10 DEFINIÇÃO E CRITÉRIOS DE AVALIAçÃO DE ATIVO 10.1 CONCEITUAÇÃO DE ATIVO o entendimento do real significado e da conceituação de Ativo é fundamental em qualquer texto de Teoria ou doutrina contábil, pois trata-se da essência contábil. DEFINIÇÃO INTRODUTÓRIA O Ativo tem sido definido de várias maneiras, sendo a mais tradicional a do tipo "... ativo é o conjunto de bens e direitos à disposição da administração..." ou variantes como "n. ativos são os meios conferidos à administração para gerir a entidade ..." e parecidas. Estas definições tradicionais, conquanto possam passar uma idéia aparentemente singela e clara do que seja o ativo, num determinado momento, não caracterizam o que o ativo representa, efetivamente, para a entidade. As conceituações dos elementos do patrimônio de uma entidade precisam atentar: a) para a natureza do que está sendo definido. b) para a sua mensuração. Não se deve misturar a conceituação com o problema da mensuração, pois a conceituação deve ser, necessariamente, rigorosa e pura, ao passo que a mensuração, às vezes, tem de se ater às limitações de quem avalia e mensura PATRIMÔNIO E RESULTADO (O Contador) e de quem utiliza a informação (o usuário), além das restrições do meio ambiente. ATIVOS, TRANSFORMANDO-SE EM DINHEIRO Se fizer uma analogia com a pessoa física, o proprietário de um patrimônio individual (patrimônio em sentido amplo, contendo elementos do ativo, obrigações a pagar e, por diferença, o estado de riqueza líquida), ninguém adquire ou fabrica um ativo para que fique à disposição, sem nada render para a pessoa. Mesmo quando se adquirem jóias de uso pessoal, obras de arte, sempre existe a esperança de, num futuro, se a família precisar, esses ativos poderem se transformar em dinheiro. O que se dirá, então, dos outros ativos? Você tem um carro a fim de que possa ser transportado em segurança ao trabalho, trabalho esse que lhe gera um fluxo positivo de caixa. Mesmo quando o carro é utilizado no final da semana, para o lazer, por propiciar a seu proprietário (o lazer) reparação das energias físicas e psíquicas, acaba contribuindo, indiretamente, para que tenha condições de gerar, no futuro, a entrada de fluxos positivos de caixa, como conseqüência de seu trabalho. O imóvel de sua propriedade, onde reside, é, além de um lugar para morar, também uma certa garantia de fluxos positivos de caixa futuros (ou de economia de saídas de fluxos de caixa). As aplicações financeiras do dinheiro excedente também visam proteger o proprietário dos recursos contra a perda de poder aquisitivo da moeda e produzir um fluxo real de juros. POTENCIAL DE BENEFÍCIOS Se, mesmo numa pessoa física, um ser humano, que tem necessidades sociais, morais e de satisfação muito além das meramente materiais ou econômicas, é possível caracterizar, em sua aquisição de ativos, pelo menos em parte, a necessidade de poder contar com um "potencial" de serviços que, direta ou indiretamente, poderá vir a proporcionar a entrada de fluxos de caixa, fica muito mais fácil caracterizar esta qualidade do ativo numa entidade e, principalmente, numa empresa, que opera para ter lucro. Uma empresa usa seus ativos para manter suas operações, a fim de gerar receitas que superem o valor dos ativos sacrificados em troca. Em todas as aplicações existe o objetivo e a esperança imediata ou mediata de garantir um fluxo de caixa, no futuro. Esse fluxo de caixa pode ser precedido de um fluxo de serviços, mas esse fluxo, isolada ou conjuntamente com outros, serve, em última análise, para gerar fluxos de caixa. DEFINIÇÃO ~ E CRlTÉRlOS DE AVALIAçÃo DE ATIVO 145 ÚLTIMA ANÁLISE Dinheiro é o ativo por excelência. Temporariamente, nos contentaos em ter ativos sob outra forma, a fim de, no futuro, termos mais dinhei- ro, que é, em última análise, o