itapicuru...............................................................
16
2.1.3 Granitos Paleoproterozóicos. ......................................................................
17
O magmatismo alcalino no Núcleo Serrinha
18
Capítulo 3 – Metodologia Aplicada. .............................................................
19
3
Metodologia Aplicada...................................................................................
20
3.1
Levantamento Bibliográfico..................................................................................
20
3.2
Fotointerpretação................................................................................................
20
3.3
Trabalho de Mapeamento e Amostragem..............................................................
20
3.4
Preparação de Amostras...................................................................................
21
3.5
Estudos Petrográficos..........................................................................................
25
3.6
Litogeoquímica.....................................................................................................
25
3.6.1 Secagem das Amostras. ..............................................................................
25
3.6.2 Pesagem das Amostras................................................................................
25
3.6.3. Decomposição das Amostras. ....................................................................
26
3.6.3.1 Elementos Maiores ........................................................................................................
26
3.6.3.2 Elementos Menores. ...............................................................................
26
3.5.3.3 Perda ao Fogo. ......................................................................................
27
3.6.4 Espectometria de Emissão de Plasma ...........................................................
27
3.7
Tratamento de Dados...........................................................................................
27
3.8
Confecção do Trabalho Final de Graduação............................................................
27
v
Capítulo 4 – Geologia e Petrografia ......................................... ..................
28
4
Geologia e Petrografia do MGPV ..................................................................
29
4.1
Aspectos de Campo e Estruturais...........................................................................
29
4.2
Faciologia e Petrografia........................................................................................
32
4.2.1 Fácies de Núcleo .........................................................................................
32
4.2.2 Fácies de Borda ..........................................................................................
36
4.2.3 As Rochas Encaixantes do MGPV ..................................................................
39
Sumário da Geologia e Petrografia ........................................................................
42
Capítulo 5 – Litogeoquímica...........................................................................
43
5
Litogeoquímica..............................................................................................
44
5.1
Elementos Maiores ..............................................................................................
44
5.1.1 Relação Álcalis X Sílica.................................................................................
44
5.1.2 Com Base na Relação K2O X Na2O ................................................................
47
5.1.3 Com Base na Relação K2O X Si2O .................................................................
47
5.1.4 Com Base na Relação Al2O3, Na2O, K2O e CaO...............................................
47
5.1.5 Diagramas de Variação ................................................................................
47
5.2
Elementos Menores e Traços.................................................................................
51
5.3
Sumário da Geoquímica .......................................................................................
55
4.3
Capítulo 6 – Discussões e Conclusões ..........................................................
56
6
57
Discussões e Conclusões...................................................................................
6.1 Filiação Magmática........................................................................................................
57
6.2 Ambiente Tectônico......................................................................................................
60
6.3 Considerações Finais.....................................................................................................
60
Capítulo 7 – Referências Bibliográficas ......................................................
63
vi
ÍNDICE DE FIGURAS
Capítulo 1 – Introdução
Figura 1.1
Mapa do Brasil indicando a localização do Estado da Bahia e do setor
estudado (A). Mapa de localização e acessos ao Núcleo Serrinha (B). As
linhas contínuas representam as estradas pavimentadas, as contínuas com
traços são as ferrovias, as linhas tracejadas com pontos correspondem às
drenagens, as tracejadas, apresentam os limites entre os estados, os
círculos cheios correspondem às cidades da região e o círculo em
vermelho o povoado de Pedra Vermelha............................................
Figura 1.2
3
Fotos de campo apresentando os aspectos fisiográficos gerais da região
em estudo: (A) Visão geral da do povoado de Pedra Vermelha, Bahia, a
partir do afloramento do MGPV; (B) Vegetação típica da região (caatinga
arbóreo-arbustiva); (C) Visão leste da Serra Olho D’água, feição
geomorfológica marcante na região; (D) Visão geral do principal
afloramento do MGPV..........................................................................
Figura 1.3
5
Fotos de importantes achados do patrimônio geológico da região de Pedra
Vermelha: (A) Desenho artístico do Haplomastodon Waringi, um
mastodonte, encontrado pela primeira vez na Bahia em Pedra Vermelha;
(B) Reconstituição do mastodonte, a partir dos ossos e dentes
encontrados, em Pedra Vermelha, pelo professor Wilson Estevanovic, do
Museu de História Natural, Uberaba - Minas Gerais, atualmente exposta no
Museu Geológico da Bahia; (C) Réplica do mastodonte, feita em papel
maché, pelos artistas plásticos Nanci Novais e Renato Viana, exposta no
Museu Geológico da Bahia. (D) Meteorito Bendengó, o maior meteorito do
Brasil, encontrado no município de Monte Santo em 1784, e atualmente
em exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro.................................
7
Capítulo 2 – Geologia Regional
Figura 2.1
Extensão dos terrenos do Cráton São Francisco no Estado da Bahia com a
indicação dos cinturões moveis Brasilianos, modificado de Mascarenhas
(1979). Em cinza estão delimitados os terrenos do Cráton. Faixa de
Dobramentos Sergipana (FDS); Faixa de Dobramentos Araçuaí (FDA); Faixa
de Dobramentos Brasília (FDB); Faixa de Dobramento Formosa do Rio
Preto (FDFRP); e Faixa de Dobramentos Riacho do Pontal (FDRP)...............
vii
11
Figura 2.2
Estruturação dos núcleos antigos proposto por Mascarenhas (1979) para os
terrenos do embasamento do Cráton do São Francisco para o período
Paleoproterozóico com os limites modificados por Conceição (1990): Núcleo
Guanambi (NG); Núcleo Remanso (NR); Núcleo Serrinha(Nser); Cinturão
Móvel Urandi-Paratinga (CMUP); Cinturão Móvel Salvador-Curaça (CMSC)....
Figura 2.3
13
Mapa geológico simplificado do Núcleo Serrinha apresentando a sua
granitogênese e principais idades atribuídas aos maciços. Modificado de
Rios et al. (2009).....................................................................................
15
Capítulo 3 – Metodologia Aplicada
Figura 3.1
Mapa
de
caminhamento
e
amostragem,
fonte
CRPM/DNPM
2003....................................................................................................
Figura 3.2
22
Fotos dos equipamentos utilizados na preparação das amostras: (A) Prensa
hidráulica; (B) Britador de mandíbulas; (C) Shatter Box; (D) Pó gerado no
processo; (E) Etapa da abertura química; (F) ICP AES modelo Liberty 150,
marca Varian, onde foram realizadas as análises.......................................
24
Capítulo 4 – Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Granítico Pedra Vermelha
Figura 4.1
Figura 4.2
Figura 4.3
Mapa geológico do MGPV superposto a imagem de satélite Landsat 7,
mostrando a forma do corpo circular do MGPV, CPRM/CBPM (2003) ..........
30
Fotografia da área estudada superposta com os limites geológicos,
mostrando o formato circular do MGPV. ....................................................
31
Aspectos macroscópicos das rochas do MGPV: (A) Filão pegmatoidal no
núcleo do maciço; (B) Filão pegmatoidal de composição quartzo-feldspática
cortando biotita granito; (C) Detalhe da estrutura isotrópica no biotita
granito NS 3203; (D) Detalhe da foliação do MGPV no fácies borda, que
acompanha a foliação regional; (E) Feição sugestiva de mistura de magmas
na fácies de borda; (F) Autólito das rochas de borda aprisionado no fácies
núcleo. ...................................................................................................
Figura 4.4.
33
Mapa geológico do MGPV, mostrando as divisões do maciço em fácies e
suas encaixantes ....................................................................................
viii
34
Figura 4.5
(A) Diagrama Q-A-P de Streckeisen (1976) para nomenclatura de rochas
plutônicas. (B) Diagrama Q(A+P)M de Streckeisen (1976). Q = Quartzo, A
= Feldspato Alcalino + Albita + P = Plagioclásio (5-100% An). M =
Somatório dos minerais máficos e correlatos. 1A = quartzolitos ou silexitos;
1b = granitóides ricos em quartzo; 2 = álcali feldspatos granitos; 3A =
sienogranitos; 3b = monzogranitos; 4 = granodioritos; 5 = tonalitos; 6 =
álcali feldspatos sienitos; 6* = álcali feldspato quartzo; 7 = sienitos; 8 =
monzonitos; 9 = monzodioritos /monzogabros; 10 = dioritos/gabros10* =
quartzo dioritos/quartzo gabros................................................................
Figura 4.6
35
Aspectos microscópicos do MGPV: (A) Cristal de quartzo com inclusões de
zircão e apatita; (B) Contatos irregulares entre o quartzo, plagioclásio e a
microclina; (C) Textura hipidiomórfica a xenomórfica no fácies núcleo; (D)
Orientação da biotita no fácies borda, luz polarizada; (E) Fenocristal de
plagioclásio no fácies borda,o fácies luz plana; (F) Microclina sericitizada
nicóis cruzado.........................................................................................
Figura 4.7
37
Aspectos macroscópicos e microscópicos das rochas encaixantes do
MGPV.(A)
Detalhe do bandamento do metabasito intercalando níveis
feldspáticos e máficos;(B) Visão geral do afloramento mostrando a
orientação preferencial (N-S) que acompanha a orientação regional; (C)
Hornblenda de hábito prismático e textura orientada; (D) Plagioclásio
geminado fazendo contato curvo com a hornblenda...................................
Figura 4.8
40
Diagrama classificatório Pl - Px - Hb (Le Maitre et al. 1989), aplicado as
rochas básicas encaixantes do MGPV .......................................................
41
Capítulo 5 - Litogeoquímica
Figura 5.1
Diagrama álcalis versus sílica aplicado as rochas do MGPV. Campos de
classificação química e nomenclatura das rochas ígneas plutônicas
utilizando o total de álcalis (Na2O+ K2O) versus sílica (SiO2), segundo Cox
et al. (1979), adaptado para rochas plutônicas por Wilson (1989). A curva
subdivide os magmas das séries alcalinas e subalcalinas ............................
Figura 5.2
46
Diagrama K2O versus Na2O, apresentando as diferentes propostas de
classificação para as rochas potássicas e sódicas. A reta correspondente a
[K2O = Na2O-2)] representa o limite entre as rochas sódicas e potássicas
[(K2O>Na2O - 2] segundo Le Maitre et al. (1989). As retas pontilhadas
definem os domínios das rochas fortemente potássicas (A) potássicas(B) e
sódicas (C) segundo proposta de Middlemost (1975)......................
ix
48
Figura 5.3
Diagrama relacionando K2O versus Na2O, para distinção entre as rochas
das suítes potássicas e cálcio alcalinas. Perccerillo & Taylor (1976) definem
os campos das rochas shoshoníticas, cálcio alcalinas de alto K, cálcio
alcalinas e série toleítica. Corriveau & Gorton (1993) propõem a divisão dos
campos das rochas ultrapotássicas (A), shoshoníticas (B), e cálcio alcalinas
(C) .........................................................................................................
Figura 5.4
Diagrama Al2O3/(Na2O + K2O) versus Al2O3/(CaO + Na2O + K2O) de
Maniar & Piccoli (1989) aplicado às rochas do MGPV..........................
Figura 5.5
Figura 5.6
49
50
Diagrama relacionando SiO2 e elementos maiores. A reta tracejada
representa a tendência evolucional do MGPV e de suas encaixantes.........
52
Diagramas relacionando SiO2 contra alguns elementos menores e traços....
54
Capítulo 6 - Litogeoquímica
Figura 6.1
Digrama correlacionando K2O/Na2O versus siO2, com os campos definidos
para
as
rochas
shoshoníticas
e
rochas
sieníticas
com
afinidades
ultrapotássicas, segundo Conceição et al. (1996). .....................................
Figura 6.2
59
Diagrama discriminante usado na definição de séries magmáticas. A área
em cinza representa o campo das rochas granitóides da série shoshonítica
(Nardi, 1986), segundo a proposta Rogers & Greenberg (1981). ................
Figura 6.3
59
Diagramas discriminantes tectônicos para rocha potássicas, elaborados por
Muller e Groves (1995). IP = Intraplaca; APC = Arco pós colisional; AC =
Arco colisional.
os campos das rochas shoshoníticas, cálcio alcalinas de
alto K, cálcio alcalinas e série toleítica. Corriveau & Gorton (1993) propõem
a divisão dos campos das rochas ultrapotássicas (A), shoshoníticas (B), e
cálcio alcalinas (C). .................................................................................
x
61
INDICE DE TABELAS
Capítulo 3 – Metodologia Aplicada
Tabela 3.1.
Tabela da Amostras Georreferenciadas....................................................
23
Capítulo 5 – Litogeoquímica
Tabela 5.1
Tabela 5.2
Análises Químicas dos elementos maiores do MGPV e alguns parâmetros ...
45
Análises Químicas dos elementos menores e traços do MGPV e suas
encaixantes. ..........................................................................................
53
Capítulo 6 – Discussões e Conclusões
Tabela 6.1
Limites Geoquímicos das serie shoshonitica (segundo Morrison 1980) e
58
para corpos do NSer, incluindo as rochas deste estudo..............................
ÍNDICE DE ANEXOS
Anexo I
Fichas Petrográficas..................................................................................
69
Anexo II
Mapa Geológico do Maciço Granítico Pedra Vermelha ..................................
97
xi
CAPÍTULO 1 . INTRODUÇÃO
1
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
1. INTRODUÇÃO
Na porção nordeste da Bahia, ocorre um volumoso magmatismo granítico que inclui
termos cálcio-alcalinos e alcalinos potássicos, ultrapotássicos e shoshoníticos. Este trabalho
final de graduação (TFG) está focado no estudo do Maciço Granítico Pedra Vermelha
(MGPV), interpretado por Rios (2002) como sendo um destes corpos de natureza
shoshonítica e idade Paleoproterozóica.
Na literatura, o termo granito (s.l.) é aplicado a uma grande variedade de rochas
intrusivas félsicas, as quais estão associadas a uma ampla diversidade de fontes, processos
genéticos, e ambientes tectônicos. Alguns granitos têm origem mantélica, contudo, a maioria
está relacionada com processos de fusão crustal. Do ponto de vista geoquímico os granitos
podem pertencer às séries magmáticas cálcio alcalina e alcalina.
As rochas graníticas da série shoshonítica têm sua importância do ponto de vista
geológico e econômico, já que sua gênese pode ser prevista com base em processos ditos
de diferenciação e por possuírem uma potencialidade metalogenética para cobre,
molibdênio, estanho, tungstênio, zinco e outros.
Os granitos da série shoshonítica
caracterizam-se pelo seu enriquecimento em K2O, em relação às outras séries magmáticas
e distinguem-se das alcalinas potássicas em relação à saturação em SiO2. Morrison (1980)
restringiu o termo shoshonítico às séries de rochas saturadas em SiO2.
Neste trabalho serão apresentadas características geológicas, petrográficas e
geoquímicas do MGPV, contribuindo para a caracterização da fonte e ambiente tectônico de
formação desse pluton, e colaborando para melhor entender as implicações do magmatismo
paleoproterozóico para a evolução geológica do Núcleo Serrinha (NSer).
1.1
LOCALIZAÇÃO E ACESSOS
O MGPV aflora na porção nordeste do Estado da Bahia, nas proximidades do
município de Monte Santo, que dista aproximadamente 352 km da capital do Estado,
Salvador (Figura 1.1A). A área de estudo limita-se entre as latitudes 8856000 e 8850000 S e
de longitudes 443000 e 448500 WGr e insere-se nos limites entre as folhas cartográficas
1:100.000, de Monte Santo (SC-24-Y- B-III) e Andorinha (SC-24-Y- B-II) (SEI 1997).
O principal afloramento do MGPV situa-se no povoado homônimo (Figura 1.2A), o
qual tem seu acesso principal realizado, a partir de Salvador, através da rodovia BR 324 até
Feira de Santana e BR 116 passando por Serrinha, chegando até a cidade de Euclides da
Cunha (Figura 1.1B). Para chegar ao maciço utilizam-se estradas secundárias que cortam o
povoado e a rodovia estadual BA 220, a qual não se encontra pavimentada.
2
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Figura 1.1 - Mapa do Brasil indicando a localização do Estado da Bahia e do
setor estudado (A). Mapa de localização e acessos ao Núcleo Serrinha (B). As
linhas contínuas representam as estradas pavimentadas, as contínuas com
traços são as ferrovias, as linhas tracejadas com pontos correspondem às
drenagens, as tracejadas, apresentam os limites entre os estados, os círculos
cheios correspondem às cidades da região e o círculo em vermelho o povoado
de Pedra Vermelha.
3
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Uma segunda alternativa de acesso à área, também partindo de Salvador, seria a
BR 324 até Feira de Santana, na BR 116, até Serrinha, e a partir desta cidade pegar a BA
120, passando pelos municípios de Santa Luz e Queimadas, chegando a Monte Santo
(Figura 1.1B).
1.2
BREVE HISTÓRICO
Muito pouco se sabe sobre o MGPV. Ele foi inicialmente identificado por Inda et al.
(1976), no mapeamento regional do Projeto Rochas Básicas e Ultrabásicas de Euclides da
Cunha, onde foi classificado como “migmatito”.
Em 2002 há outra referência ao MGPV, quando, durante trabalhos de
caracterização petrológica e geoquímica dos granitos do Núcleo Serrinha, Rios (2002) o
agrupa como um dos granitos Shoshoníticos. Rios et al. (2005) apresentam os primeiros
dados químicos e isotópicos para suas rochas e estabelecem sua idade de cristalização em
2080 ± 8 Ma (U-Pb em zircão, ID-TIMS).
1.3
ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
A área está englobada no “Polígono das Secas”. Segundo Koppen, o clima é seco
e quente, do tipo semi-árido. A temperatura anual media é de 22ºC. O mês mais quente é
outubro, com temperaturas de até 38ºC e o mais frio é julho, com valores médios próximos a
20ºC. A precipitação anual varia entre 500 e 750 mm.
A vegetação característica da região é a Caatinga (Figura 1.2B). Na área de estudo
elas são formações arbóreo-arbustiva, cuja principal característica é a adaptação à falta de
água (caducidade foliar). Esse tipo de vegetação sofre uma direta influência do clima. O solo
predominante na região é um planossolo solódico eutrófico, associado ao regassolo
eutrófico, solos litólico eutrófico e vertissolos.
A drenagem principal é constituída pelo Rio Itapicuru. Seus afluentes secundários
apresentam um padrão dendrítico. São rios de caráter intermitente, sendo seus tributários
temporários devido às condições climáticas da área. O Rio Itapicuru é o único que possui
água permanente durante todas as épocas do ano, tornando-se intermitente apenas por
ocasião de grandes estiagens.
A unidade geomorfológica é representada pelo Pediplano Sertanejo, com formas
onduladas intercaladas com área aplainadas. São marcantes as ocorrências de morros
testemunhos formando cristas alinhadas (Figura 1.2C) que se destacam em uma superfície
plana a suavemente ondulada (Figura 1.2D), com direção N -S em diversos estágios de
dissecação e pedimentação.
4
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
A
Serra Olho D’água
C
B
D
Figura 1.2 - Fotos de campo apresentando os aspectos fisiográficos gerais da
região em estudo: (A) Visão geral da do povoado de Pedra Vermelha, Bahia, a
partir do afloramento do MGPV; (B) Vegetação típica da região (caatinga
arbóreo-arbustiva); (C) Visão leste da Serra Olho D’água, feição geomorfológica
marcante na região; (D) Visão geral do principal afloramento do MGPV.
.
5
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
1.4
OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
O objetivo principal deste trabalho é detalhar os aspectos geológicos, a petrográfia
e a litogeoquímica do MGPV a partir dos novos dados adquiridos durante a realização desta
pesquisa. Com isso, pretende-se contribuir para o melhor entendimento da granitogênese na
parte norte do NSer, área ainda muito pouco estudada.
Os objetivos específicos propostos para a realização deste TFG incluiram:
1. Técnicas de mapeamento geológico.
2. Assimilação de metodologia científica, aplicada em pesquisas na petrologia.
3. Descrições petrográficas macro e microscópica das amostras coletadas.
4. Treinamento em ICP OES e preparação de amostras para estudo litogeoquímico.
5. Realização e interpretação de análises litogeoquímicas para elementos maiores,
menores e traços.
6. Elaboração do relatório final de graduação
1.5
PATRIMÔNIO GEOLÓGICO
A cidade onde se encontra o MGPV, Monte Santo-BA, tem grande relevância
histórica e científica: A região foi palco de uma importantíssima batalha denominada de
Guerra de Canudos, entre os anos de 1893 e 1897. Cientificamente, esta cidade está ligada
à duas importantes descobertas: a do maior meteorito já encontrado no Brasil, em 1784,
situado no distrito de Bendengó(Figura 1.3D), a poucos quilômetros a NE de Pedra Vermelha
(Carvalho 2010), e a de um importante sítio paleontológico no povoado de Pedra Vermelha,
onde foram encontrados ossos e dentes de grandes mamíferos atualmente extintos (Figura
1.3 A, B e C).
1.6
JUSTIFICATIVA E MOTIVAÇÕES
Os estudos geológicos e geocronológicos do Núcleo Serrinha concentram-se
principalmente na região sul deste importante núcleo, onde figura o Greenstone Belt do Rio
Itapicuru (GBRI), e por lá estarem a maioria dos depósitos minerais conhecidos, tais como
ouro e cromo.
As áreas mais a norte e leste do NSer carecem de pesquisas de detalhe que
melhor caracterizem sua geologia, em especial seus granitos, dos quais muito pouco ainda
se sabe.
6
Magmatismo
granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho
de Graduação
Graduação 2010.1
– Ana Fábia
de Mattos
Trabalho Final
Final de
- Ana Miranda
Fábia Miranda
de Mattos
A
B
C
D
Figura 1.3 - Fotos de importantes achados do patrimônio geológico da região de Pedra
Vermelha: (A) Desenho artístico do Haplomastodon Waringi, um mastodonte, encontrado
pela primeira vez na Bahia em Pedra Vermelha; (B) Reconstituição do mastodonte, a
partir dos ossos e dentes encontrados, em Pedra Vermelha, pelo professor Wilson
Estevanovic, do Museu de História Natural, Uberaba - Minas Gerais, atualmente exposta
no Museu Geológico da Bahia; (C) Réplica do mastodonte, feita em papel maché, pelos
artistas plásticos Nanci Novais e Renato Viana, exposta no Museu Geológico da Bahia.
(D) Meteorito Bendengó, o maior meteorito do Brasil, encontrado no município de Monte
Santo em 1784, e atualmente em exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
67
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
O detalhamento geológico, petrográfico e geoquímico do Maciço Granítico Pedra
Vermelha provido por este TFG será uma ferramenta importante para estabelecer uma
sucessão cronológica coerente, avaliar sua correlação com possíveis mineralizações e
melhor entender a evolução tectono-geológica deste importante setor no panorama
geológico da Bahia. Rios et al.(2009), apontam à existência de importante episódio
Transamazônico, no contexto do Núcleo Serrinha. Este evento inclui o MGPV, objeto deste
estudo.
1.7
ESTRUTURAÇÃO DO TFG
Esta monografia está compartimentada em seis capítulos. Eles foram estruturados
de forma a:
1. Apresentar os aspectos geográficos do setor.
2. Situar o objeto de estudo no contexto geológico da Bahia.
3. Descrever os aspectos geológicos e petrográficos do maciço e do seu
embasamento.
4. Estudar a composição química, e por fim,
5. Nas considerações finais, com base nos dados obtidos, caracterizar a
natureza do pluton no contexto regional.
8
CAPÍTULO 2 – GEOLOGIA REGIONAL
9
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
2. GEOLOGIA REGIONAL
2.1 PANORAMAS DA GEOLOGIA NO ESTADO DA BAHIA
O Estado da Bahia está englobado quase que totalmente na estrutura Cráton do
São Francisco (CSF), uma plataforma estabilizada no final do Paleoproterozóico (±1800 Ma)
e com limites delineados no Neoproterozóico (± 600 Ma). Segundo Almeida (1977), o CSF,
além de sua abrangência no território baiano, estende-se pelos estados de Sergipe,
Pernambuco, Goiás e Minas Gerais, sendo limitado por faixas de dobramentos
polimetamorfoseadas (Figura 2.1).
De acordo com Barbosa & Dominguez (1996), estratigraficamente o CSF encontrase dividido em três conjuntos: (i) embasamento arqueano paleoproterozóico, que agrupa
terrenos metamórficos de alto a baixo grau; (ii) coberturas cratônicas Proterozóicas e
conjuntos deposicionais do Neoproterozóico deformados, compondo as faixas de
dobramentos; e (iii) coberturas sedimentares Fanerozóicas.
Mascarenhas (1979) propôs um modelo geotectônico para a estruturação do
embasamento do CSF durante o Paleoproterozóico, onde reúne tais terrenos em três
núcleos antigos (Figura 2.2):
(i)
Guanambi, a oeste;
(ii)
Remanso, no centro; e
(iii)
Serrinha, a leste.
Estes núcleos Arqueanos são separados por duas faixas móveis denominadas de
cinturões: a leste, o Cinturão Costeiro-Atlântico, e a oeste o Cinturão Urandi-Paratinga
(Rosa et al. 1996). Ainda segundo Mascarenhas (1979), os cinturões móveis representam o
resultado das colisões entre os núcleos Arqueanos no Transamazônico. Os núcleos,
relativamente rígidos no período, serviriam de substrato para várias seqüências
vulcanossedimentares.
Conceição e Otero (1996) atribuíram aos terrenos dos cinturões móveis mais de
95% do plutonismo Transamazônico, além da quase totalidade do magmatismo alcalino –
potássico na Bahia. Contudo, Rios (2002) e Rios et al. (2009), apontam à existência de
importante episódio Transamazônico, no contexto do Núcleo Serrinha. Este evento inclui o
MGPV, objeto deste estudo.
10
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Figura 2.1 - Extensão dos terrenos do Cráton São Francisco no Estado da Bahia
com a indicação dos cinturões móveis Brasilianos, modificado de Mascarenhas
(1979). Em cinza estão delimitados os terrenos do Cráton. Faixa de Dobramentos
Sergipana (FDS); Faixa de Dobramentos Araçuaí (FDA); Faixa de Dobramentos
Brasília (FDB); Faixa de Dobramento Formosa do Rio Preto (FDFRP); e Faixa de
Dobramentos Riacho do Pontal (FDRP).
11
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
2.2 ASPECTOS GEOLÓGICOS DO NÚCLEO SERRINHA
O Núcleo Serrinha (NSer) tem sua consideração do seu embasamento atribuída ao
Arqueano, concomitante à formação do Núcleo Remanso (Seixas et al. 1975), sendo em
ambos identificados litotipos semelhantes (Barbosa & Dominguez, 1996). Estes dois núcleos
são soldados pelos terrenos do Cinturão Móvel Salvador-Curaçá (CMSC) (Figura 2.2), um
cinturão granulítico, constituído por rochas Arqueanas e Paleoproterozóicas submetidas a
metamorfismo de alto grau (Grossi Sad & Ladeira, 1968).
O NSer possui uma grande diversidade de litotipos, com idades variando desde
3,25 até 2,07 Ga (Rios et al. 2009), e que podem ser sintetizados em três grandes eventos
(Figura 2.3):
1. embasamento
gnáissico-migmatítico
intrudidos
por
corpos
TTGs
mesoarqueanos (2,8 – 3,2 Ga).
2. seqüências vulcanossedimentares atribuídas ao Paleoproterozóico.
3. importante volume de rochas intrusivas de idade Paleoproterozóica.
2.1.1.
Embasamento Arqueano
Os terrenos Arqueanos do NSer são compostos pelo Complexo Santa luz,
localizado ao sul do núcleo, pelo Complexo Uauá, localizado na porção norte do NSer, e por
inúmeros granitos TTGs. Estas rochas servem de embasamento para as sequências
vulcanossedimentares e aos granitos de idade Paleoproterozóica.
2.1.1.1. Complexo Santa Luz
Esta unidade é composta por duas unidades litológicas metamorfizadas na
fácies anfibolito (Pereira 1992):
(i)
gnaisses
bandados,
caracterizados
pela
alternância
entre
rochas
gnáissicas cinzas (com biotita, hornblenda, microclina, plagioclásio e
quartzo, como minerais principais) e bandas anfibolíticas, com ou sem
granada.
(ii)
ortognaisses granodioríticos a tonalíticos, com estruturas migmatíticas.
Cristais de zircão dos gnaisses bandados do Complexo Santa Luz foram
recentemente datados pelo método U-Pb (SHRIMP), fornecendo idades entre 2983
Ma e 3152 Ma (Mello et al. 1999; Oliveira et al. 2002 a, b; Rios 2002; Rios et al.
2009).
12
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Área de
Estudo
Figura 2.2 - Estruturação dos núcleos antigos proposto por Mascarenhas
(1979) para os terrenos do embasamento do Cráton do São Francisco para o
período Paleoproterozóico com os limites modificados por Conceição (1990):
Núcleo Guanambi (NG); Núcleo Remanso(NR); Núcleo Serrinha(Nser);
Cinturão Móvel Urandi-Paratinga (CMUP); Cinturão Móvel Salvador-Curaça
(CMSC).
13
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
2.1.1.2. Complexo Uauá
Esta unidade aflora nos arredores da cidade de Uauá, no setor norte do
Núcleo Serrinha. O Complexo Uauá é representado por:
(i)
biotita-hornblenda ortognaisses tonalítico e granodiorítico, metamorfisados
na fácies granulito e por vezes apresentando estruturas tipo augen.
(ii)