que interessa aos acionistas. Ativo, portanto, pode ser conceituado como algo que possui um potencial êe serviços em seu bojo, para a entidade, capaz, direta ou indiretamente, ime:iiata ou no futuro, de gerar fluxos de caixa. XITVO NA CONTINUIDADE A empresa não mantém os ativos, como vimos, no estado em que se enontram para serem vendidos (com exceção dos produtos e mercadorias), na ontinuidade das operações, mas para, em conjunto com outros ativos, com o rrabalho e a operosidade da força de trabalho da empresa, tudo fluidificado pela organização empresarial, gerar fluxos líquidos positivos de caixa. A finalidade última é: se a entidade iniciou suas operações com um saldo de caixa de $ 100.000,00, no final das operações, ao encerrar-se o ciclo de vida da entidade, deverá possuir $ 100.000,00 corrigidos pela inflação de todo o período mais um valor, além de ter propiciado, durante o ciclo, a distribuição de dividendos compensadores aos acionistas, remunerado os fatores de produção (principalmente o trabalho) adequadamente, pago os impostos, cuidado para que a operação não prejudique o meio ambiente e ter produzido bons produtos e serviços. Para ser Ativo todo bem precisa ser medido, mensurado. Cite exemplos de bens difíceisde serem medidos, avaliados. . 10.2 AVALIAÇÃO DO ATIVO E OUTRAS ~CTERiSTlCAS Já foi visto, no princípio da Continuidade, que uma conseqüência lógica desse princípio é que, normalmente, os ativos são avaliados por algum tipo de valor de custo (de entrada) e, de certa forma, os passivos (exigibilidades) também são avaliados da mesma maneira, pois se terá de sacrificar ativos para pagá-Ios. A seguir são analisados alguns dos tipos mais importantes de avaliação pelo custo (valores de entrada): 146 PATRIMÔNIO E RESULTADO CUSTO HISTÓRICO (ORIGINAL) É O valor original da transação, isto é, quanto custou à empresa adquirir um determinado ativo ou quanto custaram os insumos contidos no ativo, se foram fabricados. Por definição, Caixa e Valores a Receber (desde que trazidos ao valor presente) "custam" o que indica seu valor declarado, pois se trata de Itens Monetários. Entretanto, quando adquirimos uma mercadoria, ou um veículo para uso da empresa ou um equipamento, valor original ou custo histórico ou custo original é o valor pelo qual comprador (empresa) e vendedor estiveram de acordo. Uma vantagem do custo histórico é sua objetividade; representa o valor mais próximo do valor econômico na data da transação, facilita o trabalho dos auditores. E representa o sacrifício financeiro pela sua aquisição, a ser cotejado com o fluxo da entrada pela receita. As desvantagens: com o passar do tempo o ativo pode: 1) perder sua substância econômica, independentemente ções do poder aquisitivo da moeda; das varia- 2) ter sua avaliação monetária defasada se o item não for corrigido pelas variações do poder aquisitivo da moeda entre o período de incorporação ao ativo e a data do balanço. As causas 1 e 2 podem ocorrer ao mesmo tempo. o Custo Histórico mostra quanto custa uma empresa e não quanto vale. Por tudo isso, é bom esse método de avaliação? CUSTO HISTÓRICO CORRIGIDO Conserva, basicamente, todas as propriedades do custo histórico somente que, periodicamente, os custos históricos são corrigidos pela variação do poder aquisitivo médio geral da moeda, segundo algum índice geral de preços, como o Índice Geral de Preços - IGP da Fundação Getúlio Vargas - FGV,ou c INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE, ou outros índices gerais que foram ou são indexadores oficiais, como a UFIR. De qualquer forma, como não se está interessado, aqui, na apresentaçàc detalhada da técnica de correção, mas apenas nos conceitos gerais aplicáve:"" (e indiretamente ao passivo), bastará afirmar que se trata (essa variante de