gnaisses com bandamento composicional, alternando entre lentes quartzofeldspáticas
e
níveis
anfibolíticos,
metapiroxenitos
e
rochas
calcissilicáticas.
Adicionalmente, fazem parte do complexo enxames e diques máficos
individualizados em função da deformação que apresentam em dois grupos
distintos (Bastos Leal, 1992):
(i)
grupo deformado e metamorfisado e,
(ii)
grupo pouco ou não deformado.
Cordani et al. (1999) apresentam idade de 2,93 a 3,13 Ga (U-Pb em
zircão) para ortognaisses deste complexo. Rios et al. (2009) dataram as rochas
migmatíticas desse Complexo em 3.3 Ga (U-Pb zircão, SHRIMP), demonstrando
ser esta a unidade mais antiga do NSer.
2.1.1.3. Granitos Arqueanos
Esses corpos formam extensos domos alinhados no sentido N-S (Figura
2.3). Apresentam idades U-Pb (SHRIMP e ID-TIMS) variando de 3,2- 2,9 Ga, sendo
representados por rochas tonalíticas-trondhjemíticas-granodioríticas (TTG), de
natureza cálcio-alcalina, que intrudem os Complexos Santa Luz e Uauá e, por
colocação tectônica, afloram em contato com os terrenos do Greenstone Belt do
Rio Itapicuru (Rios et al. 2008). Apresentam assinaturas cálcio-alcalinas, bordas
gnassificadas contrastando com núcleo mais isotrópico, feições sugestivas de alto
grau metamórfico, e idades modelo arqueanas (Rios et al. 2009).
Cristais de zircão com baixa razão Th/U (Rios et al. 2009) confirmam a
idade mínima de 3,07 Ga proposta por Paixão et al.(1995) para o metamorfismo da
fácies granulito que afeta estas rochas.
2.1.2.
As Sequências Vulcanossedimentares Paleoproterozóicas
As Sequências vulcanossedimentares do Núcleo Serrinha são representadas pelas
rochas do Grupo Capim (GC) e do Greenstone Belt do Rio Itapicuru (GBRI).
14
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
MGPV
0
20 Km
Figura 2.3 - Mapa geológico simplificado do Núcleo Serrinha apresentando a
sua granitogênese e principais idades atribuídas aos maciços. Modificado de
Rios et al. (2009). O quadro em amarelo delimita a área de estudo deste TFG.
15
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
2.1.1.4. Grupo Capim
O Grupo Capim (GC) situa-se a leste da cidade de Uauá. É uma sequência
de rochas vulcanossedimentares deformadas e metamorfisadas na fácies xisto
verde e depositadas em um sinclinório sigmoidal alongado NW-SE, delimitado por
falhas transcorrentes inversas (Winge, 1984).
Os estudos sobre essa sequência ainda são escassos, não permitindo
defini-la como uma estrutura tipo Greenstone. Na bacia do Capim predominam
rochas vulcânicas e precipitações químicas vulcano-exalativas, com rochas
máficas, toleíticas, na base da seqüência e um vulcanismo ácido explosivo no topo
(Winge & Danni, 1980, Winge, 1984).
A parte basal é composta por formações ferríferas bandadas, meta-cherts,
sulfetos e carbonatos (Fonseca et al. 1981; Winge, 1984) o que sugere a
predominância de um ambiente marinho subaquático.
Brito Neves et al. (1980) inicialmente dataram o GC, fornecendo uma idade
de 2170 Ma. Oliveira et al. (1998, 1999), posteriormente, apresentaram idades de
2143 a 2293 Ma para as rochas félsicas da sequência, e estabeleceram o intervalo
de 2519 -2793 Ma (U-Pbzircão SHRIMP) como idade de cristalização para as rochas
toleíticas do GC, apontando um registro da deformação em 2039 Ma, além de
idades modelo (TDM) variando de 2433 a 2537 Ma e εND(T) de -0,14 a -1,45.
2.1.1.5. Greenstone Belt do Rio Itapicuru
O Greenstone Belt do Rio Itapicuru (GBRI) encontra-se inserido na porção
leste do NSer, formando uma faixa com orientação preferencial N-S, com 170 km
de extensão e 15 km de largura máxima (Kishida 1979, Kishida e Riccio 1980).
O GBRI é constituído por rochas máficas, félsicas, e sedimentares,
atribuídas ao paleoproterozóico, metamorfisadas em fácies xisto verde a anfibolito
(Kishida 1979, Kishida & Riccio 1980). Silva (1983) agrupou as rochas do GBRI em
três domínios:
(i)
o domínio vulcânico máfico basal, representado por metabasaltos,
brechas basálticas de fluxo, e tufos máficos, sendo apresentada, para os
metabasaltos, uma isócrona Pb-Pb em rocha total de 2209 ± 60 Ma
(Silva1992).
(ii)
o domínio vulcânico félsico intermediário, sobrepondo o domínio
vulcânico máfico, caracterizado por metandesitos, metadacitos e tufos
andesito-dacíticos. Nessa unidade Mascarenhas & Garcia (1989)
16
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
obtiveram idade isocrônica Rb-Sr de 2089 ± 85 Ma, e Silva (1992) uma
isócrona Pb-Pb em rocha total com idade de 2170 ± 80 Ma.
(iii)
o domínio sedimentar, que está no topo desta sequência, é constituído
por
metassiltitos,
metaconglomerados.
filitos,
Rios
xistos
et
al.
aluminosos,
(2010)
metarenitos
apresentam
idades
e
de
proveniência de 2117 a 2166 Ma (U-Pb SHRIMP) para estas rochas.
Do ponto de vista estrutural, o GBRI apresenta lineamenots com
orientação preferencial N-S nas porções setentrional e central e E-W na porção
meridional.
Davison et al.(1988) citam discordância estrutural entre a foliação principal
dos gnaisses do complexo Santa Luz e a foliação metamórfica das rochas do GBRI.
2.1.3.
Granitos Paleoproterozóicos
Rios et al. (2009) definem dois grupos principais de rochas graníticas
Paleoproterozóicas, expostas no NSer:
(i)
granitos TTG cálcio-alcalinos: Um grande pulso de magmatismo TTGcálcio-alcalino está associado à formação do GBRI sendo representado
pelos plutons de Lagoa dos Bois, Cipó, Nordestina, Trilhado, Qujingue,
Eficéas e Teofilândia. Estes granitos apresentam semelhanças químicas e
texturais com os granitos arqueanos, contudo os dados isotópicos Rb-Sr e
Sm-Nd demonstram tratar de magmas juvenis, e as idades de cristalização
variam de 2,13 a 2,16 Ga (Rios 2002, Rios et al. 2009).
(ii)
granitos alcalinos potássicos e ultrapotássicos: Incluem corpos de natureza
shoshonítica (Araras, Cansanção, Euclides da Cunha, Itareru, e os granitos
tipo Morro do Lopes), e potássica-ultrapotássica (Morro do Afonso,
Agulhas-Bananas e Serra do Pintado), com idades variando de 2.11 a 2.07
Ga, e que se apresentam não deformados, preservando estruturas de fluxo
magmático. Este evento durou cerca de 40 Ma, finalizando com a
colocação dos granitos de granulometria fina tipo Morro do Lopes os quais
parecem estar associado a um importante evento térmico de idade 2.07Ga
(Rios 2002, Rios et al. 2007, 2008, 2009). É neste grupo que se encontra o
MGPV, objeto desse estudo.
17
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
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2.3 O MAGMATISMO ALCALINO NO NÚCLEO SERRINHA
Estudos realizados sobre o magmatismo alcalino no NSer demonstram a
existência de um evento potássico, saturado em sílica com duração aproximada de 30 Ma,
estando compreendido entre 2115 e 2070 Ma. Rios (2002) identificou nesse evento alcalino
três conjuntos: (i) sienítico, (ii) monzonítico e (iii) K-granítico.
Segundo Rios (2002), os maciços sieníticos são essencialmente constituídos por
álcalis-feldspatos-sienitos com textura porfirítica, e exibem texturas geradas por fluxo
magmático. São representados pelos maciços: Morro do Afonso, Morro da Agulhas-Bananas
e Serra do Pintado com idade de cristalização variando de 2.08 a 2.1 Ma. São magmas
ultrapotássicos associados à lamprófiros e lamproitos. As características geoquímicas deste
maciço são usualmente reportadas a magmas de ambientes orogênicos.
As rochas monzoníticas colocaram-se num intervalo de 2106 a 2071 Ma,
superpondo-se temporalmente ao magmatismo sienítico (Rios, 2002). Neste grupo a autora
investigou quatro maciços de natureza shoshonítica: Araras, Euclides Cansanção e Itareru e
os diferencia, petrograficamente, dos maciços sieníticos pela presença sistemática de
cristais de plagioclásio.
Os K-granitos do NSer são representantes tardios deste evento alcalino e foram
colocados num curto intervalo de tempo (2,07-2,08 Ga), sendo representados por seis
corpos identificados por Rios (2002): Marmota, Alto Bonito, Fazenda das Bananas,
Maravilha, Barroquinha e Pedra Vermelha. Este último é o objeto de estudo deste trabalho.
Esses corpos possuem natureza pós colisional e assinatura de arco, apontado uma forte
influencia do processo AFC na sua evolução (Peixoto 2000). Esses granitos são ricos em
SiO2 (~ 68-76%), peraluminosos, com forte contribuição crustal.
18
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA APLICADA
19
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
3 METODOLOGIA APLICADA
Para a execução do trabalho proposto foram utilizados os métodos descritos a
seguir:
3.1
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Foram inventariados os trabalhos anteriormente executados na região, com a
finalidade de adquirir conhecimento geológico básico sobre a área estudada, oferecendo
mais segurança para discorrer sobre o tema e posteriormente uma melhor integração dos
dados. Esta etapa resultou em um acervo com relevantes informações que existiam na
região, principalmente sob o ponto de vista cartográfico. Essas informações foram
acrescidas aos dados obtidos na etapa de campo.
3.2
FOTOINTERPRETAÇÃO
A fotointerpretação foi realizada sobre fotografias aéreas (02-11-184, 02-11-185 e
02-11-186), em escala 1:50.000. As fotografias foram adquiridas na CPRM (Serviço
Geológico do Brasil), e utilizadas principalmente para a construção de overlays, auxiliando
na confecção do mapa geológico (Anexo I).
Nesta etapa foram utilizadas também imagens de satélite Landsat 7, do Projeto Gis
Bahia (CBPM/ CPRM).
3.3
TRABALHOS DE MAPEAMENTO E AMOSTRAGEM
O objetivo do mapeamento foi voltado para redefinir os limites entre o maciço e as
rochas encaixantes, bem como possíveis litologias separando litologias e domínios
faciológicos do MGPV.
A campanha de campo foi realizada no mês de abril de 2009, com duração de três
dias consecutivos, sob a supervisão do geólogo Márcio Paim. Esta etapa incluiu o
reconhecimento regional, amostragem, georreferenciamento, mapeamento de estruturas
geológicas, e redefinição de limites litológicos. Este trabalho de mapeamento e
fotointerpretação resultou na confecção do mapa geológico do MGPV em escala de
1:50.000 (Anexo I).
Procurou-se nesta etapa realizar uma distribuição representativa dos pontos do
maciço por toda a área aflorante visando representá-lo o melhor possível. As rochas
encaixantes imediatas também foram amostradas visando melhor compreender a sucessão
cronológica e detalhamento das relações de intrusão do pluton nos metabasitos.
20
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
A área trabalhada tem dimensões aproximadas de 5 x 6 km, resultando em um
polígono com cerca de 30 Km2. Ao todo foram descritos e georreferenciados 24 pontos e
coletadas 13 amostras (Figura 3.1), sendo 3 (três) dos metabasitos do Complexo Uauá,
onde o MGPV encontra-se encaixado, e 10 (dez) representativas do maciço (Tabela 3.1).
3.4
PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS
As amostras coletadas e georreferenciadas foram descritas macroscopicamente,
georreferenciadas, catalogadas, fotografadas, e encaminhadas para o laboratório de
preparação de amostras do Instituto de Geociências da UFBA.
Todas as amostras coletadas na fase de campo foram selecionadas para os
estudos da petrografia e litogeoquímica. Abaixo estão descritas as principais etapas de
preparação a que elas foram submetidas.
1. Lavagem - Esta fase visa à eliminação, principalmente, de resíduos orgânicos e
solos incrustados na amostra.
2. Redução granulométrica - Com o auxilio da prensa hidráulica (Figura 3.2A), as
amostras foram reduzidas ao tamanho aproximado de um punho fechado
(±5cm3). Esta etapa também poderia ter sido executada no próprio campo.
Nesta fração foi retirado o pedaço para a laminação e para o arquivo
macroscópico.
Para o estudo litogeoquímico as amostras foram submetidas às seguintes etapas:
3. Britagem - Utilizando um britador de mandíbula (Figura 3.2B) a amostra foi
reduzida à fração brita (1–2cm3).
4. Peneiramento - Depois de britadas, as amostras foram peneiradas para
eliminação do pó fino com fragmentos metálicos do britador, reduzindo os
riscos de contaminação.
5. Quarteamento – Visa à redução volumétrica da amostra. Nesta etapa, ¼ da
fração brita foi reservada para arquivo de brita, ¼ direcionado para redução a
fração pó visando as análises químicas, e o restante foi descartado.
6. Pulverização – A fração reservada para análise química foi pulverizada
utilizando o moinho de panelas tipo “Shatter Box”, com panela de carbeto de
tungstênio, resultando em uma fração pó de granulometria 200 mesh (Figuras
3.2C e D).
21
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Figura 3.1 - Mapa de caminhamento e amostragem, fonte
CRPM/DNPM 2003.
22
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Amostra
Descrição da
amostra / Litologia
de campo
Latitude
Longitude
1663*
Biotita sienogranito
de Pedra Vermelha
443944
8853987
1664*
Biotita sienogranito
de Pedra Vermelha
445681
8854669
1665*
Porção dos leitos
máf. do sienogranito
P.V
448150
8854557
1666*
Sienogranito Pedra
Vermelha
448150
8854557
3193
Metabasito
453660
8854605
3194
Gnaisse do
embasamento
450720
8854827
3195
Gnaisse do
embasamento
448988
8854715
3196
Monzogranito
foliado
445866
8852996
3197
Biotita granito
446386
8852264
3198
Migmatito de
composição
granítica
447356
8851160
3199
3200
Metabasito
Migmatito
447592
446016
8850109
8851333
3201
Migmatito de
composição
granítica
445119
8850551
3202
Enclave do
embasamento
444052
8852989
446575
8853238
446477
8854347
448244
8850270
3204
Enclave do
embasamento
Gnaisse migmatítico
3205
Granito
3203
Tabela 3.1 Tabela das amostras georreferenciadas (* amostras
de Rios et al. 2005).
23
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A
B
C
D
E
F
Figura 3.2 - Fotos dos equipamentos utilizados na preparação das amostras: (A)
Prensa hidráulica; (B) Britador de mandíbulas; (C) Shatter Box; (D) Pó gerado no
processo; (E) Etapa da abertura química; (F) ICP AES modelo Liberty 150, marca
Varian, onde foram realizadas as análises.
24
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3.5
ESTUDOS PETROGRÁFICOS
As descrições petrográficas enfatizaram as relações texturais presentes. Foi
realizada análise modal com contagem visual dos campos para estabelecimento do
percentual de volume dos minerais e, com base nesse resultado, dar nome à rocha,
utilizando a proposta de Streckeisen (1976). Nestas descrições, a classificação
granulométrica utilizada é a sugerida por Sial & McReath (1984). Um total de 13 amostras
foram descritas. As fichas petrográficas compõem o Anexo I.
3.6
LITOGEOQUÍMICA
Para os estudos litogeoquímicos as amostras selecionadas foram analisadas pelo
método instrumental da Espectrometria de Emissão Ótica com Plasma de Argônio
Indutivamente Acoplado (ICP OES), no Laboratório de Petrologia Aplicada a Pesquisa
Mineral do Instituto de Geociências da UFBA. No Laboratório de Plasma, as amostras
foram submetidas a diferentes tratamentos químicos para a análise de elementos maiores,
menores e traços. Sintetizamos neste capítulo as etapas de preparação da amostra em
rotina no ICP OES da UFBA, e que precedem à análise química de rocha, dividindo-a em 4
etapas. Todos os processos, descritos a seguir, foram acompanhados pela graduanda.
3.6.1 Secagem das Amostras:

Pesagem de ±3g da amostra em pesa-filtro de 30 ml devidamente identificados.

Secagem da amostra, a 105 – 110º C, em estufa elétrica, por 3 horas. Ao sair da
estufa os pesa-filtros são levados ao dessecador para retornarem a temperatura
ambiente.
3.6.2 Pesagem das Amostras

Em uma balança analítica (precisão de 0,1 mg), as amostras são pesadas: em
cadinhos e beckers de teflon, e em cadinhos de porcelana.

Para análise de elementos maiores, pesa-se 0,1g da mostra em cadinho de teflon,
da bomba de Parr.

Na análise dos menores e traços, pesa-se 0,5 g da amostra em beckers de teflon.

Para análise de Perda ao Fogo (PF), pesa-se 1 g da amostra em cadinhos de
porcelana. Sendo que, neste caso, os recipientes utilizados são anteriormente
calcinados, a uma temperatura de 950º C, resfriados no dessecador e pesados para
depois serem utilizados nas pesagens das amostras.
25
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3.6.3 Decomposição das Amostras
As amostras devidamente pesadas são submetidas a ataques químicos. Abaixo
estão sintetizadas as rotinas no ICP-OES do IGEO para a decomposição química das
amostras, de acordo com os elementos a serem analisados (Figura 3.2E):
3.6.3.1 Elementos maiores

São adicionados às amostras, 0,5 mL de água régia (HCl e HNO3, 3:1 ) e 3
mL de ácido fluorídrico (HF).

O cadinho de teflon é fechado e inserido na bomba de Parr.

A bomba de Parr é colocada em estufa a 136º C, por 45 minutos.

A bomba é retirada da estufa e espera-se retornar a temperatura ambiente.

Os cadinhos são levados à capela de exaustão para serem abertos.

2,8 g de ácido bórico são adicionados à amostra para dissolução dos
fluoretos. O processo é realizado a quente e com contínua agitação, em
placas magnéticas dotadas de sistema de aquecimento.

As soluções obtidas são transferidas, dos cadinhos para um balão
volumétrico de 100 mL. Após o retorno da solução à temperatura
ambiente, os balões volumétricos são avolumados com água deionizada e
suas soluções homogeneizadas por agitação.

As soluções são transferidas do balão volumétrico para frascos de
polietileno de 100 mL, por serem quimicamente mais estáveis. Desta
forma, as soluções estão prontas para serem analisadas no ICP OES.
3.6.3.2 Elementos menores

As amostras são submetidas a ataque tri-ácido, adicionando-se 15 mL de
ácido fluorídrico (HF), 4 mL de ácido perclórico (HClO4) e 10 mL de ácido
nítrico (HNO3).

Com a mistura ácida, os beckers de teflon são levados a uma placa de
aquecimento, a 180º C, até a secagem dos ácidos adicionados. Este
procedimento é repetido para termos a certeza que toda a sílica foi
eliminada na forma de tetrafluoreto de silício (SiF4), o qual é volátil a esta
temperatura.
26
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
Os sais formados (nitratos, fluoretos e percloratos) são dissolvidos em 10
mL de ácido clorídrico (HCl) a 50%.

As soluções obtidas são transferidas para um balão volumétrico de 50 ml,
resfriadas à temperatura ambiente, e avolumadas. São acondicionadas
então em frascos de polietileno de 100 mL e estão prontas para serem
analisadas.
3.6.3.3 Perda ao Fogo

Os cadinhos de porcelana numerados, vazios, e descontaminados, são
calcinados a 950ºC, por 15 minutos, em forno de mufla. Após este tempo
de aquecimento, são transferidos para um dessecador, com o objetivo de
retornarem a temperatura ambiente em uma atmosfera protegida. Os
cadinhos de porcelana são pesados em balança analítica (precisão 0,1
mg).

Nos cadinhos aferidos são pesadas 1,0 g de cada amostra. As amostras
são calcinadas a 950º C por duas horas, resfriadas no dessecador e
pesadas. A diferença de peso encontrada permite calcular a percentagem
de perda ao fogo, a esta temperatura.
3.6.4 Espectometria de Emissão Ótica com Plasma de Argônio Indutivamente
Acoplado
Esta técnica é também conhecida pela sigla ICP-OES (Inductively Coupled Plasma
- Atomic Emission Spectrometry). A amostra, (solução aquosa), é excitada num gerador de
freqüência de radio transformando-se num plasma. O aparelho utilizado foi o da marca
Variam, modelo liberty 500, e é operado pelos técnicos da UFBA desde 1994. O limite de
detecção é de 0,01% para elementos maiores e 5 ppm elementos menores e traços.
3.7
TRATAMENTO DE DADOS
Os dados obtidos nas etapas anteriores foram tratados e integrados para a
elaboração do trabalho final de graduação. Foram usados os softwares Arcgis, Excel, Word,
Adobe Illustrator e GCDKit.
3.8
CONFECÇÃO DO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
A integração de todas as etapas supracitadas permitiu que fosse confeccionado
este trabalho Final de Graduação.
27
CAPÍTULO 4 – GEOLOGIA E PETROGRAFIA
28
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4 GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO MGPV
O MGPV, classificado por Rios 2002 como um dos corpos relacionados ao
magmatismo alcalino potássico de natureza shoshonítica no NSer foi escolhido para ser
objeto deste TFG por suas características singulares. Com seu formato circular intrudindo
rochas metabásicas, o MGPV é o único corpo desta natureza que ocorre na porção norte do
NSer. A primeira referência a este corpo na literatura ocorre no Projeto Rochas Básicas e
Ultrabásicas de Euclides da Cunha, quando suas rochas foram descritas por Inda et al.
(1976) como diatexitos. Rios em 2002, durante os trabalhos regionais de avaliação da
granitogênese no NSer descreve o MGPV como um corpo monzogranítico alcalino tardio,
classificando-o como pertencente ao grupo de rochas shoshoníticas/K-granitos, similares ao
magmatismo tipo Morro do Lopes.
Apesar de inicialmente se acreditar que o MGPV estaria associado aos terrenos do
embasamento do NSer, Rios et al. (2005) apresentaram idade de cristalização de 2080±8
Ma (U-Pb em monozircão) para este corpo, em amostra de biotita-granito coletada no ponto
1664 (coordenada UTM: 445810, 885469), localizada na porção centro norte do maciço e os
estudos realizados preliminarmente por estes autores no maciço descartaram a
possibilidade dele estar relacionado ao magmatismo Arqueano no NSer.
4.1
ASPECTOS DE CAMPO E ESTRUTURAIS
Seja em imagens de satélite landsat 7 (Figura 4.1), em fotografias aéreas (Figura
4.2), e nos mapas regionais (Figura 2.3), o MGPV se destaca, chamando a atenção pela
forma quase circular do corpo, o que não ocorre em nenhum dos outros maciços graníticos
descritos no Nser, incluindo até mesmo os corpos tardios os quais apresentam formas
ligeiramente ovalares alongadas no sentido NNW-SSE.
Em campo, o MGPV possui bons afloramentos, sob a forma de lajedos, em leito de
rio seco e em cortes de estradas. Na porção noroeste do maciço, próximo ao povoado
Pedra Vermelha, seu relevo encontra-se mais pronunciado atingindo um desnível de até 200
metros. Em imagem de satélite, percebe-se que a foliação regional que contorna o corpo
desenha um contorno sigmoidal, sugerindo um envelopamento do maciço pelo
embasamento (Figura 4.1). Esta feição não foi observada em campo, onde as rochas de
borda do corpo apresentam foliação concordante à foliação regional NNE-SSW, com
medidas variando entre N 205º e N 220º, o que sugere neste contexto, que o MGPV pode
ser classificado como um corpo sintectônico.
29
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Figura 4.1 - Mapa geológico do MGPV superposto a imagem de
satélite Landsat 7, mostrando a forma do corpo circular do MGPV,
CPRM/CBPM (2003).
30
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Figura 4.2 - Fotografia da área estudada superposta com os limites
geológicos, mostrando o formato circular do MGPV.
31
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Contudo, o progresso dos trabalhos de fotointerpretação permitiu reconhecer
algumas falhas e fraturas ao longo do corpo, que não obedecem à orientação preferencial.
Além dessas estruturas, foram observadas durante os trabalhos de campo, outras feições
relacionadas a este magmatismo granítico, em especial no núcleo do maciço, como a
presença de enclaves graníticos das rochas de borda e filões pegmatoidais, de composição
quartzo-feldspática, com espessuras decimétricas a métricas (Figura 4.3 A e 4.3 B).
O MGPV está em contato com rochas interpretadas como metabasitos (Inda et al.
1976). Esses contatos são bem delimitados quando vistos em fotografias aéreas (Figura
4.2). Em alguns trechos o contato coincide com o padrão de drenagem existente (Figura
3.1). Em áreas onde as rochas do MGPV não são aflorantes, o contato pode ser inferido
através da diferenciação de coloração do solo onde as rochas máficas encaixantes resultam
em solos argilosos mais escuros, e as graníticas do MGPV geram solos mais claros e
arenosos.
4.2
FACIOLOGIA E PETROGRAFIA
A partir dos trabalhos de campo foram mapeadas as rochas do maciço e a sua
encaixante imediata. Foram selecionadas para o estudo petrográfico, 13 (treze) amostras
representativas das rochas identificadas em campo (Tabela 4.1). Com base na disposição
espacial das rochas, nas relações de campo, e na análise macrotextural, individualizou-se,
no MGPV, dois fácies: (i) fácies núcleo e (ii) fácies borda.
Os contatos entre as rochas dos diferentes fácies aqui propostos não foram
observados diretamente em campo, sendo inferidos a partir da distribuição espacial das
amostras. Localmente, como ocorre no ponto NS 3202 (Figura 4.3E), as rochas gradam de
estruturas isotrópicas (fácies núcleo) para texturas sugestivas de mistura de magmas,
típicas de fácies de borda. Isto sugere contatos gradativos entre os diferentes fácies
identificados (Figura 4.3E).
4.2.1 Fácies de Núcleo
Neste fácies, 3 (três) amostras foram selecionadas (NS 3196, NS 3203, e NS
3204). As rochas deste fácies representam cerca de 40% do MGPV e restringem-se á
porção central do corpo (Figura 4.1 e 4.4). São um conjunto de rochas monótonas, sendo
poucas as variações texturais e/ou modais observadas. Suas rochas são biotita
monzogranitos isotrópicos (Figura 4.5A), hololeucocráticas (Figura 4.5B), de coloração cinza
clara e/ou avermelhada, com textura fanerítica (Figura 4.3B e C). Em alguns afloramentos
foram observados autólitos sem formato definido e com a mesma mineralogia da rocha
hospedeira da fácies de borda (Figura 4.3F).
32
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A
NS 3196
B
NS 3204
D
C
NS 3203
E
NS 3202
NS 3198
F
NS 3204
Figura 4.3 - Aspectos macroscópicos das rochas do MGPV: (A) Filão pegmatoidal no
núcleo do maciço; (B) Filão pegmatoidal de composição quartzo-feldspática cortando
biotita granito;(C) Detalhe da estrutura isotrópica no biotita granito NS 3203; (D) Detalhe
da foliação do MGPV no fácies borda, que acompanha a foliação regional;(E) Feição
sugestiva de mistura de magmas na fácies de borda ;(F) Autólito das rochas de borda
aprisionado no fácies núcleo.
33
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Figura 4.4 - Mapa geológico do MGPV, mostrando as divisões do
maciço em fácies e suas encaixantes.
34
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A
B
Figura 4.5 - Diagrama Q-A-P proposto por Streckeisen (1976) para nomenclatura de
rochas plutônicas. (A) Mostra os campos para classificação das rochas (B) Diagrama
Q(A+P)M proposto por Streckeisen (1976)l. Q = Quartzo, A = Feldspato Alcalino +
Albita +, P = Plagioclásio (5-100% An). M = Somatório dos minerais máficos e
correlatos. 1A = quartzolitos ou silexitos; 1b = granitóides ricos em quartzo; 2 = álcali
feldspatos granitos; 3A = sienogranito; 3b = monzogranito; 4 = granodioritos; 5 =
tonalitos; 6 = álcali feldspatos sienitos; 6* = álcali feldspato quartzo; 7 = sienitos; 8 =
monzonitos; 9 = monzodioritos /monzogabros; 10 = dioritos/gabros10* = quartzo
dioritos/quartzo gabros.
35
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Microscopicamente,
essas
rochas
apresentam
texturas
hipidiomórficas
a
xenomórficas, e inequigranulares. A mineralogia principal é dada pelo quartzo, microclina e
plagioclásio (andesina). A biotita ocorre como varietal ( 5% a 16%). Os minerais acessórios
são a apatita, o zircão e os minerais opacos.
O quartzo perfaz cerca de 33% do volume total da rocha. São cristais anédricos
com tamanhos variando entre 0,6 a 1,2mm. Sua extinção é ondulante e sua relação de
contato com o plagioclásio é do tipo curvo enquanto que com os cristais de biotita os
contatos são retos (Figura 4.6B).
O plagioclásio (andesina, teor de anortita 38-43 An%), representa em média 31%
do percentual total da amostra, sendo responsável pelo seu caráter inequigranular (Figura
4.6B). Os tamanhos estão variando entre 0,08 de 0,9 mm, embora, possuam tamanho
médio de 0,3 mm. São cristais subédricos a anédricos e geminados segundo a lei albita
Carlsbad. Incluem raramente cristais de apatita e zircão euédrico.
A microclina ocupa cerca de 28% do volume total da rocha. A geminação albitapericlina sempre aparece nos cristais. Tem hábito subédrico e apresenta-se com tamanhos
variados entre 0,05 e 0,2 mm. Os contatos com os cristais de plagioclásios são do tipo
irregulares. Com a biotita, os contatos são curvos e por vezes retos (Figura 4.6B).
A biotita constitui uma média de 8% do volume total da rocha, tem cor marrom e
pleocroismo variando entre marrom escuro e verde escuro, ocorrendo como palhetas.
Apresentam tamanhos médios de 0,9 mm e seus contatos com os cristais de quartzo e com
os cristais de plagioclásio são curvos e retos.
O zircão representa menos de 1% do percentual total deste fácies, apresentando
tamanhos de aproximadamente 0,08mm. São euédricos e ocorrem como inclusões nos
plagioclásios e quartzo (Figura 4.6A). Os minerais opacos representam cerca de 1% do
volume modal dessas rochas, têm formas subédricas a anédricas e tamanhos variando
entre 0,01 e 0,2 mm. Tendem a ocorrer associados a biotita ou, bordejando os plagioclásios.
A apatita representa menos 1% do volume total da rocha, têm formas euédricas a
subédricas e estão inclusas na biotita e no plagioclásio (Figura 4.6A) com tamanhos
variando entre 0,01 e 0,04 mm.
4.2.2 Fácies de borda
O fácies de borda é a mais abundante do maciço, representando cerca de 60% do
volume total do corpo, e apresenta-se circundando o núcleo isotrópico, do qual difere por
apresentar estruturação gnáissica.
36
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B
A
Pl
Ap
Zr
Qz
0,5 mm
NS 3205
C
Kf
0,5 mm
NS 3204
D
0,5 mm
NS 3196
E
0,5 mm
NS 3197
F
Pl
Kf
Qz
NS 3200
0,5 mm
NS 3205
0,5 mm
Figura 4.6- Aspectos microscópicos do MGPV: (A) Cristal de quartzo com inclusões de
zircão e apatita; (B) Contatos irregulares entre o quartzo, plagioclásio e a microclina; (C)
Textura hipidiomórfica a xenomórfica no fácies núcleo; (D) Orientação da biotita no fácies
borda, luz polarizada; (E) Fenocristal de plagioclásio no fácies borda,o fácies luz plana; (F)
Microclina sericitizada nicóis cruzado.
37
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A gnaissificação é marcada pela presença de faixas irregulares de material claro de
composição granítica e material escuro constituído predominantemente de mineral máfico.
Para avaliação deste fácies foram selecionadas sete amostras (3197,3198, 3200,
3201, 3202, 3205, 3194). Similarmente às rochas do núcleo as rochas deste fácies são
biotitas monzogranitos (Figura 4.5A), com textura fanerítica média, tonalidades variando
entre o cinza médio e o rosa avermelhado, e são leucocráticas a hololeucocráticas (Figura
4.5B).
Em campo, essas rochas apresentam feições texturais complexas, que se
assemelham às texturas migmatíticas do tipo dobradas e schilieren e feições sugestivas de
mistura de magmas (Figura 4.3E).
Microscopicamente
estas
rochas,
apresentam
texturas
xenomórficas
a
hipidiomórficas. A mineralogia deste fácies é também muito monótona e idêntica à fácies
núcleo. O único máfico existente é a biotita. Minerais opacos, apatita e zircão são os
acessórios mais comuns nessas rochas.
Neste fácies o quartzo perfaz cerca de 32% do volume total da rocha. Ocorre como
cristais anédricos com dimensões variando entre 0,06 e 1,4 mm (Figura 4.6D). Seus
contatos são curvos e às vezes embainhados com o feldspato potássico (Figura 4.6E). Sua
extinção é ondulante, por vezes desenvolve textura em mosaico. Possui inclusões de zircão,
apatita e minerais opacos.
A microclina compõe entre cerca de 31% do volume total da rocha, tem formato
subédrico a anédrico e o tamanho dos cristais podem atingir até 1,2 mm. A relação de
contato com o quartzo e com o plagioclásio é do tipo curvo, já com a biotita, o contato é
predominantemente do tipo reto. Sua geminação é segundo a lei albita periclina (Figura
4.6F).
O plagioclásio é a andesina (38 % An), apresentando formato anédrico a subédrico,
e granulometria variando de 0,09 a 1,3 mm sendo portanto responsável pelo caráter
inequigranular da rocha (Figura 4.6C). Os cristais são geminados segundo a lei albita. A
relação de contato com os demais minerais da rocha são do tipo curvos e embainhados.
A biotita representa 9% em volume. Possui hábito lamelar, formas subédricas a
anédricas, e pleocroismo intenso, nas cores castanho claro a marrom escuro (Figura 4.6 D e
E). Por vezes encontra-se associada a minerais opacos e seu contato com os demais
minerais é reto e curvo. Neste fácies os cristas de biotita apresentam-se orientação
preferencial, que é responsável pela foliação macroscópica observada (Figura 4.6 E).
O zircão ocorre com menos de 1% do volume total da amostra. São cristais
subédricos e menores que 0,06 mm, exibindo bordas arredondadas, inclusos nos minerais
essenciais da rocha.
38
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A apatita representa cerca de 1% do volume total da rocha, com tamanhos variando
entre 0,04 a 0,16 mm. Ocorrem como cristais euédricos, inclusos no plagioclásio e no
quartzo.
Os minerais opacos representam cerca de 1% do volume total da rocha, ocorrendo
como cristais subédricos a anédricos que apresentam contatos curvos com o quartzo e com
o plagioclásio, e tamanhos variando entre 0,05 mm a 0,6 mm.
4.2.3 As Rochas Encaixantes do MGPV
O MGPV é circundado por rochas descritas por Inda et al.(1976) como metabasitos.
Essas rochas gradam para os gnaisses do Complexo Uauá que intercalam bandas escuras
e claras (Figura 4.7A) e apresentam próxima a este contato orientação preferencial N-S
seguindo o trend regional (Figura 4.7B). Para sua nomenclatura foi utilizado o diagrama para
rochas básicas proposto por Le Maitre et al. (1989) que permite classificá-las como
hornblenda gabros (Figura 4.8) melanocráticos.
Macroscopicamente são rochas equigranulares, com granulometria fanerítica
média, em cuja moda predominam anfibólios (hornblenda) (64%) e plagioclásio (andesina)
(31%). Subordinadamente ocorrem quartzo e minerais opacos.
A hornblenda é subédrica, em geral possui o hábito prismático, com prismas
alongados dando uma textura orientada a rocha. Seu tamanho atinge até 0,9 mm. O
pleocroismo vai de amarelo claro a verde escuro e seus contatos com o plagioclásio são
irregulares (Figura 4.7C).
O plagioclásio é a andesina (38% An), com cristais em geral subédricos, com
tamanho variando entre 0,02 a 0.09 mm e apresenta geminação albita (Figura 4.6D).
O quartzo é uma fase varietal a acessória ( ~3% do volume total da amostra) e
ocorre como cristais anédricos, com dimensões entre 0,2 e 1,1 mm, apresentando extinção
ondulante. Localmente, faz contato do tipo lobular com o plagioclásio e não está fraturado
como os demais minerais que compõem a rocha, sugerindo tratar-se de fase recristalizada.
Os minerais opacos representam menos de 1% do volume modal destas rochas.
Seu formato é subédrico, ocorrendo inclusos na hornblenda ou em contato embainhado com
o plagioclásio. Seus tamanhos estão variando entre 0,02 a 0,1 mm.
A apatita representa menos de 1% do volume total da amostra. Seu formato é
circular ocorrendo inclusas na hornblenda. Seus tamanhos são de aproximadamente 0,03
mm.
39
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
B
A
NS 3199
NS 3195
D
C
Hb
Pl
0,5 mm
0,5 mm
NS 3193
NS 3199
Figura 4.7- Aspectos macroscópicos e microscópicos das rochas encaixantes do
MGPV.(A) Detalhe do bandamento do metabasito intercalando níveis feldspáticos e
máficos;(B) Visão geral do afloramento mostrando a orientação preferencial (N-S) que
acompanha a orientação regional; (C) Hornblenda de hábito prismático e textura
orientada; (D) Plagioclásio geminado fazendo contato curvo com a hornblenda;
40
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Figura 4.8 - Diagrama classificatório Pl - Px - Hb (Le Maitre et al. 1989),
aplicado aos termos menos diferenciados das
rochas básicas
encaixantes do MGPV.
41
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
4.3
SUMÁRIO DA GEOLOGIA E PETROGRAFIA
O Maciço Granítico Pedra Vermelha é um corpo de forma circular, com
aproximadamente 30 Km2 que intrude os metabasitos do grupo Uauá. Esse corpo é cortado
por inúmeros veios quartzo-feldspáticos tardios, sem nenhuma direção preferencial.
Macroscopicamente as rochas do MGPV podem ser divididas em dois fácies em
função do caráter isotrópico e da aparente foliação gnáissica. No fácies de borda, existem
feições sugestivas de deformação e dobramentos que dão um aspecto gnassificado à rocha.
No fácies de núcleo, as rochas apresentam-se isotrópicas.
As rochas do MGPV tem coloração variando de cinza médio a rosa avermelhada,
textura fanerítica média a fina, com pórfiros de quartzo e feldspato e são ricas em biotita. Os
minerais essenciais são a apatita, zircão e os minerais opacos. Sericita, clorita e o epídoto
ocorrem de forma subordinada como minerais de alteração. Não foram observadas nestas
rochas fases minerais metamórficas.
Segundo a nomenclatura proposta por Streckeisen (1976), as rochas do MGPV
classificam-se como biotita-monzogranito e os metabasitos encaixados correspondem a
hornblenda-gabros.
A ordem de cristalização dos minerais no MGPV foi: zircão - biotita - plagioclásio feldspato potássico - quartzo.
42
CAPÍTULO 5 - LITOGEOQUÍMICA
43
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
5 LITOGEOQUÍMICA
Neste capítulo é abordada a química das rochas do MGPV, visando sua
caracterização. Para isso foram utilizadas as 13 (treze) amostras representativas da
petrografia das litologias identificadas do MGPV: sete do fácies borda (NS 3197, NS 3198,
NS 3200, NS 3201, NS 3202, NS 3205, NS 3194), três do fácies de núcleo (NS 3196, NS
3203, NS 3204) e três das encaixantes imediatas (NS 3193, NS 3195, NS 3199) (Tabela
5.1). Adicionalmente, foram incluídas as duas amostras (NS 1664, do núcleo e NS 1665, da
borda apresentadas por Rios et al.(2005), totalizando 15 amostras.
Nesta etapa foram analisados os elementos maiores (SiO2, TiO2, Al2O3, FeO,
Fe2O3, MnO, MgO, CaO, Na2O, P2O5) e menores ( Mo, Zr, Hf, Sc, Y, Th, La, Ce, Sr, Ba, Ni,
Cr, V, W, Zn, Cu, Pb, Co, Cd) por Espectrometria de Emissão Ótica com Plasma de Argônio
Indutivamente Acoplado (ICP-OES), realizadas no laboratório de Plasma da UFBA.
5.1
ELEMENTOS MAIORES
Os elementos maiores foram utilizados: i) na nomenclatura e classificação das
rochas, ii) na construção de diagramas de variação, e iii) para avaliação da filiação
magmática.
5.1.1 Relação Álcalis x Sílica
Com base no conteúdo de SiO2 as rochas do MGPV são ácidas, apresentando
estreita variação (66-72% núcleo, 67-74% borda). As encaixantes metabasíticas são rochas
básicas, com SiO2 variando de 45-48% (Tabela 5.1).
O diagrama que relaciona o total de álcalis versus óxido de silício (TAS) foi
proposto para discriminar as rochas das séries magmáticas alcalinas das subalcalinas. Este
mesmo diagrama tem sido utilizado para nomenclatura química de rochas vulcânicas (Cox
et al.1979; Le Maitre et al.1989). Wilson (1989) adaptou o diagrama proposto por Cox et al
(1979) para nomenclatura de rochas plutônicas, onde apresenta uma divisão de campos
equivalentes ao conhecido diagrama QAPF (Streckeisen, 1976).
Utilizando este diagrama para o MGPV e suas encaixantes (Figura 5.1), observa-se
que, tanto as rochas da borda quanto as do núcleo situam-se predominantemente no
domínio das rochas sub-alcalinas, no campo dos granitos e granodioritos. A exceção é a
amostra NS3197 (borda) que se situa no domínio das rochas alcalinas.
As amostras da encaixante caem no campo dos gabros e tem tendência
subalcalina.
44
Fácies Núcleo
14,35
1,39
0,01
0,40
1,56
4,67
2,70
0,02
0,31
Al2O3
Fe2O3
MnO
MgO
CaO
Na2O
K2O
P2O5
PF
98,40
0,29
7,53
0,02
0,59
7,26
0,04
0,41
0,09
1,70
5,84
2,12
0,86
0,02
2,06
16,55
68,49
0,27
98,55
0,41
0,01
2,70
4,56
1,96
0,58
0,01
1,43
14,81
71,91
0,17
0,38
6,20
0,03
96,5
0,49
0,21
1,7
4,5
2,9
1,9
0,07
1,8
15,5
66,8
0,63
NS 1665*
0,18
6,42
0,01
99,25
0,27
0,05
0,99
5,42
2,10
0,33
0,01
0,99
14,71
74,31
0,07
NS-3201
0,55
7,52
0,04
100,64
0,22
0,05
2,68
4,84
1,95
0,50
0,03
1,94
14,74
73,46
0,22
NS-3205
0,78
8,00
0,05
98,5
0,26
0,05
3,5
4,5
1,6
0,4
0,03
0,51
14,4
73,00
0,25
NS 1664*
0,17
5,52
0,01
98,64
0,39
0,01
0,82
4,71
2,99
0,55
0,03
1,58
14,63
72,79
0,15
NS-3202
2,26
10,43
0,10
98,56
0.38
0,06
7,23
3,19
0,39
0,20
0,01
0,74
15,28
71,42
0,04
NS-3197
Fácies da Borda
1,18
8,34
0,06
99,88
0,55
0,10
4,51
3,83
1,98
0,61
0,02
2,08
15,07
70,84
0,29
NS-3194
0,60
7,36
0,04
99,14
0,41
0,17
2,75
4,61
2,02
1,02
0,02
2,90
15,50
69,43
0,29
NS-3198
0,31
5,81
0,02
98,78
0,45
0,13
1,39
4,42
3,06
1,43
0,05
4,30
15,37
67,73
0,45
NS-3200
0,17
3,71
0,01
99,70
0,66
0,09
0,53
3,18
9,90
6,41
0,21
14,75
14,03
48,69
1,25
NS-3195
0,13
2,48
0,01
99,39
0,84
0,12
0,28
2,20
11,06
6,47
0,23
13,16
16,51
47,36
1,16
NS-3193
0,13
1,72
0,00
97,88
0,12
0,05
0,20
1,52
12,45
9,08
0,20
12,75
15,17
45,47
0,88
NS-3199
Encaixante
Tabela 5.1 - Análises químicas dos elementos maiores do MGPV e alguns parâmetros. * Amostras de Rios et al.(2005)
TOTAL
97,99
Parâmetros
K2O/Na2O 0,58
K2O+Na2O 7,37
K2O/SiO2
0,04
72,42
0,15
NS-3196 NS-3204 NS-3203
SiO2
TiO2
Amostras
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45
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Figura 5.1- Diagrama álcalis versus sílica aplicado as rochas do MGPV. Campos de
classificação química e nomenclatura das rochas ígneas plutônicas utilizando o total
de álcalis (Na2O+ K2O) versus sílica (SiO2), segundo Cox et al. (1979), adaptado para
rochas plutônicas por Wilson (1989). A curva subdivide os magmas das séries
alcalinas e subalcalinas.
46
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Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
5.1.2 Com base na relação K2O x Na2O
A relação K2O x Na2O foi utilizada inicialmente por Milddelmost (1975), que definiu
critérios para evidenciar as características: potássicas [(Na2O–1)] < K2O < (Na2O – 0,5)];
sódicas [K2O< (Na2O – 0,5)]; e alto potássio [(K2O-1)>Na2O] (Figura 5.2). Entretanto, Le
Maitre et al. (1989) consideraram uma rocha como sódica quando a relação (2-Na2O) > K2O;
e potássica, quando (2-Na2O) < K2O, sendo esta a conceituação adotada neste trabalho.
Assim, de acordo com critérios apresentados por Le Maitre et al. (1989) as rochas
do MGPV e de seu embasamento imediato apresentam dualidade potássico sódica,
predominando os termos mais potássicos no fácies de borda (Figura 5.2).
5.1.3 Com base na relação K2O x SiO2
O diagrama que relaciona K2O versus SiO2 proposto por Peccerillo & Taylor (1976)
estabelece campos para separar as rochas das séries toleítica, cálcio alcalina e
shoshonítica (Figura 5.3). Com base nesta proposta as rochas do MGPV situam-se, na sua
maioria, no campo da serie cálcio alcalina. Posteriormente, Corriveau & Gorton (1993)
utilizaram esta mesma relação para individualizar os campos das rochas das séries
ultrapotássica, shoshonítica e cálcio alcalinas, considerando shoshoníticas rochas com [(1/7)
<(K2O/SiO2)<(1/3)]. De acordo com estas ponderações as rochas do MGPV caem
predominantemente no campo shoshonítico.
5.1.4 Com base nos óxidos de Al2O3, Na2O, K2O e CaO
Adotando a conceituação de Shand (1950), que utiliza as relações molares entre
os óxidos de alumínio, sódio, potássio e calcio foram definidos três grandes grupos de
rochas: (i) peraluminosas Al>(Na+K+Ca); (ii) metaluminosas (Na+K) < Al< (Na+K+Ca); e (iii)
peralcalinas Al < (Na+K).
Maniar
&
Piccoli
(1989)
utilizaram
estas
relações
em
um
diagrama,
Al2O3/(K2O+Na2O) versus Al2O3/ (K2O+Na2+CaO). Nestas condições as rochas do MGPV,
caracterizam-se como sendo uma associação peraluminosa (Figura 5.4) enquanto suas
encaixantes caracterizam-se como metaluminosas.
5.1.5 Diagramas de variação
De forma usual, a proposta efetuada por Harker (1909), utiliza como índice o óxido
de silício (SiO2) contra os outros óxidos para visualizar as variações composicionais e a
evolução química em termos de elementos maiores. Contudo, devido à estreita variação de
SiO2 apresentada pelas rochas do MGPV e suas encaixantes é difícil definir um
47
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Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Figura 5.2 - Diagrama K2O versus Na2O, apresentando as diferentes propostas de
classificação para as rochas potássicas e sódicas. A reta correspondente a [K2O =
Na2O-2)] representa o limite entre as rochas sódicas e potássicas [(K2O>Na2O - 2]
segundo Le Maitre et al. (1989). As retas pontilhadas definem os domínios das rochas
fortemente potássicas (A) potássicas(B) e sódicas (C) segundo proposta de Middlemost
(1975).
48
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
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Figura 5.3 – Diagrama relacionando K2O versus Na2O, para distinção entre as
rochas das suítes potássicas e cálcio alcalinas. Perccerillo & Taylor (1976) definem
os campos das rochas shoshoníticas, cálcio alcalinas de alto K, cálcio alcalinas e
série toleítica. Corriveau & Gorton (1993) propõem a divisão dos campos das
rochas ultrapotássicas (A), shoshoníticas (B), e cálcio alcalinas(C).
49
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Figura 5.4 – Diagrama Al2O3/(Na2O + K2O) versus Al2O3/(CaO + Na2O + K2O)
de Maniar & Piccoli (1989) aplicado às rochas do MGPV.
50
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Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
comportamento padrão, com grande dispersão das amostras para a maioria dos elementos
e distribuições sugestivas de duas tendências em alguns casos (Figura 5.5). Avaliando-se a
distribuição do TiO2, Al2O3, FeOt, MgO, e P2O5, nestes diagramas observa-se que
apresentam correlação negativa com a sílica. Estas evoluções sugerem fracionamento
progressivo nas fases máficas, óxidos ferro-titanados e apatita durante e evolução.
O K2O apresenta tendência de correlação positiva com a sílica, onde os membros
menos diferenciados são mais pobres nesses elementos. Na2O e CaO apresentam padrão
retilíneo, com certa dispersão para todas as amostras.
No caso das máficas que circundam o MGPV os padrões apresentam tendências
retilínea. Observa-se também um comportamento inverso, com correlação positiva para
TiO2, FeOt, Na2O, P2O5 e K2O e correlação negativa para MgO, Al2O3 e CaO.
Observa-se ainda nestes diagramas que não existe tendência evolutiva que
permita correlacionar às rochas máficas encaixante àquelas do MGPV.
5.2
ELEMENTOS MENORES E TRAÇOS
A tabela 5.2 apresenta os valores analíticos obtidos para os 19 elementos menores
e traços analisados neste estudo. Constata-se através dos resultados obtidos, que as
rochas do MGPV (67-74% de SiO2) apresentam conteúdos variáveis a elevados de Ba
(1961- 414 ppm), e Sr (508-159 ppm), e valores moderados a baixos para Zr (180-26 ppm) e
Cr (159- 40 ppm).
Co, Cd, W e Sc, contudo, não foram detectados na maioria das amostras do
MGPV, estando abaixo do limite de detecção (L.D) do equipamento (vide tabela 5.2). Mo, Y,
Th, Ni e Cu puderam ser detectados em apenas algumas amostras com valores
predominantemente próximos ao L.D.
Nas amostras do embasamento o comportamento dos traços foi similar, com
exceção do Co, que apresenta teores moderados (~ 48 ppm) e do elevado teor de Mo (136
ppm) observado na mostra NS 1395. Constatou-se ainda que, as amostras deste “anel
máfico” que circunda o MGPV apresentam teores mais elevados de Y e V e mais baixos Ba
e Sr.
Correlacionando-se os elementos menores e traços dosados com o óxido de silício
(Figura 5.6), observa-se que Ba, Sr, Ni, e Cr, apresentam comportamentos relativamente
compatíveis. A limitada quantidade de elementos traços analisados inviabilizou o uso de
spiderdiagramas para avaliação do comportamento dos elementos traços neste maciço.
51
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Figura 5.5 – Diagrama relacionando SiO2 e elementos maiores. A reta tracejada
representa a tendência evolucional do MGPV e de suas encaixantes.
52
NS - 3204
3
69
14
<3
<3
>5
< 10
10
378
1130
8
126
<8
< 10
24
3
14
<8
<3
NS - 3203
<3
53
11
<3
<3
>5
12
26
508
505
<3
40
27
< 10
44
20
<3
<8
<3
Mo
Zr
Hf
Sc
Y
Th
La
Ce
Sr
Ba
Ni
Cr
V
W
Zn
Cu
Pb
Co
Cd
Amostras
NS - 3196
<3
<8
5
<3
15
< 10
<8
112
10
1050
276
31
15
5
<3
<3
11
45
9
NS-1665*
*
13
12
12
*
11
77
123
13
426
373
79
35
*
17
*
*
180
*
NS - 3197
<3
<8
4
<3
8
< 10
15
68
<3
1961
273
< 10
< 10
>5
<3
<3
13
31
<3
NS - 3198
<3
<8
10
15
46
< 10
18
87
<3
1734
448
129
65
15
9
<3
17
59
5
NS - 3194
<3
<8
17
<3
37
< 10
22
78
3
930
159
125
74
40
3
<3
15
178
<3
NS - 3200
<3
11
5
9
71
< 10
59
94
31
599
337
54
26
>5
5
4
<8
26
<3
NS - 3201
<3
<8
<3
<3
14
< 10
11
124
4
492
420
15
< 10
>5
<3
<3
17
47
4
NS - 3202
<3
<8
5
<3
23
< 10
<8
129
<3
414
312
35
18
>5
4
<3
8
46
<3
NS - 3205
<3
<8
14
15
32
< 10
18
60
8
619
164
26
13
>5
3
<3
13
100
<3
*
6
26
4
*
13
8
156
6
1252
349
56
33
*
3
*
*
179
*
<3
49
3
122
94
23
291
186
117
108
132
22
< 10
>5
16
22
13
35
<3
NS - 3193
Encaixante
<3
47
3
81
103
< 10
273
148
79
299
175
21
< 10
>5
14
22
15
27
136
NS - 3195
Fácies Borda
<3
46
<3
107
72
< 10
218
199
35
25
102
14
< 10
>5
11
24
10
16
<3
NS - 3199
Fácies Núcleo
NS-1664 *
Tabela 5.2 Análises químicas dos elementos menores e traços do MGPV e suas encaixantes.
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
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Figura 5.6- Diagramas relacionando SiO2 contra alguns elementos menores e
traços.
54
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Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
5.3
SUMÁRIO DA GEOQUÍMICA
As rochas do MGPV são ácidas apresentando uma estreita variação em sílica (66-
72% núcleo, 67-74% borda).
As amostras analisadas posicionam-se no diagrama TAS no campo dos granitos e
granodioritos, sub-alcalinos. De acordo com o índice de alcalinidade elas apresentam uma
dualidade, sendo ora potássicas, ora sódicas. Essas rochas apresentam um caráter
peraluminoso.
Os diagramas de variação para elementos maiores, apresentam na maioria das
vezes duas tendências evolutivas, que são interpretadas como resultado de processos
assimilação de magmas.
Diversas características geoquímicas apontam para o MGPV uma afinidade
shoshonítica no sentido de Morrison (1980), dentre elas: os baixos conteúdos de titânio, e os
moderados valores de alumínio e fósforo. Estas rochas apresentam altos teores de Ba e Sr
e baixos teores de Zr, Nb e Yb, indicando que pertencem à série shoshonítica de Morrison
(1980). Os baixos teores de Zr e Nb reforçam que essas rochas não pertencem às séries
alcalinas clássicas.
Como na petrografia, não existem na geoquímica evidencias que suportem
diferenças significativas entre as rochas de borda e núcleo.
55
CAPÍTULO 6 – DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
56
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
6 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
Os dados obtidos sobre o MGPV foram apresentados e tratados nos capítulos
anteriores. Neste capítulo serão efetuadas algumas considerações visando uma melhor
caracterização da filiação magmática e ambiência tectônica do MGPV.
6.1
FILIAÇÃO MAGMÁTICA
O conteúdo total de álcalis (Na2O+ K2O) é um importante parâmetro de
caracterização das séries magmáticas. Os diagramas utilizados no capítulo da geoquímica
(Figuras 5.2 e 5.3) revelam que as rochas do MGPV apresentam uma dualidade potássico
sódica, sendo o Na2O o álcalis mais abundante. No entanto, o MGPV também apresentou
um alto índice de saturação em sílica (67% - 74%). Morrison (1980) restringiu o termo
shoshonito para as séries de rochas saturadas em SiO2 e descreveu suas principais
características químicas.
A tabela 6.1, apresenta uma síntese dos parâmetros utilizados por Morrison (1980)
e Pearce (1983) para as rochas shoshoníticas, comparando-os com os valores
apresentados pelo MGPV e suas encaixantes, pelo maciço Itareru, um shoshonito típico do
NSer, e por Nordestina, um batólito TTG do NSer.
Nardi et al. (1985) resumem as características apresentadas por diversos autores
para as rochas da série shoshonítica, demonstrando que, apesar de similares
geoquimicamente as rochas cálcio alcalinas de arco continental, as rochas shoshoníticas
distinguem-se pelo enriquecimento acentuado em K, Ba, e Sr.
Conceição et al. (1996) utiliza conjuntamente as relações K2O-SiO2 e (K2O/SiO2)
para separar as rochas alcalinas das suítes potássicas daquelas das suítes shoshoníticas.
Estes autores demonstram que a evolução das rochas da série shoshonítica, como definidas
por Morrison (1980), mantém ao longo da diferenciação, razões K2O/Na2O próximas da
unidade. Por esse critério, as rochas do MGPV são caracterizadas como sendo da série
shoshonítica (Figura 6.1).
A figura 6.2 demonstra o comportamento do MGPV no diagrama proposto por
Rogers & Greenberg (1981), observando-se que os teores relativamente elevados os
colocam dentro ou no limite do campo dos granitóides da série shoshonítica.
Para o MGPV, a partir dos dados químicos apresentados e resumidos na tabela 6.1
e pela comparação com os autores supracitados, advoga-se um caráter shoshonítico.
57
11,5 a 18,3
0,68 a 1,10
2,11Ga
0,83
0,8 a 7,4
Alto > 5 %
Alto
Alto
Alto a variável
(14% a 19%)
Baixo (< 1,3 %)
Associam-se ao
desenvolvimento
do arco
0,8-1,5
0,7-1,2
Fe2O3
Na2O + K2O
Lile Ba
Lile Sr
Al2O3
TiO2
Tectônica
K2O/Na2O
SiO2 < 50%
K2O/Na2O
SiO2 > 50%
1835 a 1260
(Baixo)
K2O
0,8 a 5,4
698 a 2049
3,7 a 11,5
0,74 a 4,30
1,10 a 3,40
Ricas
Critérios
Itareru
(Shoshonítica Nser)
(Rios 2002)
Rochas
Shoshoniticas
Morrison(1980) e
Pearce (1983)
0,2 a 0,4
2,16 Ga
0,16 a 0,27
15 a 16,8
368 a 821
376 a 1043
6,5 a 7,5
0,01 a 0,63
1,20 a 2,30
0,1- 1,7
2,08 Ga
0,04 a 0,22
14,35 a 16,55
159 a 508
414 a 1961
5,52 a 10,41
0,51 a 4,30
0,82 a 7,23
Nordestina (TTG
Pedra Vermelha
Nser)
(Cruz
(Shoshonítica Nser)
Filho 2005)
?
0,88 a 1,25
14,03 a 15,17
102 a 175
25 a 299
1,72 a 3,71
12,75 a 14,75
0,20 a 0,53
Metabasitos
(Encaixante MGPV)
Tabela 6.1 - Limites geoquímicos para rochas da série shoshonítica (segundo Morrison 1980) e valores
observados para para corpos graníticos do NSer, incluindo as rochas deste estudo.
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Figura 6.1 – Digrama correlacionando K2O/Na2O versus siO2, com os campos
definidos para as rochas shoshoníticas e rochas sieníticas com afinidades
ultrapotássicas, segundo Conceição et al.(1996).
Figura 6.2 – Diagrama discriminante usado na definição de séries magmáticas.
A área em cinza representa o campo das rochas granitóides da série shoshonítica
(Nardi, 1986), segundo a proposta Rogers & Greenberg (1981).
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6.2
AMBIENTE TECTÔNICO
Utilizando os diagramas discriminantes tectônicos para rochas potássicas,
elaborados por Muller & Groves (1995), pode-se afirmar que, o magma que deu origem as
rochas do MGPV indica a presença de um evento subductivo, sendo compatível com a
ambiência orogênica do NSer e foram gerados no contexto geotectônico de arco pós
colisional a arco colisional (Figura 6.3 A e B).
No NSer as evidências sugerem uma zona de subducção “flip-ping” que representa
a transição entre dois regimes de subducção de orientação distinta.
Morrison (1980) relacionou o ambiente tectônico de rochas shoshoníticas à
evolução de um regime orogênico, onde estas rochas representam um magmatismo mais
jovem e ocorrem acima das porções mais profundas da zona de Benioff. A idade de 2.07Ga
apresentada por Rios et al. (2005) para as rochas do centro do MGPV reforçam uma
colocação tardi a pós tectônica.
6.3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de macroscopicamente as rochas do MGPV sugerirem, em campo, a
existência de texturas e estruturas distintas que nos levaram a separar suas rochas em
fácies de borda e de núcleo, os estudos petrográficos em microscopia, apresentados no
capitulo 4, não apresentam evidencias que suportem caracterização distintas para sua
rochas e não foram observados contatos entre os dois grupos. Isto indica que,
provavelmente, as feições macroscópicas observadas, estão relacionadas a deformações e
interações com as encaixantes quando da colocação do pluton, que desta forma afetam
mais as rochas da borda, enquanto o centro do corpo mantém preservadas suas feições
originais.
As rochas do MGPV são constituídas dominantemente por monzogranitos com
colorações cinzenta e texturas porfiríticas hipidomórfica. Os macrocristais de quartzo e
plagioclásio ocorrem imersos em matriz composta essencialmente por quartzo, andesina
sódica, microclina e com quantidade subordinada de biotita. Evidencias de deformação ou
metamorfismo não foram constatadas.
O estudo do comportamento geoquímico do MGPV indica que estas rochas não
podem ser caracterizadas como pertencentes às séries alcalinas. Os diagramas
apresentados no capitulo 5 ilustram sua dualidade ora alcalino, ora cálcio alcalino,
condizente com sua natureza shoshonítica.
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Figura 6.3 – Diagramas discriminantes tectônicos para rocha potássicas,
elaborados por Muller e Groves (1995). IP = Intraplaca; APC = Arco pós
colisional; AC = Arco colisional.
61
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Em relação às rochas básicas que bordejam o maciço, estudos adicionais são
necessários antes que se possa discutir se elas foram colocadas antes ou ao mesmo tempo
em que o maciço.
Os dados obtidos e descritos no presente trabalho suportam a natureza
shoshonítica das rochas do MGPV. A presença dessa sequência peraluminosa , que sucede
as sequências shoshoníticas e alcalinas descritas por Rios (2002) e Rios et al. (2009)
reforçam a ocorrência dessas rochas após o estagio distensivo que levou a formação das
sequências shoshoníticas (Cansanção, Itareru, Euclides e Araras) e alcalino-potássicas
(Morro do Afonso, Agulhas Bananas, Pintadas) classificadas do NSer.
62
CAPÍTULO 7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
63
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68
ANEXO 1
FICHAS PETROGRÁFICAS
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O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
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Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3193
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Regi 03
Longitude
453660
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Matabásica
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
8854605
Encaixante do Granito
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
X
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd,
Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopicamente - Rocha de cor cinza escuro, com sulfetos associados, estrutura orientada. São inequigranulares.
Microscopicamente – Holocristalina, plagioclásio e a hornblenda encontram-se bastante fraturados.
MINERAIS
PARÂMETROS
%
QAP
Anfibólio
Plagioclásio
65
31
Quartzo
Opacos
Q (A+P) M
Q
Q
A
A+P
P
M
TOTAL
TOTAL
2
2
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
An f i b ó l i o - H o r n b l e n d a
A hornblenda representa cerca de 65 % do percentual da lamina, é verde, com pleocroismo variando entre verde escuro e amarelo
esverdeado, possui hábito prismático, orientada, Seus contatos são curvos em geral. Sua granulometria varia entre 0,3 e 0,9 mm.
P l a g i o c l á s i o - An d e s i n a
Representa 31% do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico, de granulometria média, variando entre (0,7-1,3 mm), os
contatos entre o quartzo e a microclina é do tipo curvo. Possui geminação albita ou não ocorrem geminados.
70
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3193
Quartzo
Representa apenas 2% do percentual da lamina, seu formato é anédrico, apresenta contatos lobular com o plagioclásio e com tamanho
variando entre 0,3 e 0,8 mm.
Opacos
Representa apenas 2% do volume total da lamina, seu formato é anédrico, estão inclusos na hornblenda e contatos embaiados com o
plagioclásio tamanho variando entre 0,01 e 0,15 mm.
6 - NOME DA ROCHA
Gabro
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
06/11/2009
26/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto – Textura holocristalina, nicois
cruzado.
Foto- Contatos curvos entre plagioclásio e
hornblenda.
71
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3194
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Regi 04
Longitude
450720
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Granito
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
8854827
Pedra Vermelha
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
X
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr,
Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopia- Rocha de cor cinza médio, inequigranular (contato), granulometria
MINERAIS
FENOCRISTAIS
Plagioclásio
Quartzo
%
38
32
MATRIZ
PARÂMETROS
%
QAP
Q
A
P
TOTAL
Microclina
20
Biotita
8
zircão
<1
Apatita
Opacos
<1
<1
35,55
22,22
42,22
100
Q (A+P) M
32
58
10
100
Q
A+P
M
TOTAL
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio/ andesina
Representa cerca de 38% da lamina, ocorre como cristais anédricos a subédricos, com tamanho variando entre 0,09 mm e 1,4
mm,. Possui contato irregular(curvo) entre cristais de quartzo. Apresenta geminação segundo a lei Albita. Apresenta
inclusões de biotita e zircão. Alguns cristais apresentam um maior grau de alteração, mantendo resquícios da geminação.
Quartzo
Constitui cerca de 32% da lamina, apresentam-se como cristais anédricos, com tamanhos variando entre 0,8 a 1,6 mm,. O contato O
contato é lobular com o k-feldspato e ocorre em geral fraturado.Apresenta extinção ondulante.
Microclina
Representa % do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico a subédrico, com tamanho variando entre 0,6 a 1,2
72
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3194
mm, seus contatos são curvos com o plagioclásio e com o quartzo e sua geminação é segundo a lei albita periclina,possui
baixo grau de fraturamento.
Biotita
Representa cerca de 8% da lâmina, tem com marrom, seu formato e subédrico e ocorrem com palhetas , o contato é reto com os demais
minerais , alguns cristais ocorrem cloritizados, possuem uma leve orientação preferencial. Podem ser encontrados inclusos no plagioclásio
e no quartzo .
Zircão
Está presente em menos de 1% da amostra total, ocorre como formato subédrico, semi arredondado e incluso no plagioclásio e no quartzo,
e seu tamanho predominante na amostra é de e aproximadamente entre 0,06mm.
Ap a t i t a
Ocorrem como prismas euédricos e perfazem menos de 1% do volume total da rocha, aparecem inclusos no quartzo e no plagioclásio, com
tamanho variando entre 0,015 mm a 0,09 mm.
Opacos
Ocorrem como cristais subédricos, seu contato é curvo com o e com o plagioclásio e com o quartzo com tamanho variando entre 0,05 mm
a 0,6 mm. Aparecem também como inclusões nesse cristais.
6 - NOME DA ROCHA
Biotita-Granito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Ordem de cristalização: Zircão – apatita- Biotita - Plagioclásio – Feldspato - quartzo
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
06/11/2009
05/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto - Inclusão da biotita e de minerais
Foto - Inclusão da biotita e de minerais opacos
opacos no quartzo, luz polarizada.
no quartzo, nicóis cruzados.
73
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3195
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 01
Longitude
448988
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Matabásica
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
88547151
Encaixante do Granito
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
X
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd,
Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopicamente - Rocha de cor cinza escuro, com intercalação de anfibólio e plagioclásio, orientada.
MINERAIS
Anfibólio
Plagioclásio
%
62
34
Quartzo
3
Opacos
2
PARÂMETROS
QAP
Q (A+P) M
Q
Q
A
A+P
P
M
TOTAL
TOTAL
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
An f i b ó l i o - H o r n b l e n d a
A hornblenda representa cerca de 62 % do percentual da lâmina, com pleocroismo variando entre verde escuro a amarelo esverdeado,
possui hábito prismático com prisma alongados, orientada, Seus contatos são em geral curvos com os plagioclásios. Sua granulometria
varia entre 0,5 e 1,2 mm.
P l a g i o c l á s i o - An d e s i n a
Representa 35% do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico, de granulometria média, variando entre (0,7-1,1 mm), os
contatos entre o quartzo e a microclina é do tipo curvo. Possui geminação albita ou não ocorrem geminados.
74
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3195
6 - NOME DA ROCHA
Anfibolito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
06/11/2009
26/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto – Contatos embaiados ente a hornblenda e
o plagioclásio .
Foto – Orientação dos minerais.
75
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3196
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 09
Longitude
445246
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Granito
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
8853347
Pedra Vermelha
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
X
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr,
Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopicamente - Rocha de cor cinza clara, maciça, fanerítica, isotrópica.
monzogranito .
Em campo foi classificada como
Microscopicamente - Holocristalina
MINERAIS
Microclina
Quartzo
PARÂMETROS
%
36
QAP
Q
A
32
Plagioclásio
26
Biotita
4
Apatita
1
Opacos
1
P
TOTAL
34,04
38,29
27,65
100
Q (A+P) M
Q
A+P
M
TOTAL
32
62
6
100
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Microclina
Constitui cerca de 36% da lâmina, seus contatos são curvos e por vezes retos com o quartzo e feldspato, apresenta formato
subédrico, com inclusões de plagioclásio e geminação albita e albita periclina.
Quartzo
Constitui cerca de 32% da lamina, apresenta contatos curvos com os feldspatos e contato do tipo lobado e do tipo curvo com o
plagioclásio. Os grãos são equigranulares variando entre (0,1 -0,5)mm.
76
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3196
Plagioclásio
Representa 26% do volume total da lamina, os grãos tem formato anédrico a subédrico, de granulometria fina, variando entre
(0,2-0,7) mm, os contatos entre o quartzo e a microclina e do tipo curvo.
Biotita
Representa menos de 5% do percentual da lâmina, sua cor é o marrom com pleocroismo variando entre marrom claro e marron escuro e
possui formato anédrico e seu tamanho varia entre 0,09 a 0,7 mm. Os contatos são geralmente retos.
Ap a t i t a
Representa cerca 1% do volume total da rocha , tem forma euédrico, está incluso na biotita e tem tamanho variando entre 0,02 e 0,04
mm.
Opacos
Representa 1% do percentual da lâmina, tem forma subédrica e tamanho 0,02 e 0,04 mm, seus contatos são curvos entre os plagioclásios.
6 - NOME DA ROCHA
Biotita Granito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Zircão – apatita - Biotita – Plagioclásio – Feldspato - quartzo
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
12/11/2009
28/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto - Relação de contato entre os minerais.
77
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3197
Nm
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 11
Longitude
446386
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Granito
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
8852264
Pedra Vermelha
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
X
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr,
Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopia: Cor cinza clara, granulometria média, afloramento com filões pegmatoidais
Microscopia: Textura inequigranular, hipidiomórfica a xenomórfica, holocristalina.
PARÂMETROS
MINERAIS
Quartzo
%
35
Plagioclásio
25
A
Microclina
20
TOTAL
Biotita
16
zircão
1
Apatita
2
QAP
Q
P
Opacos
43,75
25
31,5
100
Q (A+P) M
Q
A+P
M
TOTAL
35
45
20
100
2
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
Constitui cerca de 35% da lâmina, apresentam-se como cristais anédricos , com tamanho variando entre 0,09 a 0,7 mm, contatos
curvilíneos (arredondados), extinção ondulante.
Plagioclásio/ andesina
Representa cerca de 25% da lamina, ocorre como cristais subédricos, com tamanho variando entre 0,12 e 0,5 mm . Possui.
Apresenta geminação segundo a lei Albita. Apresenta inclusões de biotita e zircão. Alguns cristais apresentam um maior
grau de alteração, mantendo resquícios da geminação.
78
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3197
Microclina
Representa 20% do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico, com tamanho variando entre 0,06 a 0,7 mm, seus
contatos são curvos com o plagioclásio e com o quartzo e sua geminação é segundo a lei albita periclina, possui baixo grau
de fraturamento. Ocorre sericitizado em algumas zonas.
Biotita
Representa cerca de 16% da lamina, tem com marrom, seu formato e subédrico e ocorrem como palhetas , o contato é reto com os demais
minerais , alguns cristais ocorrem cloritizados , (nas lamelas) e possuem uma leve orientação preferencial. Podem ser encontrados inclusos
no plagioclásio.
Zircão
Está presente de 1% da amostra total, ocorre como formato subédrico, semi arredondado e incluso no plagioclásio, e seu tamanho
predominante na amostra é de e aproximadamente entre 0,06mm.
Opacos
Ocorrem como cristais subédricos, seu contato é curvo com o e com o plagioclásio e com o quartzo com tamanho variando entre 0,05 mm
a 0,10 mm.
6 - NOME DA ROCHA
Biotita-Granito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Ordem de cristalização: Zircão - Biotita - Plagioclásio – Feldspato - quartzo
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
06/11/2009
05/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto- Sericitização da microclina , nicóis
cruzados.
Foto - Sericitização da microclina, luz plana.
79
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3198
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 13
Longitude
447356
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Granito
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
88511601
Pedra Vermelha
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
X
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr,
Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopicamente – Amostra apresenta-se migmatizada, com foliação de N 205°
PARÂMETROS
MINERIAS
Plagioclásio
Quartzo
%
38
QAP
Q
A
25
Microclina
25
Biotita
10
zircão
1
Opacos
1
P
TOTAL
27,77
27,77
44,44
100
Q (A+P) M
Q
A+P
M
TOTAL
25
65
10
100
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Representa cerca de 38% da lamina, ocorre como cristais subédricos , com hábito prismático com tamanho variando entre
0,5 mm e 1,0 mm,. Possui contato irregular(curvo) entre os próprios cristais e o quartzo. Apresenta geminação segundo a lei
Albita. Ocorre sericitizado e fraturado. A mica branca ocorre preenchendo am lamelas do mineral. Apresenta inclusões de
biotita e zircão. Alguns cristais apresentam um maior grau de alteração, mantendo resquícios da geminação.
Quartzo
Constitui cerca de 25% da lamina, apresentam-se como cristais anédricos e subédricos, habito prismático com tamanhos variando entre 0,8
a 1,6 mm,. O contato O contato é lobular com o k-feldspato e ocorre em geral fraturado.
Microclina
Representa 25% do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico a subédrico, com tamanho variando entre 0,6 a
80
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3198
1,2 mm, seus contatos são curvos com o plagioclásio e com o quartzo e sua geminação é segundo a lei albita periclina,possui
baixo grau de fraturamento.
Biotita
Representa cerca de 10% da lamina, tem com marrom, seu formato e subédrico e ocorrem com palhetas , o contato é reto com os demais
minerais , alguns cristais ocorrem cloritizados , (nas lamelas) e possuem uma leve orientação preferencial. Podem ser encontrados inclusos
no plagioclásio.
Zircão
Está presente de 1% da amostra total, ocorre como formato subédrico, semi arredondado e incluso no plagioclásio, e seu tamanho
predominante na amostra é de e aproximadamente entre 0,06mm.
Opacos
Ocorrem como cristais subédricos, seu contato é curvo com o e com o plagioclásio e com o quartzo com tamanho variando entre 0,05 mm
a 0,6 mm.
6 - NOME DA ROCHA
Biotita-Granito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Ordem de cristalização: Zircão – Biotita - Plagioclásio – Feldspato - quartzo
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
06/11/2009
05/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto – Cloritização da biotita
Foto – Microclina com biotita inclusa.
81
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3199
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 14
Longitude
447592
Nº do Ponto
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
8850109
Referências do Ponto
Contato entre o granito e a encaixante
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Matabásica
Encaixante do Granito
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
X
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr, Sm/Nd,
Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopicamente - Rocha de cor cinza escuro, orientada e inequigranulares.
MINERAIS
Anfibólio
%
67
Plagioclásio
30
Quartzo
3
Opacos
<1
PARÂMETROS
QAP
Q (A+P) M
Q
Q
A
A+P
P
M
TOTAL
TOTAL
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
An f i b ó l i o - H o r n b l e n d a
A hornblenda representa cerca de 67 % do percentual da lamina, é verde, com pleocroismo variando entre verde escuro e amarelo
esverdeado, possui hábito prismático com prisma alongados ,orientada, Seus contatos são retos em geral e curvos com os plagioclásios.
Sua granulometria varia entre 0,2 e 0,9 mm.
Plagioclásio
Representa 30% do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico, de granulometria média, variando entre (0,7-1,1 mm), os
contatos entre o quartzo e a microclina é do tipo curvo. Possui geminação albita ou não ocorrem geminados.
82
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3199
Quartzo
Representa apenas 3% do percentual da lâmina, seu formato é anédrico, apresenta contatos lobular com o plagioclásio e com tamanho
variando entre 0,3 e 0,8 mm.
Opacos
Representa menos de 1% do percentual da lâmina, seu formato é subédrico, estão inclusos na hornblenda e fazem contato embaiados com
o plagioclásio, seus tamanhos estão variando entre 0,015 a 0,1 mm.
6 - NOME DA ROCHA
Gabro
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
06/11/2009
26/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto - Contato entre hornblenda, o plagioclásio
e o opaco
Foto – Hornblenda, bastante fraturada.
83
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3200
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 15
Longitude
446016
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Granito
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
88513331
Pedra Vermelha
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
X
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr,
Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopia: Amostra bastante mobilizada, inequigranular, cor cinza escura, granulometria média.
MINERAIS
Quartzo
PARÂMETROS
%
36
QAP
Q
Plagioclásio
29
A
P
Microclina
22
Biotita
12
zircão
1
Apatita
Opacos
2
2
TOTAL
41,37
25,28
33,33
100
Q (A+P) M
Q
A+P
M
TOTAL
36
51
13
100
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
Constitui cerca de 36% da lâmina, apresentam-se como cristais anédricos, habito prismático com tamanhos variando entre
0,05 a 1,6 mm,. O contato O contato é lobular com o k-feldspato.
Plagioclásio/ andesina
Representa cerca de 29% da lamina, ocorre como cristais subédricos , com hábito prismático com tamanho variando entre 0,3
mm e 1,0 mm,. Possui contato irregular (curvo) entre os próprios cristais e o quartzo. Apresenta geminação segundo a lei
Albita. Apresenta inclusões de biotita e zircão. Alguns cristais apresentam um maior grau de alteração.
84
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3200
Microclina
Representa 22% do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico a subédrico, com tamanho variando entre 0,09 a
1,2 mm, seus contatos são curvos com o plagioclásio e com o quartzo e sua geminação é segundo a lei albita periclina,
possui baixo grau de fraturamento.
Biotita
Representa cerca de 12% da lamina, tem com marrom, seu formato e subédrico e ocorrem com palhetas , o contato é reto com os demais
minerais , possuem uma leve orientação preferencial. Podem ser encontrados inclusos no plagioclásio.
Zircão
Está presente de 1% da amostra total, ocorre como formato subédrico, semi arredondado e incluso no plagioclásio, e seu tamanho
predominante na amostra é de e aproximadamente entre 0,05mm.
Opacos
Perfaz 2% do volume total da amostra, correm como cristais subédricos, seu contato é curvo com o e com o plagioclásio e
com o quartzo com tamanho variando entre 0,05 mm a 0,6 mm.
Ap a t i t a
Representa 2% do volume total da amostra, com tamanho variando entre 0,04 a 0,10 mm, ocorrem como cristais em prisma ,
inclusos nos plagioclásio e no quartzo.
6 - NOME DA ROCHA
Biotita-Granito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Ordem de cristalização: Zircão – Biotita - Plagioclásio – Feldspato - quartzo
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
06/11/2009
05/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto – Biotita orientada, nicóis cruzados.
Foto- Biotita orientada luz plana
85
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3201
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 18
Longitude
445119
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Granito
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
8850551
Pedra Vermelha
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
X
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr,
Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopia: Cor cinza a róseo de granulometria grossa, inequigranular intercalado com níveis máficos de biotita.
MINERAIS
Plagioclásio
PARÂMETROS
%
36
QAP
Q
Microclina
29
A
Quartzo
25
TOTAL
Biotita
9
zircão
1
Apatita
Opacos
1
1
P
27,77
32,22
40
100
Q (A+P) M
Q
A+P
M
TOTAL
25
65
10
100
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Representa cerca de 36% da lâmina, ocorre como cristais subédricos , com hábito prismático com tamanho variando entre
0,35 mm e 1,0 mm,. Possui contato irregular (curvo) entre os próprios cristais e o quartzo. Apresenta geminação segundo a
lei Albita. Apresenta inclusões de biotita e zircão. Alguns cristais apresentam um maior grau de alteração.
Quartzo
Constitui cerca de 25% da lâmina, apresentam-se como cristais anédricos, habito prismático com tamanhos variando entre
0,08 a 1,2 mm. O contato O contato é lobular com o k-feldspato.
Microclina
86
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3201
Representa 29% do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico a subédrico, com tamanho variando entre 0,09 a
1,3 mm, seus contatos são curvos com o plagioclásio e com o quartzo e sua geminação é segundo a lei albita periclina.
Biotita
Representa cerca de 9% da lâmina, tem com marrom, seu formato e subédrico e ocorrem com palhetas , o contato é reto com os demais
minerais , possuem uma leve orientação preferencial. Podem ser encontrados inclusos no plagioclásio.
.
Zircão
Está presente de 1% da amostra total, ocorre como formato subédrico, semi arredondado e incluso no plagioclásio, e seu tamanho
predominante na amostra é de e aproximadamente entre 0,06mm.
Opacos
Ocorrem como cristais subédricos, seu contato é curvo com o e com o plagioclásio e com o quartzo com tamanho variando entre 0,05 mm
a 0,6 mm.
- NOME DA ROCHA
Biotita-Granito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Ordem de cristalização: Zircão – Biotita - Plagioclásio – Feldspato - quartzo
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
06/11/2009
05/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto- Minerais opacos incluso no plagioclásio
87
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3202
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 19
Longitude
4440521
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Granito
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
8852989
Pedra Vermelha
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
X
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr,
Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopia: Coloração cinza escura variando para cinza claro, amostra de um suposto enclave, granulometria média.
MINERAIS
Quartzo
PARÂMETROS
%
40
QAP
Q
Plagioclásio
34
A
P
Microclina
20
Biotita
6
zircão
<1
Apatita
Opacos
<1
<1
TOTAL
42,55
21,27
36,17
100
Q (A+P) M
40
54
6
100
Q
A+P
M
TOTAL
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
Constitui cerca de 40% da lâmina, apresenta contatos curvos com os feldspatos e contato do tipo lobado e do tipo curvo com o.
plagioclásio. Os grãos são equigranulares variando entre (0,1 -0,5)mm, seus cristais são anédricos e possui extinção ondulante.
Plagioclásio/ andesina
Representa 34% do volume total da lamina, os grãos tem formato anédrico, de granulometria fina, variando entre (0,2-1,1)
mm, os contatos entre o quartzo e a microclina e do tipo curvo e sua geminação é segundo a lei albita.
Microclina
Constitui cerca de 20% da lâmina, com tamanhos variando entre 0,045 e 0,9, seus contatos são curvos e por vezes retos com
o quartzo e feldspato, apresenta formato subédrico, com inclusões de plagioclásio e sua geminação é segundo a lei albita e
albita periclina .
88
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3202
Biotita
Representa menos de 6% do percentual da lâmina, sua cor é o marrom com pleocroismo variando entre marrom claro e marron escuro e
possui formato anédrico e seu tamanho varia entre 0,09 a 0,8 mm. Os contatos são geralmente retos.
Zircão
Está presente de 1% da amostra total, ocorre como formato subédrico, semi arredondado e incluso no plagioclásio, e seu tamanho
predominante na amostra é de e aproximadamente entre 0,06mm
Ap a t i t a
Representa cerca 1% do volume total da rocha , tem forma euédrico, está incluso na biotita e tem tamanho variando entre 0,02 e 0,04
mm.
Opacos
Representa 1% do percentual da lâmina, tem forma subédrica e tamanho 0,02 e 0,04 mm, seus contatos são curvos entre os plagioclásios
6 - NOME DA ROCHA
Biotita-Granito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Ordem de cristalização: Zircão – apatita -Biotita - Plagioclásio – Feldspato - quartzo
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
06/11/2009
05/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto – Pertita em flâmulas.
Foto – quartzo com inclusão de zircão e apatita.
89
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3203
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 20
Longitude
446575
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Granito
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
8853238
Pedra Vermelha
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
X
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr,
Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopicamente - Rocha de cor cinza róseo (devido ao nível de alteração), maciça, fanerítica média, isotrópica, Em
campo foi classificada como monzogranito.
MINERAIS
Plagioclásio
%
40
PARÂMETROS
QAP
Q
Quartzo
30
A
P
Microclina
23
Biotita
5
Apatita
1
Opacos
1
TOTAL
32
24,73
43
100
Q (A+P) M
60
63
7
100
Q
A+P
M
TOTAL
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Plagioclásio
Representa cerca de 40% da lamina, apresenta contatos tipo curvo e irregulares com o quartzo e com a microclina, e seu
tamanho varia entre 0,2 a 0,6 mm, seu cristais exibem formas anédricas e a geminação desses cristais e segundo a lei albita e
albita Carlsbad.
Quartzo
90
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3203
Constitui cerca de 30% da lamina, apresentam-se como cristais anédricos, com tamanhos variando entre 0,2 a 0,5 mm, predominando em
torno de 0,38 . O contato com os feldspatos curvo e co o plagioclásio também e sua extinção é do tipo ondulante.
Microclina
Representa 23% do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico a subédrico, de granulometria fina, variando entre
(0,3-0,7) mm, os contatos entre o quartzo e o plagioclásio é do tipo curvo.
Biotita
Representa cerca de 5% da lâmina. Sua cor é o marrom com pleocroismo variando entre marron claro marron escuro e possui formato
subédrico, os contatos são geralmente retos, e com tamanhos variando entre 0,09 a 0,7.
Ap a t i t a
Representa cerca 1% do volume total da rocha , tem forma euédrico, está incluso na biotita e no plagioclásio tem tamanho variando entre
0,01 e 0,04 mm.
Opacos
Representa 1% do percentual da lâmina, tem forma subédrica e tamanho 0,01 e 0,2 mm, seus contatos são curvos entre os plagioclásios
6 - NOME DA ROCHA
Biotita-Granito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Ordem de cristalização: Zircão – Apatita - Biotita - Plagioclásio – Feldspato - quartzo
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
12/11/2009
28/04/2010
Ana Fábia Mattos
91
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3203
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto – contato entre a microclina e o quartzo.
92
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3204
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 21
Longitude
446477
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Granito
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
8854347
Pedra Vermelha
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
X
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr,
Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopicamente - Rocha de cor cinza avermelhado (devido ao nível de alteração) com granulometria média, maciça,
fanerítica média, isotrópica, Em campo foi classificada como monzogranito.
MINERAIS
Quartzo
Microclina
%
38
25
PARÂMETROS
QAP
Q
A
P
Plagioclásio
29
Biotita
6
Apatita
1
Opacos
1
TOTAL
41,34
27,17
31,52
100
Q (A+P) M
38
54
8
100
Q
A+P
M
TOTAL
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
Representa cerca de 38% da lamina, apresenta contatos tipo curvo e irregulares com o plagioclásio e com a microclina, e
seu tamanho varia entre 0,3 a 0,6 mm, seu cristais exibem formas anédricas e apresenta extinção ondulante.
Microclina
Constitui cerca de 25% da lamina, apresentam-se como cristais anédricos a subédricos, com tamanhos variando entre 0,2 a 0,8 mm,. O
contato com os plagioclásios e tipo curvo apresenta geminação Albita Periclina.
P l a g i o c l á s i o - An d e s i n a
Representa 29% do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico, de granulometria média, variando entre (0,7-1,3
mm) , os contatos entre o quartzo e a microclina é do tipo curvo. Possui geminação albita ou não ocorrem geminados.
93
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
Nº da Amostra / Laboratório
NS 3204
Biotita
Representa cerca de 5% da lâmina. Sua cor é o marrom com pleocroismo variando entre marron claro marron escuro e possui formato
subédrico, os contatos são geralmente retos, e com tamanhos variando entre 0,09 a 0,7
Ap a t i t a
Representa cerca 1% do volume total da rocha , tem forma euédrico, está incluso na biotita e no plagioclásio tem tamanho variando entre
0,01 e 0,04 mm.
Opacos
Representa 1% do percentual da lâmina, tem forma subédrica e tamanho 0,01 e 0,2 mm, seus contatos são curvos entre os plagioclásios.
6 - NOME DA ROCHA
Biotita-Granito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Ordem de cristalização: Zircão – Apatita - Biotita - Plagioclásio – Feldspato - Quartzo
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
12/11/2009
28/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto – Textura equigranular, holocristalina.
Foto – Contato embaiado entre o quartzo a
microclina.
94
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3205
1 - DADOS SOBRE O AFLORAMENTO
o
N de Campo
Latitude
Pver 23
Longitude
448244
Nº do Ponto
Referências do Ponto
Tipo Litológico
Nome do Corpo
Granito
Nome da Folha Geográfica (IBGE)
SC-24-Y- B-III Monte Santo
88502701
Pedra Vermelha
2 - DADOS SOBRE A AMOSTRA
Assinale com um X os diferentes procedimentos de preparação e analíticos efetuados nesta amostra
BRA
LD
X
X
LP Brita
x
Pó
X
AM AQM AQMe ETR Rb/Sr Sm/Nd Pb/Pb U/Pb
x
SP
x
BRA= Bloco reserva da Amostra, LD= Lamina Delgada, LP= Lâmina Polida, AM= Análise de Minerais, AQM= Análise Química de Maiores, AQMe= Análise Química de Menores, Análises isotópicas (Rb/Sr,
Sm/Nd, Pb/Pb e U/Pb), SP= Separação de Minerais
3 - CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS
Macroscopia: Cor variando entre cinza claro e cinza escuro, textura inequigranular com orientação da biotita. Granulometria
média.
MINERAIS
Quartzo
PARÂMETROS
%
35
QAP
Q
Microclina
29
A
P
TOTAL
Plagioclásio
26
Biotita
10
zircão
<1
Apatita
Opacos
<1
<1
38,88
32,22
28,88
100
Q (A+P) M
35
55
10
100
Q
A+P
M
TOTAL
5 - DESCRIÇÃO DOS MINERAIS
Quartzo
Representa cerca de 35% da lamina, ocorre como cristais anédrico, com tamanho variando entre 0,05 mm e 1,4 mm,. Possui
contato irregular(curvo) entre a microclina e o plagioclásio.apresenta extinção ondulante. Apresenta inclusões de minerais
opacos e apatita .
Microclina
Constitui cerca de 29% da lâmina, apresentam-se como cristais anédricos e subédricos, com tamanhos variando entre 0,8 a 1,1 mm,. O
contato é lobular com o k-feldspato e ocorre em geral fraturado. Possui geminação segundo a lei albita periclina
95
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
Nº da Amostra / Laboratório
Ficha de Descrição
PETROGRÁFICA
NS 3205
Plagioclásio/ andesina
Representa 26% do volume total da lâmina, os grãos tem formato anédrico, com tamanho variando entre 0,06 a 1,2 mm, seus
contatos são curvos com a microclina e com o quartzo e sua geminação é segundo a lei albita, possui baixo grau de
fraturamento e de alteração.
Biotita
Representa cerca de 10% da lamina, tem com marrom, seu formato e subédrico e ocorrem com palhetas , o contato é reto
com os demais minerais , alguns cristais estão cloritizados,
possuem uma leve orientação preferencial. Podem ser
encontrados inclusos no plagioclásio.
Zircão
Está presente em menos de 1% da amostra total, ocorre como formato subédrico, semi arredondado e incluso no plagioclásio
e no quartzo, e seu tamanho predominante na amostra é de e aproximadamente entre 0,06mm.
Ap a t i t a
Ocorrem como cristais euédricos prismático, com tamanho variando entre 0,05 mm a 0,6 mm. Estão inclusos no quartzo no
plagioclásio.
Opacos
Aparecem em menos de 1% no total da amostra. Ocorrem como cristais subédricos, seu contato é curvo com o e com o
plagioclásio e com o quartzo com tamanho variando entre 0,16 mm a 0,08 mm. Aparecem também inclusos no plagioclásio
6 - NOME DA ROCHA
Biotita-Granito
7 - CONSIDERAÇÕES PETROGRÁFICAS
Ordem de cristalização: zircão - apatita - biotita - plagioclásio – feldspato - quartzo
8 - HISTÓRICO DA ANÁLISE
Local
Data de elaboração
Data da última revisão
Analista
06/11/2009
05/04/2010
Ana Fábia Mattos
9 - FOTOMICROGRAFIAS
Foto – Orientação da biotita.
Foto -Inclusão de apatita na microclina
96
ANEXO II
MAPA GEOLÓGICO
97
O Magmatismo Granítico no Núcleo Serrinha: Geologia, Petrografia e Litogeoquímica do Maciço Pedra Vermelha
Trabalho Final de Graduação 2010.1 - Ana Fábia Miranda de Mattos
98
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